Photoshoot escrita por Yori Suzuki


Capítulo 1
O caminho do parque


Notas iniciais do capítulo

Bom, essa oneshot surgiu do nada na minha cabeça e fiquei com vontade de escrever, espero que curtam ^^
Beijos :*



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– Takashi! Sorria um pouco vai! Deixa de ser rabugento! É só uma foto! - Eu olhei para ele com o máximo de fofura que podia, para tentar convencê-lo. O que, como sempre, foi totalmente ineficiente. Esse chato!

– Não quero Yuri... Chega, vem vamos indo! Sua mãe disse pra voltarmos logo pra casa. - Ele me pegou pelo braço, quase fazendo com que minha amada câmera caísse no chão. Se caísse eu ia mandar ele comprar outra, trabalhei seis meses pra comprar. Mas tenho que admitir que fiquei feliz dele não largar minha mão depois de me tirar do lugar, ele continuou segurando, mesmo nós dois estando no meio do parque, ele andou de mãos dadas comigo. Isso é bem raro.

– Takashi...

– Que foi? - Ele disse virando seus lindos olhos profundos pra mim e me mirando por um instante.

– É... Sabe... Meu aniversário é sábado, a gente podia ir em algum lugar... Só nós dois. - É bem provável que ele vá dizer que não, e que não tem lugar pra dois meninos como nós irmos sme que nos olhem de forma estranha ou que não poderímos agir como queremos, que é melhor eu ir pra casa dele ou ir vir na minha, já que temos a sorte de não sermos desaprovados por nossas mães. Sim mães, eu e Takashi perdemos os pais, ele quando tinha 7 anos e eu quanto tinha 5, os dois no mesmo acidente de carro, eles eram melhores amigos, estávam voltando de um dia pescando. Mas isso já faz 10 anos, meio que superamos.

– Ok.

– Tudo bem eu... Quê? - Eu to com problema de audição ou ele aceitou?

– Vamos... Você quer sair né? Vamos a um restaurante então. - Ele me olhou com uma cara de que era óbviu que ele aceitaria. O que não é nada óbviu. - Eu queria mesmo te levar a algum lugar. É um dia especial.

Eu sorri de volta, não tinha o que dizer pra ele, sei lá, ele é sempre meio frio, meio travado quando falamos de nós dois, mesmo que eu saiba que ele gosta de mim, as vezes ele tem um pouco de dificuldade em demonstrar. Mas eu acho isso um pouco fofo, por que ando ele quer, sabe muito bem me surpreender.

Chegamos então a minha casa, Takashi, como super responsável que era, lembrou-se de que tínhamos saído para comprar chá, que tinha acabado. Com o que aconteceu no parque, e meu instinto voraz de fotógrafo que me fez ficar fotografando o lugar, eu quase me esqueci de comprar. Sou meio distraído.

– Tadaima! – Gritei assim que terminamos de entrar na casa e começávamos e tirar nossos sapatos.

– Okaeri! – Minha mãe nos respondeu saindo da cozinha e aparecendo no corredor. – Você demoraram muito... Takashi... Eu te falei pra não deixar o Yuri passar pelo parque, sabia que ele ia querer parar pra fotografar.

– A mãe... Que besteira. Você sabe que tudo que eu peço chorando pro Taka-chan ele faz rindo por mim! – Eu me levantei e puis meus chinelos logo sendo seguido por Takashi que me deu uma leve cotovelada.

– Aham... Vai sonhando vai... – Ele me disse com um sorriso brincalhão me puxando para o corredor. – Eu também num queria ir por lá, mas o “bonitnho” aqui saiu correndo me puxando pelo braço pra rua errada, a culpa não é minha Natsuki-san.

– Takashi! Eu te conheço desde antes de nascer, pode me chamar só de Natsuki. – Eu acho que ele não ouviu minha mãe dizer aquilo, foi logo me empurrando escada a cima. Ele gostava de ficar no meu quarto, ele dizia que tinha um cheiro tranquilizante. Eu nunca intendi isso, pra mim tem um cheiro normal. Mas ele gosta, e eu fico feliz, por que sempre que ele se sente mal vem aqui me ver. Não que ele diga que está mal, mas eu sempre sei.

– Yu... – Ele se sentou na minha cama e ficou me encarando, por fim se deitando com as mãos por trás da cabeça.

– Sim? – Eu perguntei fichando a porta e ficando parado de frente para ele lhe observando. Eu realmente adoro ficar olhando pra ele. Aliás esse foi uma das primeiras coisas que me fez perceber que eu gostava dele, sabe, eu e ele sempre fomos amigos, desde sempre, por causa dos nossos pais que eram muito amigos, então ele vivi aqui em casa e eu na casa dele, mesmo depois que nossos pais morreram, nossas mães também são amigas. Eu lembro que no começo eu achava que o amava somente como um irmão, mas as poucos foi ficando diferente, eu queria cada vez mais perto, eu sentia vontade de beijá-lo, de abraça-lo e ele era sempre quem me protegia e que me ajudava. Depois de um tempo eu percebi que ele sentia o mesmo, por que ele sempre consegue, sem palavras, mostrar o que sente, e eu tive coragem para beijar ele. E a partir daquele momento a gente começou a ficar cada vez amis próximo nesse sentindo, quando vimos já tínhamos começado a namorar, mesmo que não muito explicitamente, mas mesmo assim... Nossas mães não foram contra, mesmo tendo ficado surpresas na época, elas só pediram pra nós sermos discretos.

– Vem cá... – Ele disse indicando o lugar a seu lado na cama, para que eu deitasse. Eu sorri e logo me deitei a seu lado, ele me abraçou de lado e ficou olhando pro meu rosto. Ele adora fingir ser sério e autossuficiente, mas é na verdade muito carente e carinhoso.

– Taka... – Eu virei de frente pra ele. – Eu te amo. – Eu disse logo depois abrindo um sorriso para ele.

– Eu te amo também... – Ele lentamente se aproximou do meu rosto e me deu um beijo no nariz. Eu amo quando ele faz isso.

– Taka, aonde vai me levar no meu aniversário?

– Vou te levar no restaurante da família de uma amiga da escola. Você não conhece. – Por Takashi ser mais velho ele está em outra sala, claro, está no último ano e eu no primeiro.

– Uhm... Estou ansioso. – Eu disse sorrindo.

– Vem ká... – Ele disse me puxando para mais perto pela cintura, nos deixando praticamente colados.

– Mas eu já estou aqui... – Eu disse de forma doce, rindo para ele.

– Mas ainda está muito longe. – Ao terminar sua frase ele tomou meus lábios com os dele, me beijando, de uma forma doce e delicada, fazendo uma dança lenta e gostosa com sua língua na minha. Eu puis minha mão em sua face, de olhos fechados somente sentindo as mãos dele me acariciarem a cintura. O toque dele sempre foi algo que me acalmava e fazia meu coração disparar ao mesmo tempo.

Ele se moveu ficando sobre mim, me beijando com mais intensidade, e eu simplesmente passei a lhe puxar de leve os cabelos, senti então uma das mãos dele subir por debaixo de minha camisa, meu corpo todo se arrepiou. Eu dei um longo suspiro e de súbito me separei dele. Fazendo-o se sentar na cama.

– Desculpa... Eu ainda num estou pronto... – Eu me sentei abaixando o rosto tristinho. Sabe, eu amo muito o Takashi, e sei que ele é mais velho e mais preparado do que eu, mas eu tenho muito medo, não estou pronto.

– Tudo bem... Eu te intendo. Vem cá. – Ele abriu os braços para que eu o abraçasse, e eu fui até ele e me envolvi em seus braços quentes e fortes. – Você é meu pequeno, meu melhor amigo, meu namorado, pra alguns é até meu irmão. – Ele sorriu pra mim com a última constatação, me fazendo sorrir. – E eu vou estar sempre com você, então esperar por isso não é nada, eu tenho coisas muito mais importantes pra fazer com você. – Ele acariciou meu rosto e me deu outro beijo no nariz. – E além de tudo é meu fotógrafo particular! – Ela disse rindo e pegando minha câmera que estava sobre o criado mudo.

– Me dá isso! – Eu falei, ninguém tem o direito de tocar na minha câmera. Ela é a coisa mais preciosa que eu tenho, depois da minha mãe e do Takashi. Ela é onde eu posso expor o que sinto, o que quero, sem precisar ficar falando.

– Ok. Calminha! – Ele me entregou a câmera e me abraçou mais uma vez, e eu soube o que ele queria, peguei a câmera e virei para nós dois, tirando assim uma foto nossa, bem na hora que eu tirei ele me deu um beijo na bochecha, esse saiu na foto. Que ficou linda.

E hoje depois de dez anos eu ainda tenho ela pendurada na parede do nosso apartamento, do lado das fotos de quando a gente se mudou pra cá, de quando viajamos durante duas semanas para a Itália, tem as fotos da formatura do Takashi, da minha formatura, fotos das minhas exposições de fotos, e tem até o dia em que compramos a nossa gatinha Jiji-chan, ela é uma gatinha peludinha e branquinha, tão fofa. Mas a mais especial é ela, foi a primeira vez que o Takashi deixou eu mostrar pra alguém uma foto nossa onde ele me beijava e não o contrario. Não sei o que aconteceu com ele naquele dia, mas acho que ele se soltou um pouco mais. E pra quem quer saber, duas semanas depois eu perdi o medo.



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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, beijinhos :*



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