Pov Aro

Eu sabia que a Selene me escondia algo, algo muito valioso, mas não importava o que eu tentasse eu nunca conseguia descobrir o que era e agora estou disposto a tudo para descobrir.

Logo senti aquele cheiro podre de carniça enquanto me aproxima do esconderijo de Michael. Nem olhei pra ele, eu sabia como ele estava: amarrado a varias correntes em um canto, sujo, mal tratado, machucado e morrendo de vontade de me matar, as mesmas coisa de sempre.

– Boa noite mestre. – Soren como sempre era o mais refinado.

– Boa noite Soren, conseguiu alguma coisa? – perguntei um pouco esperançoso.

– Na verdade não senhor, não importa o que eu faça ele não abre o bico. – disse ele soltando um rosnado na direção do Mestiço.

Soren tinha se prontificado a tentar arrancar alguma coisa desse projeto de animal, mas em todos esses anos não conseguimos que ele abrisse a boca. Eu poderia machucar Selene para faze-lo mudar de ideia, mas eu simplesmente não consigo machuca-la, sei que ela me odeia, mas eu não consigo odiá-la.

– Deixe isso pra lá por enquanto, não posso ficar torturando ele por toda a eternidade, preciso do sangue dele para as experiências e preciso de mais cobaias e seguidores. – refleti olhando em volta. Tinha sangue praticamente em todo lugar, as minhas celas estavam vazias já que as minhas cobaias estavam espalhadas em vários pedacinhos por ai.

E eu precisava de mais ajudantes, oito é muito pouco. Era pra sermos quatorze, mas o Victor foi resolve uns problemas em outro lugar e acabei de perder três para uma explosão, se é que eles morreram queimados. A Sonja é filha do meu irmão Victor e ela me odeia então não me obedece e não faz nada que eu digo e a Erika é especial, a primeira lobisomem, mas se ela sair da linha eu vou ter que me livrar dela.

Tem mais um tanto de vampiros nessa mansão, mas não faço questão de saber seus nomes, eles são apenas encarregados de conseguir sangue para todos nós e proteger a mansão, mas eu não os considero como parte da guarda, apesar deles acharem que fazem parte.

Sai dos meus devaneios com uma pergunta vindo do Soren.

– E o que planeja fazer senhor? – perguntou ele, Soren é um dos meus preferidos então eu sempre confio a ele missões que são um pouco mais difíceis. Respondi sem me virar para olha-lo.

– Quero que você traga para mim cobaias mais variadas, homens, mulheres, crianças... Tanto faz.  Qualquer coisa que seja diferente. Precisamos de mais testes.

– O que mais senhor?

– Você reconhece o valor das pessoas rapidamente, então me traga bons soldados e bons seguidores. Junte os seus melhores homens para irem com você.

– O que o senhor vai fazer com o Mestiço enquanto eu não estiver aqui? – perguntou ele.

– Vou deixa-lo aos cuidados do nosso querido Singe. – sorri, eu adorava o Singe. Sem ele eu não teria essa ideia de criar os meus próprios Mestiços, meu próprio exercito. – Aproposito leve o Kahn, o Riley e a Victória também, eles poderiam ser de alguma ajuda.

– Sim senhor. – disse Soren.

– Ah! Antes que eu esqueça... quero te pedir uma coisa. – falei dessa vez olhando nos olhos do mestiço que me olhava com ódio.

– O que quiser senhor. – disse Soren prontamente.

– Quero que preste atenção e procure qualquer coisa que esteja relacionada a esse Mestiço e a Selene. Cheiro parecido, alguém que se pareça com eles... qualquer coisa que possa de algum jeito ser relacionada a eles. Os dois estão me escondendo alguma coisa e eu quero muito descobrir o que é, nem que eu mesmo tenha que torturar um por um. – Michael forçou as correntes que prendiam seus pulsos, agora ele sabia que eu desconfiava de algo e parece que ele não ficou muito feliz com isso.

– Fique longe da Selene! – ele gritou pra mim seu corpo tremeu enquanto seu corpo começava a transformação. Sorri pra ele pegando uma espingarda que estava escorada na parede, mirei rapidamente e apertei o gatilho, o trovão soou e vi uma bala de prata entrar em seu ombro direito. Ele gritou me fazendo sorrir mais ainda, com a bala de prata alojada em sue corpo ele não conseguiria completar a transformação.

Joguei a arma de lado e me aproximei dele, no caminho peguei uma pistola que estava em cima de uma mesa perto de nós.

– Você não esta em condições de me dizer o que fazer, mas se você cooperar eu poderia aliviar as coisa para você. – falei calmamente revirando a arma em minhas mãos.

– Nunca! – ele rugiu em minha direção seu corpo tremendo mais violentamente, dei um passo pra trás e dei um tiro em cada um dos seus braços. Ele gritou mais alto tremendo mais, dei um tiro em cada uma das suas pernas, ele rugiu mais uma vez enquanto seu corpo parava de tremer.

– A escolha foi sua. – falei deixando a arma em cima da mesa novamente. – Você parte em duas semanas, tenha esse tempo para se preparar e aprontar seus homens. – falei para o Soren quando passei perto dele.

– É um tempo mais do que suficiente senhor.

– Ótimo. Singe vai assumir o seu lugar assim que amanhecer, tire o dia de folga para descansar e comece a se preparar depois de amanha logo cedo.

___– Sim senhor. – disse ele.

Eu me virei em direção a porta de saída e caminhei ate ela.

– Ah! Senhor? – Soren me chamou pouco antes de fechar a porta.

– O que foi? – perguntei olhando.

– Tem algum lugar que o senhor deseja que eu comece as buscas? – perguntou ele.

– Cubra o noroeste de Washington, mas quero que você se concentre mais na península Olympic. – respondi fechando a porta e me retirando do local.

– Não! – pude escutar o grito do Mestiço enquanto andava pelos corredores e eu sabia: eu estava procurando no lugar certo.