Perfeição Inalcançável escrita por Simone Hoffmann


Capítulo 4
Solidão




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/155209/chapter/4

Por Sophia
Cada segundo é tempo para mudar tudo para sempre.

Charles Chaplin

Estou muito animada por fazer um novo amigo. Gosto muito de Erick, posso sentir que ele consegue me compreender. É o meu primeiro e único amigo, me sinto tão bem! Só espero que ele já esteja melhor, eu não poderia ficar lá durante mais um dia para aguardar até ele acordar, eu preciso ajudar meu pai no trabalho. Cheguei em casa durante a noite enquanto meu pai estava preocupado por eu não ter voltado mais cedo. Mesmo explicando para ele o que havia acontecido, ainda ficou desconfiado. Só me restava ir dormir.

Durante a manhã a padaria estava muito movimentada, porém mesmo assim tentei fugir do trabalho. Desta vez meu pai negou, afirmando que havia muito movimento e precisava de minha ajuda para manter as coisas em ordem. A única maneira de falar com ele agora seria pelo telefone, porém era impossível já que ele estava no quarto de meu pai no segundo andar. Este meio tempo que eu ficaria ausente para falar com Erick seria suficiente para meu pai desconfiar de que eu havia deixado sozinho cuidando da padaria.

Enquanto os dias passavam eu tinha esperanças que Erick apareceria na padaria novamente ou que ele ao menos tentaria telefonar. Os dias foram passando e nem sinal de meu amigo. Eu sentia urgência de vê-lo porém a padaria estava constantemente cheia de clientes impedindo-me de visitá-lo.
Quando o domingo chegou meu pai resolveu me dar um dia de descanço pelo fato de eu ter me empenhado tanto durante a semana para ajudá-lo. Finalmente um dia livre para eu fazer o que quisesse. Logo pela manhã decidi que iria até a casa de meu amigo. Quem sabe ele gostaria de passear comigo pela cidade. No caminho percebi que não havia gente na rua e o porteiro também não estava no mesmo lugar de sempre. Estava tudo quieto. Quieto demais.
Olá, tem alguém aí? - Perguntei mesmo sem ver qualquer um por perto. Não atenderam ao meu chamado.
Tentei descobrir onde estariam todos os que geralmente ficavam caminhando por aqui. Era tudo muito estranho. O portão estava aberto então caminhei até a porta de entrada da casa. Olhei em volta e avistei um homem. Ao me aproximar percebi que era um dos mordomos que estava constantemente trabalhando na mansão de Erick.
Oh, olá. Hm, é Sophia, certo? - Cumprimentou-me - O que faz por aqui senhorita?
Perguntei onde estavam todos os empregados e inclusive meu amigo já que eu não os encontrava. Ele ficou surpreso. Não compreendi sua reação até ele me explicar que Erick não morava mais no mesmo local, e que já faziam dias. Contou-me que ele estava morando com o tio pois ele era o responsável por Erick desde o falecimento de seus pais. Ficou supreso por Erick não ter me avisado que iria morar em outro lugar. Fiquei apavorada. Como eu poderia continuar vivendo sem meu único amigo? Era algo realmente impossível. Era meu único amigo, porém nada mais eu poderia fazer. Não existia qualquer meio de eu me comunicar com ele. Voltei para casa desejando nunca tê-lo conhecido pois assim não sofreria com sua ausência. Quando contei a notícia para meu pai, ele ficou muito feliz mesmo não demonstrando. Porém eu sabia que ele não ficaria triste por mim já que ele só quer que eu o ajude a trabalhar na padaria.
Eu consegui trabalhar com ele normalmente somente uma semana, antes de começar a adoecer de solidão e saudade. Eu só tinha vontade de dormir e chorar, mais nada.
Os lucros decaíram muito já que meu pai tinha de ficar me dando atenção quase todo minuto. Tomou a decisão de que me daria o dinheiro que eu precisasse para ir ver meu amigo. Disse que não queria mais saber de eu ficar deitada na cama chorando e que ele se sentia muito mal de me ver daquela forma.

Alguns dias depois arrumei minhas malas e saí de casa. Fui na direção da mansão onde Erick morava anteriormente. Quem sabe houvesse alguém por lá que poderia me ajudar. Por sorte havia um caminhão de mudanças que estava levando alguns pertences de Erick até sua nova casa. Como o motorista era o mesmo da antiga limusine de Erick, acabou reconhecendo-me. Educadamente perguntei se ele poderia levar-me até a mansão do tio de Erick e felizmente o motorista não me negou. Peguei minhas coisas e coloquei dentro do caminhão. Eu estava muito animada, seria a primeira vez que eu sairia dos Bosques Assombrados.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Perfeição Inalcançável" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.