A Deusa Perdida escrita por mari mara


Capítulo 5
Fugas hipotéticas (Ou nem tanto)


Notas iniciais do capítulo

Oooie gente (:
Bom, lembram que o Nooty morreu? Entao, eu pedi pro meu pai levar ele pra consertar, mas ele disse que vai ser bom eu ficar um tempo sem computador.... hunpf... e meu tumblr, minha fic, como ficam?
Enfim, né, esse capítulo é o maior até agora.... É porque só vou poder postar segunda, quarta e sábado agora, então resolvi dar um bônus :D



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POV Nico

Eu acordei num pulo. Não é bem normal alguém te sacudir e gritar seu nome, sabe? Quando eu vi quem era, me assustei mais ainda.

- Hannah?!? O que em nome de Hades você está fazendo aqui?!?!?

Ela estava sentada na beirada da minha cama, e me olhava com uma cara estranha, como se estivesse em transe.

- Han? Hannah? Que foi?

Ela continuava olhando pra mim. Medo.

- Hannah. Você. Quer. Fazer. O. Favor. De. Me. Dizer. O. Que. Você. Está. Fazendo. No. Meu. Chalé. As. Duas. E. Meia. Da. MANHÃ????

Ela balançou a cabeça, como se estivesse acordando.

- Ain? Ah, foi mal – Ela disse completamente vermelha – Éééé, caham, me faz um favor. Coloca isso. – Ela jogou pra mim a minha camisa preta, que estava embolada no chão. Enquanto eu colocava, ela olhava pro teto.

- E agora vamos fingir que isso nunca aconteceu. Certo? – Ela disse ainda envergonhada, assim como eu.

- Certo. Mas o que você esta fazendo aqui mesmo? – Eu disse desconfiado.

- Ah, por nada. E só que... Ai, não. EU NÃO ESTAVA TE ESPIONANDO, ENTENDEU? E só que dava pra ver pela sua cara que você ia atrás de mim e Apolo, mas no fim você não apareceu e eu fiquei preocupada. – Eu levantei uma sobrancelha. Ela olhou pra mim e arregalou os olhos – NÃO PREOCUPADA PREOCUPADA. Só preocupada confusa, sabe? Ai eu resolvi vir aqui para... bem... é... como dizer... contar... como... foram... as... coisas...

Eu a fitei.

- Apolo não, você sabe... – Ela me olhou confusa por dez segundos e depois corou.

- Ah, não. Não. Claro que não. Ele só me explicou essas coisas da Música, e talz. Eu não entendi muita coisa, só uma de como... – Ela parou de falar.

- Como... – Eu tentei encoraja – la a contar.

Ela balançou a cabeça.

- Nada. Ignore o que eu disse. E, caham, Nico – Ela passava a mão no cabelo que era tão bagunçado quanto o meu – Fiquei sabendo que você fugiu do Acampamento no seu primeiro ano.

- É – Eu respondi meio grogue.

- Hum... – Ela sorriu, satisfeita consigo mesma. Depois se voltou para mim – Se eu, hipoteticamente fosse, hipoteticamente fugir, o que eu hipoteticamente teria de levar?

- E por que você hipoteticamente iria hipoteticamente fugir?

- É pra uma questão do dever.

- Por isso tudo hipotético, né?

- É claro.

- É pra aquele dever de ‘Aprendendo a Fugir’, da aula prática com Quíron?

- É claaaaaaro!

- Bem, hipoteticamente falando, você deveria levar o quê você hipoteticamente iria precisar.

- Dãh. Certo. E eu hipoteticamente precisaria de...

- Dãh digo eu. Você é que sabe o que você iria precisar.

Ela apertou os olhos pra mim.

- Nico. Um dia atrás eu vivia com um livro e um skate. Não sou muito boa com essa coisa de mala, sabe?

Então eu apertei os olhos pra ela.

- Então, Inteligência. Você hipoteticamente teria de levar seu livro, seu skate e, é claro, ambrosia, néctar, roupas e essas coisas aí.

Ela olhou para cima, pensativa.

- Hum... Interessante... Hipoteticamente falando, é claro.

Eu respirei fundo. Por acaso ela pensa que eu sou retardado?

- Bem, agora que você já sabe o que hipoteticamente deveria levar, me diga por que você realmente está aqui. Porque eu posso jurar pelo Rio Estige que não foi falar de fugas hipotéticas.

Ela suspirou tristemente.

- É que essa coisa de deusa me confunde, sabe? Por exemplo: Apolo disse que, como deusa da tecnologia, posso fazer coisas tecnológicas aparecerem do nada. Mas eu estou à meia hora tentando fazer aparecer um iPod, e até agora não deu em nada! – Ela bufou e cerrou os dentes. Foi impressionante o quanto ela pareceu o pai naquele momento. – E Apolo também disse para eu cantar. Hum, ok, eu simplesmente vou sair cantando por ai? Em público? Não, né, por favor! Tenho minha dignidade.

- Mas é uma boa ideia fazer o que os deuses mandam; a não ser que você queira acordar debaixo d’água.

Ela estremeceu como se o simples fato de imaginar a cena lhe desse arrepios. Depois lembrou que eu estava lá e fez uma careta.

- Ai. Ta bom. Mas só não reclama depois. – Ela pigarreou.

(N/A: Me, Myself and Time – Demi Lovato)

Eu vou onde à vida me leva

Mas às vezes ela me faz

Querer mudar minha direção

Às vezes eu fico sozinha

Mas eu sei que é apenas

Uma questão de percepção

Eu só entrei neste novo mundo

E eu estou de coração aberto

Eu sei que eu tenho um longo caminho a seguir

Mas eu estou apenas começando

E eu sei que tudo vai ficar bem

Comigo, eu mesma e o tempo...

Agora eu entendi aquela coisa de ouvir o que ela canta, total. Por que mera coincidência não foi, com certeza.

- Então? Foi tão ruim assim? – Ela perguntou quando terminou.

- Ammmn, nem tanto. Mas era uma música bem... sincera.

- Hum... verdade.

Não sei por que, mas eu me lembrei de um jogo que eu costumava jogar quando era pequeno. Primeiro eu hesitei, mas depois pensei que jogar com Hannah seria... interessante. (N/A: Não pensem merda não, viu, seus mentes poluídas!)

- Ei, Hannah, quer jogar Pingue – Pongue?

- Ahn? Pingue – pongue? Às duas da manhã? Nico, você tem problema? A sala de recreação fica do outro lado do Acampamento, quase morri pra vir andando de lá até aqui. Sem contar o fato que eu não gosto muito de raquetes, você pode sem querer acertar a cara de algum ser inocente que está passando atrás de você; não que eu já tenha feito isso, é claro, a não ser aquela vez que...

- Deuses. Você fala demais. Não é esse pingue - pongue, é um jogo que minha irmã inventou quando eu era menor. Por que tem esse nome eu não sei, então não me pergunte. Enfim, as regras são simples: Eu pergunto, você responde, depois troca.

Ela mexeu no prendedor do cabelo, desconfortável.

- Que perguntas?

- Qualquer uma. Vale tudo. E tem de responder a verdade.

- Meu Deus, eu vou me arrepender, mas... Ta bom. Vai logo com isso.

- Certo. Mas jure pelo Rio Estige que vai ser sincera.

- Ta. Eu juro pelo Rio Estige que vou falar a verdade.

Trovão. Aê! Deu certo!

- Ai Deus – Ela choramingou – No que eu fui me meter?

- Tarde demais – Eu fiz minha melhor cara de ‘se ferrou’.

- Humpf. Veja lá o que vai perguntar. Eu jurei que ia falar a verdade, não que não ia deformar a sua cara.

- Muito bem, vou pegar leve com você – E isso era verdade. Por mais que eu goste do Mundo Inferior, eu prefiro não morar lá permanentemente – Primeira pergunta: O que aconteceu hoje naquela hora que você quase caiu de cara no chão?

- Quando?

- Aff, não banca a desentendida. É lógico que você sabe, foi quando estávamos indo ao chalé de Hermes.

- Amm, lembrei. É que... Ah, não foi nada. Eu só tive uma... visão.

Eu me inclinei para frente, visivelmente interessado.

- O que exatamente você viu?

Ela piscou com força e mordeu o lábio.

- O vulto de alguém dizendo ‘Talvez possa não ter sido hoje, Hannah, mas não se preocupe: Em breve eu conseguirei cumprir a minha promessa de elimina – la.’

- O QUÊ? Você tem a visão de alguém dizendo que queria te matar e você diz que não é nada?! Hannah, você não entende? Essa pessoa certamente é a mesma que te raptou do Olimpo! E por que você não quis me contar? Por que não disse para Quíron, ou até mesmo a seu pai?

- Olha aqui, Nico, eu não vou me preocupar com isso agora. Só quero ter um tempo para pensar e me acostumar com a vida nova. – Ela parou e piscou – Nossa, isso pareceu resolução de Ano Novo. Enfim, por que você não faz perguntas normais, como ‘Quais são as coisas mais estranhas que você faz?’, ou algo do tipo?

Eu concluí que seria melhor tocar nesse assunto num outro momento. Como Zeus disse, perguntar só me daria um olho roxo.

- Ta, tanto faz. Sem estresse. Quais são as coisas mais estranhas que você faz, então?

- Ei, eu não disse pra você fazer essa pergunta! Era pra ser alguma do tipo, mas não essa!

- Que pena. Eu já fiz.

Ela bufou.

- Sabe o que é uma fobia?

- Aham. Medo irracional de alguma coisa.

- NÃO É IRRACIONAL! É COMPREENSÍVEL! - Ela parou para respirar e se acalmou - Mas enfim. Eu... ahn... tenho uma.

- Que seria...

- Não, você vai rir de mim. Sempre riem.

- Eu não vou rir. E você jurou pelo Rio Estige.

- Hidrofobia.

Espere, hidro? Então...

- De água?

- Aham.

- Água?

- É, bem, não exatamente. De rios, piscinas, banheiras, lagos e do mar sim, mas não do chuveiro. – Ela olhou para mim, que estava à beira de um ataque de risos – Ei, não era pra você rir de mim! Digo, é compreensível. Não estou a fim de me afogar.

- Você chama Clarisse de mocréia na cara dura, mas foge de banheiras. Okeei. Super normal.

- Ei, é normal! Hum, talvez.

- Fala sério! Thalia tem medo de altura, você de água. As filhas de Zeus são tão covardes!

- Covarde?! Pois então se você vai ficar me zoando, eu vou embora. – Ela se levantou irritada. – Eu ia te contar do plano confidencial que eu bolei depois do jantar que você não foi, mas não é mais importante. Tchauzinho. – E foi se dirigindo a porta.

- Foi mal! Desculpe! Mas que plano confidencial?

Ela parou em frente e saída e deu um sorriso misterioso/maligno.

- Como eu disse, não é mais importante. Você já tem seus amiguinhos corajosos, não é? – E bateu a porta com força, me deixando curioso e sozinho no meu chalé.

POV Hannah

Acordei com o sol batendo em meu rosto. Olhei no relógio – 6:37 da manhã.

- Aff. Pelo amor de Deus, Apolo, se mata.

Ah, sim, esqueci de avisar. Falo sozinha de vez em quando. Voltando para a história, eu tentei dormir de novo, mas a claridade era tamanha que me obrigou a levantar. Xinguei o deus Sol de uns nomes nada lisonjeiros e olhei a minha volta. Avistei um pequeno papel ao lado de minha cama, e nele estava escrito o seguinte:

‘Hannah, imagino que o imprestável do Filho de Hades tenha esquecido de lhe avisar, mas passarei aí no Acampamento às onze para busca - la. E não se preocupe, não mudamos nada em sua velha casa no Olimpo. Ainda está aquela bagunça pelos cômodos, como você deixou. Seu pai, Zeus’’.

Humm... Bagunça pra tudo quanto é lado? É, era eu mesmo.

Espere, meu pai tinha me mandado um recado por Nico e ele tinha se esquecido de avisar? Hunf, típico.

Quero dizer, ontem ele me chamou de covarde! De todas as pessoas, justo eu! Dá pra acreditar? DÁ PRA ACREDITAR?! Não, eu pensei, não pense nisso. (N/A: Lol). Eu tinha de me concentrar em arrumar as coisas, e não podia me distrair. Porque, na verdade, eu tinha um plano secreto: Eu não ia pro Olimpo coisa nenhuma. Ia fugir, procurar meu Símbolo nem que tivesse de morrer fazendo isso, e depois voltar com ele toda feliz e o esfregar na cara do meu pai. Mas pra isso eu não podia me esquecer de nada; eu não poderia voltar para pegar alguma coisa que esqueci porque estava pensando no Nico. Então, vamos lá, arrumando!

1) Meu skate - Confere

2) Meu livro - Confere

3) Minha mochila com coisas do Acampamento que Connor, Travis e eu roubamos, digo, pegamos emprestado ontem da loja – Confere

Terminei de arrumar minhas (poucas) coisas e olhei novamente no relógio – 6:41. Repassei meu plano de fugir, e instantaneamente me lembrei de uma música que combinou com o momento. Em menos de cinco segundos, me esqueci que deveria estar indo embora e comecei a cantar e dançar feito uma louca no meio do chalé.

(N/A: Natasha – Capital Inicial)

Dezessete anos e fugiu de casa
Às sete horas da manhã do dia errado
Levou na bolsa umas mentiras pra contar
Deixou pra trás os pais e namorado
Um passo sem pensar
Um outro dia, um outro lugar.

O mundo vai acabar
E ela só quer dançar
O mundo vai acabar
E ela só quer dançar, dançar, dançaaar

Eu estava lá mó feliz cantando quando me senti observada. Sabe quando você tem a leve impressão que alguém está atrás de você, te encarando? Pois é, foi justamente assim. Fiquei calada, e quando virei tinha certa pessoa me olhando com uma cara que era a mistura de ‘what the f...’ e um ataque de risos. Meu rosto ficou do tom da mecha roxa de meu cabelo.

- AH MEU DEUS NICO O QUE VOCÊ FAZ AQUI?!?

Ele estava do lado de fora do chalé, com os cotovelos no parapeito da janela rindo histericamente.

- PUUUTZ VOCÊ TINHA QUE VER A SUA CARA!!!! Ou melhor, eu devia ter filmado isso e colocado no Youtube! Foi MUITO engraçado, você tava toda ‘Ela só quer dançar’ – Nico me imitou dançando, e eu poderia ter enfiado a cara na parede naquele momento.

- Mas são SEIS da manhã!

Ele tentou segurar o riso.

- Hahahaha... é que... hahah... eu sempre vou cedo para a arena treinar com a espada, quando ela ta vazia. Hahahah... Fica mais fácil... ha... assim. Ai eu tava indo pra lá e... hahahahah! Eu vi você mó... HAHAHAA!

- Você não tinha o direito de aparecer no meu chalé às seis da manhã! Isso é propriedade privada!

Ele parou de rir e me encarou.

- Propriedade privada? Tem certeza? Mas não foi você que me acordou hoje às duas e meia?

Merda.

- Uéé, mas foi diferente! Você não estava tendo um momento suuuper pessoal!

- Eu estava DORMINDO. Quer algo mais pessoal que isso?

- Quero.

- Aff, vá te catar. E por que você está dançando em plenas seis horas? Seu pai só vai chegar às onze.

- Ah, sim, obrigada por me avisar com antecedência. - Eu fui irônica - Mas eu não estou indo para o Olimpo. Estou fugindo. – Eu saí pela porta com minha trouxinha - Tchau pra você, Nico. Mande um abraço ao Percy, a Annie e aos irmãos Stoll.

- Espere – Ele me alcançou correndo e me segurou pelo braço – Onde você está indo?

- Dãããh. Já disse, estou fugindo.

Ele me olhou com cara de ‘se mata’.

- Eu sei que você está fugindo. Não sou retardado. Eu quis dizer fugindo para onde.

- Para achar o meu símbolo. A Clave Feliz, sabe?

Ele olhou para mim, para os chalés (que estavam surpreendentemente silenciosos) e depois para mim novamente.

- E como você pretende fazer isso? Sozinha? Com esse tanto de monstros soltos por aí?

Uéé, tem algum outro jeito?

- Claro. Por quê? Você quer ir junto? – Eu disse sarcasticamente.

Ele deu de ombros.

- Quer saber? Aqui está muito chato mesmo, to atôa desde que cheguei. Vou com você.

Eu gritei apressada.

- NÃO! Ou melhor, não precisa. ^^’

- Tem certeza? Eu tenho um exército a meu comando.

- Quem? O Percy e a Annabeth? Uau, grande exército esse seu. – Eu ri. Ele me olhou irritado.

- Não. Um de mortos.

E eu podia morrer sem saber disso.

- E, além disso, – Ele continuou – eu sou seu guardião.

- ...meu guardião?

- E que são muitos semideuses. – Ele olhou para mim – Err... Ou quase isso. Mas não é essa a questão. Os sátiros são poucos para tantos... é hum... pessoas ligadas a mitologia grega. É isso aí, pessoas ligadas à mitologia grega. Então agora quem trouxer o semi... ou melhor, a pessoa ligada a mitologia grega é o guardião dela.

Eu coloquei a mão na cintura.

- Que desculpa esfarrapada, hein, meu filho?

Ele ficou vermelhinho.

- Ei, é verdade! E por incrível que pareça, seu pai tem razão. Quando a pessoa que apagou sua memória descobrir que você lembra de quem realmente é, ela vai atrás de você. Então você precisa de alguém com habilidade para te... hm... ajudar quando essa pessoa aparecer. E você lá sabe como achar seu símbolo?

- Sei. Apolo me disse como. E por que eu iria querer a sua ajuda? Ontem você me chamou de covarde, esqueceu? Bem que dizem que quem apanha sempre lembra, mas quem bate sempre esquece.

- Ei, foi você quem bateu em mim. Duas vezes! E eu já me desculpei por ter te zoado.

- Mas por que você quer ir tanto assim, hein? Hein? Posso saber?

- Ora, por que... bem, digamos... – Eu pensei que ele diria algo como ‘me preocupo com você’, ‘ia ser trágico se você morresse’ ou até mesmo ‘é muito perigoso você ir sozinha’. Mas não, veja lá o que me aparece – É que quando seu pai descobrir que você fugiu, ele vai tacar raio em todo mundo e ontem ele disse que gostaria de me matar da próxima vez que nos víssemos. Então eu prefiro estar bem longe daqui quando isso acontecer.

Grrr que droga! Se Nico fosse comigo ia ser, hm, tenso, mas se meu pai o incinerasse eu também não ficaria nada feliz! E agora, o que eu faço?

- Está bem – Me ouvi falando – Mas eu já estou de partida. Então...

- Não se preocupe. Eu não costumo levar malas. Quando você mora por uns tempos no Mundo Inferior, aprende a viver com o mínimo.

- Am, ok. Na verdade, é até bom que você venha, já que preciso de um guia. Você conhece Nova York? Por que lá é a nossa primeira parada.

Antes que Nico pudesse responder, duas pessoas surgiram da floresta de mãos dadas, e sussurrando um pouco alto demais.

- Falando em Nova York... -Nico murmurou.

- Hannah? Nico? Por que em nome de Atena vocês estão aqui?

- Annabeth? Percy? Por que em nome de Zeus vocês estão aqui?

Annabeth deu de ombros.

- Por nada. Agora é a sua vez.

- Estamos fugindo – Nico respondeu. Eu lhe dei uma cotovelada.

- CALE A BOCA!

- Putz, foi mal, mas tenta colocar menos força da próxima vez.

Percy segurou o riso.

- Oooh, que fofo, vocês dois fugindo juntinhos.

- NÃO! – Eu gritei completamente envergonhada. – Não é nada disso. E que eu estava indo atrás do meu Símbolo, ai Nico apareceu e se ele ficar aqui é provável que meu pai vá o incinerar ou fazer um desses trem ai que ele faz. E isso não ia ser legal.

- Nem um pouco – Nico enfatizou.

Annabeth franziu a testa.

- Mas fugindo assim? Do nada, para procurar algo que foi despedaçado há um século e está espalhado por aí?

- É claro.

Percy e Annie se entreolharam. Pude perceber que estavam conversando algo silenciosamente como:

Annabeth: Não podemos os deixar sozinhos!

Percy: Bem, sim, mas também não podemos ir embora assim, do nada.

Annabeth: Cale a boca, Cabeça de Alga! Isso é sério!

Percy: Eu sei! Também não quero ser incinerado.

Annabeth: Então... A gente vai fugir também? Junto com eles? Por que eu não acho que dois menores vão conseguir viajar o mundo por ai.

Percy: Am, Annie, nós temos dezesseis. Somos menores também.

Annabeth: VOCÊ ENTENDEU! ò.ó E aí?

Percy: Se Hannah não bater em mim, eu topo. Já basta você me socando o dia inteiro.

Annabeth: Awn, você sabe que eu te amo!

Percy: Aham, Sabidinha ¬¬’

Eu tinha a leve impressão que se não disséssemos nada eles ficariam ali o dia inteiro, e meu plano (nem tanto) confidencial de fuga iria pra cucuia. Resolvi dar um basta na ‘conversa’.

- Am, gente, então nos vamos indo. Sabe como fazemos para chegar a NY?

Annabeth estalou os dedos, desconfortável.

- Hannah, olha... Eu, digo, nós achamos que... Bem, vocês podem precisar de ajuda, então...

- Vocês querem ir conosco achar a minha Clave da Felicidade.

Nico franziu a testa.

- Achei que fosse a Clave Feliz.

- Ah, feliz, felicidade, dá na mesma. Mas então, vocês querem ir com a gente achar a Clave Feliz ‘barra’ da Felicidade?

- Como você sabe? – Percy perguntou

- Ah, foi a mesma desculpa que Nico usou por não querer ser carbonizado...

- Ei!

-... e então acho melhor irmos logo – Nós já estávamos na divisa do Acampamento, do lado da estrada.

- Como a gente pretende ir? A pé? – Percy perguntou.

Eu abri a boca para dizer algo, mas senti que era observada novamente. Uma voz soou atrás de nós:

- E vocês achavam mesmo que tinham conseguido me enganar? Hahahahaha... Amadores. Pois vocês não vão a lugar nenhum.


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Notas finais do capítulo

Não me matem pelo suspense, pessoas! Até sabado (:

Ps. Tipo, meus pais querem me obrigar a ir num casamento irritante sábado que vai demorar quase o dia todo, mas nao se preocupem, posto até por iPod se for preciso :D