- Pai, fique aqui sob custódia, preciso certificar-me que você ficará bem.

- Eu vou ficar, Kaito, eu lhe prometo.

- Ótimo, confio em suas palavras.

Os 10 (Miku, Kaito, Meiko, Luka, Gakupo, Sora, Ted, Rin, Teto e Len) iniciaram sua busca até Pietro. Eles se dividiram em 5 grupos para começarem a procura:

Len, Rin e Sora iriam procurar no centro do reino, onde estava situado o vilarejo, onde a população morava.

Kaito e Miku foram até o Norte, onde estavam as plantações, nas quais os camponeses trabalhavam na agricultura.

Meiko foi sozinha procurar no Leste, onde situavam-se algumas ruínas antigas.

Gakupo e Luka foram até o Oeste, em uma floresta escura e sombria ( a mesma em que Gakupo quase fora assassinado com uma flecha no tórax ).

E, para finalizar, Ted e Teto foram para o Sul, onde localizava-se o castelo.

Todos se separaram e foram procurar Pietro, cada grupo para um lado.

- Miku... - começou Kaito, abraçando-a por trás - Você não me ama mais, né? Sinto muito por ter te beijado...

- Tudo bem, eu não tenho mais sentimentos por quem nunca os considerou. - disse ela, saindo de seus braços.

- Escute...

- Kaito, podemos ser... Amigos? - a camponesa abriu um sorriso.

- Como quiser. - ele disse devolvendo o sorriso. - Mas... Me desculpe, eu fui um tremendo idiota e estava cego demais para ver que eu estava prejudicando as pessoas que eu mais gosto nesse mundo. Além de estar me prejudicando também.

- Vejo que você reconheceu seus erros, fico feliz por isso. Aliás, esse não foi o único motivo de eu não gostar mais de você... É que... Eu gosto de uma outra pessoa...

Kaito arregalara os olhos.

- Bom, esquece...

- Pode contar. Não vou ficar chateado.

- Se insiste... Sabe aqueles gêmeos primos da princesa Luka?

- Sim.

- Então... Eu acho que estou sentindo algo por aquele garoto loiro...

Enquanto isso, Len, Rin e Sora estavam procurando por Pietro no meio da cidade. Rin revirou latas de lixo, procurou nos cantos mais escuros e pequenos pelo fugitivo. Len passou educadamente de casa em casa, revirando todos os móveis, muitas vezes, deixando os moradores irritados com suas ações. Uma mulher chegou a jogar um rolo de macarrão na cabeça do garoto! Mas errou feio seu alvo.

Sora passara pelo pequeno mercado dali, onde o comércio dos camponeses fazia seu negócio lucrar, vendendo frutas, legumes, carnes e até galinhas e porcos vivos!

- Já o encontraram? - perguntara Rin para Len e Sora.

- Ainda não.

- Nessas condições nem tem como, tem muito movimento aqui. - disse Sora.

- Continuaremos nossa procura! Pelo menos eu não vou desistir até encontrar esse desgraçado! - disse Rin, encorajada.

Sora sorriu.

Meiko procurava Pietro sozinha entre as ruínas, com sua espada prateada, detalhada com vermelho-sangue, feita pelo melhor da região. " Se ele estiver atrás de mim, não terei ninguém para me proteger na retaguarda... Não devia ter concordado em vir sozinha... Além disso, o Kaito pensa que eu não sei do romancezinho dele e daquela camponesa... Que pena, eu realmente gostava dele. " ela pensou consigo mesma.

Ao ouvir um barulho nos arbustos, ela rapidamente se virou, logo a figura que estara atrás dele saira dali. Era só um coelho.

- Ah, coelhos... - a princesa bufou.

Enquanto Meiko revirava os olhos e ficava pensando o quão idiota ela foi em ter medo de um pequenino coelho, Ted e Teto procuravam Pietro por todo o castelo, o lugar em que ele mais poderia estar, afinal, o objetivo dele era matar o rei, e no castelo ele teria muitos esconderijos para ficar. Além de passagens secretas que nem mesmo Kaito as conhecia. A barriga de Ted roncava e, sempre quando isso acontecia, Teto ria da cara de seu irmão.

Por mais que a situação fosse séria, Kasane mantinha um sorriso estampado em seu rosto.

- Não acredito que me apaixonei por minha própria irmã...

Ao dizer isso, Ted corava levemente.

Teto deu um beijo em seu rosto.

- Fico feliz em ter um irmão como você! - ela disse em um tom de tanta felicidade, que fazia Ted abrir um sorriso também. Mas não era o sorriso nervoso ou tímido que ele costumava dar. Era um sorriso de felicidade verdadeira, um sorriso que só é aberto quando uma pessoa está realmente sentindo isso.

- Esse Pietro... Vou me vingar dele quando encontrá-lo... Separou-me de você quando éramos ainda bebês! E agora que descobri que sou um príncipe e você uma princesa...

- Vingança não levará a nada além da destruição de duas pessoas: a pessoa que você quer se vingar e à você mesmo!

Ted fica quieto por alguns segundos.

- Mudando de assunto, você é uma princesa agora, ou melhor, sempre foi, não é mesmo? Então... terá de se casar com um príncipe.

- É...

- E você gosta de alguém?

- Claro que gosto!

- E quem seria?

- Eu gosto de você, meu irmãozinho! - Kasane ri, agarrando o braço de Ted, que corava mais ainda.

Teto e Ted riram, os dois dirigiram-se ao porão do castelo, onde era escuro e úmido, com um calabouço velho.

- Acha que Pietro poderia estar aqui? - perguntou Teto, seriamente.

- Talvez - riu alguém, fechando a única entrada do porão, era Pietro, que trancara a porta do porão mais que rapidamente, deixando os irmãos trancados e sozinhos naquela escuridão.

- Não! Bastardo! - gritou Ted, batendo com força na porta com a intenção de botá-la à baixo.

- Assim que eu estiver liderando este lugar, poderei soltá-los, até lá, rezem para que eu não mate seus amigos.

- Não! A Miku e o Kaito não! - gritou Kasane.

- Adeus, gêmeos da realeza. - disse Pietro, rindo maléficamente.

Kasane engoliu em seco, forçou para não chorar, pois sabia que podia perder dois amigos preciosos seus.

- Calma, Kasane, vamos sair dessa juntos. Eu prometo. - disse Ted, confortando a irmã em seus braços.

Luka e Gakupo suavam frio, ficavam ambos arrepiados ao entrarem na floresta escura, a mesma na qual Gakupo levara a flechada em seu tórax.

- Gakupo... Está realmente se sentindo melhor? - perguntara Luka, com olhar de preocupação para o guerreiro.

- Nunca estive tão bem em toda minha vida. - ele respondeu.

- Mas... Como você se sentiu melhor tão rapidamente?

- Você me deu as forças necessárias para curar minha ferida.

- Que frase profunda.

- Mas é verdade, princesa, além disso... Foi isso que me ajudou mais ainda. - Ele disse ao aproximar seu rosto do dela lento e cautelosamente.

Gakupo a beijou. Provavelmente fora um dos melhores beijos que Luka já recebera, um beijo suave, que durara um bom tempo.

- Gakupo... Eu li o seu diário. No princípio, não suspeitava que você sentia tudo aquilo por... - antes que terminasse a frase, Gakupo pôs o dedo na frente de sua boca.

- Não sentia. Ainda sinto. - ele sorri ao corrigir a frase da garota.

- Ora, ora, pensava que princesas não podiam se apaixonar por... Guerreiros - diz Pietro, que ali se revela, encostado em uma árvore.

- Pietro! - os dois exclamam.

- Não sabia que vocês realmente se surpreenderiam com minha visita. Gostaram da surpresa?

- Não use esse tom sarcástico comigo! - gritou Gakupo.

- Desculpe, não quis irritá-lo. - disse ele em um tom de brincadeira.

Gakupo pegou sua espada e atacou Pietro, com intenção de decapitá-lo na hora, mas errou seu alvo, acertando em cheio em uma árvore. Pietro também tirou sua espada e lutou com Gakupo, Luka não sabia o que fazer naquela hora, estava ali, só olhando desesperadamente para os dois lutando um contra o outro.

Ela correu floresta adentro, em busca de algo que pudesse ajudar Gakupo, ela ainda não tinha nenhuma ideia em mente, mas qualquer ajuda seria ótima em uma hora como aquela.

Ela olhou para um galho grosso e comprido que estava no chão, sem pensar duas vezes, ela o pegou e levou até onde Pietro e Gakupo estavam.

- Princesa, afaste-se! - gritou Gakupo, que por um instante mínimo olhou para ela, tentando se concentrar na luta.

Pietro começou a entrar no desespero, dois contra um seria demais para lutar contra somente ele. E ele sabia que estava correndo grande risco de morte.

Luka foi para trás dele, atingindo-o em cheio na nuca, sem ele notar. Logo, Pietro já estara estirado no chão, desacordado.

Gakupo estava ofegante, mal conseguia respirar direito.

- Você está bem? - perguntou Luka, abraçando-o.

Gakupo solta um pequeno urro de dor.

- Meu ferimento...

- Ah, desculpe! - Luka se afastou.

- Tudo bem.

- Devo arrastar Pietro até o castelo e chamar os outros?

- Não precisa, princesa, deixe que eu faço isso.

- Não precisa me chamar de princesa... Se for assim, você é meu príncipe. - Luka estampa um sorriso em seu rosto.

- Mas... Eu não tenho carruagens, nem um castelo, nem mesmo sou da realeza.

- Bobo. Para ser um príncipe não precisa ser da realeza, e sim, ter uma pequena grande coisa chamada amor.

- Talvez esteja certa. - ele sorri.

Assim, Luka literalmente arrastou Pietro até o castelo, onde guardas supervisionavam ele, Luka fora procurar Teto e Ted no castelo, assim que ouvira os gritos de Kasane, foi correndo libertar os dois. Len, Rin, Sora, Meiko, Miku e Kaito voltaram também para o castelo após o chamado da princesa Luka.

- O que devemos fazer com ele? - perguntou Luka.

- Posso esmurrá-lo por inteiro?? - perguntou Rin, estalando os dedos.

- Devemos matá-lo? - perguntou Ted.

Kaito ficou pensativo, era sua decisão que mais valia, afinal, Pietro era seu criado mais confiável, até todos descobrirem que ele era um tremendo farsante.

- Mudando um pouco de assunto... Kaito e Luka ainda estão em guerra? - perguntou Kasane, em um tom de preocupação.

Gakupo, Luka, Kaito e Meiko se entreolharam, confusos.

- Por favor... Agora que estávamos todos se dando tão bem, não vamos voltar a ter um conflito justo agora, não é mesmo?

- Eu apoio a Kasane! - disse Luka, dando a mão para a garota, como se estivesse fazendo uma "união" com ela.

As duas sorriram uma para outra.

- Eu apoio ela também. - disse Miku.

- Não podemos continuar desse jeito, eu mesma fui uma idiota dando essa ideia de guerra... - Meiko admitiu.

- Se minha irmã está dizendo, eu a apoio. - afirmou Ted.

Logo, só faltava Kaito e Gakupo concordarem. Eles se entreolhavam, confusos em relação às suas decisões.

- Eu estou honrado em me unir ao Sir. Gakupo - disse Kaito, curvando-se diante do guerreiro.

- Eu também. - concordou Gakupo.

Todos comemoraram, mas logo, voltaram à decisão de matar Pietro ou não.

- Sora, acorde Pietro, mas não deixe que ele fuja.

Sora obedeceu à ordem de Gakupo, acordou Pietro, que se mostrava em uma expressão de raiva, encarando a todos com seu olhar assassino, Sora segurou seus braços por trás, de forma que Pietro ficasse imobilizado.

- Vocês... - sussurrou Pietro, trincando os dentes.

- Estamos tentando fazer uma justiça aqui. - completou Gakupo, que erguia sua espada para o alto, mirando no pescoço de Pietro.

- Espere, Sir Gakupo. - chamou Kaito - É meu dever fazer isto. Daria-me a honra de matá-lo? Por favor.

- Claro... - disse Gakupo, dando sua espada ao príncipe.

Kaito erguera sua espada para o alto e olhava Pietro mais uma vez em seus olhos.

- Kaito, você é e sempre foi um grande garoto.

- Não encha linguiça! - disse Kaito, com raiva, mas ainda sem conseguir decaptar Pietro. Ele mal conseguira se mover.

- Está certo, ao contrário de mim, você sempre foi um bom garoto, sempre seja assim... Agora eu reconheço meus erros, você só tem uma personalidade grosseira e horrível em uma parte de seu coração por minha causa, nunca fui bondoso o suficiente com você e assim você aprendeu a ter uma pequena personalidade maldosa. Eu ensinei você a ser mau. Me perdoe.

- Não o ouça, arranca logo a cabeça dele de uma vez! - gritou Rin.

- Não o escute, Kaito! - gritou Meiko.

- Príncipe Kaito... Sempre seja uma pessoa bondosa, aquela que você sempre foi, não a que eu te ensinei a ser, e sim a que você realmente é. Você é uma pessoa boa. - lágrimas escorriam dos olhos de Pietro. - Você foi... como um filho para mim. Nunca pense que eu o odiava de verdade.

Sem perceber, após aquelas últimas palavras, Kaito abrira os olhos e vira que já havia decaptado Pietro.

Todos ficaram em silêncio e cabisbaixos por um longo tempo.

- Meu filho, você fez o que era certo. - disse o pai de Kaito, colocando sua mão no ombro do filho.

- Obrigado... Eu acho.

- Ei, Kaito, tenho uma confissão a lhe fazer. - disse Meiko.

- E que confissão seria esta? - perguntou Kaito.

- Bom, eu realmente acho que, se você não gosta de mim, nós deveríamos nos separar. Podemos ser amigos? - Meiko perguntou, com um doce sorriso em seu rosto, estendendo sua mão em direção da de Kaito, apertando-a gentilmente. - Eu também não sinto nada por você.

- É verdade? Digo... Isto seria... Um divórcio?

- Sim, é tudo verdade.

O rei e seu filho se entreolharam, surpresos.

- Mas, se o príncipe Kaito não ficar com a princesa Meiko... Ele não tem outra alternativa a não ser a princesa Luka... - disse Rin, desapontada.

- Na verdade, bem... - Kaito começou, olhando para Miku e em seguida, foi até bem à frente de sua amiga Kasane. - Kasane é uma princesa, certo?

Todos ficaram confusos.

- Kasane, só queria lhe dizer que, durante todo esse tempo, nunca estive em indecisão em relação à escolha entre a princesa Luka e a Meiko, muito menos entre Miku e Meiko... Eu gostava da Miku, mas, estava indeciso à respeito de uma pessoa... Você.

Todos ficam boquiabertos.

- Espera um pouco, então, quer dizer que você gostava da Teto esse tempo todo? E não da princesa Meiko?? - perguntou Miku, curiosa. - Mas espera, Kasane... Você me disse que não gostava do príncipe Kaito...

- Eu menti! Só não disse que gostava dele para você porque não queria te magoar, além disso, queria que você e ele ficassem juntos... - Kasane confessou. - Está chateada comigo?

- Claro que não. Estou muito feliz em saber que vocês dois se gostam, afinal, teremos um casamento a favor dos dois noivos, certo?

Kasane olhou para Kaito no fundo de seus olhos azuis e sorriu, Kaito fez o mesmo, sorrindo docemente para Kasane, que, agora, era muito mais do que sua amiga.

- Esperem! Deixem-me aproveitar e fazer minha confissão.

Todos olharam para a princesa Luka.

- Bom... Eu e Gakupo... Estamos juntos.

- Sério?? - perguntaram todos em coro.

- Acho que sim, né? - Luka olhou para Gakupo, que a segurava pela cintura e a trazia para mais perto dele.

- Sim.

- Mas espere, Gakupo é um guerreiro... - começou Ted - Será que vocês podem ficar juntos?

- Já que meu pai faleceu recentemente, não tem ninguém a comandar meu reino a não ser eu, mas... Acho que não conseguirei sozinha, portanto, quero casar com quem me faz bem, além disso, Gakupo seria um ótimo rei, na minha opinião.

Todos sorriram.

- Então, quantos casamentos teremos aqui?

- 3 - respondeu Miku.

- Você contou errado... - disse Sora.

- Não contei não. Tem mais o meu, ainda por cima.

- O seu?? - Todos perguntaram em coro.

Miku virou-se para Len, caminhou em sua direção, pegou-o pela gola da camisa e aproximou seu rosto do dele, até que os dois finalmente selaram seus lábios.

Rin olhou para Sora. Ambos coraram, mas logo, ao notarem que estavam ainda se estreolhando, tossiram e fizeram cara de nojo um para o outro, ao imaginarem se beijando também.

- O que estamos esperando? Vamos organizar esses casamentos! - Meiko exclamou, animando todo mundo.