Eterno Verão. escrita por _BieberHot


Capítulo 21
Capítulo 21


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura, amores :)
Espero que gostem!



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- Vamos hoje pra Carmel? – Estava deitado de barriga pra baixo, olhando o rosto dela. Marie tinha acabado de acordar de um sono de três horas, e eram quase cinco. Ele nem foi à galeria... Explicou a Meg que teria que ficar fora toda a semana, e que ela teria que se virar sozinha. – O que você quer fazer, de verdade?

- Ficar com você. – Disse ela, com um sorrisinho feliz nos olhos.

- Em qualquer lugar?

- Em qualquer lugar.

- Então vamos para o Taiti.

- Prefiro ir pra Carmel.

- Sério? – Correu o dedo pela coxa dela, Marie sorriu.

- Sério.

- Ok, então vamos. Podemos jantar lá mesmo.

- Claro. Eu te amo.

- Nem a metade do que eu te amo. – Segurou o rosto dela entre as mãos e puxou-a mais para perto. Queria beijá-la, abraçá-la e tocá-la, e ter tudo dela que podia nos poucos dias que lhes restavam. Então, pensou uma coisa. – E quanto ao seu trabalho?

- O que é que tem?

- Ainda vamos trabalhar juntos na galeria? Nós ainda vamos te representar... Eu vou te representar? – Queria que ela respondesse “mas é claro”, mas por um longo momento ela nada disse. E ele soube.

- Não sei, vamos ver. – Mas como poderiam representá-la? Como poderia ir vê-lo na galeria daqui a alguns meses, com a barriga grande com o filho de Mike?

- Tudo bem. – Disse ele. – Não se incomode. - Mas a expressão de dor nos olhos dele era demais pra ela suportar. Desatou a chorar, parecia fazê-lo com muita freqüência. – O que é, amor?

- Você vai pensar que sou como ela... Aquela falsa com quem você foi casado.

Ele se ajoelhou no chão, ao lado dela.

- Você não é falsa, Marie. Nada em você jamais foi falso. Nós apenas fizemos uma coisa difícil, e agora temos que cumprir o trato. Não é fácil, mas é honesto. Eu te amo mais do que jamais amei alguém na vida, e quero que você se lembre sempre disso. Se alguma vez quiser voltar, sempre vou estar à sua espera. Mesmo quando tiver 93 anos de idade. – Tentou fazê-la sorrir, mas falhou. – Vamos fazer um outro trato, agora?

- Qual? – Fazia biquinho enquanto erguia os olhos pra ele. Odiava Mike, e se odiava ainda mais. Devia fazer um aborto. Qualquer coisa pra poder ficar com Justin. Ou quem sabe ele aceitaria o filho de Mike, se ela lhe contasse a verdade logo de cara. Porém sabia que jamais poderia contar-lhe. Ele jamais entenderia.

- Vamos, quero fazer outro trato com você. Vamos prometer que não iremos falar sobre essa como sendo “só mais uma semana”. Vamos viver cada dia, amar cada dia, curtir cada momento e enfrentar a hora quando ela chegar. Se ficarmos falando no assunto, vamos estragar o tempo que temos. Combinado? – Segurou o rosto dela entre as mãos e beijou-a meigamente na boca, enquanto o cabelo dela caía ao redor do rosto, soltando-se do nó frouxo que fizera no alto da cabeça. – Combinado?

- Tudo bem.

- Ok. – Falou ele, balançando a cabeça e beijando-a de novo.

Uma hora mais tarde, foram pra Carmel, mas era difícil não sentir o peso da situação. As coisas não eram como antes. Estava quase acabando, e quer tocassem ou não no assunto, ambos sabiam. Estava perto demais. O verão estava chegando ao seu fim.

                                             ***

- Pronta, Marie?

Era meia-noite da segunda-feira. Dia do Trabalho. Tinha acabado. Hora de ir pra casa.  Marie correu os olhos pela sala pela última vez, depois segurou silenciosamente a mão dele. As luzes já estavam apagadas. Marie lançou-lhe um último olhar, enquanto saía da casa. Estava friozinho, mas havia uma lua brilhante e um céu cheio de estrelas.

- Eu te amo. – Sussurrou as palavras quando entrou suavemente no carro.

Ele lhe tocou o rosto e depois a beijou.

- Eu também te amo. – Ambos sorriam; de repente não era uma hora pra ficar triste. Tinham partilhado um elo de alegria, paz e amor como nenhum outro, e era algo que ninguém lhes podia tirar. Era deles, pela vida toda. – Está tão feliz quanto eu, Marie? – Perguntou. Ela assentiu, sorridente. – Não sei porque me sinto tão bem assim, tirando o fato de que você me faz feliz, e sempre fará. Não importa o que aconteça.

- Comigo é a mesma coisa. – E me fará feliz. Iria se agarrar às lembranças na longa noite de inverno da sua vida com Mike. Pensaria nele quando segurasse o bebê, pensando que poderia ter sido dele. Gostaria que tivesse sido; de repente, desejou isso mais do que qualquer outra coisa na vida.

- No que está pensando? – Tinham começado a viagem de volta a São Francisco. Planejavam chegar às duas da manhã. No dia seguinte, dormiriam até tarde, e depois do café ele a levaria pra casa. Mike devia chegar à tarde. – Perguntei no que estava pensando.

- Eu estava pensando que gostaria de ter tido um filho seu. – Ela sorriu dentro da noite.

- E uma filha? Não ia querer a minha filha, também?

Ambos sorriam.

- Quantas crianças tem em mente?

- Um bom número... Quem sabe 12.

Ela achou graça e se apoiou no ombro dele, enquanto dirigia. Lembrou-se da primeira vez que ele dissera isso, na manhã seguinte à sua exposição. Será que alguma vez haveria outra manhã como aquela?

- Eu teria me contentado com duas.

Ele odiava os tempos de verbo que ela usava. Eles lhe diziam o que não queria saber, ou se lembrar. Não essa noite.

- Desde quando decidiu que quer ter um filho?

- Não sei...

- Você ficaria linda, grávida. – Dessa vez, ela ficou calada. – Cansada?

- Só um pouquinho. – Ela estivera cansada com freqüência, a semana toda. Era a tensão, mas ele não estava gostando das olheiras escuras, ou da palidez do rosto dela quando se levantava de manhã. Mas não devia mais se preocupar, depois de hoje. Essa era a sua última chance. – Agora, no que você está pensando? – Perguntou, olhando ansiosa pra ele.

- Em você.

- Só isso?

- Só isso.

- E sobre o quê?

- Estava pensando no quanto queria o nosso filho.

Ela sentiu um nó na garganta, e virou a cabeça.

- Justin, não.

- Desculpa. – Ele a puxou pra mais perto de si, e eles seguiram o seu caminho.

                                               ***

Justin parou o carro na metade da rua de Marie.

- Aqui?

Ela assentiu, sentindo como se o mundo fosse acabar. Sabiam que ia chegar, até mesmo sabiam quando... Mas, e agora? Aonde ir? O que fazer? Como poderia viver cada dia sem ele? Como poderia existir sem os momentos que partilhavam em Carmel? Como poderia deixar de acordar no quarto amarelo, perguntando-se se era a sua vez ou a dele de fazer café da manhã? Perguntava-se, sentada ali, se conseguiria. Olhou pra ele fixamente, e depois o abraçou com força. Nem estava ligando se alguém a visse, que vissem. Jamais a veriam abraçando-o de novo. Será que tudo pareceria um sonho, nos anos seguintes? As suas palavras eram um sussurro no ouvido dele.

- Se cuida, eu te amo...

- Eu também te amo. – Ficaram agarrados um ao outro, calados. Finalmente, ele abriu a porta. – Não quero que vá, Marie, mas se você demorar mais, eu não vou conseguir te deixar ir.

Notou que os olhos dele estavam brilhantes demais, e sentiu os próprios olhos se encherem de lágrimas. Baixou os olhos para o colo, depois olhou rapidamente pra ele. Tinha que vê-lo, tinha que saber que ainda estava ali. Abraçou-o de novo.

- Justin, eu te amo. – Agarrou-se a ele com força, depois foi se afastando lentamente, e olhou pra ele por um longo momento cheio de agonia. – Posso dizer que esses meses fizeram toda a minha vida valer a pena?

- Pode. – Sorriu pra ela e beijou-lhe a ponta do nariz. – E posso dizer pra ir dando o fora do meu carro?

Olhou pra ele, surpresa, depois achou graça.

- Não pode.

- Como acho que não vai ter um jeito fácil de fazer isso, pelo menos podemos dar uma boa risada.

E ela riu, e ao mesmo tempo começou a chorar de novo.

- Eu estou um lixo.

- É, está mesmo. – Falou com um aceno de cabeça de apreciação, e um sorriso que cedeu lugar a uma expressão mais sóbria. – E eu também. – E então, com um sorriso torto, inclinou-se pra beijá-la mais uma vez, olhou pra ela fixamente, depois falou: - Vá.

Ela assentiu, tocou-lhe o rosto. Angustiada, saiu do carro, olhou pra ele por um momento interminável, virou-se e se afastou. Tão logo lhe dera as costas, enquanto ainda remexia na bolsa à procura das chaves, ouviu que ele se afastava com o carro. Mas não se virou, não olhou pra trás, não viu, simplesmente enterrou-o no seu coração e se dirigiu para a casa que compartilharia para o resto da vida. Com Mike.


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Notas finais do capítulo

E agora, o que será que vai acontecer? É o fim dela e do Justin? O que vocês acham? Me mandem reviews dizendo.
Até a próxima. (: