Confusões e Confissões por Ino Yamanaka escrita por -thais-estrela-


Capítulo 1
Sem Sakura, sem Sasuke e sem sorvete


Notas iniciais do capítulo

Capítulo betado.



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Meu único e eterno amor, já me foi tomado pela minha melhor amiga. Sasuke Uchiha sempre me foi e sempre me será apenas um amor platônico, apenas uma esperança, apenas um sonho. Não consigo tirá-lo da cabeça.

A única pessoa que sabe deste meu sentimento é Sabaku no Gaara, meu melhor amigo, meu confidente, meu anjo da guarda.

Convivo assim há quase três anos. Já estava acostumada com a rotina de chorar pelos cantos, ou no ombro de Gaara, mas ultimamente as coisas têm mudado.

Você não está entendendo nada, não é? Não te culpo, sou complicada assim mesmo. Mas, para lhe situar e entender melhor minha estória, aqui vão alguns dados que podem lhe ser úteis.

Sou Yamanaka Ino, loira, 1,62m (eu acho), olhos azuis, branca (para não dizer pálida/anêmica/amarela), com 15 anos, divertida, simpática, perfumada e muito bonita (sem falar da minha imensa humildade). Sem mãe e sem pai, quer dizer, Inoshi Yamanaka é o meu pai, dono de uma empresa de paisagismo e jardins que está começando a prosprerar, mas vive trabalhando e fazendo viagens a negócios. Curso o 2º ano do ensino médio no Konoha High School – nomezinho de merda né? – e sou bem conhecida por ali por participar do clube de teatro.

Apresentações feitas, acho melhor começar a lhes contar o que aconteceu desde que o idiota do Naruto caiu da escada pela milésima vez.

Era um dia normal e super entediante na escola. Não haveria ensaio do teatro, era terça-feira e os quatro primeiros horários eram de Química e Matemática. Quem merece um castigo desses?

Saí correndo, rápida como uma bala ao se disparar o gatilho de um revólver, para fora da sala quando a campainha tocou, tinha que desintoxicar minha mente de cálculos estequiométricos. Pena que o Naruto também pensava assim. Ele estava tão desesperado que esbarrou em mim e saiu rebolando escada abaixo. O idiota não se conteve em cair sozinho, solidário como só ele consegue ser, levou Tenten e Sakura, consigo, ao chão. A Mitsashi saiu ilesa, mas Sakura teve que ser carregada até a enfermaria. Ayame, a enfermeira, deu uma pílula laranja pra ela e disse que era melhor voltar para casa e descansar, já que seu tornozelo esquerdo estava dolorido, mas saldável. Sasuke conseguiu uma autorização para levá-la para casa, diferente de mim, que, mesmo implorando à diretora, consegui apenas um “você não vai perder aula de forma alguma” de Tsunade. Eu adoro aquela peituda, mas às vezes ela me dá nos nervos!

Inconformada, tentei me consolar com um grande sorvete de morango e, assim, preencher o resto de intervalo que me restara. Fui para baixo de uma ameixeira, onde eu sempre fico com meus amigos na escola.

– Sorvete de morango de novo? Você não se cansa disso Ino? – tinha de ser o travesti Shikamaru. Creio que Kami-sama deu tanto sarcasmo e ignorância pra ele que se esqueceu de dar disposição. Só pode! Como alguém pode ser tão preguiçoso?

– Não enche, Tia Shika – Ele sempre rosnava quando eu o chamava assim.

– Ele tem razão, Ino, e não é só sorvete, mas também biscoito, fruta, suco, picolé, batom e até o seu caderno é da Moranguinho! – Tenten disse enumerando com os dedos.

– É, fazer o quê? É o meu sabor de estimação – respondi dando um sorrisinho bobo.

– De estimação? Então me deixa levar ele pra passear – Gaara fez questão de me roubar o sorvete. Corri tanto, tanto, mas tanto, tentando pegar o Tito (o sorvete é de estimação lembra?) que comecei a sentir câimbras nas panturrilhas. Ele era um corredor nato! Parecíamos o lebro e a jabutia. Tive que desistir e voltei para a de baixo da ameixeira.

Depois de uns dois minutos, o lebro me devolveu a ponta do que um dia foi uma crocante e deliciosa casquinha de sorvete. Olhei pra ele com um olhar mortal; se eu fosse o Super-man, tinha queimado aquela cabecinha de fósforo em menos de meio segundo.

– Sabaku no Gaara, o senhor me deve um sorvete de morango e um par de pernas novas – eu disse com as mãos na cintura e balançando o pescoço.

– Yamanaka Ino, a senhorita me deve desculpas, pois vive dizendo que está gorda e eu lhe fiz o favor de perder muitas calorias. – aquele pica-pau estava na mesma posição que eu e ainda tentava imitar a minha voz. Quer dizer que além de roubar o pobre Tito ele ainda queria a minha pose e a minha voz? Isso já era demais. A pior parte era ver que os outros estavam rindo da nossa cena, foi aí que me dei conta do quão ridículo era tudo aquilo e ri também. Por um instante, consegui tirar a preocupação com Sakura da minha mente.

TRIIIIIIIIIIIIIIMMMMMM

Existe coisa mais chata e irritante do que uma campainha de escola? Sim, existe. Sabe quando você está com uma insônia desgraçada e faz de tudo pra dormir, daí, lá para as três da madruga, o sono vem e, quando você está fechando os olhinhos, um grilinho dos infernos começa a agitar as pernas e fazer uma sinfonia? Ou então quando alguém mastiga chiclete de boca aberta no seu lado. Ou quando um pirralhinho fica fazendo um monte de porquês. Ou quando... FOCO INO!

Andamos todos em direção às suas respectivas salas, quando me aproximei de Gaara, peguei seu pulso e disse:

– Estou brava com você. Que isso fique bem claro.

Ele apenas me respondeu com um olhar que dizia “é o que nós vamos ver” e entrou, com a cara mais lavada do mundo. Estava tramando algo, conheço aquele pica-pau.

Era aula de Japonês, o que é igual à aula do professor Gai, que é igual a três horários de pura “encheção” de saco entre ele e o sobrancelhudo do Rock Lee, sua cópia mal feita, onde ficam dizendo um para o outro o quanto que eles são ridículos. Terça-feira é o pior dia escolar!

Como sempre, Gai escreveu mais de cem milhões de palavras naquele quadro branco e Rock Lee teve de que terminar de copiar primeiro que todos. Nunca vi alguém tão rápido. Sempre acreditei na teoria de que ele toma setenta e cinco xícaras de café com vinte colheres de açúcar cada antes de vir para a escola. Garotinho agitado aquele!

Esses foram os cento e trinta minutos mais longos da minha vida! Só Deus sabe o quanto era chato. Depois disso, Kurenai nos trouxe um filme.

Dessa vez foi uma animação japonesa: A viagem de Chihiro. Um filme ótimo, que eu já havia assistido uma vez, na casa da Temari, por isso aproveitei para ficar escrevendo o script da próxima peça: algo sobre Naruto ser um ninja e, ao mesmo tempo, um monstro com nove caudas de algum bicho que eu ainda vou decidir qual vai ser, talvez de guaxinim. Ideia louca, eu sei! Talvez não fizesse sucesso nem em mangá.

Entre minhas anotações e ideias malucas, eis que surge uma bolinha de papel. Era o Gaara querendo se redimir.

“G: Ainda estamos brigados?

I: Claro! O que te faz pensar que não?

G: É uma pena, tinha uma coisinha para te contar. Mas como ainda estamos sem nos falar, creio que devo achar outra pessoa para isso.

I: Isso é chantagem! Fala logo e eu te desculpo!

G: Curiosa você, não? Desculpe-me primeiro para saber das coisas depois.

I: Ok, você venceu. Sabe como eu odeio quando não sei das coisas... Agora me conte o que aconteceu porque eu estou tento um ataque de nervos!

G: Nada não. :P

I: MENTIROSO! Não fale comigo seu pica-pau chato!”

Esse era seu jeito de pedir perdão. O ruivo era imensamente orgulhoso, mas eu conseguia ser mais e não me daria por vencida facilmente depois do vexame que ele me fez passar. Sonolenta e rezando para ir embora, recebo outra bolinha de papel e uma nova conversa começara. Era o Kankuro desta vez:

K: Ainda está magoada com o meu irmão?

I: Sim, mas isso não lhe diz respeito, a menos que você queira defender o maninho. Tá cheirando cola? Te doparam? Vocês dois são piores que cão e gato.

K: Eu só queria te convidar para assistir um filme lá em hoje. Mas acho que você não vai, já que eu e meu irmão dormimos sob o mesmo teto.

I: Não ligo para isso, é você quem está me convidando, não ele. A lém da temari, quem mais vai estar lá?

K: Todo mundo: Matsuri e o resto. Só não consegui falar com a Sakura e nem com o Sasuke, os telefones deles só chamam.”

Foi aí que percebi a ausência do Uchiha (aquele lindo Deus Grego do Egito antigo). Era estranho assistir a um filme sem ter uma certa cabeleira rosa me perguntando o porquê do título ser aquele, ou porque o pai da menina usa calças, ou porque ele gosta de comer arroz, ou outras coisas que só a Sakura sabe perguntar; mas ela tinha um motivo para não estar ali: um tornozelo inchado. E ele? Sasuke não tinha razões para não ter voltado ainda, já que tinha autorização apenas para leva-la para casa e depois voltar. Talvez estivesse apenas cabulando aula, o que não era tão incomum, mas ainda sentia algo que me dizia que havia algo acontecendo.

Liguei para o meu amado secreto lindo de morrer, mas não tive sucesso. Mandei mensagem para Sakura e nada de resposta. ”Será que eles morreram?” – pensei. Um flash passou por mim e minha malvada e maliciosa mente criou uma imagem aterrorizante. Era um beijo, era rosa, era negro, era... SasuSaku?! Estremeci. Não podia deixar aquilo acontecer, se aqueles dois ficassem juntos, eu não poderia ser feliz nunca!


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