Até que se Tornem Lembranças escrita por Aki Nara
O River Side Park estava completamente fechado. Marco Aurélio saiu do furgão ajudado por Luiz Henrique.
- E agora? – Laura realmente pareceu desapontada. – O que faremos?
- Não se preocupe! – Marco sorriu de um jeito bastante travesso – Executaremos o Plano A.
Luiz Henrique escalou o muro até entrar do lado de dentro e depois de alguns minutos o portão metálico se abria, dando passagem.
- Antônio já sabe! – mostrou o comunicador. – Qualquer coisa nos avise.
- Mas... Isso não é certo – Laura estava perturbada. – Antônio, por favor diga algo para esses garotos.
- Não esquenta! Já fizemos isso várias vezes e nunca fomos pegos.
-Mas... Marco... – Laura tinha o rosto contraído de preocupação.
Antônio quis dizer algo, porém desistiu.
- Você vem? – deslizou a cadeira de rodas para dentro do portão e ela o seguiu a contra gosto.
Luiz Henrique os esperava lá dentro.
- Onde vocês querem ir primeiro? O que houve?
- Nada... Eu quero ir no “Morte Certo”
- Você tem certeza? – Luiz olhou propositalmente para a montanha russa, onde após uma subida torturante e inclinada havia uma bela descida vertiginosa para um luping e logo depois da curva do “S” uma meio descida para começar tudo novamente.
- Vocês estão loucos? – Laura riu sem graça e empalideceu. – Eu não vou nem morta!
- Morta você não vai mesmo, sua medrosa! Vamos! – Marco seguiu em frente.
- Não é tão ruim quanto parece! – Luiz pegou a mão dela que estava gelada.
- Eu não gosto desses brinquedos! – ela engoliu em seco.
- Você confia na gente ou não? - Marco fitou-a sério.
- E quem vai controlar essa coisa, se o parque está fechado?
- Ela definitivamente não é burra! – Luiz sorriu para o irmão.
- É só programar... Topa ou não topa? – Marco pareceu impaciente.
- Eu vou, mas... não reclame se vomitar em cima de você.
- Que você se lembre de que lado eu estou – Luiz disse rindo muito enquanto entrava numa cabine e voltava logo depois. – Lá vem nossa condução.
- Atenção! Senhores e Senhoritas! Expresso para a Morte chegando! – Marco estava eufórico.
- Nem brinca com isso! – Laura estava totalmente apreensiva.
Luiz ajudou o irmão a sair da cadeira e sentar no banco da montanha russa, fez Laura sentar no meio e após entrar abaixou a proteção para segurá-los, o vagão correu o trilho até chegar na subida torturante e quando chegou no topo, iniciou a sua descida em velocidade, Laura soltou um grito e fechou os olhos instintivamente enquanto os dois riam ao passar pelas manobras vertiginosas, quando percebeu já estavam parando.
- Já pode abrir o olho, chegamos! – Marco disse rindo.
Laura abriu um olho e depois o outro, Luiz sorria e levantava a proteção.
- Quer ir de novo? Podemos ir quantas vezes quisermos. – Luiz acenou para um senhor – Obrigado, Luke!
- Você conhece o manobrista? – Laura disse incrédula.
- Na verdade conhecemos o dono. – Marco ria satisfeito.
- Ninguém merece! Vocês são dois patifes! – Laura bateu de leve no braço dos dois. – E eu preocupada, quase morri de preocupação!
- Bem-vinda aos negócios da família Vieira – Luiz disse irônico.
- Vocês são donos deste parque? – a boca de Laura abria e fechava surpresa. - Futuramente, por enquanto está sob a guarda de uma Diretoria temporária até nossa maior idade – Marco disse entristecido – eu dou a minha parte, isso aqui será todo seu. - Vai desistir, maninho... E me deixar tudo de mão beijada? – Luiz fitou Laura com um sorriso enigmático – olha que eu não dispenso. - Do que vocês estão falando? – Laura se sentia entre a cruz e a espada. - Dessa vez não – Marco fitou o irmão sério – isso não está na lista de doações. - Ei! Eu estou aqui... Afinal, que conversa é essa? – Laura disse incomodada. - Nada, Laura! Eu só estou dando uma cutucada para o mano não se fazer de vítima, ele adora fazer chantagem emocional e eu estou lembrando o Marco, que isso não funciona mais comigo. - Ah! Que é isso... Não vamos brigar, né? Para onde iremos agora? - Pelo jeito deu certo! Tenho um protetor – Marco voltou a sorrir – você me protege contra esse demônio? - O demônio vai estar com olhar assassino, se vocês não tirarem o traseiro desse vagão agora. Laura riu saindo do vagão e ajudou Luiz a retirar o Marco do vagão. - Já que o parque é da família... Eu quero andar em tudo. - Criamos um monstro consumidor. – Marco riu – Nem assumimos e você já quer nos deixar na falência? - Tem certeza que quer ver tudo? – Luiz levantou a sobrancelha. - Aham! – Laura fez cara de anjo. - Então, vamos! À tarde é muito curta para ver tudo. – Marco movimentou sua cadeira de rodas. Laura e Luiz caminharam lado a lado atrás de Marco para passarem o resto do tempo junto, sem que nada interferisse em seu divertimento, nenhuma preocupação com destino inviolável de suas vidas por um dia.
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