Capítulo 30 – Narrado por: Damon Salvatore, Elena Pierce e Stefan Salvatore

Parte 1 – Damon Salvatore

Acabei a dança com Rose e ela foi ter com Trevor, seu irmão. Virei-me e fiquei surpreendido pelo que vejo. Eu sabia que não podia confiar em Elijah, eu tinha visto o olhar dele, ele estava a cortejar Elena, e ela, ingénua como é, achava que aquilo era pura amizade.

Andei até eles, tentando controlar a minha raiva, mas Stefan meteu-se no caminho.

-Aqui não, irmão.

-Dá-me um bom motivo para não acabar com ele – cerrei os dentes, furioso com aquilo.

-Porque Elena ama-te e ela não iria gostar nada de te ver a lutar com Elijah. Ele ajudou-a enquanto estavas fora, lembras-te?

-Damon, por favor – falou Katherine que só agora tinha percebido que estava ao lado de Stefan e segurava o meu braço com força. – Não faças isto.

Olhei para eles os dois, furioso e pensando em estratégias para passar por entre eles e ir direto à cara daquele Lord Gillies, mas não tinha maneira de fazer isso. Para além de Katherine e Stefan me impedirem, iria magoar Elena e eu não queria isso. Eu respeitava-a acima de tudo e não faria algo que ela não quisesse, mesmo que isso fosse contra os meus instintos.

-Está bem – disse finalmente e Katherine relaxou. – Mas que ele não pense que vai cortejar Elena á frente de todos. Ela é o meu par!

-Nós sabemos isso e a sala inteira também – falou Stefan e olhou pelo canto do olho para Katherine.

-O que se passa? – perguntou Caroline, aparecendo.

-Nada – falei e saí dali, precisava de apanhar ar.

Parte 2 – Elena Pierce

-Onde está o seu acompanhante? – perguntou Elijah a certo ponto e eu olhei pela multidão.

-Não sei. Mas estou a ver ali Stefan, vou perguntar-lhe – disse e fui até Stefan. – Stefan, onde está o Damon?

-Foi apanhar ar – respondeu ele e depois baixou o tom de voz. – Elena, acho que deve de ter cuidado com o Lord Elijah.

-Porquê? – perguntei, confusa.

-Ele pode estar a cortejá-la – respondeu ele.

-Oh – disse, percebendo tudo. – Damon não saiu daqui simplesmente para apanhar ar, pois não?

Stefan negou com a cabeça.

-Onde é que ele foi?

-Não sei, Elena.

-Vou procurá-lo – disse e saí da festa.

O ar estava frio e fazia-me pele de galinha, mas eu não me importava. Eu queria saber era onde estava o Damon. Ao fundo do jardim estava uma figura em pé e eu corri até lá.

-Damon? – perguntei, esperando que fosse ele. Aproximei-me da figura e reconheci o seu cabelo negro e sedoso. – Damon, não há motivos para estares assim. A sério.

Ele virou-se para mim, com os olhos muito abertos e pegou-me nos braços com força.

-Elena – falou ele com intensidade. – Eu nunca senti isto antes e cada homem que eu vejo é um potencial adversário à sua atenção e carinho e eu não deixarei que ninguém se aproxime de ti.

-Damon, Elijah é meu amigo. Ele não me está a cortejar, ele está a ter uma simples conversa comigo.

-Porque será que eu não estou convencido? – perguntou ele furioso aproximando o seu rosto do meu. O cheiro do álcool apareceu vindo dele e eu sabia que aquela não era a altura ideal para ter esta conversa.

-Damon, agora não é altura…

-Então quando é que será, Elena? – perguntou ele, levantando o tom de voz e apertando com mais força os meus braços começando a magoar-me. – Quando Elena estiver grávida dele? Quando se tornarem amantes e depois ele a largar? Quando!?

-Damon, estás a magoar-me – falei e comecei a tentar livrar-me dele.

-Não, eu não vou deixar. Fiz uma promessa e estou disposto a cumpri-la.

-Damon, quantos copos de champagne já bebeste?

-Isso não interessa! – exclamou ele e prensou-me contra uma árvore, deixando-me verdadeiramente assustada.

-O que estás a fazer?!

-Eu amo-te, Elena, não vou deixar que Elijah te tire de mim – proferiu ele e beijou-me com arrogância.

-Não… - disse e tentei afastá-lo, mas ele era demasiado forte, os seus braços a prenderem os meus e eu prensada na árvore deixou-me em pânico. Damon estava bêbedo, o que poderia acontecer. – Damon!

Os seus beijos começaram a descer para o meu pescoço e ombros. Eu senti o que ia acontecer, eu sabia-o.

-Damon, por favor – pedi com lágrimas nos olhos. – Socorro!

-Não – rugiu ele e puxou mais para trás os meus braços. Comecei a chorar de dor, de medo e de pânico. Eu amava-o, mas ele estava a magoar-me naquele momento. – Não vais fugir de mim.

-Socorro! – gritei e comecei a soluçar. Ele voltou para os meus lábios, mas aquilo não era um beijo de paixão e amor, aquilo era algo entre a possessão e raiva. – Socorro…!

Quatro figuras apareceram a correr e a primeira face que apareceu foi Stefan. Afastou Damon de mim e Klaus meteu-se entre mim e Damon.

-Elena! – exclamou Katherine e pegou-me na mão. Abraçámo-nos e Elijah apareceu atrás dela.

-Tu não a vais ter! Elena é minha! – gritou Damon atrás de mim e eu tremi.

-Assim não a vais ter de maneira nenhuma – disse Elijah calmo e ponderado. – Não é assim que se corteja uma donzela.

-Nem é com conversinhas mansas seu…

-Damon! – gritou Stefan.

-Tira-me daqui – falei para Katherine.

-Elijah, temos que ir – disse ela e desfez o abraço. Enxugou as minhas lágrimas e obrigou-me a fitá-la. – Vai ficar tudo bem, Elena, está bem? Confia em nós. Confia em mim.

Acenei com a cabeça, ainda um pouco tonta.

-Vamos sair daqui – disse Elijah e senti o seu braço a encaixar-se na minha cintura por trás. – Klaus e Stefan cuidam dele.

Katherine acenou para ele e seguiu em frente.

-Ela é minha! – gritou Damon enfurecido e eu encolhi-me ao lado de Elijah.

O que ele tinha feito não era justo nem para ele e muito menos para mim.

Parte 3 – Stefan Salvatore

-Damon, o que foste fazer?! – gritei na cara dele, mas ele estava fixo em Elena e Elijah que caminhavam para a segurança da casa. – O que ias fazendo com ela, Damon?

-Eles são amantes, eu vejo isso.

-Damon, estás a ver o que o álcool quer que vejas – disse Klaus e segurou o ombro de Damon. – E eles não são amantes. O meu irmão não a ama e muito menos a anda a cortejar.

-Como é que tens tanta certeza disso, hum? Pelo que eu sei, ainda há uns anos atrás andavam a lutar pela Tatia – cuspiu Damon.

-Damon, para! – gritei para ele. – Accidenti, Damon! Elena ama-te, vê-se isso pela maneira como te olha. Nem penses, por um único segundo que ela te trocaria por mim, por Elijah, ou por outro qualquer!

Damon finalmente acalmou, mas a fúria no seu olhar nem por isso.

-Quando o pai souber…

Damon riu sarcasticamente.

-O que o pai sabe ou deixa de saber já não é da minha conta. Para além disso, eu já sou um adulto e faço as minhas próprias escolhas.

-Parece que sim – riu Klaus. – Especialmente no que toca a Elena, não é?

Damon olhou para ele.

-Pelo menos, eu luto pelo que eu quero – disse o meu irmão e reparei que Klaus tinha levado aquilo a peito.

-Damon! – chamei-o à atenção, mas já era tarde demais, Klaus já tinha percebido a indireta e preparava-se para responder.

-Tens mesmo a certeza disso? Porque pelo que me lembro, não fui eu que desisti da faculdade para entrar para o exército para não estar sempre com o pai que o odiava!

Damon fechou as mãos em punhos e vi uma briga a aproximar-se rapidamente.

-Vamos para casa, Damon. Precisas de um café bem forte da Magda e de um banho gelado – disse e peguei-o pelos ombros, deixando Klaus atrás de nós.