Primeira Canção escrita por Gaby Soares


Capítulo 12
Orfanato


Notas iniciais do capítulo

Alguém mais reparou que eu mudei de título? Foi escolhido pela minha irmãzinha, então se não gostarem aceito opinião.
Não sei se vocês vão gostar do capítulo, mas é mais uma pista da relação de Felipe e Bella. Próximo capítulo temos um bônus pra vocês... haha' Aguardem e verão!



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Bella se encontrava sentada na varanda de sua casa, sozinha, olhando o movimento das ondas e sentindo o cheiro acolhedor da maré. Fazia um friozinho agradável, enquanto o vento soprava. Olhou a praia enorme a se estender sobre seus olhos e sentiu-se em uma paz infinita. Contemplava aquilo tudo com imensa admiração e se perguntou como passou três anos de sua vida sem vir a esse lugar. Não encontrou resposta. A não ser se ela se martirizasse pensando no que perdeu. Mas agora não era hora de pensamentos depressivos, mas de mudança.

Era quinta feira, ela estava sem nada pra fazer. Alice e Edward tinham algo misterioso pra resolver, e ela achou melhor não interferir. Charlie e Felipe haviam saído para um passeio em família e havia abandonado ali, sozinha. Entrou para a sala de sua casa e olhou para o celular em cima da escrivaninha. Teve uma idéia.

Há alguns anos seu pai a levou um lugar, na época não tinha tanta importância, mas agora, parecia que a única coisa que necessitava no momento era disso. Pegou o celular e a carteira, a bolsa e um casaco. Saiu pela porta em disparada, andando a passos largos até chegar à praia. Caminhou pelo calçadão sem preocupação, os pés um na frente do outro, alinhados e desleixados. Sentia seus cabelos voarem ao vento e imaginava como seria a desordem em que se encontravam, riu com isso.

Enfim chegou. Tocou o interfone e foi atendida por uma mulher de voz serena. Ela autorizou a passagem e foi buscá-la no portão cinza escuro. Bella já sabia o quarto que queria ir. O berçário. Adorava crianças pequenas, de colo, e sabia que aqui elas precisavam de atenção e cuidado e Bella tinha tempo e paciência para dar isso a elas.  Adentrou o quarto sob supervisão da mulher, que descobriu se chamar Amélia enquanto caminhavam juntas.

– Sinto muito, o horário de visitas já está quase acabando. A senhorita tem apenas meia hora. Desculpe, eu me esqueci seu nome. – ela disse com educação.

–Isabella, Isabella Swan. – ela disse olhando para uma menininha morena que se esticava no berço a encarando com atenção. – tudo bem, trinta minutos pra mim está ótimo.

Ela caminhou em direção à menina. Ela possuía um atrativo especial, era morena de cabelos cacheados e pretos, possuía olhos grandes e atentos, a boca carnuda e rosada. Estendeu os braços para a criança. Seus olhares se cruzaram por um momento enquanto a mulher falava:

– Não se incomode com ela. Beatriz geralmente não vai com ninguém. É uma garota linda, mas geralmente é muito fechada. Deixou de ser adotada três vezes por isso...

A voz da mulher foi sumindo, adquirindo um tom distante enquanto Bella sentia o corpo da menininha se emoldurar no seu. Beatriz sorriu abertamente pra ela e mexeu um pouco em seu cabelo solto, ajeitando-os atrás da orelha. Ela era inteligente, Bella pensou.

– eu poderia dar um volta com ela? – Bella perguntou para Amélia, que encaravam as duas pasmas.

–claro, quer que eu mostre o caminho?

–não, tudo bem. Eu conheço a área aqui.

Mexeu com as mãozinhas miúdas de Bia, e falou algumas coisas banais enquanto a carregava até o pátio do orfanato. As paredes dli eram todas cinzas, e remetiam a tristeza da vida de todas as crianças que estavam ali. Algumas garotas brincavam nos parquinhos, pareciam ter três ou quatro anos, e mantinham um sorriso lindo no rosto. Outras adolescentes se concentravam nos banquinhos que tinham debaixo de algumas arvores, pareciam ler algumas coisas. Na ultima vez que tinha vindo aqui conversou com uma menina que tinha mais ou menos a idade delas, Maria – que era o nome da garota – a disse que ela passava a maior parte da sua tarde ajudando as mulheres da limpeza e da cozinha (por livre e espontânea vontade) ou lendo. Ela queria ser uma pessoa na vida, e poder em algum momento voltar aqui e adotar uma criança, para dar a ela tudo o que ela não teve. Naquela época, tudo que Maria disse foi sem sentido. Mas agora, parecia que tudo se encaixava com perfeição.

Sentou com Bia no colo em um ressalto perto do parquinho. Colocou-a bem à sua frente, e brincou um pouco com ela. Beatriz parecia não conseguir por fim as risadas, o tom melodioso da sua voz chamava a atenção de algumas mulheres que passavam por ali. Parecia uma surpresa aquela garotinha ter um bom relacionamento com alguém. Uma menininha de três ou quatro anos parou bem à frente de Bella, chamando sua atenção. Vestia um vestidinho branco e velho, e carregava uma boneca de pano, com vestido cor de rosa.

–Oi – ela disse – como você se chama?  – ela se balançava de um lado pro outro com as mãos em frente ao corpo.

–meu nome é Bella, e o seu?

–Rafaela. Você vai adotar a Bia? – Bella se sentiu desconcertada com a pergunta. Mas respondeu a verdade hesitando um pouco.

– não. Mas ela é uma menina linda, não acha? – ela disse levantando Beatriz e brincando um pouco com seus pezinhos miúdos.

–sim... acho que é... Quer brincar com nós? Temos algumas bonecas...

Bia e Bella se levantaram, e a morena começou a seguir Rafaela com a menorzinha no colo. Passaram o resto dos momentos de Bella ali, sentados em um tapete amarelado no chão da recepção. Havia mais algumas meninas ali, e os meninos brincavam de bola por perto. Há muito tempo nossa protagonista não se sentia tão feliz.

(~)(~)(~)

Se despediu das crianças com pesar e se dirigiu à saída. No mural, havia um papel cor de rosa pregado em um lugar muito visível.

“Precisa-se de voluntários”

A decisão estava tomada. Deu meia volta e parou no balcão. Fez sua inscrição. Começaria de manhã. 


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Notas finais do capítulo

Estava pensando em encurtar a história. Estou ficando sem tempo pra postar, e isso está me matando. To tendo provas com mais frequência, to começando o vôlei e os cursos. O que acham meninas?!
Abraços,
até o próximo!



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