– Sabe de uma coisa?

– O que?

– Eu acho que amo você... - para Rudy, aquelas palavras soaram como música. Até que Liesel se jogou em seu pescoço e o beijou.

– Eu te amo, Saukerl!

– Eu também te amo... Saumensch!

Ah o amor!... É uma coisa tão linda... Um amor assim como o de Liesel e Rudy era tão verdadeiro que chegava a ser surreal.

- Você me ama muito ou pouco? - perguntou Liesel pela milésima vez. Ela estava deitada, com a cabeça no colo de Rudy, e ele acariciava seus cabelos. Os dois estavam no Amper e aos poucos começava a escurecer. Depois de finalmente admitirem o que sentiam um pelo outro, agora nenhum dos dois se lembrava de que seus pais deviam estar preocupados.

- Eu te amo muito, Lis. E você, me ama muito ou pouco?

Ela suspirou.

- Não sei... Ainda não me decidi. Será que vale a pena amar muito um Saukerl imbecil como você? - ela riu.

- Engraçadinha...

- Eu te amo muito, Saukerl... - então Liesel beijou Rudy com doçura. Depois que os dois se beijaram pela primeira vez, agora virara um hábito se beijarem de cinco em cinco minutos. - Que será que nossos pais vão dizer depois que souberem?

- Eles provavelmente já devem imaginar... Mas acho que vão ficar muito felizes. Já não era sem tempo, Saumench... Até que enfim você adimitiu que me ama.

- Acho que já fazia tempo que eu sentia isso... Sabe... Desde que nos conhecemos...

- Desde que nos conhecemos... E isso me lembra que todas as vezes em que te pedi um beijo você me negou. Agora vai ter que pagar por todas essas vezes. - Rudy começou a beijar Liesel e ela ria.

- Pare, Saukerl! - ela disse se livrando dos braços de Rudy e se levantando. - Temos que ir pra casa...

Ele também se levantou, triste por ter que se separar de Liesel. Dali a dois dias estaria voltando para Nova Iorque e pensar que ficaria longe de Liesel cortava seu coração.

- O que foi? - perguntou Liesel ao ver a expressão triste no rosto do amigo.

- Eu preciso voltar para Nova Iorque. Preciso terminar meus estudos. Não vou aguentar ficar sem você...

- E nem eu vou aguentar ficar sem você... Não demore muito, Saukerl... - eles se abraçaram. - Eu vou esperar por você, mas nem pense em se apaixonar por outra garota! - ela ameaçou e Rudy riu.

- Você é a única para mim, Lis. Eu nunca me apaixonaria por outra. A menos que fosse uma outra versão sua, em um mundo paralelo ao nosso...

- Awn... Você é tão fofo!

- Você não pensava assim há duas horas atrás, não é? - riu Rudy. Ele estava adorando os elogios de Liesel. No fundo, ele gostava de saber que era um fofo, inteligente, romântico... Liesel lhe dissera isso nas últimas duas horas em que passaram namorando no Amper.

- Claro que eu pensava. Sempre pensei isso... mesmo nas horas em que você era extremamente irritante...

Os dois começaram a caminhar de volta para casa. Felizes por finalmente terem se acertado... O destino fez um bom trabalho!

Assim que Liesel abriu a porta, Ilsa já sabia que algo de muito bom lhe acontecera.

- Viu passarinho verde, Liesel? Que felicidade é essa?

- Ah... Estou tão feliz, mamãe... tão feliz... - Liesel começou a dançar pela casa afora.

- O nome dessa felicidade é Rudolf Steneir?

Subitamente, Liesel parou de dançar. Olhou a mãe com seriedade.

- Rudolf Steiner? - ela suspirou - Por mim pode ter qualquer nome... - ela recomeçou a dançar - Qualquer nome, mamãe... Rudolf, Rudy, Saukerl... amor...

Ilsa riu, satisfeita.

- Até que enfim! Temos que anunciar para todo mundo ouvir. Liesel e Rudy se amam! Liesel e Rudy se amam!

O prefeito apareceu na sala, atraído pelo estardalhaço que Ilsa estava fazendo.

- O que está acontecendo?

- Conte a ele, Liesel... Conte a ele o quanto você e Rudy se amam...

- Mamãe, francamente... Não precisa de todo esse escândalo... Mas sim... Rudy e eu nos amamos... Estamos apaixonados... - ela suspirou.

Realmente, nada mais poderia alegrar os Hermann do que esta notícia. Da mesma forma, os pais de Rudy não cabiam em si de contentamento.

Mas será mesmo que Rudy e Liesel poderiam ficar juntos? O destino os unira novamente, mas será que a Vida faria com que fossem felizes até o fim? Ou melhor, será que a Morte estaria tão perto deles que os separaria novamente?....