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Acordei com minha cabeça latejando, olhei em volta e estava em um quartinho. Deitada em uma mesa e minhas costas doíam, senti um cheiro bom, minha barriga roncou e me sentei procurando o cheiro. Olhei e vi o senhor, que veio buscar a carga mexendo em um fogão.

-Onde estou? – perguntei e minha voz saiu rouca.

-Estamos dentro do galpão. – respondeu seco – Quando foi a ultima vez que você comeu? – perguntou se virando e colocando uma panela encima da mesa, em um suporte. Na mesa tinha uma jarra de suco e mais duas panelas.

-Não me lembro. – respondi colocando a mão no estomago e sentindo minha barriga roncar.

-Venha preparei uma coisa pra você. – me levantei meio torta e me alonguei.

-Obrigada! E como o senhor chama? – perguntei e me sentei à mesa. Que era simples, pequena, quadradinha e tinha duas cadeiras. Ele colocou comida no prato pra mim e o encarei.

-O que isso? – perguntei olhando para umas pedrinhas marrons.

-Feijão. – respondeu dando de ombros – Sou brasileiro.

-Ah que legal, tenho parentes no Brasil, mas não os conheço. – falei animadamente – E... Como eu como isso? – perguntei curiosamente, pegando o feijão e subindo na altura do nariz.

-Não aí não. – debochou pegando minha mão – É com a boca. Abre! – falou rindo da careta que fiz – Vai! – abri a boca e ele colocou a colher na minha boca.

-Hum... – resmunguei – Isso é bom. – disse de boca cheia e ele riu – Mas esse branquinho eu conheço é arroz! – falei como se tivesse descobrindo o mundo e ele gargalhou – Não me disse seu nome. – o encarei voltando a falar de boca cheia – Ah essa carne está ótima.

-Me chamo José. – seu nome era diferente e me peguei tentando pronunciar o nome dele corretamente – Jo-sé – repediu rindo e falei – Você me lembra muito minha filha, mas também não me falou seu nome.

-Sou Anne! – falei e terminei de comer – E obrigada por ter me ajudado, não me senti bem.

-Eu percebi Anne, mas acho que você tem que me responder umas  perguntinhas. – disse me encarando serio.

-Depois do que fez por mim, respondo tudinho. – respondi me levantando e pegando meu prato

-Por que está trabalhando para Alex Craig? – perguntou me olhando serio – Por que estava transportando algo que não sabia? Quantos anos você tem? – me mexe na cadeira e o encarei.

-Tenho 17. – respondi e ele arregalou os olhos – Alex pegou meu namorado e meus dois amigos.

-E está te ameaçando? – perguntou.

-Sim ele está me ameaçando. – respondi – Só que a situação é pior do que você pensa.

-Como assim garota? – perguntou curioso.

-Meu pai é o comandante do FBI e o meu namorado é o Justin Bieber. – ele arregalou os olhos novamente e colocou um pouco de suco pra ele.

-Seu pai trabalha no FBI. – disse calmamente e tomou um gole de suco – Mas precisamente o chefe? – perguntou e assenti – E o seu namorado é o garotinho do Baby? – sorri pela forma que identificou o Justin.

-É o garoto do Baby. – respondi olhando para minhas mãos – Agora não sei o que fazer. Alex é louco.  Eu juro não sei o que fazer.

-Vamos dar um jeito nisso. – ele falou esticando a mão e apertando a minha – Pela minha filha. – o encarei sem entender e ele se levantou pegando o telefone.

Ele conversava ao longe com alguém, não conseguia ouvir direito, desistir de ouvir a conversa e fiquei brincando com um copo que estava na mesa.

Ele voltou me encarando e se sentou novamente.

-Vou te ajudar! – olhei pra ele confusa.

-Como? – perguntei curiosa.

-Eu estava falando com um dos homens do Alex e falei que eu mesmo te levaria de volta.

-Como assim? Em que isso vai nos ajudar? – perguntei ainda sem entender.

-Vou dar um jeito de falar com seu pai. – o encarei preocupada.

-Não, não podemos. Ele vai matar o Justin se descobrir, não podemos arriscar. – falei de maneira afobada.

-Acalme-se Anne! – falou calmamente – Tenho um plano.

-Tudo bem, mas e se der algo errado? – perguntei preocupada.

-Não vai dar! – respondeu sorrindo – Tenho um plano!

-Tudo bem, pode me contar? -

-Tudo bem Anne, mas vai ter que fazer tudo da forma como vou te explicar.

-Claro. – assenti.

-Você vai passar dentro do caminhão comigo. – falou calmamente.

-Como assim? E se nos pegarem. – falei confusa.

-Acredite o problema é entrar aqui, não sair. – respondeu me encarando – Combinei com o Alex que te passaria pela fronteira. Perguntei se você fugiria e ele respondeu que você nunca faria isso.

-Claro que não meus amigos! – respondi meio irritada.

-Mas eu posso fugir e atrás da policia. – respondeu vitorioso.

-Tá maluco?

-Confie em mim Anne.

-Não pode enfiar meu pai nessa. – exclamei irritada – Já tem pessoas demais envolvidas.

-Acorda garotinha, vocês não vão sair dessa sozinhos, Alex que não vai soltar vocês quando você fizer o que ele quer.

 Ele tinha razão ele não nos soltaria. Por mais que fizesse tudo perfeitamente, estávamos em suas mãos e Justin corria perigo nas mãos dele.

-Tudo bem. Confio em você.