Em Um Dia Qualquer de Agosto escrita por Sophie Queen


Capítulo 1
Capítulo 1


Notas iniciais do capítulo

Disclaimer: Twilight não me pertence, infelizmente.
Essa o/s pertence a uma brincadeira de amigo oculto entre as autoras: blueberrytree, Carol Venancio, Cella E.S, GiulyCerceau, Isa Vanzeler, Lali Motoko, Oh Carol e Tatyperry.
Para ficar mais fácil o acesso as one-shots da brincadeira, não deixem de acessar a comunidade com todas elas chamada "Amigo Oculto de Férias/Julho 2011". http://www(PONTO)fanfiction(PONTO)net/community/Amigo_Oculto_de_Ferias_Julho_2011/94253/3/0/1/
O tema da vez é "Férias" e cada uma de nós recebeu duas músicas e duas fotos da nossa amiga oculta para criar uma história, podendo escolher ao menos um desses itens.
Não deixem de conferir as outras ones, ok?!
Bom... quero agradecer a todas as meninas que participaram da brincadeira, apesar das dificuldades que tivemos durante a produção destas fics, tudo foi muito divertido. É sempre bom brincar com vocês! Obrigada também a Tod por mais uma vez betar algo para mim assim de última hora e absurdamente gigante.
A minha amiga secreta já sabe que essa one (na verdade dividida em 2 capítulos) é para ela, mas para deixar todos vocês um pouco curiosos só vou dizer quem ela é lá no final, ok?! Se divirtam com essa aventura sem pé e sem cabeça! ;D



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*** EM UM DIA QUALQUER DE AGOSTO ***

Parte 1

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- Eu não acredito que concordei com isso! – exclamou entediada e visivelmente emburrada Isabella Swan, uma mulher de vinte e poucos anos de cabelo castanhos avermelhados levemente ondulados, olhos também castanhos, contudo que lembravam a chocolate derretido e de pele extremamente branca, como flocos neve.

Diante do protesto da morena seus amigos de longa data Emmett McCarty, um rapaz de corpanzil atlético e musculoso, cabelos curtos negros encaracolados, olhos amendoados e um sorriso fácil com covinhas em suas bochechas; e Alice Brandon, que em contrapartida ao moreno era miudinha, com feições de fada, pele tão branca que se não fosse por causa de seus cabelos castanhos escuros curtos e espetados para todas as direções nas pontas, se passaria facilmente por albina, seus olhos eram de um tom exótico de âmbar, que lembravam a ouro derretido, algo excepcionalmente fascinante de se admirar; se entreolharam no banco da frente do Jeep Cherokee Chief branco gelo pertencente à Emmett, uma vez que a muito estavam acostumados com a amiga reclamando sempre de tudo, inclusive daquela viagem inesperada que os três haviam decidido fazer no final das férias de verão daquele ano.

- Bella, você precisava desta viagem, esqueceu o que aconteceu esse ano com você? – questionou Alice enfática, virando-se no banco da frente para encarar os olhos da amiga que estava sentada no banco de trás com a cara amarrada, os braços e as pernas cruzados com tanta força que parecia como fosse levar anos para descruzá-los.

- Não, Alice, eu não esqueci o que aconteceu. – vociferou a morena. – E obrigada por me lembrar que o cara que eu achava que amava me roubou para comprar drogas. – bufou com visível ódio daquela lembrança que nem de longe parecia ter deixado seus pensamentos.

- Bella, Jake nunca mereceu o seu amor, na realidade, duvido que ele ame alguém a não ser ele mesmo e a droga hoje em dia. – disse reflexivo o moreno que conduzia o automóvel. – De qualquer maneira quantas milhões de vezes eu te disse que ele não prestava? – questionou retoricamente Emmett. – Inúmeras, mas você preferiu acreditar naquele cachorro sarnento, do que em mim, seu amigo há vida inteira. – contrapôs ainda visivelmente amargurado de que Isabella não tinha confiado nele, que sempre esteve disposto a ajudar suas amigas de longa data em tudo, realmente fazendo às vezes de irmão mais velho.

- Eu sei, Emm. – concordou a contra gosto a morena que odiava dar o braço a torcer quando estava errada. – Mas... agrr...

- Você estava cega de amores. Nós entendemos, Bella. – anuiu Alice compreensivamente, recebendo um olhar enviesado de disparate de Emmett, a estudante de estilismo e moda ignorou o olhar do amigo e continuou a se dirigir a melhor amiga. – Jacob conseguia ser extremamente charmoso e convincente. Qualquer uma cairia na conversa dele com aquele sorriso largo e brilhante, as palavras bonitas decoradas de poemas de Shakespeare que ele diz aos quatro ventos. Mas, por favorzinho, tente se divertir nesta viagem. Estamos fazendo aquela Road Trip que sempre sonhamos desde quando estávamos no ensino fundamental. – ponderou com animação a pequena e agitada senhorita Brandon.

- Sim, sim... – concordou com descaso Bella. – Mas eu imaginava que este nosso sonho seria realizado de forma mais segura do que nesta lata velha em que estamos. – desprezou a morena brincando com uma linha do estofamento do banco traseiro em que estava sentada no Jeep.

- Ei! – protestou o atlético Emmett ofendido. – Não fale assim da Jeepessika, ela é sentimental. – comentou o moreno chamando o carro pelo nome ridículo que ele havia dado quando adquiriu o carro em seu aniversário de 16 anos, enquanto acariciava o painel do mesmo como se este tivesse sentimentos.

- Emmett, você não acha que é meio grandinho para continuar chamando essa... essa coisa por este nome ridículo? Por favor, Teddy Bear, você é quase um jogador de basquete profissional, no máximo em dois anos você estará jogando na NBA. – lembrou Bella com seu continuo e marcante mau humor, pontuado por sua razão tão grosseira, e sem nenhum tato.

- Nós estamos juntos há mais de sete anos, e desde então vivemos tantas aventuras, claro, sem lembrar as que ela viveu antes. – comentou saudoso o moreno com um sorriso travesso.

- E eu achava que com a idade você fosse melhorar... mas vejo que só regrediu. – ponderou Bella girando seus olhos castanhos nas órbitas.

- E você está conseguindo ficar mais rabugenta a cada dia. – rebateu Emmett. – Será que é um sintoma de quem faz matemática? – divertiu-se o jogador, gargalhando da própria piada, acompanhado por Alice que também ria enquanto lia a sua Cosmo.

- Não é matemática é Ciências Atuariais, quantas vezes vou ter que repetir? – revoltou-se Bella pela bilionésima vez com os amigos que teimavam em tirar sarro da escolha de sua futura profissão.

- Mexe com números, fórmulas e letras X, Y e Z, então é matemática. – pontuou Emmett dando fim à discussão e aumentando o volume do rádio que tocava Pinball Wizard do The Who.

Isabella rolou seus olhos e bufou inconformada com a atitude infantil do amigo, não percebendo que ela mesma estava agindo infantilmente. Alice que observada de canto de olho e em silêncio o intercambio entre os amigos riu consigo mesma voltando para a leitura de sua revista.

Os três amigos que haviam concordado em atravessar o país em suas férias caíram em um longo silêncio, cada um preso em seus próprios pensamentos. Isabella ainda sofria em um silêncio amargurado, revivendo em sua mente os dias que haviam precedido suas férias em maio. Fora terrível para a futura atuária descobrir que a pessoa para quem ela havia dedicado seus últimos quatro anos, que era filho do melhor amigo de seu pai, não passava de um viciado de merda que não conseguia ficar longe da droga, e quando não tinha mais condições financeiras para sustentar o próprio vício, passou a furtá-la, ela que sempre o apoiou e que, no fim, se recusava a acreditar no que estava diante de seus próprios olhos; que só aceitou a inevitável resolução quando descobriu que o então namorado a havia agenciado, a rufiado para o seu traficante.

Naquele momento, quando descobriu que o homem que ria e oferecia qualquer coisa que existia no cardápio de um elegante restaurante na região portuária de Boston, não estava ali para lhe oferecer um estágio em uma companhia financeira, mas sim para levá-la para cama, usar ela como se fosse uma puta barata, tudo porque o seu namorado, uma pessoa que Bella estava convencida de que seria o homem de sua vida, que estava disposta a passar o resto da sua vida ao lado dele, a usou como uma moeda de troca simplesmente para obter um pouco mais de seu vício imundo.

Tal situação só não teve um desfecho traumático para a morena, porque Emmett e Alice, seus amigos e companheiros desde que frequentavam o ensino fundamental em Port Angeles, souberam por intermédio de terceiros que Jacob Black pretendia usar Bella como uma moeda de troca para obter mais heroína. Depois de descoberta a traição do moreno de feições indígenas e as verdadeiras intenções daquele encontro, a jovem senhorita Swan deixou-se cair em uma profunda e dolorosa depressão, que só não a levou a loucura por intermédio de seus amigos.

Bella nunca soube o que aconteceu com Jacob depois do fiasco que foi a tentativa de rufiá-la a um traficante, mas por uma breve conversa com seu pai, o chefe de polícia de uma minúscula cidadezinha do Estado de Washington chamada Forks; Billy Black pai de Jake intercedeu em favor do filho e o encaminhou para tratamento de narcóticos em um lugar isolado e próximo a ele no Estado de Washington.

Os três amigos não haviam conversado sobre o caso, na verdade não precisava. Em diversas situações tanto Emmett, que por ser atleta conhecia várias pessoas em Boston, como Alice que era a simpatia em pessoa e conseguia cativar qualquer um com um simples sorriso, tentaram alertar Isabella para o vício de Jacob, mas a morena cega de amores, apaixonada e iludida pelo moreno não os dava ouvido. Eventualmente que ela pediu perdão aos amigos por não acreditar em ambos e esta viagem a San Francisco, que deveria levar de quatro a cinco dias era o preço que ambos cobraram a amiga para selar novamente a amizade que sempre tiveram.

A futura atuária não foi muito favorável a ideia, mesmo sendo filha única de um chefe de polícia de uma cidadezinha minúscula e de uma professora de jardim de infância, Charlie e Renée sempre deram tudo o que podiam ou não a ela, mesmo depois do divórcio de ambos que resultou com a mãe de Isabella se mudando para a Flórida quando esta tinha dezesseis anos, os dois nunca recusaram nada a filha dando tudo o que ela desejava, desta forma Isabella diversas vezes tentara convencer a Alice e Emmett que se queriam mesmo fazer uma Road Trip deveriam alugar um carro novo, contudo ambos os amigos negaram a proposta da morena, dizendo que era dispensável tal gasto.

Por fim a morena teve que concordar com as alegações dos dois. Seu custo de vida em Boston já era demasiado alto para seus pais que se desdobravam para manter a filha estudando em uma universidade da Ivy League, e também pelo fator da esmagadora crise econômica que se alastrava pelo país, onde até mesmo arrumar um emprego de garçonete estava absurdamente difícil.

Na mesma linha financeira que a família Swan estava a família McCarty. Emmett era o segundo dos três filhos de Randall, um vendedor de carros usados, e de Mary, uma professora de Educação Física, que infelizmente tivera a vida tirada em um acidente automobilístico quando levava o time de basquete que ela treinava em um campeonato em Seattle. Emmett e seu irmão mais velho Paul, que na época do evento tinham 17 e 19 anos respectivamente se viram obrigados a ajudar o pai a sustentar a casa, depois que este se tornou um alcoólatra e que acabou morrendo de profunda tristeza, e possivelmente por causa do álcool, dois anos após o falecimento da mãe; e eventualmente na criação e educação do irmão caçula Seth, que nestas decorrentes tragédias havia acabado de completar 13 anos.

Emmett, que apesar do orçamento apertado tinha uma vida confortável não possuía os mesmos privilégios que Bella tinha com seus pais, que sempre se desdobravam para dar a ela o que queria ganhar. O moreno que ficara órfão muito cedo teve que se virar para conseguir o seu lugar ao sol, e assim manter sua família unida. Paul havia se tornado advogado e vivia com Seth em Seattle. Emmett, todavia havia conseguido uma bolsa de estudos em Harvard pelo seu desempenho atlético se tornando um fenômeno na liga universitária, conseguindo grandes lucros e se tornando um nome promissor para ingressar na National Basketball Association, entretanto o moreno nunca deixou seu lado humilde, sempre evitando gastar dinheiro com algo que pudesse evitar, pensando sempre no futuro, evitando que uma crise como a passada na sua adolescência aconteça novamente com sua família.

No oposto da base triangular desta amizade estava Alice Brandon, filha de Peter e Charlotte Brandon. Seu pai, Peter que fora um famoso correspondente internacional da CNN havia se tornado prefeito de Port Angeles, e sua mãe, Charlotte era uma conhecida modelo internacional. Alice nunca saboreou a pobreza, na realidade, sempre passou muito longe dela, pois tanto a família de seu pai, quanto à de sua mãe tinham posses antes que seus filhos se tornassem famosos e conseguissem multiplicar o erário da família.

Alice assim como Bella sempre teve tudo o que quis, mas ao contrário da amiga seus pais não tinham que se desdobrar para dar a ela. A baixinha que sempre tivera a aparência de uma fada era uma das pessoas mais humildes que alguém poderia conhecer, sempre disposta a ajudar os outros, sem pedir nada em troca; assim como não gostava de se gabar da fortuna que tinha, preferindo estudar em uma escola pública a ir para um internato na Europa.

Entretanto, apesar da visível diferença econômica entre os três vértices desta amizade, eles conseguiram superar as dificuldades e os diversos obstáculos que se interpuseram em seus caminhos e se tornaram grandes amigos, sempre dispostos a ajudar o outro quando este precisar, sempre dispostos a ficar lado a lado independente da situação que passarem.

Isabella havia se esquecido exatamente dessa fraternidade, amizade transcendental, quando se envolveu com Jacob, que havia conseguido eclipsar completamente o seu mundo, fazendo com que a morena o colocasse em um patamar que seus melhores amigos não podiam atingi-lo, e até mesmo se ofendendo quando estes diziam algo que manchasse a imagem perfeita que ela havia construído dele.

Como ela fora otária por fazer isso. Depois de ter sofrido o que sofreu é que Bella finalmente entendeu que nada, amor algum, homem algum poderia suprimir a amizade tão firme e genuína que havia construído com Emmett e Alice, que eles deveriam vir no mesmo patamar de preferência que sua família, que seus pais, que até mesmo ela, que eles eram tudo para ela.

A filha de Charlie e Renée sorriu para si mesma no banco de trás, fazendo com que seus pensamentos, que estiveram vagando pelo longo de seus anos de vida voltassem para aquele carro, para seus dois amigos que estavam no banco da frente daquele velho Jeep discutindo algo aos berros.

- Emmett! – exclamou Alice estridentemente. – Eu te disse que pegar a saída 10 sentido ‘S’, e não em sentido ‘N’! Emm, ‘S’ é sul e ‘N’ é norte! – exclamava Alice irritada atrás de um imenso mapa rodoviário.

- Estamos perdidos? – perguntou com urgência Bella, levando o seu corpo mais para frente para ficar próxima aos seus amigos no banco da frente.

- Nah... essa pigmeu que é exagerada. – tranquilizou o jogador de basquete.

- Pigmeu é a cadela da sua ex-namorada. – vociferou a estudante de estilismo e moda. – E se nós não estamos perdidos você pode-me dizer onde estamos? – provocou levemente e arrogante Alice, como ela sempre fazia quando alguém a contrariava ou afirmava que ela estava errada.

- Hum... er... nós estamos... – começou Emmett meio incerto, visivelmente procurando algo para sustentar a sua resposta. – Aha! – vangloriou-se animado. – Estamos em Lorain, Ohio! – exclamou aliviado o moreno ao ver a imensa placa com letras garrafais escrito: “Bem vindos a Lorain, Ohio”.

- Você... foi... salvo... por... sua... sorte. – disse Alice, pontuando cada palavra com as batidas que ela dava na cabeça de Emmett com o mapa.

- Ei! Para de me bater, Alice. – defendeu-se o moreno como uma criança sendo reprimida por fazer arte. – Acho que nós três estamos é precisando de uma boa alimentação e uma boa noite de sono, já estamos a 16 horas viajando.

- Tudo isso? – surpreendeu-se Bella.

- Sim, mas isso contando com as nossas 28 mil paradas que a dona Alice Brandon requisitou! – provocou o moreno mais uma vez em direção a Alice que rolava seus olhos, ignorando o jogador.

- Então vamos procurar um lugar para passar a noite. – afirmou Isabella, animada por sair do carro que havia ficado o dia todo.

Os três amigos felizmente não demoraram em encontrar uma pousada aconchegante e bem iluminada que agradava principalmente a Isabella que sempre fora paranóica com lugares mais modestos, temendo pegar alguma doença incurável ou sofrer alguma coisa que a levasse ao hospital, algo que ela odiava com todas as suas forças eram hospitais.

Após um banho restaurador e uma ceia farta e satisfatória os três amigos caíram exaustos em suas camas, Bella e Alice em uma de casal e Emmett em uma de solteiro no quarto em que haviam alugado. Já se passara das onze da manhã quando os três amigos deixaram a pousada e seguiram caminho pela a longa rodovia que os levaria a San Francisco.

Da mesma maneira que havia acontecido em Lorain, os três amigos após um banho restaurador e uma boa alimentação literalmente desmaiaram em suas camas em um modesto hotel em Lincoln, Nebraska. Como repetido no dia anterior Emmett, Alice e Isabella deixaram a cidade localizada no condado de Lancaster no começo da tarde. O mesmo aconteceu em Rawlins, Wyoming.

Entretanto, na estrada diante de uma avassaladora tempestade de verão que se alastrava por todo o norte do Estado de Nevada onde os três amigos discutiam arduamente no interior do Jeep se deveriam ou não parar por causa da chuva o carro fez um ruído estrangeiro atraindo a atenção de Emmett, Bella e Alice, antes de inesperadamente – dando somente tempo de o moreno encostar o carro no acostamento – parar totalmente, apagando todas as luzes do painel e impossibilitando sequer pudessem girar a ignição.

Pela primeira vez em sete anos, Emmett temeu por seu carro, seu Cherokee Chief, que fora seu companheiro e porto seguro por tanto tempo.

Alice e Isabella trocaram um rápido olhar apavorado diante da situação, mas nada exprimiram por conta do amigo que agora parecia conversar como se tivesse orando com o carro, que insistia em continuar imóvel, impetuosamente impossível de se locomover. Fora longos minutos até que tomada por um assomo de surpresa e medo que Isabella gritou a plenos pulmões, frenética para sair do carro:

- Fogo! Essa coisa está pegando fogo! – exclamava aos berros a morena que tentava sair do carro. Emmett olhou para frente de seu automóvel completamente hipnotizado pela fumaça e as pequenas chamas que tomavam o capô do mesmo, resistindo bravamente à chuva que lavava toda a rodovia. Alice que também estava tomada pelo medo e apreensão, percebendo o estado de choque e desespero dos dois amigos, tentou com todas as suas forças agir racionalmente ao retirar o extintor debaixo de seu banco e sair do Jeep para enfrentar a violenta chuva e vento que açoitava aquele local completamente isolado.

Apesar de a pequena Alice lutar bravamente com os grossos pingos de chuva e o vento que era capaz de arrastá-la de tão intenso que estava, conseguiu neutralizar o fogo que aumentara absurdamente desde o comunicado de Bella sobre este, quando não existia mais nenhum vestígio de chama alaranjada, tremendo de frio por estar molhada até os ossos a estudando de estilismo e moda retornou para dentro do carro em que estava seus dois, amigos, mas quando cerrou a porta ao seu lado, o odor de fumaça e coisa queimada impregnou suas narinas.

Imediatamente Alice berrou para que seus amigos saíssem do automóvel, em questão de minutos os três amigos se encontravam completamente molhados e parados no acostamento da estrada, que estava a ermo, sem uma única alma viva e sem qualquer sinal de habitação por perto.

- Eu avisei que deveríamos ter alugado um carro mais novo, ou então ter feito essa viagem de avião! – brandiu Isabella entre lágrimas raivosas que se misturavam com as grossas gotas da chuva que escorria em seu rosto aos dois amigos.

- Cala a boca, Bella! – reprimiu Alice que afagava os ombros de Emmett que chorava desoladamente a ‘morte’ de sua Jeepessika.

- Alice! – exclamou a morena ofendida com a atitude da sua amiga. – Será que você não está percebendo que essa lata velha quase causou a nossa morte? E por causa dela é que estamos perdidos no meio do nada, em uma estrada completamente abandonada, à noite, sem puder sequer ficar em um lugar quente e esperar a chuva passar, correndo o risco de morrer ou então aparecer um serial killer e nos matar, ou ainda o Homem Gancho, ou a Bloody Mary, ou quem sabe ainda um caminhão sem motorista que aparece do nada disposto a matar qualquer pessoa que esteja em sua rota, ou pior, aparecer vampiros! – gritou Bella, levando as suas mãos aos cabelos agora completamente molhados e os puxando aterrorizada.

- Isabella Marie Swan! – gritou Alice, afastando agora suas mãos de Emmett que ela tentava acalmar e andando a passadas rápidas até a sua amiga, que mesmo sendo alguns poucos centímetros mais alta do que ela conseguir bravamente segurar seus ombros e a chacoalhar, seguindo de um ruidoso tapa no rosto da morena, a chamando para a realidade. – Isso são lendas urbanas! Não existem! Eu te disse para não ficar assistindo Supernatural! – explanou a baixinha completamente atordoada pelo ataque histérico da amiga.

- Mas Alice, lendas urbanas são baseadas em histórias verídicas. – sustentou com firmeza Bella. – Não lembra aquele filme com o Jared Leto e o Joshua Jackson? – questionou aterrorizada. Alice jogou as mãos para o alto, gritando consigo mesmo diante do absurdo que a amiga falava.

- São ficções, Bella! – gritou a pequena mulher que tentava trazer a racionalidade aos seus amigos que ou chorava por causa de um carro quebrado ou então clamava a veracidade das mais absurdas lendas urbanas já inventadas por Hollywood. – Emmett, pelo amor em Deus e Jesus Cristo pare de chorar sobre seu carro e venha trazer a racionalidade para a sua amiga. – suplicou a jovem Brandon ao futuro super astro da NBA.

Todavia, Alice que estava de costas para a rodovia, tentando acalmar seus dois amigos e juntos procurarem uma solução para a situação que passavam, não percebeu o olhar de assombro e medo que tomaram o rosto de seus companheiros de viagem, diante de uma sombra hetera com roupas brancas e cabelos loiros dourados, mas que estavam escuros e grudados em sua face diante da chuva incessante, que aparecia diante dos grossos caules de eucaliptos.

- A-Al-Alice... – sussurrou com urgência Emmett que puxara Bella que tremia violentamente para ele, e tentava trazer Alice para os seus braços.

- Quê?! – vociferou a pequena morena de olhos dourados para o amigo que estava de olhos arregalados atordoado assim como sua melhor amiga.

- A... a noiva-fantasma... ou seria a Bloody Mary? – disse Emmett num leve murmúrio esticando o seu dedo em direção onde a loira que olhava intrigada para os três estava.

- Você também Emm... – começou Alice, que finalmente virava para onde o jogador de basquete apontava gritando agudamente ao ver com seus olhos a imagem daquela loira diante de si.

A loira que se aproximava do grupo lentamente se sobressaltou com o novo grito, conduto algo no enorme Jeep que estava ao lado de onde eles estavam chamou a sua atenção, mas que não durara nenhum um segundo sequer, pois escutou o ruído de um galho quebrando atrás de si, antes de revelar um homem, que estava completamente molhado pela chuva deixando suas roupas escuras. Um novo grito saiu dos lábios de Alice e Bella, que o fizeram em uníssono.

- É... é... o Homem Gancho. – sibilou Emmett, que abraçava protetoramente suas amigas.

- Tudo bem, eu acredito em vocês. – admitiu Alice agora tremendo tanto quando Bella tremia. – Foi um imenso prazer passar um tempo da minha vida com vocês, e será igual prazer morrer ao lado de vocês. – disse a pequena morena abraçando os dois amigos com força.

A tempestade que tomava aquela região ainda caia pesadamente, fazendo um barulho forte contra o asfalto da rodovia, o vento uivava pelas altas árvores, aumentando a sensação de que um filme de terror iria se desenrolar ali. O homem que havia alcançado a mulher loira que ainda estava parada alternando seu olhar entre o Jeep que parecia fumegar e as três pessoas que se encontravam abraçadas, encarou com um misto de diversão e incredulidade o irmão, que assim como ela também era loiro, porém a cor de seus cabelos fugia do dourado da mulher, indo mais para o tom de mel.

- O que aconteceu Rose? Quem são eles? – perguntou Jasper com seu acentuado sotaque sulista. A loira riu audivelmente para o irmão.

- Não faço à mínima ideia, parece que o Jeep deles quebrou, mas o mais divertido é que eles estão achando que eu sou uma mistura da noiva-fantasma e da Bloody Mary e você o Homem Gancho. – divertiu-se Rosalie, analisando de cima em baixo as roupas castigadas e completamente molhadas pela a torrencial chuva que o irmão usava.

- Por Deus, Rosalie, você tem quantos anos? Cinco? – inquiriu Jasper aborrecido com o comportamento da irmã. – Vá chamar Edward, para nos ajudar a levar os três para casa e rebocar o Jeep. – pediu o loiro, já caminhando em direção ao grupo.

- E perder toda a diversão? – devolveu petulantemente Rosalie. – Nunca, Jazz. – falou a futura advogada e mecânica nas horas vagas. O aluno de história rolou os olhos diante da falta de sensatez da irmã, mas optou por ignorá-la indo até o grupo.

Emmett apertou com mais força as suas duas amigas, diante da aproximação do homem que eles deduziam ser o fictício Homem Gancho. Tanto Isabella quanto Alice murmuravam indistintas palavras de despedida e medo, enquanto tremiam como se estivessem levando choques.

- Ma-mate a mim, mas deixe as duas viverem! – gritou corajosamente Emmett.

- Eu não vou matar ninguém. – defendeu-se Jasper, atordoado com a cena que se desenrolava diante seus olhos. Rosalie que ainda estava onde o irmão deixou, riu sonoramente, dobrando-se para frente completamente divertida da situação. – Rosalie, ou ajuda ou vá chamar Edward! – exigiu o loiro, percebendo que a situação era mais grave do que ele supunha.

Dando-se por vencida a loira lançou um olhar fulminante em direção ao irmão, antes de tornar se embrenhar entre os eucaliptos e ir buscar o amigo de longa data.

- Homem Gancho, por favor, nós não queríamos te incomodar... é só que... – disse uma valente Alice com grossas lágrimas em seus olhos, que havia se desvinculado dos braços de Emmett e caminhava em direção ao loiro que estava parado encarando absorto a cena a sua frente. – Jasper? – surpreendeu-se a pequena morena, ao ver o rosto do homem, mesmo diante da chuva.

- Mary? Mary Alice? – devolveu surpreso. Alice arregalou seus olhos e com as suas mãos úmidas tentou apagar os vestígios das lágrimas que rolavam por suas bochechas, mas esquecendo completamente que o seu hímel que deveria ser a prova d’água havia manchado o seu rosto a deixando com a aparência de um urso panda.

Emmett e Isabella que ainda estavam abraçados se entreolharam confusos e amedrontados com o reconhecimento da amiga e do homem que eles tinham certeza absoluta que era um serial killer, já que nunca tinham a ouvido falar daquele nome: Jasper.

- O que você faz aqui? – perguntaram os dois em uníssono, rindo em seguida diante da coincidência, enquanto ignoravam completamente a chuva torrencial que lhe caiam sobre os ombros e o vento que açoitava pelas árvores.

- Você primeiro, mademoiselle. – disse o loiro com uma breve reverencia a morena.

- Você me disse que morava em Budapeste. – acusou sem rodeios Alice, visivelmente confusa.

- Sim, eu fiz e de fato eu morava na Hungria na época em que nos conhecemos em Paris. – confirmou Jasper, o que finalmente trouxe a luz à cabeça dos dois amigos de Alice recordando-se da viagem da amiga há três anos. – Naquela situação, se não me engano, você me disse que morava na Inglaterra. – afirmou o loiro, fechando minimamente os olhos analisando milimetricamente Alice.

- Desculpe-me Jasper, eu menti. – confessou Alice, levantando o seu rosto pomposamente. – Você nunca apareceu em Versalhes, fiquei até praticamente ser expulsa do Le Temple de l’Amour no parque do Petit Trianon. – disse em perfeito e arrogante francês, ainda visivelmente magoada por ficar horas esperando o loiro.

Jasper engoliu em seco.

- Tive um pequeno incidente. – confessou misteriosamente o futuro historiador, abaixando sua cabeça em arrependimento. Um silêncio constrangedor tomou os dois, o único som que era ouvido era os pingos da forte chuva e os uivos das rajadas de vento.

O silêncio não persistiu por muito tempo, pois por onde tinha anteriormente aparecido Rosalie e Jasper, saia novamente a loira, contudo desta vez acompanhada de um alto rapaz de pele branca, cabelos ligeiramente compridos de um estranho tom de castanhos escuros – mas tal efeito deveria ser por causa da chuva que caia ininterruptamente -, e intensos olhos verdes, que mesmo a distância em que Alice, Emmett e Bella se encontravam conseguiam distinguir o tom esmeraldino.

- Whitlock, espero realmente que seja algo de vida ou morte para você ter me tirado de casa nessa tempestade! – advertiu irritado e furiosamente Edward, que mesmo diante do tom raivoso de suas palavras, sua voz ainda soava como a de um anjo.

- Cullen, precisamos de ajuda aqui. – disse Jasper sem desviar o olhar de Alice, que ainda o enfrentava de queixo erguido.

- Tá, Rosalie me disse o que aconteceu, mas porque eu preciso ajudar? Vocês dois não podiam simplesmente ajudá-los a chegar a casa? – devolveu impaciente o músico e futuro filósofo caminhando até onde seu amigo estava. – Agora seremos seis pessoas para tomar banho e se aquecer. – esclareceu.

- Sem crises de ambientalista, Cullen. – provocou Rosalie que também se juntava ao irmão e ao amigo em frente dos três amigos que vinham de Boston. – E, por favor – falou, desta vez encarando Emmett e Isabella que ainda continuavam abraçados encarando a situação com visível assombro. -, nós não somos lendas urbanas, somos reais e não vamos matar vocês, ok? Então a não ser que vocês sejam namorados que não conseguem se desgrudar, o dono do Jeep pode abrir o capô do carro para que eu veja o que aconteceu com essa belezinha? – solicitou dando leves tapinhas na lataria do automóvel.

- Belezinha? – questionou atordoado Emmett, soltando imediatamente Bella e caminhando até Rosalie.

- Sim. – concordou confusa a loira. – Sabe o quanto é difícil achar um Jeep Cherokee Chief branco gelo, 78 em perfeito estado? – provocou com a mão na cintura. Emmett arregalou os olhos surpreso pelo conhecimento de Rosalie sobre o seu carro.

- Inferno, como eu sei. – concordou, visivelmente atraído por aquela mulher que tinha aparência de uma modelo internacional, mas que falava como se o mundo da mecânica não fosse algo de outro planeta para ela. – Emmett McCarty, dono do Jeep Cherokee Chief. – apresentou-se estendendo a sua mão a loira escultural.

- Rosalie Hale. – respondeu automaticamente a futura advogada, surpresa para o tom seguro e encantador completamente oposto ao que anteriormente o jogador de basquete demonstrara.

Alice, Jasper e Edward, começaram a rir discretamente, mas não conseguindo controlar o divertimento da situação aumentando gradualmente a risada para gargalhadas histéricas. Rapidamente receberam um olhar fulminante de Rosalie, que só serviu para intensificar suas risadas estridentes.

- Vão à merda! – rebateu a loira, caminhando para frente do Jeep acompanhada de perto por Emmett que se encontrava alheio as risadas, já que analisava milimetricamente o corpo escultural de Rosalie.

- Desculpe acabar com a graça de todos – gritou agudamente e visivelmente irritada Isabella, que até então estava somente observando o intercambio dos outros cinco. -, nós iremos ficar nessa estrada tomando chuva, correndo o risco de todo mundo pegar uma pneumonia, ou de realmente aparecer um serial killer e acabar com cada um de nós sem misericórdia, ou vamos para um lugar protegido decidir o que faremos a seguir? – exigiu saber, encarando o rosto de seus dois amigos, ignorando completamente os outros três.

Edward que até aquele momento não havia encarado muito o rosto da morena, o fez, e uma estranha sensação, uma atração inexplicável por aquela mulher dominou o seu corpo. Tudo a sua volta parecia ter desaparecido, deixando somente aquele anjo, aquela verdadeira Beleza Americana ali, perpetuando a sua beleza esmagadora. Isabella sentiu o olhar intenso do músico sobre si, por mais que tentasse ignorar seus olhos a traíram e lançou um olhar ao homem de cabelos bronzes que havia se juntado aos seus amigos, inesperadamente seu coração falhou uma batida e uma sensação de magnetismo a atraia para aquele corpo.

Contudo, tão rápido como viera a atração para os dois jovens, ela se foi, e completamente alheios aos pensamentos de todos, disfarçaram o incomodo que sentiam e tentaram agir o mais naturalmente que podiam.

- Ah sim... Edward vá buscar a Sunset, para colocarmos as bagagens dos três. – pediu Jasper ao ruivo, no segundo seguinte sem se dar conta do que havia acontecido entre seu amigo e a morena melhor amiga de Mary Alice Brandon.

- Eu vou com você Cullen, buscar o trator para rebocar essa oitava maravilha, porque se deixarmos aqui esta noite, amanhã não encontraremos nem um pneu para contar história. – advertiu Rosalie fechando o capô do Jeep e esfregando suas mãos sujas de fuligem e graxa na sua calça jeans claríssima e encharcada.

- Vamos lá então, loira do banheiro. – disse Edward, divertindo-se, e provavelmente querendo atrair a atenção da misteriosa morena, da situação ao chamar a amiga do apelido que deu a ela quando estavam na quinta série e viviam como cão e gato.

- Idiota. – vociferou entre os dentes Rosalie. – Venha logo Tweety. – provocou na mesma moeda, ao relembrar também do apelido do ruivo na escola quando brigavam.

- Eu não sou amarelo, também não sou cabeçudo e muito menos gay! – rebateu Edward, enquanto se embrenhava no mato com Rosalie, a última coisa que se ouviu foi à risada musical da loira.

- Desculpem-me por isso, eles fazem essas provocaçõezinhas infantis desde quando nos conhecemos, ignorar é o melhor, eu faço. – comentou envergonhado Jasper.

- Sem problemas. – Alice afirmou com um sorriso brilhante, totalmente alheia ao seu visual de urso panda. – Mas o que eles são seus? – questionou visivelmente curiosa.

- Ah sim! – exclamou Jasper, lembrando-se que não havia apresentado os dois. – Rosalie é a minha meia irmã, e Edward nosso amigo a vida inteira. – deu de ombros. – E, vocês? – inquiriu temeroso que Emmett fosse um irmão mais velho de Alice, ou então um ex-namorado, ou pior namorado dela.

- Eu, Emmett e Bella, somos amigos desde os tempos da escola também, estamos fazendo essa viagem como uma forma de estreitar nossos laços depois de algumas... er... situações que preferíamos esquecer. – respondeu lançando um rápido olhar a Bella, que rapidamente abaixou a cabeça evitando o olhar acusador da melhor amiga.

- Hum... amigos. – refletiu Jasper, mais para si mesmo do que para qualquer outra pessoa, porém foi inevitável que Alice que estava próxima a ele, não ouvisse sua insinuação, fazendo com que um sorriso convencido brotasse em seu rosto.

Um novo silêncio caiu sobre os quatro. Emmett estava dentro do carro – com a porta aberta – procurando alguma coisa, Bella estudava com demasiada atenção suas unhas, mesmo debaixo da chuva incessante, Jasper e Alice, se encaravam em uma conversa muda. Inesperadamente um ruído que ecoava acima do barulho constante da chuva, sobressaltou os três amigos de Boston, quando uma Kombi com faróis precariamente acesos entrou na visão de todos seguidos por um trator de pequeno porte.

- Não entendo o porquê de trazer a Sunset aqui, se vamos guinchar o outro carro. – gritou Edward, que abria o vidro da Kombi vermelha e amarela, fabricada nos anos 70.

- Para levar as meninas e as bagagens. – respondeu irritado Jasper. – E não discuta Cullen, venha nos ajudar com as coisas e prender o Jeep no trator.

- Sim, senhor, Major Whitlock! – brandiu Edward batendo continência ao amigo, que limitou-se a rolar os olhos entediado com aquelas atitudes infantis e ridículas do amigo para chamar a atenção.

Os seis trabalharam com demasiada agilidade sobre a forte chuva, Rosalie que tinha um tom meio ácido e grosso, mesmo quando queria ser gentil, explicou que quanto menos coisas tivessem dentro do Jeep mais fácil seria rebocá-lo para a garagem onde ela praticava o seu hobbie de consertar carros, que como Jasper salientou ficava a uma distância consideravelmente grande da casa. Em questão de poucos segundos Rosalie junto com Emmett no trator rebocavam o Jeep, enquanto Alice, Isabella, Jasper e Edward se acomodavam na Kombi e seguiam lentamente atrás do trator-reboque.

- Será que alguém pode ter a gentileza de me dizer aonde nos encontramos? – inquiriu acidamente Isabella, que observava com irritação os imensos eucaliptos que ladeavam as laterais da estrada de pedra que eles seguiam depois de deixarem à interestadual.

- Spring Creek, Nevada, Estados Unidos da América. – recitou Edward, soando como se fosse um GPS.

- Oh, que engraçado! – replicou sarcasticamente Bella, recebendo um olhar indignado de Alice diante de sua atitude grosseira. – Ele que começou. – defendeu-se a morena diante do olhar acusador da amiga, Edward que observava o intercambio das duas pelo retrovisor gargalhou divertido.

- Ignorem Edward – alertou Jasper visivelmente envergonhado pelo comportamento do amigo. -, ele está ficando meio rabugento e irritantemente convencido por causa de tantas teorias e correntes filosóficas.

- Tão engraçado Whitlock, estou morrendo de rir da sua tentativa de piada. – retorquiu azedamente o ruivo. – Até parece que sou eu que ando completamente viciado, alucinado, paranóico com a Guerra Civil. – provocou com um sorriso torto.

- Babaca! – sibilou Jasper entre os dentes. – Ei, Alice, Isabella eis a nossa casa. – advertiu o loiro, apontando para a imensa casa branca que crescia entre a floresta.

- Uau! – exclamaram surpresas as duas melhores amigas.

- Sim, é um pouco exagerada, coisa do pai da Rose. – recitou envergonhado, dando de ombros. – Senador Hale. – explicou por fim, como se a definição do cargo político fosse à explicação clara e óbvia para a grandiosidade da casa.

- Dinheiro público, você quer dizer. – interpôs Edward.

- Porra, Cullen! – exclamou Jasper irritado.

- Desculpa cara, mas você sabe que não consigo evitar a piada sobre seu padrasto. – disse Edward amigavelmente. – Senador Hale, é gente boa, eu gosto dele.

- Sim, claro. – disse azedo Jasper, descendo da Kombi para abrir a porta de trás para que Alice e Isabella saíssem. – Ele te trata como um filho, invés de mim. – recrutou ofendido o loiro.

- Supera Whitlock! Meu avô também o preferia como neto, invés de mim. – devolveu Edward ao amigo. – “Todo homem tem que honrar o seu país, enfrentar a guerra. Você deveria seguir o exemplo do seu amigo Edward, e ser um soldado, não um baderneiro metido a pacifista.” – recitou o ruivo, com a voz grossa e embolada, em uma imitação bem verídica de seu avô materno.

- Você realmente soa como o General Anthony Masen. – riu-se o loiro. – Mas lembra que ele só disse isso, porque ele te viu na TV naquele protesto contra a Guerra em Washington. – lembrou em meio a gargalhadas o futuro historiador.

- Metade da população norte-americana protestando por causa da porra da Guerra, e ele só culpa a mim por ser um ‘baderneiro metido a pacifista’, como se você também não estivesse do meu lado. – bufou o ruivo, que agora pegava duas malas de dentro da Kombi. – Tudo porque meu pai é um Democrata e não um Republicano como ele deseja que minha mãe se casasse.

- Edward, sem teorias da conspiração ou mania de perseguição. – advertiu Jasper que ajudava Alice a sair do carro, o ruivo só rolou os olhos. – Ajude Isabella a sair da Sunset. – pediu o loiro, que se afastava com Alice em direção a casa.

- Eu não preciso da sua ajuda! – exclamou ofendida Bella, quando Edward esticou a sua mão para ajudá-la a sair da Kombi.

- Sim, você precisa. – rebateu Edward divertido com o olhar de ofensa da morena.

- Você acha que eu sou o quê? Uma incapaz? – disse irritada, ignorando a mão que Edward estendia para ela saindo do carro, mas quando esta pisou no chão extremamente liso, escorregou, não gerando um tombo maior, porque fora rapidamente segurada pelo ruivo, que jogou as malas que carregava para dentro da Kombi e a amparou.

Mesmo com as roupas que ainda vestiam completamente molhadas, o contato do corpo de ambos parecia com uma corrente elétrica, o calor de um parecia completar o do outro. Algo totalmente inexplicável, mas que ambos ignoraram. Seus rostos estavam a apenas centímetros de distância. Bella sentia o hálito fresco e silvestre de Edward batendo em seu rosto, o mesmo valia para ele que sentia o hálito adocicado e acalentador da morena. Um sorriso torto brotou nos lábios do músico, imediatamente o coração de Isabella começou a bater numa frequência anormalmente elevada.

- O piso é liso. – sussurrou o músico e futuro filósofo contra o rosto da morena. Ela fechou seus olhos inconscientemente, e mesmo sendo contra a natureza dos dois deleitaram-se da situação em que estavam uma atração tão voraz, efêmera, contudo fugaz.

- Você pode me soltar. – pediu Isabella a Edward, agilmente o ruivo retirou seus braços em torno da morena, e afastou consideravelmente dela.

- Hum... er... pedra... lodo... chuva... er... deixa o piso... liso. – explicou aturdido Edward.

- É... – concordou a futura atuária que sentia suas bochechas esquentando, revelando a sua timidez diante do olhar lascivo do futuro filósofo. Furtivamente Isabella tentou esconder o tom rubro de sua face com seus cabelos, contudo falhando miseravelmente uma vez que eles se encontravam molhados da chuva.

- Vamos entrar, porque aposto que você deve estar morrendo de vontade de tomar um banho e tirar essa roupa molhada...

Iniciou novamente Edward, tentando controlar o nervosismo estrangeiro que tomava o seu corpo, porém quando falou as frases “tomar um banho” e “tirar essa roupa molhada” seus olhos imediatamente viajaram para o corpo de Bella, que estava coberto por suas roupas úmidas, e a camiseta branca que ela usava, inclusive, deixava bem a mostra seu sutiã azul claro com estampa de cupcakes, inclusive com cerejas vermelhas em cima destes. A morena que seguia o olhar do ruivo, rapidamente notou em que ele parecia hipnotizado, rapidamente cruzando seus braços sobre seus seios escondendo o pequeno deleite de Edward, que demorou alguns segundos para sair do transe depois de ser descoberto em sua traquinagem.

Bella abaixou seu rosto, completamente envergonhada com a situação. Para ela aquilo tudo não tinha como ser mais humilhante. Nunca ela imaginou quando vestiu aquele maldito sutiã azul de cupcakes com a grossa e larga camiseta branca que usava que iria tomar uma chuva da magnitude que tomou, e que eventualmente acabou revelando mais do que ela gostaria a alguém do sexo masculino. Edward se censurou mentalmente por ter ficado completamente hipnotizado como um adolescente hormonal nos seios da morena. Disfarçando seu constrangimento bagunçou seus cabelos bronzes espalhando gotículas de água para todas as direções, enquanto simulava uma tosse.

- Vamos para dentro, tenho certeza que você deve estar com fome, e precisando de um banho. – falou polidamente o ruivo, indicando para Isabella a entrada da casa, saindo da garagem.

- Obrigada. – murmurou Bella ainda com as bochechas coradas dando um sorriso tímido a Edward, enquanto seguia o caminho para dentro da casa.

Os seis jovens trocaram as roupas molhadas que vestiam depois de seus respectivos banhos quentes. Jasper que fizera tudo com uma agilidade sobre-humana retornou a cozinha – lugar que estava antes de Rosalie afirmar que ouvira um barulho estranho da estrada – para terminar o jantar: macarrão com queijo. Não era nada muito excepcional, mas dava para matar a fome de todos.

Quando colocava o macarrão para ferver, Edward se juntou ao amigo, seguido logo depois por Emmett. Como homens, logo os três entraram em uma calorosa discussão sobre a NBA e a NFL, enquanto bebiam uma garrafa atrás de outra de Stella Artois. Rosalie foi a quarta pessoa a se juntar aos três na conversa, ela que apesar da postura de uma mulher refinada e provavelmente bem educada e um corpo de causar inveja a qualquer modelo internacional, fugia totalmente destes estereótipos quando falava; seu jeito espontâneo, meio moleca e com um palavreado de causar inveja em muito caminhoneiro e marinheiro eram simplesmente cativantes. Até mesmo Edward que vivia implicando com ela quando eram mais novos, assumira que Rosalie era uma pessoa agradável a Jasper.

Tudo bem que tal revelação ocorreu em uma época que os três referem-se de “negra”, já que o ruivo teve uma paixonite platônica pela loira, que felizmente durou apenas um mês, já que depois de uma brincadeira do tipo “sete minutos no céu”, Edward caiu em seu pleno juízo e assumiu que beijar a irmã de seu melhor amigo era o mesmo que beijar a própria irmã, se ele tivesse uma. Depois desse incidente os dois se aproximaram tanto e passaram a ser bons amigos, ajudando um ao outro em suas conquistas, mas evidentemente sem deixar de se provocarem quando possível.

Em uma bolha completamente diferente dos três rapazes e da loira, Alice que se encontrava em um quarto no segundo andar da casa, chorava copiosamente no ombro de sua melhor amiga, que dava gentis tapinhas em suas costas, tentando acalmá-la.

- Alice, por favor, para de chorar. – pedia Bella com a voz estrangulada, tentando conter o próprio choro, uma vez que não podia ver ninguém chorando que ela também começava. – Não é tão ruim assim, Alie, todos estávamos em uma situação constrangedora. Molhados até o último fio de cabelo, atordoados por estarmos perdidos no meio de uma estrada à noite. – recordou à morena.

- Mas Bella... – soluçou Alice, levantando o rosto da perna de sua amiga. -, eu estava parecendo o Po! – exclamou estridente, fazendo uma referência ao urso panda protagonista da série Kung Fu Panda. – E você bela amiga, nem para me avisar. – a futura atuária rolou os olhos diante do drama da amiga. Alice sempre fora assim, uma Drama Queen.

- Tenho certeza que ele nem percebeu isso, Alice. – tentou mais uma vez tranquilizá-la. – E afinal, quem é esse cara? Por que ele é tão importante? – questionou Isabella. – Pelo que eu entendi vocês se conheceram em Paris, conversaram por um tempo e depois combinaram de se encontrar em Versalhes, e ele nunca foi.

Alice bufou. Levantou da cama e indo até a alta janela de vidro e madeira que mostrava a negritude da noite e a forte chuva que não cessava.

- É mais do que isso. – disse em uma voz tremida Alice Brandon, virando-se para encarar o rosto da amiga. – É como se eu conhecesse ele a minha vida toda, e toda a cena de como nos conhecemos naquele café na Boulevard des Capucines foi como se eu estivesse lá, naquele momento, só esperando por ele. – recordou-se. – Algo traçado pelo destino! – emendou sonhadora. Bella encarou o rosto da amiga, surpresa e temerosa com suas palavras.

“Ainda lembro exatamente de como foi.” – riu consigo mesma, perpetuando seu olhar sobre um pequeno enfeite de cerâmica que estava sobre uma penteadeira. – “Ele entrou todo afobado, era um dia estranho em Paris, apesar de ser verão fazia um frio anormal, eu estava neste café pensando na vida, que talvez eu deveria ter insistido para que você me acompanhasse na viagem, ou então que a minha prima tivesse lá comigo, invés da Disneylândia.” – ela sorriu mais uma vez, perdida em seus pensamentos. – “Seus cabelos eram meio compridos naquela época e estava uma bagunça por causa do vento, seus braços estavam cheios de canudos, daqueles que se guardam mapas ou projetos de arquitetura, e ele parecia exausto.” – Alice ampliou seu sorriso.

“Então eu olhei para ele e foi como se eu o conhecesse a vida toda. Um calor anormal se espalhou por meu corpo, uma vertigem me assolou, e meu coração batia rápido e descompassado. Então ele retornou o meu olhar na mesma intensidade de... reconhecimento para mim. Foi surreal. Mágico.” – pontuou enfaticamente. – “Eu não sei o porquê exatamente eu disse à frase que disse, mas ela sem querer saiu por meus lábios, como se eu não pudesse resistir em dizê-la.” – sorriu sonhadora.

- Hum... que frase? – questionou Bella completamente absorta na história da amiga, que até aquele momento nunca havia lhe contado.

- ‘Você me deixou esperando tempo demais.’ – recitou com um sorriso largo e emocionado. Bella arqueou suas sobrancelhas surpresa pela assertiva da amiga, nunca ouvira Alice dizer algo daquele tipo para um desconhecido. – Ele como um legítimo cavalheiro vindo do Texas inclinou a cabeça e respondeu suavemente: ‘Desculpe, mademoiselle.’ – Alice riu da lembrança. – Foi tão mágico, Bella. – suspirou jogando-se na cama.

- Então, Alie? – perguntou a morena deitando-se ao lado da amiga. – Por que essa insegurança? Tenho certeza que ele compreende que naquela situação, com todos nós desesperados não teria como você estar impecável. E juro Alice, se ele não te aceitar porque te viu em uma situação mundana, literalmente de cara lavada, desculpa, ele não merece você! – ponderou veemente Isabella.

- Sim... – concordou lentamente Alice, sentando-se de um átimo na cama. – Você tem razão. Ele tem que me amar de todas as formas, bem arrumada ou desleixada, perfumada ou fedida, com maquiagem ou sem maquiagem. – afirmou batendo a mão em uma de suas coxas e levantando-se da cama em um pulo.

- Wow! – exclamou a morena surpresa. – Menos Alice, não vai falar em amor perto do cara, ele pode se assustar. – advertiu Isabella, a pequena Brandon somente deu de ombros, ignorando completamente a amiga enquanto admirava sua imagem no espelho.

- O amigo do Jasper, Edward... – começou Alice, depois de alguns minutos em silêncio, onde ela havia conseguido sumir com todos os vestígios das lágrimas que havia derramado. – Ele estava querendo chamar a sua atenção durante todo o momento, ele parecia muito interessado em você. – incitou a baixinha com um sorriso travesso, fora a vez de Isabella rolar os olhos e bufar.

- Ele só estava interessado nos meus peitos. Ou você não percebeu que eu estava de camiseta branca usando aquele sutiã azul de cupcakes que você me deu? – retorquiu a morena, cruzando seus braços sobre seus seios.

- Oh... então Edward estava interessado em seus peitos, será que ele... – ela estendeu seus braços para frente e flexionou seus dedos, indicando de que estava apertando algo invisível.

- Alice! – exclamou Bella irritada, descruzando seus braços e levando suas mãos a cintura. – Ele deve ser no mínimo namorado da loira, e outra a última coisa que eu quero nesta viagem é me envolver com alguém. Na realidade estou me colocando em celibato. – brandiu convencidamente.

- Celibato? – repetiu completamente descrente a outra. – Para quê isso Bella? Para provar que você consegue ficar sem homem? Uma penitência pelo o que Jacob te fez? – provocou arqueando uma sobrancelha e colocando suas pequeninas mãos em sua pequenina cintura imitando a postura da amiga.

- Não, não é por causa disso. – defendeu-se a morena. – Eu quero me conhecer, me dedicar a mim mesma, a minha futura profissão, pensar no futuro. – pontuou decidida.

- E neste futuro você não quer um homem? – inquiriu cética.

- Não. – respondeu secamente Bella fazendo um ligeiro biquinho.

- Pensando em virar lésbica? – questionou Alice fingindo surpresa. Isabella ignorou a amiga e começou a caminhar em direção a porta do quarto que iriam dividir aquela noite. Alice que não suportava quando a amiga agia infantilmente sentenciou arrogantemente:

“Você e Edward terão um tempo muito bom juntos e sem roupas nesta viagem.” – Bella estancou diante das palavras misteriosas da amiga, ela odiava que Alice dissesse essas coisas, como se tivesse prevendo algo, porque todas as vezes que ela ‘previa’ qualquer coisa relacionada a Bella, sempre acabava acontecendo, seja ela boa ou ruim.

- Impossível. – murmurou sobre sua respiração à morena, completamente atordoada com as palavras da amiga. – Quando um não quer dois não fazem. – recitou o antigo dito popular.

- Aguarde e verá Isabella Swan. – provocou Alice no ouvido da outra, em seguida caminhando em direção a porta e deixando uma Bella perturbada com suas palavras no meio do cômodo.

Estancada no meio do cômodo ainda, Bella ouvia seu coração batendo rápido e ruidosamente eu seu peito, era como se ele estivesse forçando passagem para sair de dentro dela. A morena tentou controlar sua respiração que também estava errática e entrecortada, cerrou seus olhos e tentou esvaziar sua mente, porém a tarefa se mostrou ridiculamente impossível, pois o olhar cobiçoso do ruivo para os seus seios e as palavras de Alice rondava em sua cabeça como uma ideia fixa, e foi inevitável que a morena não fantasiasse em como seria beijar, saborear aqueles lábios voluptuosos e vermelhos.

Quando percebeu em que linha estava indo seus pensamentos, Isabella tentou os refrear se punindo mentalmente, contudo a imagem dela e Edward em um abraço íntimo, onde suas línguas dançavam juntas e suas mãos exploravam o corpo um do outro com sofreguidão já se fixara em sua mente, como as raízes mais profundas de um carvalho.

Notando que não poderia mais postergar o seu tempo sozinha naquele quarto, tendo que respeitar a hospitalidade de seus anfitriões, a morena tomou uma respiração profunda, expirando o ar lentamente de seus pulmões, e com o queixo erguido saiu de onde estava para ir ao encontro dos outros cinco.

Ao alcançar o patamar térreo da casa, o cheiro de queijo invadiu suas narinas, da mesma maneira que o som de um coro de risadas animadas ecoou em seu ouvido. E embora ainda estivesse com os pensamentos voltados para a sua fantasia com o futuro filósofo, Bella caminhou orgulhosamente em direção a origem do som e do aroma da comida.

Os cinco jovens estavam todos sentados em altas banquetas no balcão que ficava no meio da cozinha, servindo evidentemente como mesa, por mais que tivesse uma enorme sala de jantar no cômodo ao lado. Duas garrafas de vinho, diversas taças de cristal e algumas garrafas de cerveja estavam dispostas sobre a bancada, enquanto as pessoas que ali estavam o saboreavam vez ou outra durante a conversa divertida e amistosa que tinham.

Rosalie que levava a sua taça aos lábios para beber um gole do vinho tinto ali contido foi a primeira a notar a presença de Bella no ambiente, com um sorriso amplo que literalmente atingia seus olhos, falou:

- Hey Bella, sente-se com a gente, Jazz está terminando o macarrão. – avisou lançando um rápido olhar ao irmão que acenou minimamente. – Tem uma banqueta do lado do Edward. – indicou com um sorriso. – Você prefere beber o que? Vinho, cerveja, algum destilado, refrigerante, suco... água, talvez? – perguntou prestativa.

Bella corou violentamente diante do olhar de todos na mesa, coçou sua garganta antes de responder à loira.

- Vinho. Vinho está ótimo. – murmurou envergonhada caminhando em direção a bancada, para se sentar ao lado do ruivo. Quando estava acomodada, porém incomodada com os cinco pares de olhos para ela, a morena percebeu que Alice estava muito próxima a Jasper, e que Emmett e Rosalie pareciam impossibilitados de tirar as mãos de cima do outro.

Suas sobrancelhas se elevaram diante da surpresa da cena, pois ela podia apostar que a loira e o ruivo eram uma espécie de casal, contudo disfarçou rapidamente a sua surpresa, abaixando o seu olhar e pegando a taça que Jasper havia lhe entregado cheia do líquido rubro.

- Sobre o que vocês falavam? Parecia ser algo divertido, pelas risadas. – comentou despretensiosamente.

- Estávamos contando ao Edward, nosso susto quando vimos Rosie e Jasper. – respondeu Emmett entre um gole e outro de sua cerveja.

Bella não pode deixar de notar a certa intimidade que Emmett disse o nome de Rosalie. Rosie. De onde havia saído essa proximidade de chamar um ao outro pelo apelido? Ela ainda se lembrava que até hoje Emmett não chamava Alice pelo seu apelido – Alie – por não gostar, o que havia mudado? Porém seu raciocínio em tal questão não perdurou por muito tempo, pois logo a voz de soprano de Alice voltava à história de onde havia provavelmente parado.

- Então Edward, esses dois imbecis – apontou para Bella e Emmett. -, se abraçaram e começaram a tremer, meio que igual o Salsicha e o Scooby Doo quando veem um monstro nas missões da Mistérios S/A, e afirmavam que Rosalie era... quem vocês disseram que ela era mesmo? – perguntou para os dois amigos, tomando um longo gole da bebida rubra que estava a sua frente.

- A noiva fantasma ou a Bloody Mary. – respondeu Emmett, lançando um olhar de desculpas para Rosalie que ria brilhantemente para ele.

- Noiva fantasma ou Bloody Mary? – repetiu Edward divertido, todos assentiram com a cabeça. – Viu Rose, não sou só eu que te acha uma assombração. – gargalhou o ruivo, recebendo um olhar fulminante da loira.

- Cala a boca Tweety. – replicou a escultural loira com um olhar malicioso para o amigo. Edward bufou prestes a devolver o impropério a amiga, mas foi impossibilitado por Alice, que logo voltou a contar a história de onde havia parado.

Gargalhadas e provocações corriam por toda a mesa conforme os seis saboreavam o macarrão com queijo de Jasper. Garrafas e mais garrafas de vinho se juntavam as duas iniciais que estavam sobre a bancada, assim como diversas de cerveja. Cada grupo de amigos contavam suas histórias particulares sobre suas amizades, as furadas que já haviam se metido ou as coisas mais absurdas que já haviam feito. O clima estava leve e divertido entre eles, o efeito do álcool deixava toda a confraternização mais animada.

Quando estavam cansados de ficarem sentados nas banquetas desconfortáveis da cozinha, o grupo de – agora –  amigos se mudou para a sala onde se dispuseram nos sofás e poltronas que tinham pela mesma. Emmett e Rosalie aconchegaram-se juntos no maior sofá, Alice e Jasper se apertaram na namoradeira, enquanto Edward e Bella sentavam-se cada um em uma das confortáveis poltronas, continuando a conversa de onde haviam parado enquanto ingeriam sem preocupação as bebidas alcoólicas.

Em determinado momento os seis amigos, depois que Jasper pegou uma garrafa de vodka,  começaram a fazer aquelas típicas brincadeiras de bêbados, entre elas a do “bicho bebe” – que terminou com o protesto de Rosalie dizendo que só ela não estava ficando bêbada -, seguida do famoso “eu nunca”, essa encerrou quando duas garrafas da bebida russa já havia se esgotado.

Com todos extremamente alcoolizados e rindo tolamente de qualquer coisa que alguém dizia,  Edward, Bella, Jasper, Alice, Emmett e Rosalie decidiram jogar ‘gire a garrafa’, as regras da brincadeira eram extremamente fáceis, principalmente porque nenhum dos seis pareciam aptos a pensar algo mais complexo ou difícil. A pessoa girava a garrafa e para a pessoa que o bico desta apontasse, os dois teriam que se beijar. Beijos na boca de 10 segundos, contados pelos outros participantes, essa era a prenda.

Assim iniciou-se a brincadeira. O primeiro a girar a garrafa foi Jasper, e já na primeira rodada caiu para Alice beijá-lo. E assim se seguiu.

Alice e Emmett.

Emmett e Edward.

Edward e Rosalie.

Rosalie e Jasper, que gerou certo incomodo nos irmãos.

Jasper e Bella.

Bella e Alice.

Alice e Edward.

Edward e Jasper.

Jasper e Emmett.

Emmett e Rosalie.

Rosalie e Bella.

Bella e Emmett.

Emmett e Rosalie.

Rosalie e Alice.

Alice e Bella.

Bella e Edward.

- Venha para mim Black Swan, sua vez de me beijar.

Chamou Edward sedutor, quando o bico da garrafa que Bella girou parou em sua direção, a morena que já estava no meio do caminho em direção onde o ruivo estava sentado estancou, arregalando seus olhos. Todos os outros quatro que riam e faziam comentários sobre os dois, calaram-se inesperadamente. Edward que ainda sorria tolamente por conta do álcool em excesso que havia ingerido não notou a hesitação da futura atuária.

- Venha, Black Swan, me deixa ser o seu Príncipe Siegfried. – provocou mais uma vez o ruivo, divertido, contudo o que ele recebeu não foram os lábios quentes, suaves e gentis de Isabella contra os seus, mas a sua mão sendo espalmada contra a sua face esquerda.

O barulho do tapa ecoou por toda a sala, agora mergulhada em um silêncio lúgubre. Alice e Emmett trocaram um olhar temeroso, enquanto Jasper e Rosalie se encaravam confusos. Edward acariciava o lugar onde havia levado o golpe, e Bella tremia visivelmente de ódio a sua frente.

- Nunca. Mais. Me. Chame. Assim. – disse entre os dentes a morena, antes de sair correndo da sala em direção à porta de entrada, batendo esta depois de sair.

Todos estavam completamente confusos, menos Emmett e Alice que rapidamente se desvincularam dos braços de Rosalie e Jasper, respectivamente, e se colocaram de pé prontos para seguir a amiga. Antes que ambos pudessem se mexer, Edward brandiu:

- Que porra foi essa?

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Notas finais do capítulo

N/A: Já imaginam quem eu tirei?! Não?! No próximo vocês vão descobrir! ;D
Reviews?! Mereço?!



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