Damn Me escrita por nymphL


Capítulo 1
Damn Me - Capítulo Único


Notas iniciais do capítulo

Espero que gostem dessa one. Ela é velinha, na verdade o antigo prólogo do meu livro e agora parte do primeiro capítulo de um outro livro em andamento.

Obrigada a todos que lerem



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Século XIX.

Terror. Medo. Tais sensações eram nítidas no rosto da jovem. Seu coração batia descompassado e sua respiração era falha. As pernas que outrora a ajudavam, mal conseguiam mover-se, sua mente as controlava, impulsionando-as para frente.

As ruas irregulares da cidade não facilitavam sua fuga. Já havia procurado, no centro, alguma taverna aberta, algum lugar para se esconder, mas para seu azar, naquele dia de Natal, todos os estabelecimentos estavam fechados. Corria, às três horas da madrugada, em direção ao Teatro Municipal, na esperança vã de que alguém pudesse ajudá-la. 

Não fossem as roupas pesadas, ou o salto alto que machucava seus pés e comprometiam sua locomoção, talvez pudesse movimentar-se mais agilmente e sair depressa daquela área perigosa que, àquela hora, nada nem ninguém, pelo menos decente, poderia acudi-la. A jovem de longos cabelos de ébano tremeu. Não sabia de quem tinha mais medo: do local perigoso, aonde uma série de assassinatos bárbaros vinham ocorrendo, ou daquele “assassino” que a perseguia.

Acabou, então, na hora do desespero, tropeçando numa pedra e caindo. Tamanha era a dor que sentia. Torcera o tornozelo e, ao espalmar o chão para diminuir o impacto da queda, arranhara as mãos. Assoprou-as tentando amenizar o ardor que sentia. Pequenos filetes de sangue escorriam-lhe pelas palmas e não foi por coincidência que tratou de limpá-las nas vestes encardidas.

Um farfalhar chamou sua atenção, eram passos sobre as folhas secas e mortas do outono. Levantou os olhos e então o viu. Um calafrio percorreu toda a sua espinha dorsal, chegando até a base de sua nuca. Tremeu-se toda e, então, o pavor tomou conta de sua face. Ele sorria. Como poderia um demônio sorrir?

Ele ria e, diferente do que ela presumia, o som era agradável, quase humano. Seus traços eram humanos, com exceção dos caninos que se sobressaíam aos lábios. Ainda não conseguia entender como um demônio, um ser não-pensante, poderia esboçar traços pertencentes aos humanos. E para provar que ela estava errada, ele invadia seus pensamentos e brincava com eles, aterrorizando-a. Jogava imagens em sua mente de forma torrencial, todas apavorantes.

A morena sentiu o coração acelerar ainda mais, precisava fugir, tinha que escapar! Não queria fazer parte daqueles rostos desfigurados que via nitidamente em sua cabeça.

Tentou levantar e correr, entretanto a dor a impedia. Até conseguiu ficar de pé e vagarosamente mover-se, mas ele a segurou.  Prendeu seu braço e a colocou contra a parede. Suas costelas doeram com o baque forte, a umidade da parede fazendo sua pele formigar.

O medo só aumentou quando ele a afastou a massa de cabelos de seu pescoço e respirou o hálito gelado na nuca. Os dedos percorreram a clavícula nua até chegarem às laterais do vestido, abaixando-o lentamente.

Ele a beijou na nuca e lhe acariciou nos ombros. As pontas dos dedos frios percorrendo cada centímetro da pele virgem, e fazendo com que a mesma ficasse em chamas. Quando percorreu com a língua do pescoço até o lóbulo da orelha, sussurrando algo inaudível, viu a expressão feminina, antes temerosa, tornar-se mais relaxada. A morena cerrou os olhos e entreabriu os lábios.

Esse gesto fez com que ele se sentisse seguro para o próximo passo. Na caçada, apenas duas coisas lhe interessavam: o medo e a rendição da vítima. – E ela estava lhe proporcionando a chance perfeita. Entregava-se a ele, desejava estar em seus braços. – De outra forma, alimentar-se não era prazeroso. Ele era uma criatura da noite, um vampiro, e antes de cada epílogo gostava que a vítima se vendesse a ele. Se entregasse, sem medo... Gostava de seduzir e deixar-se ser seduzido pelo calor humano.

Os lábios masculinos provocavam na mulher um ardor jamais sentido antes. Um ardor que vinha de suas partes íntimas e parecia subir até o ventre, lá explodindo então. As mãos haviam se enterrado entre os cabelos negros e da boca saía murmúrios de prazer. Ele, já mais ousado, beijava-lhe o colo, depois retornava ao pescoço e com os caninos feria a pele branca.

Ele não mais podia segurar-se. Proporcionara a ela todo o prazer existente e estava entrando num estado de frenesi, o que era, afinal, inevitável. Com violência puxou-lhe os cabelos e deixou o pescoço à mostra, objeto de seu prazer. A pequena linha verde que era a jugular, saltava para fora, e foi com murmúrios monstruosos que ele exalou pela última vez o perfume dela, logo após cravando as presas em seu pescoço.

O sangue jorrou quente para dentro da boca avermelhada. Alimentou o demônio, dando-lhe vida, preenchendo cada parte do seu ser. Com força apertava o pescoço contra a boca, sugando cada gota rubra que saía pelo orifício. A vítima sentia o corpo tremer de dor, cada parte se contorcendo em agonia. Mas em pouco tempo aquela dor pungente a abandonaria, o beijo do vampiro paralisaria todos os seus membros até conduzi-la a morte. Seu corpo amoleceu, os dedos, antes firmes nas costas do demônio escorregaram e seus olhos pesaram. As imagens, antes nítidas tornaram-se turvas, até ficarem completamente fora de foco. Em situação lamentável a vítima não pôde manter-se acordada por muito tempo.


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Notas finais do capítulo

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