Love Friends, Or More escrita por Liz Jensen


Capítulo 27
Mundo Inferior


Notas iniciais do capítulo

Dedicado a Caixetinhaa que me mandou o centésimo review!
Beijos e espero que gostem!



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POV Nico


Fui até o palácio de Hades e encontrei alguém que tinha esquecido que estaria lá. Elizabeth Jensen estava ali ao lado de Perséfone que estava inchada como um balão com o meu irmão-afilhado.

– Já vai nascer? - questionei

– Daqui a uma hora. - respondeu meu pai

– Certo...

Perséfone soltou um som estrangulado que entendi como uma contração. Não queria nem ver.

– Trouxe as malas, filho?

– Malas? - perguntei confuso - Que malas?

– O batizado é daqui a dois dias, vocês vão ficar - interrompeu-se Perséfone para respirar funda e lentamente. -aqui.

– Tinha esquecido.

– Só não esquece a cabeça porque está grudada no pescoço. - disse Elizabeth amarga e percebi que foi exatamente isso que eu havia dito a ela antes de ir para a sua missão. Me senti estranho por dentro.

– Acho melhor nós irmos - sugeriu Perséfone a meu pai - Não vou aguentar nem mais um minuto.

– Vamos querida - falou Hades estendendo o braço para ampará-la. Quando Perséfone se levantou e cambaleou e me lembrei do senso de coordenação de Li...Elizabeth.

Fiquei sozinho com Lizzie assim que os dois saíram pela porta lateral que levava a escada.

– Vai ficar aqui também?

– Vou - respondeu ela sem olhar pra mim, seca

– Sozinha? Não é meio...

– Minha mãe já vai chegar! - ela me cortou irritada

– Entendi.

– Eu vou subir - falou ela se virando para a porta lateral.

Esperei um minuto antes de subir também e não encontrei ninguém no caminho. Entrei em meu quarto com as paredes pretas com os posters de minhas bandas de rock favoritas, como AC/DC e U2. Caí na minha cama de lençol preto com detalhes de caveira na borda.

Pensei em que porque eu e Lizzie havíamos brigado e repassei toda a nossa discussão. Eu havia caído em cima dela, rolou um clima constrangedor, ela disse que a estava esmagando, eu saí de cima dela e ela me chamou de pesado e eu a chamei de magrela.

Isso não faz nenhum sentido! Mas eu não sou gordo! Estava irritado de novo. Eu queria que fizéssemos as pazes mas eu não pediria desculpas e ponto final. Ela que viesse pedir desculpas afinal foi ela que me chamou de gordo! Ótimo!

Abri meu guarda-roupa e encontrei metade de minhas roupas que não couberam nas malas. Eu não tinha amigos, mas tinha roupas. Peguei a primeira roupa que apareceu na minha frente e entrei no banheiro para tomar um banho rápido, antes de meu irmão-afilhado nascer.

Comecei a cantarolar qualquer música dos Beatles e me lembrei qual era o nome, All You Need is Love, Liz me falou sobre essa música quando éramos...amigos. Mas que droga.

Saí do banho, me enxuguei e vesti a roupa que havia pego. Saí do banheiro e encontrei minha mala do acampamento sobre a cama. Me aproximei e a abri. Estavam lá todas as minhas roupas e um pequeno papel branco. O peguei.

Reconheci na hora o que era. A foto que Liz havia tirado de nós dois á zilhões de anos atrás. Coloquei sobre o criado-mudo virada para a cama.

Caminhei até o quarto de Hades e Perséfone. Ela conversava com uma mulher que eu não conseguia ver. Olhei para dentro do quarto e vi uma mulher alta, usando um longo vestido branco que mudava de cor conforme o movimento e o cabelo negro estava preso em uma longa trança. A reconheci, Hera, a Senhora dos Céus.

Me retirei rapidamente. Conhecia a fama de Hera. Annabeth me falou sobre a deusa. Desci correndo e encontrei Liz conversando com uma mulher vestida de verde com o cabelo castanho preso com palha em uma trança. Era Deméter, Deusa da Agricultura, mãe de Elizabeth.


Quando meu irmão-afilhado nasceu - exatamente, era um menino, Damon - todos começaram a paparicá-lo, menos eu. Tá bom, eu fiquei feliz de ser um menino e tals mas meu estado de ânimo não estava no nível do meu pai. Parecia que ele estava preso em uma torre e finalmente conseguiu sair de lá, de tão feliz.


Na hora do almoço, com todos ao redor da mesa, incluindo Hera e Deméter, que iria passar dois dias no submuundo, até o dia do batizado. Que ótimo. Assim que Liz terminou Deméter perguntou:

– Ainda sabe tocar, querida?

– Claro que sim.

– Toca um pouco pra mim querida? - pediu Perséfone

– Mas é claro.

Lizzie se levantou e caminhou até o piano de cauda preta ao canto da sala. Se sentou e seus dedos começaram a tamborilar pelo instrumento, nem parecia que estava encostando os dedos no piano.

Reconheci a música, Imagine do John Lennon. Ela tocava sem olhar para a letra. Devia tocar desde pequena. Ela tocava muito bem.

A música a acabou e todos aplaudiram rapidamente e ela sorriu tímidamente.

Além de perder a amizade dela também perdi as chances de contar minhas melhores piadinhas e perdi ela. Tinha como piorar? Eu não sei, mas sabia que a resposta não seria nada boa.


Na mesa do café da manhã, no dia do batizado, depois de Lizzie fazer seu cereal desaparecer da tigela, o que me fez lembrar que estávamos brigados e ela não podia fazer o meu cereal desaparecer, ela saiu e eu a segui.



POV Lizzie



Adoraria dizer que eu estava toda animada e serelepe por estar no Mundo Inferior e... Mas que mentira. O Mundo Inferior era mais deprimente do que o chalé de Hades e o vestido da minha bisavó, juntos.


Saí para caminhar e encontrei dois fantasmas, no Elísio. Silena Beauregard e Charles Beckendorf, ex-campistas do Acampamento, que morreram verão passado, me lembrava vagamente deles.

Depois de Olá's pra lá e pra cá, falei sobre minha pequena discussão com Nico e Silena disse:

– O amor sempre é complicado...

– Não é amor, Silena, é amizade.

– Sei...peça desculpas, Lizzie, é o melhor jeito para o caminho certo e...

– Que caminho certo?

– Esquece. - disse Silena - as melhores amizades se dão por confiança. Pense nisso.

Eles se foram, me deixando confusa.

– Até que a Silena tá certa, sabia? - disse Nico, surgindo atrás de mim.

– Vai pedir desculpas?

– Por que você não começa?

– Minha dignidade se mantém intacta enquanto a do inimigo desmorona. - recitei, mas Nico lindo maravilhoso continuou me encarando. - Me desculpe. Por tudo.

– Tudo bem. Me desculpa também, por te chamar de magrela.

O abracei e senti um cheiro diferente emanando de seus cabelos negros. Devia ser cheiro de morte, quem sabe. Nos afastamos, ainda muito próximos, próximos demais. Estávamos a míseros centímetros um do outro.

– Venha - falei me levantando - Temos um bebê para batizar.

Depois do batizado, voltamos ao Acampamento e quando pensei que nada podia estragar aquele momento, aconteceu.





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Notas finais do capítulo

Reviews???
Beijos e Queijos