Uma Prova de Amor escrita por Lauren Reynolds, Jéh Paixão


Capítulo 19
Capítulo 17 - Pride and Prejudice




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Capítulo 17 – Pride and Prejudice

Orgulho e Preconceito

Edward

O orgulho pairava sobre mim. Meu sangue fervia e era bombeado tão rápido que eu mal percebia se respirava ou não. Quando eu estava lá na frente, perante a juíza, interrogando arduamente, cada uma daquelas testemunhas, eu me senti inteiro e no meu devido lugar. E ainda havia mais. Havia um sentimento diferente que aflorou sem que eu percebesse.

“Você consegue”. Eu ouvi a voz de Josh em meu ouvido, entretanto ele não estava ali pessoalmente, mas estava em meu coração.

- Em que você está pensando? – Minha mãe perguntou ao vir me dar os parabéns, após a audiência.

- Em meu irmão, em como eu gostaria de tê-lo visto atuando.

- Deixe-me lhe dizer uma coisa. – Ela sorriu. – Você estava igualzinho a ele. Por alguns instantes até achei que fosse o próprio. Mas então você se virou e eu vi esses seus olhos verdes brilharem.

- Obrigado. – Respondi sorrindo.

No corredor, Isabella estava o lado de Jane, que tinha ao seu lado os três Volturi. Bella levantou-se e veio em minha direção, paramos numa distancia razoável do quarteto.

- Você foi genial. – Ela declarou. – Ajudou alguém hoje.

- Em parte. Agora a medicina precisa fazer o resto. – Tornei a dizer, contemplando uma face radiante, que exibia dentes brancos, e cujas orbes castanhas encaravam-me com profundidade.

- Eu duvidei de você. Achei que você não seria capaz de fazer isso, mas você fez.

- Não se culpe. Eu também duvidei de mim mesmo.

- Preciso ir. Tenho que levar Jane ao hospital. Até amanhã.

Ela me deu as costas e caminhou calmamente sobre seu salto alto ao lado de Heidi Volturi. Seu jaleco branco estava dobrado no espaço entre as alças da bolsa de couro preta. Senti uma nova pontada em meu peito. Mas eu não sabia dizer o que era exatamente.

- Edward, por favor, acompanhe sua mãe para casa, que eu vou assim que puder. Preciso passar no hospital antes. – Meu pai colocou uma mão sobre meu ombro.

- Por que não encontra conosco num restaurante? – Sugeri.

- Tudo bem. Ás nove nos encontramos no Antoinette.

- Ok, nos vemos lá. – Quando ele ia sair, eu o chamei novamente. – Poderia convidar Isabella?

- Claro.

Edward, enquanto dirigia, tinha seus pensamentos voltados para tudo o que antecedera aquela sessão com a juíza e tudo o mais que vinha acontecendo em sua vida. Pensava em Josh e, ao mesmo tempo, quase conseguia visualizar uma Isabella pequena indo ao encontro de seu irmão mais velho. E em meio a esses flashes, ele lembrou-se de algo:

“Quem morreu?”, perguntou a menininha.

Meu irmão.”, ele disse. Contemplou ligeiramente os olhos castanhos. “Quem foi que...”

“Minha irmã.” Ela respondeu e desatou em lágrimas.

O jovem de olhos esverdeados deu às costas a menininha. Ele entrou no carro, sendo amparado por seu pai. Sentou-se na beirada e apoiou a cabeça no banco e contemplou a menininha que ficava sozinha na chuva.

O já adulto Edward lembrou-se de não ter visto mais ninguém naquele dia, até o momento em que saia do cemitério. De repente, foi tomado por uma onda de compaixão. Como alguém poderia crescer sem pais? Ele sabia que muitas pessoas cresciam assim, mas nunca havia pensado neste assunto, principalmente quando se tratava de algum conhecido. Como Isabella agüentava? , era a sua principal pergunta.

- Você está muito calado, querido. – Esme disse suavemente, enquanto saiam do carro e deixavam o manobrista estacioná-lo.

- Só processando algumas informações. – Respondeu ele, de uma forma um tanto cética.

- Mesa para quatro, por favor. – Esme dissera ao maitre.

O restaurante era de porte pequeno, decorado com afrescos em tons pastéis, poltronas, pequenas garrafas de vinho, camafeus e detalhes que lembravam um palácio francês. Mãe e filho foram levados a um segundo salão, com vista para um pequeno jardim; neste ambiente, uma mesa para quatro pessoas estava montada, com guardanapos, pratos fundos, rasos, colheres, pires, três tipos de taças e um lindo botão de rosa branca no meio da mesa. Os talheres eram de prata e tinham a letra “A” numa caligrafia comportada desenhadas nos cabos.

- Edward, você não me engana, querido. – Esme sorriu.

- Só estou pensando que amanhã alguém vai ter uma vida melhor. - Ele deu de ombros.

- E que Isabella ficará feliz por isso. – Ela completou, depois de bebericar um pouco do vinho.

- Você não devia ingerir bebida alcoólica, mãe.

- Não se preocupe, faz algum tempo que não tomo antidepressivos. – A empresária respondeu com certo orgulho.

- Mas você tem razão. Isabella ficará muito contente amanhã, com o anuncio do veredicto. – Ele disse baixo.

Esme e Edward, como há muito tempo, estavam tendo uma conversa agradável, que não terminava – e nem começava – em lágrimas, sem xingamentos e desdéns por parte dele. Ela, Esme, sabia muito bem que ele se esforçava para ignorar o lado arrogante, entretanto, sabia que seu filho precisava disso. Por outro lado, Edward encarava a situação de outra forma; não como se ele tivesse que se esforçar para tal, mas como se ele sempre tivesse sido esse tipo de pessoa. Era quase normal.

Em cerca de quarenta minutos, Carlisle e Bella juntaram-se aos dois no restaurante. Assim que se sentaram, trataram de pedir o jantar; um belo filé mignom, acompanhado de cogumelos salteados ao azeite e batatas sauté, salada de folhas verdes, um delicado bolo de camadas finas de chocolate amargo e café, para a sobremesa, e, por fim, vinho tinto seco, do tipo cabernet e água mineral, para acompanhar a refeição.

- Obrigada pelo convite. – Bella dissera, assim que se sentara.

- Não há de quê, querida. – Esme retribuíra o sorriso.

- Embora eu me sinta atrapalhando uma reunião de família. – Ela disse baixo.

Carlisle ia dizer que ela não estava atrapalhando e que a companhia dela era bem agradável, entretanto, Esme pousou suave e discretamente sua mão sobre a dele, impedindo-o, num gesto contido, de falar.

- Eu me precipitei de muitas formas em relação a você, Bella. – Edward antecipara-se. – Porém, você é parte da nossa família. Você é a sua e a nossa família. Embora você não confie em mim, salvo para o caso Jane, ainda sim me sinto responsável por ter-lhe magoado.

- Não precisa se desculpar, Edward.

- Embora... – Ele não deu atenção. – Você não confie em mim, eu confio em você; e sei que viver durante todo esse tempo sozinha, carregando esse fardo, não foi fácil.

Bella, que antes estava encarando Edward, pois estava ligeiramente virada para o lado dele, agora se voltou para frente e abaixou a cabeça. Ela jamais pensara em ouvir algo de alguém, ainda mais dele.

- Estamos do seu lado querida. – Esme colocou sua mão sobre a dela.

- Obrigada.

Ela agradeceu e logo pediu licença, levantou-se e caminhou até o toallet. Parou em frente ao espelho e encarou aquela moça de cabelos escuros e com olhos borrados. Abriu sua nécessaire e retocou a máscara para cílios e o pó compacto. Ajeitou o brilho e encarou-se novamente. Porém, quando saiu do toallet, viu que Edward a esperava próximo ao banheiro.

Nenhuma palavra fora dita, ele simplesmente olhou-a no fundo dos olhos e virou-se, quase que bruscamente; Isabella o seguiu, sem pestanejar, sem pensar sobre o que viria a seguir, sem pensar em absolutamente nada.

Ele caminhou por entre as mesas, contornando uma coluna e saindo para a pequena varanda e subindo a escada de ferro e madeira. No andar de cima, no terraço, havia mesinhas e, no canto, uma mesa posta especialmente para o casal. Havia um prato a espera, uma taça de vinho e uma pequena lamparina cuja luz tremulava lembrando uma vela.

- Durante todos esses dias, principalmente nos últimos, eu tenho pensado muito. Sobre Josh, Jane, sobre mim, você.

- Você, embora não enxergue, é a cópia do Josh, Edward. – Bella dissera sorrindo, suavemente, após bebericar o vinho.

Ele estacou.

- Você não acredita, mas é. Só é diferente na aparência, mas me lembro do seu irmão. Desculpe-me por qualquer coisa que eu tenha dito. – Ela sibilou.

- Fico feliz que meu irmão tenha sido uma pessoa importante em sua vida. Porém, nós sempre brigávamos, porque eu o achava sempre o melhor. Ele era.

- Briga de irmãos. Eu também brigava com Emma.

- Josh conheceu Emma? – Edward perguntou de repente.

- Talvez agora estejam juntos num lugar melhor. Torcendo para que nós dois nos tornemos pessoas melhores. – Bella respondeu.

- Em quê você deveria se tornar melhor? Você, embora meu orgulho fique ferido em admitir este tipo de coisa, é uma das melhores pessoas que conheço, Isabella Marie Swan. Não tem como negar. Eu te admiro.

Bella estreitou os olhos. Ela estranhava o comportamento do rapaz; sentia como se estivesse sendo enganada e que ele só estivesse querendo alguma oportunidade para aprontar algo, porém, bem lá no fundo, sabia que não era verdade. Edward, Carlisle, Esme e Josh eram pessoas boas, por mais clichê que fosse dizer e, por mais raro que fosse.

- Você está desconfiada.

- Sou tão fácil de ler?

- Eu sou bom nisso. – Ele riu. – Mas você está desconfiada.

- É como se você fosse um cafajeste que quisesse apenas me usar. Entretanto, algo me diz que você fala a verdade.

- Por que não acredita nesse ‘algo’?

- Porque na última vez eu acabei dormindo no banco de uma igreja e acordando com o padre me chamando. – Ela disse com um tom seco. No instante seguinte respirou fundo e disse num tom mais suave. – Vou me arrepender?

- Espero com todas as forças que não. – Ele encarou-a.

- Faça valer a pena, Edward. Por favor.

- Eu farei.

“O Amor é a única força capaz de transformar um inimigo num amigo.”

Martin Luther King


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Notas finais do capítulo

Hello my girls ;P
Desculpem pela demora em postar, agora que estou trabalhando não tenho tempo mesmo. Então decidi que os posts serão aos finais de semana, na medida do possível e conforme eu for escrevendo, ok?!
O que acharam do capítulo?
Edward está começando a se ajeitar não é?!
Comentem.
Beijinhos
@ninaxaubet