Era como se estivesse em um labirinto. Estava cercada de paredes enormes, que tinha apenas velas para iluminar o caminho. A grama estava molhada, o que denunciava que a pouco havia chovido. Vestia um vestido que parecia antigo, tinha aquelas saias cheias e estava descalça, e meus pés cobertos de sangue, cada passo que eu dava mais sangue aparecia e me pé latejava, deduzi que era a grama que me cortava. Estava frio e ia escurecendo rapidamente.

Comecei a correr, algo apenas dizia CORRA CORRA! Não estava com medo, apenas dolorida. Mas você nem imagina onde está, porque esta ali ou como chegou ali. Você ficaria parado olhando para o céu e esperar o príncipe encantado?! Se sim, você precisa ir se tratar.

Quando parei novamente o chão já não era grama, mas sim de moedas de ouro (estranho né? Fica pior). Assim que pisei nas moedas a voz simplesmente parou comecei a andar mais calmamente e ao longe vi um menino, ele estava parado de costas pra mim, quando dei o primeiro passo pra perto dele as moedas titilaram aos meus pés, acho que ele ouviu, pois se virou e me olhou assustado e começou a correr. Corri atrás dele e gritei desesperadamente. Mas ele não parava, somente corria. Depois de finalmente desistir de correr atrás do menino e cair de bunda no chão tentando recuperar o oxigênio, vi que havia chegado ao final do labirinto. Estava de frente para uma enorme mansão, só então percebi que meus pés estavam limpos, na realidade agora eles estavam cobertos por um all star amarelo, talvez eles estivessem ali muito antes, já que não lembrava dos meus pés doendo desde a corrida. O vestido antigo e bufante se transformou em um vestido tomara que caia até o joelho. E por mais inacreditável que possa ser não achei aquilo estranho.

Levantei e Fui até o portão era enorme e com uns desenhos estranhos, não consegui ver muito bem o que eram já que aquele momento o céu era apenas uma penumbra, apenas empurrei e entrei na mansão. Passei por um jardim gigantes, e só conseguia distinguir contorno de objetos, estatuetas talvez. Assim que toquei na maçaneta senti um calafrio pelo corpo todo, e meu olhos arderam, o motivo? Uma absurda claridade, quando meus olhos se acostumaram com o clarão notei que o que antes era um céu breu agora jazia um sol brilhante com um plano de fundo azul claro e poucos pontos brancos aqui e ali. Mesmo depois de algum tempo, meus olhos doíam, resolvi entrar na mansão e me afastar um pouco da claridade.

A casa tinha cortinas pretas que impediam que a luz do sol entrasse na casa, assim deixando a mesma sombria, como se naquela casa não morasse ninguém ou que se tivesse alguém, sem duvidas deveria ser uma pessoa triste e depressiva. Havia uma grande escada que chegando a uma certa altura se dividia para direita e para esquerda.

A voz que até então estava quieta simplesmente disse esquerda, e pra la eu fui, não que eu seja do tipo de garota que seguem vozes do alem mais ta né. Andei por um enorme corredor que não havia muita iluminação. Antes de chegar ao fim do corredor tinha uma porta entre-aberta, empurrei um pouco a mesma com a mão para ver o que havia dentro dela. Na sala havia apenas um grande armário, resolvi voltar, mais parei instantaneamente quando ouvi “Falta pouco para você chegar até lá, muito pouco.” Quem seria? Não era a vozinha do alem, nem me era conhecida, na verdade, tão pouco sabia dizer se era masculina ou feminina, dei mais um passo em direção a porta, talvez o ser pudesse me ajudar, mais paralisei novamente ao ouvir outra voz. Aquela voz reconheceria em qualquer lugar. “Eu sei mas isso não é suficiente para você ?” Era Tiago, mas o que fazia ali? Pelos passos eles estavam se aproximando de onde eu estava, por impulso entrei no armário, deixei uma pequena brecha para ver o que iriam fazer, não tinha razão pra ficar ali, mais por que a voz dizia ESCONDA-SE?

Thiago estava de roupa social, e a outra pessoa estava toda de preto não consegui ver quem era. Eles foram se aproximando do armário. Bem o armário parecia que não tinha fim, pois comecei a andar para trás, em nenhum momento tirei os olhos da porta que se abria mais cada vez que ia adentrando o armário. Depois de não conseguir nem ver a porta parei, e finalmente consegui respirar normalmente, la estava escuro, nada que um lumos não resolvesse, me virei pra ver onde aquilo ia me levar e...

- E?? O que aconteceu? – Rose estava na minha frente comendo, com uma cara seria.

- Ai eu acordei – Rose reviro os olhos – O que posso fazer? Você acha que também não queria saber o que vinha depois?

- Depois do que? – Alvo se sentou ao meu lado, e Hugo que estava logo atrás se sentou do outro lado. Dei um pequeno sorriso para Alvo, não consegui olhar para ele direito, estava envergonhada de tudo que havia acontecido. Mas parecia que ele não dava muita bola para isso.

- Lilian e seus pesadelos, acho que ela poderia escrever um livro de terror para crianças, vocês também não acham isso ? – Acho que Rose esta andando muito com Scott, porque ela não era de fazer piadinhas assim.

- É ela ficaria rica, igual daquela vez com que sonhou com Girafas assassinas. – Os três caíram na risada. Só eu que não via graça naquilo, a desgraça alheia é bem divertida para eles. Mas vendo pelo lado bom, eles estavam rindo de mim e não implicando com que faço ou deixo de fazer.

- Rarará. Muito engraçado vocês. E não eram girafas Alvo. Era Elefantes assassinos. – Eles voltaram a rir e dessa vez acompanhei a risada deles.

- Mas com o que sonhou afinal Lili ? – Perguntou Hugo, antes de devora uma maça inteira. Sempre fiquei impressionada com ele, como alguém pode comer tanto em tão pouco tempo e ainda ser magro assim? Hugo deveria agradecer ao quadribol.

- Ah... Tive um pesadelo com Thiago. Estou um pouco preocupada por causa do torneio. – Disse quando estava colocando algumas coisas no meu prato para comer.

- Não se preocupe Lin, ele sabe se vira muito bem. Até Parece que não conhece o irmão que tem. – Quase tive um infarto. A quanto tempo alguém não me chamava de Lin?! AI ALVO SEU LINDO *-*

- É eu sei o irmão que tenho. Talvez seja isso que me preocupe. – Olhei para onde me sentava com Thiago, ele não estava lá. Agora um grupo do primeiro ano estava lá sentado. Todos da Grifinoria sabiam que era lá que eu e ele sempre nos sentávamos, sempre juntos. Dei um pequeno sorriso, e tomei um gole do meu suco.