Os Peixes não São Todos Iguais escrita por Eica


Capítulo 1
Capítulo 1




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/158064/chapter/1

Danny já havia acabado o expediente no pet shop. Despediu-se dos colegas de trabalho e se dirigiu para o apartamento, que ficava no sul do condado de Louth. Passou no mercado, fez uma pequena compra e caminhou pela alameda até entrar no hotel Newsam Hall. Subiu a escada, chegou ao quinto andar e abriu a porta do apartamento.

– Olá, amiguinho. – disse Danny ao seu cão branquinho e peludo que estava atrás da porta, esperando por ele.

Danny deixou a compra sobre o aparador. Caminhou um pouco pela sala e viu um buquê de rosas sobre a mesinha de centro.

– Adam está aqui? – perguntou em voz alta, olhando para o cão.

Algodão (seu cão) latiu. Danny procurou Adam pela cozinha, mas lá ele não estava. Procurou no banheiro e na pequena área de serviço. Não estava. Caminhou em direção ao quarto. Aproximou-se da porta, que estava entreaberta, e o que viu chocou-o de imediato: havia alguém nu deitado em sua cama e sobre esta pessoa estava seu namorado Adam, também nu, entre as pernas do rapaz fazendo movimentos contínuos para frente e para trás. Passado o primeiro choque, Danny, não agüentando o barulho dos corpos se encontrando e o som dos gemidos, escancarou a porta com um chute, assustando os dois pervertidos que olharam para sua direção.

– Danny!

Quando o rapaz, que transava com Adam, levantou o rosto, Danny pôde reconhecê-lo: era seu melhor amigo, Tom. Com a fúria nas mãos, Danny foi até Adam e tirou-o de cima de Tom. Derrubou-o da cama e depois pulou em cima de Tom.

– Desça esse pau de merda antes que eu o arranque fora, seu puto!!! – gritou Danny, dando fortes tapas no amigo.

– Pare! Pare! – gritou Tom, tentando proteger o rosto.

– Danny! Danny!

Adam segurou Danny e conseguiu tirá-lo de cima de Tom, mas levou alguns socos e pontapés.

– SAIAM DA MINHA CASA! OS DOIS! SAIAM! SAIAM! – berrou Danny, sentindo muita fúria e decepção.

Tom e Adam recolheram suas roupas e as vestiram o mais rápido que puderam enquanto Danny permaneceu encostado ao seu guarda-roupa, chorando e bufando de ódio. No momento em que Adam e Tom saiam do quarto, Danny retirou os lençóis de cima da cama e os arremessou contra os dois. Empurrou-os com violência até a porta da sala.

– Espere! Danny, vamos conversar! – pediu Adam.

– Termine de fazer essa merda em outro lugar, filho da puta! – gritou Danny, antes de fechar a porta na cara de Adam.

Arrasado, o rapaz deixou-se cair no chão e chorou amargamente. E, ainda entre soluços, levantou-se, pegou os lençóis do chão e os arremessou pela janela do quarto.

Duas horas mais tarde, ele estava deitado em seu sofá, com a cabeça sobre o colo de sua amiga Jayne, que lhe fazia carinhos.

– Não chore, meu lindo. – disse ela, passando a mão por seus cabelos. – Eles não merecem suas lágrimas.

– Meu melhor amigo. – disse ele, choroso – E meu namorado. Na minha cama. Na minha casa! Preferia ter flagrado um beijo entre os dois, mas uma transa? Uma transa! Estavam fodendo aqueles filhos da puta!

Danny pôs-se sentado ao lado de sua amiga.

– Está mais calmo?

Ele respondeu negativamente com um balanço de cabeça.

– Como pude ser tão besta em achar que estava tudo bem entre Adam e eu? E os dois, os dois ainda se davam bem na minha frente. Conversavam numa boa na minha frente quando na verdade deveriam estar rindo de mim pelas costas e transando sem eu saber. Quanto tempo deviam estar se escondendo de mim? – Danny arregalou os olhos e acrescentou: - E se já haviam transado aqui antes?

– Oh, pare de se martirizar! Não pense mais nisso. Não vai te fazer bem.

O rapaz explodiu em lágrimas de novo.

– Eu fui tão burro!

– Não, não diga isso!


Passou-se uma semana e Danny ainda pensava no ocorrido. Continuava decepcionado, mas principalmente irritado. Numa quarta-feira, em seu trabalho, Jayne fez-lhe um convite:

– Por que não vamos a um bar hoje à noite? Pra conhecermos novas pessoas. – disse, animada. - Quem sabe você não se apaixona de novo e esquece aquele filho da mãe que te fez tão mal?

Danny volveu-lhe um olhar surpreso:

– Não! De forma alguma! Pra mim já chega! Não quero mais homem nenhum!

– Não? Por que não?

– Ainda pergunta? Depois do que Adam me fez, não quero mais saber de homem! Eles não prestam! Prefiro ficar sozinho a me decepcionar de novo! Já chega disso! Estou cansado!

– Não vai lhe dar mais uma oportunidade? Vamos, venha comigo a boate “The Moon” lá há tantos caras...

– Não, Jay! Não quero! Os homens morreram pra mim!

Jay suspirou e consentiu, mas em seu interior a moça achava que Danny era novo demais para não querer mais nenhum relacionamento. Afinal, ele tinha muitos anos de vida pela frente e ela sabia muito bem que ele não conseguiria ficar sozinho. Ele até poderia resistir por algum tempo, mas com certeza acabaria voltando atrás. E isto era uma questão de tempo.

Numa quinta-feira de muito frio, Danny entrou numa cafeteria da rua Keddington em sua hora de almoço (um lugar que ele nunca teve interesse em freqüentar até hoje, quando precisou ir ao banheiro com urgência). Ao abrir a porta de vidro da cafeteria, aproximou-se do balcão e perguntou ao balconista onde ficava o banheiro. O rapaz lhe indicou um corredor a direita. Danny agradeceu e foi para lá.

Após sair do banheiro, aproveitou para pedir um cappuccino. Escolheu uma mesa ao lado da janela e se sentou. Pendurou a bolsa no encosto da cadeira e da bolsa tirou uma caneta e um livretinho de palavras cruzadas. Observou o interior da cafeteria: sua iluminação era muito aconchegante, assim como a cadeira almofadada em que estava sentado. As mesas, todas elas, eram redondas e de madeira. As janelas eram muito altas e iluminavam muito bem todo o ambiente. Outra coisa que Danny apreciou muito na cafeteria foi o seu delicioso aroma de café e creme.

O rapaz tirou a tampa da caneta e se distraiu com as palavras cruzadas enquanto esperava pelo café. Quatro minutos mais tarde uma balconista aproximou-se de sua mesa trazendo seu cappuccino.

– Obrigado. – disse a ela.

Bebeu um gole e voltou a fazer suas palavras cruzadas. Estava bastante concentrado e se divertindo muito tentando encontrar as palavras (isto lhe ajudou a se esquecer dos problemas).

Cinco minutos depois, quando Danny ia escrever uma palavra no livretinho, ouviu uma risada contida. Uma risada agradável de ouvir. E masculina. Ao erguer os olhos, viu um rapaz sentado a duas mesas de distancia da sua. O rapaz estava com o rosto abaixado, obviamente olhando para o livro aberto sobre a mesa. Os cabelos um pouco longos e castanhos lhe caiam sobre os ombros. Em frente aos olhos, usava um óculos de armação muito grossa. Vestia uma blusa de lã cinza e um cachecol verde. Em seu rosto jovem, o rapaz manteve um sorriso muito bonito.

Danny viu-o dar risada novamente depois voltou a abaixar a cabeça e tornou a erguê-la para o rapaz, quando este riu pela terceira vez. Observou-o um pouco. Viu-o virar a página do livro e depois tornar a rir. E foi naquele momento, quando o rapaz foi pegar um croissant de cima do pratinho que estava em sua mesa que seus olhos se encontraram com os de Danny. Este último disfarçou e baixou o olhar.

Seis minutos mais tarde, quando Danny levantou o rosto, o rapaz da outra mesa estava ao lado da sua.

– Olá. – disse o rapaz. - Posso me sentar aqui?

– Este lugar está ocupado.

– Está esperando alguém?

– Não.

– Então posso me sentar?

– Não.

– Por que não? – perguntou o rapaz que, mesmo com a negativa, manteve um sorriso nos lábios.

Danny pegou sua bolsa e a colocou sobre a cadeira vaga que estava em frente da sua.

– Desculpe, está ocupado. – disse em seguida, com um sorriso sarcástico.

Ele tomou seu café e em seguida ergueu os olhos para o rapaz que continuava ao lado da sua mesa.

– Vai ficar parado aí de pé? – perguntou.

– Na verdade eu gostaria de conversar.

– Desculpe, não estou interessado.

O rapaz, alto, magro e como Danny não poderia ter deixado de notar, atraente, deu-lhe uma última olhada antes de voltar a se sentar em sua mesa. Danny mandou-lhe um último olhar sério e percebeu, com bastante aborrecimento, que o rapaz ficou olhando para ele. Danny terminou de tomar o seu cappuccino, guardou seu livretinho de palavras cruzadas, pegou sua bolsa, pagou a conta e saiu da cafeteria.

– Que frio! – comentou, abraçando a si próprio quando um vento muito frio atingiu-o desprevenido.

Caminhou tranquilamente pela rua. Quando chegou a esquina com a rua Dr. Swallow, olhou para o lado e percebeu que o rapaz da cafeteria estava atrás dele, a alguns metros de distancia. Encarou-o um pouco. Mesmo cismado, Danny continuou sua caminhada. Atravessou a rua e prosseguiu. Quase próximo a chegar à outra esquina, Danny olhou para trás e viu que o rapaz continuava atrás dele. “Mas que sujeitinho falso!”, pensou, “Não adianta disfarçar. Já vi que está atrás de mim!”.

Danny chegou até a esquina. Parou por um minuto ou dois e depois se virou de costas.

– Não disfarce! – disse em voz alta, olhando diretamente para o rapaz.

Como o rapaz fingiu que não era com ele, Danny foi até ele, um tanto aborrecido.

– Não disfarce!

– Ham? Como é? – perguntou o rapaz, com aquele seu sorriso bonito.

– Não disfarce. Sei que está me seguindo. Se afaste ou chamarei a polícia.

– Desculpe, mas... Eu me interessei por você e gostaria de conversar.

– Se interessou por mim?

– Sim. – respondeu, sorrindo.

– Por acaso acha que sou gay?

– Acho.

– Pois está enganado. – respondeu Danny, grosseiramente. - Se afaste! Não me siga mais!

O rapaz ficou parado onde estava e viu Danny se afastar.

Danny voltou ao trabalho mesmo que ainda estivesse em horário de almoço. Mais tarde Jayne retornou e ambos ficaram juntos no balcão da recepção conversando – já que hoje o movimento estava tranqüilo. Quando Danny voltou para casa, seu cãozinho lhe recebeu com a mesma alegria de sempre.

– Tudo bem, Algodão? Como você está?

Algodão latiu.

Danny deixou sua bolsa sobre o aparador e foi tirando seu gorro, suas luvas e seu cachecol. Tirou os sapatos dos pés, entrou no quarto e se jogou na cama. Algodão pulou sobre ela e ficou ao seu lado.

– Ah, Algodão. Minha vida está um caco! – disse o jovem, tapando o rosto com as mãos.

Depois de algumas suspiradas, pôs-se sentado na beira da cama. Quando ia arrancar o par de meias do pé, viu algo debaixo da cama. Recolheu uma camisa azul e reconheceu-a como sendo do seu ex.

– Desgraçado! – murmurou.

Levantou-se da cama, foi até a área de serviço e jogou a camisa no chão. Disse ao seu cão:

– Faça cocô nela, Algodão.

O cãozinho branquinho mordeu a camisa, fez xixi nela e depois cocô. Danny, sorridente, disse ainda:

– Ótimo, agora posso devolvê-la para aquele filho da mãe.


No dia seguinte, em sua hora de almoço, Danny voltou à cafeteria porque, em sua opinião, o café de lá era excepcional. Sentou-se na mesma mesa que sentara anteriormente, pediu um cappuccino caprichado e ficou a fazer suas palavras cruzadas. Vinte minutos mais tarde, ao erguer o rosto, viu alguém conhecido em frente ao balcão da cafeteria: era o rapaz do dia anterior. Vestia agora um casaco de lá comprido de cor marrom e trazia ao ombro uma bolsa transversal preta.

– Ah, droga! Que ele não me veja! – murmurou.

Para não ser visto, Danny tapou o rosto com o livretinho. O rapaz, lá em frente ao balcão, fez seu pedido e sentou-se numa mesa em frente da de Danny. Assim que se sentou, o rapaz olhou para Danny e demorou alguns segundos para reconhecê-lo. Chamou a atenção de uma balconista e fez um pedido de última hora.

– Com licença. – disse uma balconista a Danny.

– Sim? – disse ele, sem tirar o livretinho de frente do rosto.

– Mandaram eu te entregar este expresso.

– Quem?

– O rapaz daquela mesa.

Danny abaixou um pouquinho o livretinho e olhou para o rapaz na mesa em frente da sua. Ele estava com a cabeça apoiada na mão e com os olhos abaixados lendo um livro. Danny agradeceu a balconista. Tirou o livretinho de frente do rosto. Olhou para o café expresso, depois tornou a olhar para o rapaz.

Não sabia ao certo se devia beber o café. Se bebesse, podia dar a entender ao rapaz que estava aceitando seu cortejo, sua gentileza. Mas, por outro lado, se não bebesse, estaria sendo grosseiro. E entre dar a entender que estava interessado ou que era grosseiro, Danny preferiu ser grosseiro. Arrastou o pires da xícara do café expresso a um canto da mesa e continuou fazendo suas palavras cruzadas.

Algum tempo depois de terminar seu cappuccino, saiu da cafeteria. Colocou seu gorro na cabeça, suas luvas e saiu andando pela calçada. Mais para frente, ouviu passos atrás dele e uma voz, que disse:

– Oi!

Quando Danny olhou para trás, viu o rapaz correr até ele e o alcançar. Danny apressou o passo.

– Por que não tomou o café expresso? – perguntou o rapaz, ajeitando a alça da bolsa no ombro.

– Porque não é cappuccino. Eu só tomo cappuccino.

– Desculpe pelo engano.

Danny não olhou para o rapaz que, sinceramente, tinha uma voz muito bonita e um notável sotaque que ele não soube distinguir.

– Meu nome é Maurice. – disse o rapaz sorridente. – E o seu?

Danny não disse nada.

– Não quer conversar?

– O meu silêncio o confundiu? – perguntou Danny, com sarcasmo.

– Desculpe, mas como eu disse no outro dia, me interessei por você e gostaria de conversar.

Danny parou de andar e, olhando-o nos olhos, disse:

– Escute aqui: não estou interessado em você. Não quero saber!

– Ainda não me conheceu para dizer tal coisa.

– Não preciso conhecê-lo. Você é homem e os homens não prestam. Os homens são todos iguais. Não quero me relacionar com você se é isso o que você quer de mim.

Danny voltou a andar. Maurice o seguiu.

– Oh, então... Podemos ser amigos. Trabalha aqui perto? No pet shop Pets at Home, não é? Já passei lá por perto.

– Como sabe que trabalho lá?

– Ontem você estava usando uniforme.

– Ham.

Caminharam lado a lado. Maurice ficou falando ao ouvido de Danny que, por sua vez, não quis manter conversa com ele. Chegaram ao pet shop.

– Podemos nos ver amanhã? Podemos marcar de nos encontrar qualquer dia desses.

Danny não lhe deu ouvidos e entrou no pet shop.



Na manhã seguinte, o rapaz saiu para uma caminhada com Algodão e Jayne. Percorreram algumas ruas da cidade e chegaram a uma linda praça arborizada que ficava próxima ao rio Lud.

– Ainda está pensando em não se envolver com nenhum cara?

– Sim, estou.

– Hm.

– Por que usou esse tom? Não confia em mim?

– Não, não confio.

Depois que Danny fez cara de indignado, Jayne explicou:

– Não me leve a mal. Mas não acho que você vá agüentar. Você é um rapaz muito carinhoso e carente.

– Eu sou carente?

– Sim, você é. É uma questão de tempo até um cara bonito se interessar por você e você se interessar por ele.

Danny virou o rosto.

Ambos caminharam mais um pouco. Tomaram um refresco em um bar e depois cada um tomou um rumo diferente. No caminho para sua casa, Jayne viu alguém caído na calçada. Foi até lá para ajudar o rapaz.

– Tudo bem? Você está legal?

– Sim, estou. Obrigado.

A moça ajudou-o a se levantar. O rapaz, alto, magro, de longos cabelos castanhos – e que usava óculos com armação muito grossa – tirou a mão da cabeça e percebeu que ela estava sangrando.

– Oh! Vai precisar de um curativo. Venha até minha casa que eu te ajudo a lavar a cabeça.

– Não, não precisa.

– Mas eu insisto. Venha. Minha casa fica logo ali.

Jayne levou o rapaz até seu apartamento. Entraram no banheiro e o rapaz pôde lavar a cabeça que ainda sangrava.

– Espero que não tenha sido grave. – disse o rapaz, sorrindo.

A moça pediu que se sentasse sobre a tampa da privada. Depois deu uma olhada em sua cabeça.

– E não foi.

– Não? Que ótimo!

O rapaz levantou-se e sorriu para a moça.

– Sou Maurice.

– Jayne.

Deram-se as mãos.

– Mora muito longe? – perguntou a moça, saindo do banheiro.

Maurice acompanhou-a. Respondeu:

– A dois quarteirões daqui.

Foram para a sala.

– Está com sede? Quer beber alguma coisa?

– Não, obrigado. Eu já estou indo.

Jayne foi para a cozinha enquanto algo chamou a atenção de Maurice na sala. Ele se aproximou de uma estante e viu um porta-retrato sobre uma de suas prateleiras. Na fotografia estava Jayne abraçada àquele rapaz gracioso que conheceu na cafeteria. Quando Jayne voltou para a sala trazendo um copo com água, Maurice perguntou:

– É seu namorado?

– Quem?

– Este rapaz na fotografia.

– Oh, não. É meu amigo. – respondeu ela, se aproximando.

– Como se chama?

– Danny.

– É muito bonito.

A moça sorriu e, de repente, uma idéia passou por sua cabeça.


Danny, exausto pela atividade, voltou para sua casa. Deu água e ração para Algodão e depois foi preparar seu almoço. Assim que terminou, colocou comida em um prato e foi-se sentar no sofá da sala. Colocou os pés sobre a mesa de centro e ligou a televisão. Enquanto comia, sentiu algo incomodar suas costas. Tirou três revistas de homens pelados de trás da almofada. Deixou o prato de comida a um canto e folheou uma das revistas.

– Homens! – comentou, com olhar sério.

Naquele instante, alguém bateu na porta. Quando foi atender, teve uma surpresa:

– O que está fazendo aqui? Como... Como me encontrou?

Era Maurice.

– Conheci sua amiga. Jayne. Ela me deu seu endereço.

– O que?

“Ow, droga!”, foi o que Danny disse em pensamento.

– Está ocupado? Estou te incomodando?

– Não, não. Já terminei de almoçar.

Danny não tirou a mão da maçaneta, enquanto Maurice ficou parado no corredor, olhando todo sorridente para ele.

– Não vai me convidar pra entrar?

– Por que eu deveria?

– Gostaria de ser seu amigo. Eu poderia lhe preparar alguma coisa. Sei fazer café.

Danny olhou-o desconfiado.

– Se sabe fazer café, porque vai a uma cafeteria?

– Porque lá eles vendem croissants.

– Olhe, pelo jeito ainda não entendeu, mas...

De repente Algodão apareceu ao lado de Danny, fazendo com que Maurice olhasse para ele com espanto.

– Oh, Deus! – exclamou o rapaz.

– O que foi?

– Isso é um cão?

– Sim, é.

Algodão deu um latido e Maurice recuou sem tirar os olhos do cãozinho peludo.

– Talvez eu... É melhor eu aparecer outra hora. – disse Maurice.

O rapaz deu passos lentos para o lado e, quando Algodão latiu de novo, Maurice saiu correndo. Danny observou-o desaparecer no corredor.

– Pelo menos já sei como espantá-lo. – comentou.

Deu uma piscadela para Algodão e fechou a porta.



Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Os Peixes não São Todos Iguais" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.