Bill caminhou cuidadosamente em direção a casa. Pelo caminho viu as armadilhas de caça espalhadas por toda parte. Em uma delas viu sangue. Apontou sua arma pra frente e continuou a andar pela estrada de terra. Mais a frente, ouviu barulhos atrás dele, em seguida começou um tiroteio.

Bill se jogou para trás de uma árvore e começou a revidar os tiros. Tentava encontrar aqueles que estavam o atacando, mas suas vistas não eram as mesmas, e a escuridão da noite não ajudava muito.

Uma forte dor na perna fez o velho gritar. Levou sua mão ao local onde doía, e dali saiu sangue.

- Droga! - gritou ele.

Olhou pra frente viu dois caras com máscaras se aproximando.

- Quem são vocês? - perguntou Bill. - Covardes. A polícia logo estará aqui.

- Não estará não. - respondeu um dos homens contratados por Zac.

Este mesmo homem chutou a perna ferida de Bill com força bruta, o velho voltou a gritar.

- Seu velho entrometido! Por que não ficou em casa vendo o bingo na televisão? Precisou vir aqui?

- Só covardes fazem isso com garotos que não podem se defender.

- Fica quieto! - gritou o homem chutando novamente a perna de Bill.

Depois se ouviu dois disparos e os homem de máscaras caíram no chão perto de Bill. Atrás deles estava Jhon segurando uma arma.

- Garoto? Bom te ver. - disse Bill. - Me desculpa por não ter acreditado antes. Eu podia ter evitado.

- Não, o senhor não teve culpa. - Jhon se aproximou de Bill para ver o ferimento em sua perna. - Se você batesse na minha porta de madrugada eu também teria suspeitado.

- Atirou bem. Foi pra matar. Seu pai te enssinou?

- Na verdade Bill, eu menti sobre meu pai ter estado no exército. Queria ganhar sua confiança.

- Já sabia. - disse Bill. - Conheço um filho de um homem do exército quando vejo um. Mas você sem dúvidas é um garoto de ouro. Seu pai tem que se orgulhar.

Jhon sorriu.

- Agora vá lá salvar seus amigos. Se precisar use a arma. - disse Bill.

- Mas e sua perna?

- Ficarei bem. Sou como um tigre.

Jhon sorriu e depois correu em direção da casa. Bill tirou sua blusa e amarrou na perna.

Lindsay entrou no banheiro da casa. Lavou o sangue de Jasper de suas mãos. Se olhou no espelho e ficou observando no que havia se tornado. Aquela noite havia transformado toda sua natureza. Não era mais a mesma Lindsay. O sentimento de vingança havia causado uma mudança enorme nela. Lavou o rosto, tentando se livrar dos pensamentos.

- Já que cheguei até aqui, vou continuar.

- Acha que isso é o melhor a fazer? Acha que depois que tudo acabar, não terá outros como eles no mundo provocando o mesmo ato?

Lindsay não sabia se o que estava ouvindo, mas no fundo, ela tinha uma pequena noção de com quem estava falando.

- Deus? - disse ela pra si mesma.

- Jasper não aceitou cortar os dedos de Blake. Então ele por outro lado cortou os dela. Depois quando podia se livrar da dor, ela novamente recusou cortar os dedos dele, mesmo depois dele ter feito isso com ela. Acha justo o que fizeram? Jasper percebeu que revidar a violência não era a saída para aquele momento. Lindsay, no seu bolso está a oportunidade para você acabar com isso de uma vez.

Lindsay colocou a mão no bolso e sentiu seu celular. Ela tirou, olhou para o aparelho por alguns instantes depois discou um número.

- Oi, é da polícia? - perguntou ela. - Sou uma psicopata!