Mestiça - a Uniao dos Mundos escrita por AzeVix


Capítulo 56
Capítulo 56: O fim...


Notas iniciais do capítulo

eu sei q sumi, sei vcs tao com raiva, mas enfim
Minha vida virou uma bagunça e eu to mundo afim de sumir na maior parte do tempo.
Ao menos consegui terminar esse cap, espero q mais de 5.000 palavras diminuem a irritação de vcs.
Ah, e esqueçam a ideia de segunda parte, vou continuar a fic aki mesmo



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Pov Bella

Meus olhos abriram preguiçosos quando senti espécies de feixes de luz em minhas pálpebras, sorri quando senti meu rosto pressionado no peito do Edward. Passei um braço por cima da sua cintura e me ajeitei olhando alegremente pro seu rosto, seus lábios se moveram em um sorriso ainda de olhos fechados.

– Bom dia senhorita Corvin. – sorriu ele me apertando levemente em seu abraço.

– Bom dia. – sorri alegremente.

Os feixes de luz que haviam me acordado vinham de sua pele que brilhava lindamente sob o sol, admirada me deixei observar mais um pouco e agora sem timidez também aproveitei. Passei minha mão pelos seus braços lhe acariciando admirada, passei a mão em seu peitoral e sorri dando leves beijos e fui descendo a mão pela sua barriga e indo ate suas coxas.

Ainda estávamos nus, com nossas pernas entrelaçadas e sob nossas roupas esticadas no chão, suspirei olhando em volta, não fomos tão... Discretos quanto pensei que tínhamos sido.

– O que foi? – perguntou confuso.

– Ao que parece... Acabamos com as arvores por aqui. – disse baixo e com um sorriso. Algumas das arvores a nossa volta estavam quebradas, outras com manchas pequenas de sangue e a grande maioria tinha marcas das minhas garras.

Foi só então que percebi que tinha um pouco de sangue em minhas mãos, e nos braços do Edward juntos com algumas cicatrizes de arranhões, suspirei.

– Garanto que valeu a pena. – sorriu ele, ainda de olhos fechados.

– Por que não abre os olhos? – resmunguei confusa e meio chateada, por que diabos ele não olhava pra mim?

– Tenho receio de abrir os olhos e descobrir que o que houve ontem não foi real. – disse ele fazendo uma careta, ri baixinho e subi em cima dele, deixando nossos corpos bem juntinhos.

– Ainda acha que não foi real? – perguntei me divertindo, com um sorriso encantador ele segurou minha cintura e então abriu os olhos para mim, fitei aqueles olhos dourados admirada e me inclinei beijando seus lábios suavemente.

– Não, com certeza foi real. – riu passando os braços pelas minhas costas e me puxando pro seu peito.

– Desculpe pelos cortes em seus braços... – sussurrei um pouco arrependida.

– Não se preocupe, eu ate gostei de quando você se transformou parcialmente só para me arranhar. – riu ainda mais, escondi o rosto em seu peito envergonhada.

– Não foi de propósito... Eu me descontrolei... – sussurrei.

– Tudo bem, eu também... Passei um pouco dos limites... – disse agora com a voz triste, e então subiu uma mão pelo meu braço indo ate meus cabelos e os tirando dali.

Ate então eu não tinha percebi as marcas de dentes em minha pele, depois que eu enfim notei me lembrei de alguns fleches de ontem a noite. Tínhamos nos entregado tão completamente que eu queria que ele bebesse do meu sangue, assim como ele me pediu pra ser... Mais selvagem.

Corei fortemente com a lembrança e deixei meus cabelos tamparem meu rosto.

– O que foi? Se... arrepende? – sussurrou tocando meu rosto.

– Não, de forma alguma. – segurei suas mãos. – Estou apenas... Me lembrando do que houve. Eu não consigo imaginar como poderia ser melhor. – sussurrei sorrindo.

Com um sorriso contagiante ele puxou minhas mãos aos seus lábios.

– Digo o mesmo. – sorriu.

Ter me entregado a ele, ter amado ele daquela forma foi incrível e ate surreal, e eu não poderia estar tão feliz.

– Então o que quer fazer hoje minha pantera? – sussurrou me abraçando forte.

– Quero ver sua família, gostaria de contar a novidade para eles... – sussurrei meio corada. Ainda era difícil acreditar que enfim estava livre, queria muito compartilhar essa felicidade com todos a minha volta, que se importavam comigo.

– Seu desejo é uma ordem. – sorriu ele antes de me dar um leve beijo nos lábios.

Depois nos levantamos e nos vestimos, mas a situação das nossas roupas não estava nem um pouco agradável e depois de uma rápida conversa decidimos procurar algum lugar para nos lavar e em seguida eu faria novas roupas para vestirmos.

Encontramos um riacho não muito longe e ao julgar pelas folhagens diferentes e outras espécies de arvores estávamos de fato bem longe de casa.

– Ainda não acredito que corremos tanto... – sussurrei ainda incrédula, mas Edward apenas sorriu dando de ombros enquanto entrava no riacho.

– Isso não é bem uma surpresa pra mim.

– Porque?

– Já cacei muitos animais diferentes e bem velozes, percorri países inteiros atrás de alguns e levei algumas poucas horas pra isso. – sorriu dando de ombros.

– Já tentou guepardos? – sorri me juntando a ele me sentando sob uma pedra submersa.

– Acho que sim... Savana, certo? Onde vive os leões. – perguntou meio confuso, ri levemente.

– Sim, ao menos é o que eu acho... Apenas li sobre eles, mas queria muito ver um de verdade algum dia... – refleti pensando alto, e me surpreendi quando os braços do Edward me puxaram para seu colo.

– E nós vamos, nós dois. Vou te levar pra conhecer todos os felinos que você quiser, leões, tigres, leopardos, guepardos, ursos...

– Perae, ursos?

– Ah é! Desculpa, empolguei. – sorriu ele com uma carinha irresistível. Revirei os olhos e beijei seus lábios levemente sorrindo.

Depois de nos lavarmos o melhor que pudemos, trouxe roupas novas para nos dois, escolhi uma calça jeans meio larga e confortável pra ele junto com uma camisa de botões na cor azul. Pra mim uma calça jeans confortável também e uma blusinha branca manchada com preto, passei a mão pelos cabelos e logo já estava pronta para voltar para a minha nova família novamente.

– Pronta? – perguntou meu vampiro me abraçando por trás fazendo seu cabelos molhado se esfregar em meu rosto. Mordi de leve sua bochecha e sorri assentindo. – Que tal irmos pelo penhasco? – perguntou apontando pra cima.

Olhei na direção que ele apontou e não pude deixar de ficar surpresa. O penhasco que ele me mostrou tinha no mínimo vinte metros de altura e era assustadoramente inclinado, mesmo com as minhas garras e habilidades de escaladas a probabilidade de eu cair era enorme.

– Tá brincando néh? – perguntei incrédula.

– Claro que estou. – sorriu. – Vamos seguir o rio ate encontrarmos um caminho por entre as montanhas.

– Melhorou. – resmunguei com um sorriso antes de fugir dos seus braços e me transformar. Me agachei em sua direção balançando a cauda e logo nos dois estávamos correndo rio abaixo em direção as montanhas.

Rindo Edward aumentou a velocidade saltando pelas pedras e troncos enquanto eu corria logo atrás dele pela margem da água corrente. Após alguns minutos saímos da trilha do riacho e adentramos na vegetação da floresta indo pra casa.

Após mais alguns minutos de corrida senti algo estranho, meu instinto estava alerta... Tinha algo nos seguindo.

Edward, estou sentindo algo estranho. Acho que tem alguma coisa nos seguindo. pensei hesitando meus passos passando a trotar bem perto do Edward.

Também estou sentindo. pensou de volta também diminuindo a velocidade e ficando bem perto de mim antes de olhar em volta procurando a origem do nosso pressentimento. Levantei a cabeça e farejei o ar que infelizmente estava na direção oposta não ajudando muito.

Consegue ouvir seus pensamentos? perguntei a ele, talvez pudesse ser algum caçador ou um humano perdido.

Não, mas... Agora escuto seus passos, são mais de um. disse nervoso estreitando os olhos.

Devemos enfrentá-los? perguntei, ele olhou bem intensamente para mim e não respondeu por longos segundos. Edward? perguntei chamando sua atenção.

Eles nos cercaram. grunhiu ele parando bruscamente na minha frente. Foi só então que consegui escutá-los, passos pesados nos cercavam vindos de todos os lados, me posicionei atrás do Edward meio agachada pronta para o ataque enquanto meu vampiro também se postava para o ataque.

“São eles! Eu reconheço esse cheiro em qualquer lugar!” o pensamento preencheu minha mente acompanhado de grunhidos vindo da vegetação à minha frente.

Fiquei paralisada. Não foi um pensamento... Era uma voz, grave alta e raivosa. Mas como o Edward não havia escutado também?

“São eles sim! Vamos pega-los!” uma voz diferente chegou aos meus ouvidos acompanhadas de outras que não pude distinguir as palavras.

“Calma crianças. A diversão mal começou.” dessa vez uma voz mais grossa e potente soou de entre a vegetação calando todas as outras.

Eu posso ouvi-los... pensei completamente assustada.

Como assim pode ouvi-los? Eu só escuto grunhidos e rosnados. pensou o Edward inquieto atrás de mim mostrando os dentes quando a vegetação a nossa volta começou a se mexer.

Eu não sei como, mas... É como se falassem uma outra língua que eu entendo. tentei explicar sem muito sucesso.

Me concentrei novamente no perigo me agachando e forçando a mim mesma a me preparar para uma possível luta. Ouvi os sons dos seus passos chegarem cada vez mais perto e um fraco cheiro de sangue preencheu meus pulmões, mas... Não era cheiro de sangue humano, era de animal.

O primeiro apareceu bem na minha frente. Seu corpo era completamente musculoso, seus olhos eram negros e estavam parcialmente escondidos pela sua testa vincada de raiva e ódio, seu pelo era meio amarelado, seus ombros estavam cheios de cortes recentes e muito sangue fluía sem parar sujando sua juba espessa, seus lábios estavam completamente puxados pra trás e seus caninos brancos e enormes fizeram os pelos da minha coluna se arrepiar.

O leão avançou lentamente em minha direção acompanhado por um leão de cada lado, ambos menores e mais jovens. Rosnei me agachando um pouco mais tencionando meus músculos prontos para o ataque. Pelo canto do olho vi Edward se virar para onde os leões surgiram.

“Agora! Peguem ele!” a voz mais grossa soou novamente e agora identifiquei sua origem, o enorme leão na minha frente.

“Não!” gritei, mas pela minha boca saiu um rosnado bestial.

Edward entrou na minha frente querendo me proteger dos três leões que podíamos ver, mas eu sabia que o ataque não viria dali. Usei minha velocidade máxima para tirar o Edward do caminho, mas eu acabei entrando na minha e senti uma dor aguda e a carne sendo rasgada no meu ombro. Rugi em dor enquanto caia de barriga no chão com as mandíbulas de uma leoa ainda presa em minha pele, tentei usar minhas garras para acertar seu focinho e fazê-la me soltar, mas não obtive nenhum resultado e a dor em meu ombro aumentava a cada segundo.

Edward de repente apareceu atrás da leoa e a segurou pela pele das suas costas, com um tranco ele a puxou tirando-a de cima de mim e arrancando um bom pedaço de carne do meu ombro. A dor foi agonizante me fazendo rugir tão alto que eu mesma me assustei com um urro tão sofrido, Edward me olhou aterrorizado como se pudesse sentir minha dor pelos meus pensamentos que eu juro ter tentado palpá-lo deles, mas eu não o culpava, ele não tinha visto que aquela leoa estava com os dentes presos em mim.

– Bella... – sua voz não passava se um sussurro, um lamento em dor.

Eu;.. Estou... Bem. tive que forçar minha voz até mesmo pelos pensamentos.

De repente o leão grande apareceu atrás dele mordendo seu pescoço e balançando como se fosse um cão. O grito de dor do Edward quando quase literalmente teve sua cabeça arrancada me fez sentir ainda mais agonia, me forcei a levantar e investi contra o leão usando o que tinha de força. O leão o soltou e cambaleou pra trás, sua risada grossa preencheu meus ouvidos transformando a dor em vingança, rosnei o mais alto que pude quando me posicionei encima do corpo inerte do Edward que sangrava muito, agonizada percebi que podia te ver os ossos dos seus ombros. Aquele maldito leão ia pagar pelo que fez!

“Ela quer protegê-lo. Que coisa mais linda.” disse o leão alpha com nojo para os outros leões. Percebi assustada que mais haviam se juntado ao grupo, quatros leoas se posicionaram atrás de mim junto com a que havia me atacado, por um instante senti prazer ao ver que a pele dos seus ombros foram praticamente decepadas pelas mãos do meu vampiro e ela grunhia em dor. E mais dois leões jovens apareceram perto do alpha, no total eram dez leões que formavam um círculos sem saída a minha volta. Varias risadas chegaram aos meus ouvidos ao mesmo tempo e o leão maior começou a me rodear lentamente.

“Fiquem longe!” gritei com custo. Alguns se assustaram com a minha voz, outros rosnaram, mas o leão chefe mostrou completa indiferença.

“Então a gatinha fala.” disse ele rindo, rosnei novamente. “Nós não queremos te machucar meus bem, mas se você não nos deixar matá-lo... Bem, você terá o mesmo destino.”

Me posicionei mais encima do Edward por garantia e então me forcei a pensar. Eu estava cercada, com o Edward fatalmente ferido, tinha que arrumar um jeito de sair dessa. Não podia usar feitiço em forma de pantera e antes que eu pudesse me transformar eles me atacariam... Preciso de mais tempo para pensar...

“Por que você quer tanto matá-lo?” me atrevi a perguntar.

“A raça dele acabou com metade do meus bando, estou apenas querendo devolver o favor.” sua voz era repleta de raiva e ódio, mas acima de tudo tinha autoridade surpreendente, estreitei os olhos em sua direção quando ele voltou a me circular.

“Isso não vai acontecer.” respondi lutando contra a dor em meu ombro e contra o meu dom que teimava em tirar minha consciência.

“Então eu só lamento.” sua voz continha um pouco de diversão quando ele acenou uma vez com a cabeça.

Uma das leoas que estava atrás de mim avançou, esperei alguns décimos antes de avançar, mas tinha algo errado. Minha intenção era atacá-la no ultimo segundo mais não consegui ser rápida o suficiente e errei o ataque o que me custou uma forte mordida na pata da frente, mordi a primeira coisa que vi que por sorte foi o seu pescoço. Seu sangue quente inundou minha boca e meus instintos despertaram, dei um tranco forte fazendo a ferida se abrir mais ainda e a fazendo soltar minha pata. Ela rugiu de dor e cambaleou para longe de mim quando eu a soltei, orgulhosa vi um pedaço de carne pendurado saindo do seu pescoço.

Manquei rapidamente de volta pra perto do Edward. A leoa machucada adentrou a floresta respirando pesado acompanhada pela que o Edward tinha arrancado a pele das costas. O chefe do bando não olhou nenhuma vez para elas, permaneceu indiferente quando mandou uma terceira leão atrás das feridas, isso era apenas um jogo pra ele, um passatempo, ele não se importava com quem morria... Só queria ganhar. O leão alpha sorriu levemente antes de um dos leões jovens avançar pra cima de mim, a dor e o meu dom me desconcentraram e eu recebi varias mordidas nas costas e barriga, mas consegui morder uma das suas patas o fazendo se distrair para que eu pudesse morder certeiramente seu pescoço quase repetindo a façanha que eu havia feito minutos atrás. Minhas patas falharam abaixo de mim me fazendo cair na terra fria ao lado do Edward assim que o leão se afastou.

“Você é durona... Pena que esta do lado errado e acabou com dois dos meus melhores lutadores... Vamos, acababem com eles!” ele ordenou. Os três leões que sobraram vieram pra cima de mim enquanto as duas leoas avançavam para o Edward.

Rosnei para tentar afugentar os lões que estavam perto de mim, mas um deles me distraiu enquanto outro me atacou por trás mordendo com força meu calcanhar, grunhi em dor e com minha segunda distração um dos leões avançou rapidamente me mordendo no pescoço, bem em cima de onde já havia uma ferida. Urrei de agonia, como se a dor pudesse ser maior do que já estava. Os outros leões morderam as minhas patas e fui dolorosamente arrastada para longe do Edward.

Depois de ter sido arrastada por mais de três metros em pura agonia consegui olhar em direção ao meu vampiro, as leoas haviam mordido seus braços e o leão alpha se aproximava cada vez mais lambendo os lábios faminto pronto para o golpe final.

O que eu vi fez a minha dor não parecer nada, fez a minha agonia e a minha força não parecerem nada em comparação ao ódio que tomou conta do meu corpo. Um ódio maior que a raiva que sinto pelo Félix, maior do que a minha raiva pelo Alec e era incrivelmente maior, mas muito parecida com a raiva que senti quando Jane me bateu tantas vezes.

Ver alguém que eu amava em perigo e bem na minha frente fez algo crescer dentro de mim. Eu jamais permitiria aquilo, jamais! Mesmo em dor, mesmo fraca eu não podia deixar matarem o meu Edward!

Meu corpo estremeceu violentamente fazendo os leões se afastarem assustados, meu corpo cresceu ficando mais comprido e magro, meus cabelos cresceram caindo por cima dos meus olhos, minha boca diminuiu um pouco de tamanho e sentir minhas roupas reaparecerem e se rasgarem com a nova forma do meu corpo. Me levantei lentamente enquanto um rugido bestial fluía do fundo da minha garganta, eu havia me transformado novamente naquela criatura estranha metade mulher e metade pantera.

Os leões se afastaram por causa da minha forma estranha, mas o meu interesse por eles não podia ser menor. Me virei e corri em direção ao Edward usando minhas mãos e pernas para me dar apoio e correr mais rapidamente, estava tão desesperada para mantê-lo a salvo que tudo o que eu queria era afastar aqueles malditos leões. Peguei uma das leões pelo pescoço, rosnei alto e a joguei longe fazendo-a bater as costas fortemente contra uma arvore antes de cair ferida no chão. Me virei para a outra leoa que dava passos para trás enquanto o leão chefe me olhava assustado.

“Eu mandei nos deixarem em paz!” rosnei para o leão que agora não parecia tão grande e nem tão confiante antes de me posicionar protetoramente perto do Edward novamente.

“Ataquem! Ataquem! Ataquem!” o leão maior ordenou desesperado ignorando completamente meu aviso.

Os integrantes que restaram do bando se concentraram novamente no ataque e me cercaram rosnando, rosnei também preparada para me livrar deles e então eles me atacaram todos ao mesmo tempo.

Um dos malditos machos pulou pra cima de mim, me preparei para atacá-lo, mas no momento que ele chegou bem próximo de mim outro leão mordeu minha perna tirando minha atenção do que vinha por cima, ele mordeu meu antebraço me lançando ao chão com seu peso enquanto o outro puxava fortemente a minha perna, gritei em dor sentindo que a qualquer instante ele poderia quebrá-la. Me empenhei em fazer o leão soltar meu braço e de repente não senti mais a pressão em minha perna, dei um soco na cabeça do leão o fazendo me soltar e olhei para a minha perna. Com uma mistura de alivio, surpresa e medo vi Edward de pé se esforçando para atacar o leão que instantes atrás mordia minha perna. Os outros quatro leões vieram pra cima de mim, me levantei o mais rápido que pude e alcancei um tronco comprido que estava no chão ao meu lado.

Acertei ele na cabeça de dois leões e quase o quebrei quando acertei as costas do terceiro, mas o quarto escapou dos meus golpes, pulou em minhas costas e me lançou no chão fincando suas garras em minha pele enquanto tentava morder meu pescoço. Me virei embaixo dele e o chutei na barriga o jogando pra longe de mim, me levantei e subi rapidamente em uma arvore que estava na minha frente, o mais rápido que consegui pelo menos, mas acabei levando uma mordida em um dos pés, chutei o seu focinho com o outro pé e terminei de subir na arvore. Os quatro leões tentaram me alcançar, mas o tronco era muito reto o que me ajudou bastante para mantê-los longe, olhei novamente preocupada com o Edward, mas naquele exato momento vi um dos leões jovens acertar a pata em seu peito rasgando a sua blusa e fazendo esguichar sangue. Meu próprio grito pareceu ficar agarrado em minha garganta e vi desesperada meu vampiro cambalear em agonia enquanto dois dos leões que estavam tentando me pegar correram em sua direção.

Sem pensar, me atrevi a apenas agir. Corri sem saber exatamente como pelos galhos da arvore, me contorcendo e esgueirando pelos galhos ate chegar perto o suficiente do Edward, tencionei meus dolorosos músculos e saltei na frente do Edward detendo os dois leões que queriam entrar na briga, enquanto isso meu vampiro de algum modo conseguiu passar o braço em volta do pescoço do leão que o atacara antes.

Não vamos... Conseguir nada... Lutando com eles. Temos que vencer o alpha! Sua voz mental estava falha.

Eu podia sentir sua dor, aquele buraco que o leão havia aberto em seu pescoço não havia se fechado, nem mesmo tinha começado a cicatrizar, horrorizada vi novamente o osso do seu ombro bem a mostra e seu músculo destruído. Alem das mordidas nos braços e as recentes pelo resto do seu corpo, mas por que ele não estava se cicatrizando!? Minha condições não eram as melhores, mas ele estava claramente pior que eu, pelo menos eu tinha meu dom de cura que estava me curando enquanto eu lutava, porém sua eficácia era bem menor por eu não estar desacordada.

O que o Edward havia dito fazia sentido... Um bando de leões era guiado pelo alpha, pela sua força e inteligência, sem o líder o bando simplesmente fica perdido, então se eu vencê-lo vencerei todo o bando.

Minha sorte era que os leões também estavam esgotados então não tive muita dificuldades para deter seus ataques e os lancei para longe de mim e do Edward, quando fiz isso vi o leão chefe andando nervosamente perto das arvores. Isso me enraiveceu, seu bando estava aqui lutanto e literalmente morrendo enquanto ele ficava de fora apenas assistindo.

Me virei em sua direção e rosnei alto. Fiquei tão focada nele, tão focada em detê-lo que não vi os dois leões restantes virem pra cima de mim, apenas senti algo me empurrar, cai na terra úmida e quando me virei vi que Edward havia me tirado do caminho e agora virou o alvo dos leões. Um deles mordeu sua perna e o outro mordeu seu braço. Me levantei e corri em sua direção, mas a voz do meu vampiro me paralisou.

Não! Pegue o líder! Só assim dá pra vencê-los! Edward pensou pra mim enquanto tentava com muito custo se soltar das mandíbulas dos dois leões.

Grunhi. Eu não podia deixá-lo assim... Mas era preciso...

Juntei todas as minhas forças restantes, toda a minha raiva, minha ira e me lancei na direção do leão maior. Ele também veio em minha direção preparado para me enfrentar, nos chocamos com força e ele logo tentou morder meu pescoço, mas eu desviei a tempo segurando suas patas pesadas. Eu estava tão irada que o segurei com uma força surpreendente e senti sua pele se romper em minhas mãos. Ele urrou em dor e dessa vez conseguiu me alcançar mordendo meu ombro, rosnei em dor e tentei empurrá-lo pra trás, ele tropeçou nas próprias patas e eu cai por cima dele. Com o susto ele soltou meu ombro e usou suas patas para me tirar de cima de si, suas garras me lançaram pra trás e senti a pele das minhas pernas e braços se romperem por causa das suas garras, mas eu já estava com tanta dor que eu mal senti os últimos cortes.

Ainda no ar consegui me virar para que eu pudesse aterrissar em pé no solo, me agachei cravando minhas garras na terra para me parar. Continuei rosnando em sua direção enquanto ele se colocava de pé, ele não me esperou atacar e em vez disso disparou em minha direção, esperei o momento certo e pulei em suas costas e procurei certeira com meus dentes a pele do seu pescoço. A carne se rompeu facilmente com a força da minha mandíbula e seu sangue preencheu minha boca, mordi com mais força e então puxei arrancando parte da carne do seu pescoço, seu rugido em agonia parecia musica em meus ouvidos. Passei meus braços em volta do seu pescoço e o puxei pro lado com força o fazendo perder o equilíbrio e cair em cima de mim. Rodei nossos corpos ate que eu ficasse por cima dele e só então o soltei. Ele rugiu novamente tentando me morder, sai da sua mira por pouco e me inclinei no instante seguinte cravando meus dentes em sua jugular interna, puxei novamente dando um tranco forte e com um ultimo rugido rouco seu corpo parou de se mexer embaixo de mim.

O leão estava finalmente morto. Soltei seu pescoço e me levantei ainda com a raiva fluindo pelo meu corpo, olhei na direção da onde o Edward estava e mostrei os dentes. Ele tinha conseguido se soltar dos leões, mas estava tendo dificuldades para mantê-los afastados.

– Eu mandei vocês saírem de perto dele! – gritei sem me preocupar em usar a telepatia ou a ‘língua’ deles, apesar das minha palavras terem sido acompanhadas com rugidos e grunhidos.

Os leões restantes se viraram pra mim rosnando, mas assim que viram seu alpha morto aos meus pés eles pararam de rosnar e deram passos rápidos pra trás, correndo logo em seguida para dentro da floresta.

Edward deu um mínimo sorriso pra mim antes dos seus olhos literalmente se virarem pra trás e ele literalmente desabou no chão, corri ate ele desesperada e me ajoelhei ao seu lado.

– Edward? Fala comigo, por favor. Edward! – praticamente gritei passando a mão em seu rosto querendo que ele de alguma forma acordasse. Minha visão de repente ficou embaçada e eu balancei a cabeça rapidamente para me livrar das lagrimas, foi quando escutei um muxoxo sair pelos seus lábios. Rapidamente apoiei a cabeça contra seu peito e pude ouvi-lo respirar, mas com muita dificuldade. Ao menos ele estava vivo, por enquanto. – Por favor Edward! Eu preciso de você!

Mais lagrimas teimavam em sair, mas eu precisava ajudá-lo, balancei a cabeça novamente e tentei constar o estado do seu corpo. Seu pescoço ainda tinha um ferimento muito aberto que fluía sangue sem parar, seus braços e pernas continham vários cortes e mordidas muito profundas das quais também sangravam muito, sua pele estava assustadoramente mais clara que o normal, ate então eu não sabia que vampiros também podiam ter hemorragia e o seu rosto estava paralisado em uma expressão de agonia. Ele estava perdendo muito sangue, eu tinha que fazer alguma coisa.

Senti minha visão embaçar por causa do meu dom que insistia em me curar, eu lutei contra ele enquanto me levantava e corria o mais rápida que pude ate o leão que eu acabara de matar. Segurei suas patas e o arrastei ate perto do Edward, me sentei ao lado do meu vampiro e o puxei para meu colo. Segurei a cabeça do leão e o puxei para mais perto de nós e abri um novo corte em seu pescoço usando minhas garras. Pouco sangue fluiu pelo novo corte e eu pressionei contra a boca do Edward.

– Beba Edward. Você tem que beber. – falei torcendo para que ele fincasse seus dentes na pele do animal e sugasse o seu sangue, mas ele não fez isso. Eu só conseguia escutar sua respiração ficar cada vez mais fraca. Eu o estava perdendo.

Minha patética tentativa de segurar minhas lagrimas cessou e eu desabei a chorar incontrolavelmente, empurrei a carcaça do leão de qualquer jeito para longe de nós. Me inclinei apoiando a cabeça no peito do meu vampiro e continuei a chorar.

– Não me deixa Edie! Por favor, não me deixa. – implorei inúmeras vezes a cada poucos segundos.

Eu não podia acreditar que eu o estava perdendo, e eu não podia fazer nada para impedir isso. Tentei dar sangue para ele, mas acho que nem mesmo sangue animal seria o suficiente para ele agora. Talvez sangue humano pudesse surtir mais efeito,mas não daria tempo de eu correr ate a cidade para seqüestrar alguém para ele. Se ao menos ele tivesse o meu dom! Se eu pudesse passá-lo pra ele!

Foi ai que o obvio me atingiu quase que dolorosamente. É o meu corpo que me cura, se ele tivesse uma parte de mim dentro de si, como... como... o meu sangue! É isso! Meu próprio sangue é o meu dom! Só pode ser!

Sem hesitar um único segundo levei meu pulso aos meus lábios e cravei meus dentes em minha pele, ignorei a pequena dor aguda enquanto meu sangue fluiu quente em minha boca. Tirei meus lábios da minha pele e pressionei meu pulso contra os lábios entreabertos do Edward.

– Essa é a nossa única chance agora Edie! Você tem que beber. Por mim, beba! – implorei mexendo os dedos das mãos para que o sangue fluísse mais. Meu vampiro não demonstrou qualquer reação no inicio, mas logo senti sua boca se abrir mais e seus dentes perfurarem minha pele lentamente.

Não sei se foi por eu estar fraca ou uma reação do seu veneno, mas senti todo o meu braço queimar dolorosamente, mordi o lábio inferior para me impedir de gritar e sorri quando finalmente senti que ele estava sugando meu sangue. Ele manteve os olhos fechados por longos minutos e depois vagarosamente levou uma de suas mão ao meu braço me segurando para que pudesse sugar mais sangue. Junto com o liquido vermelho senti minha consciência e minha força serem sugadas de mim.

Com um leve sorriso vi seus machucados começando a cicatrizar, seus músculos do ombros cresceram enquanto sua pele se fechava. Suspirei aliviada antes de fechar os olhos me entregando ao cansaço, a dor e ao meu dom que eu já não sabia mais se poderia me salvar. Mas eu estava feliz, Edward estava fora de perigo, enquanto estivesse sugando meu corpo seu corpo estaria se curando. Isso foi o bastante para mim e eu não me importei com mais nada quando senti a escuridão finalmente tomar conta do meu corpo me levando pra onde não tinha mais dor.


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Notas finais do capítulo

então eh isso pessoal, nao me chinguem muito