Meu pai pegou alguns DVDs para escolhermos decidimos ver A verdade Nua e Crua, fiquei surpresa de ele não protestar, pois o filme continha algumas cenas picantes. Acho que foi um modo de notar que ele já esta encarando o fato de eu não ser mais uma criancinha, que já entendo esse tipo de coisa, não que eu já tenha feito, pra falar a verdade as vezes sinto um pouco de medo.

Estava tudo muito bem, até Justin resolver fazer um comentário.

- É, eles estão ficando amiguinhos demais, esse é o problema. É assim que começa, logo ela larga esse namorado dela por ele. – A indireta só faltou dar um tapa na minha cara.

Ele era louco falar esse tipo de coisa com Scooter presente? Por sorte acho que ele nem percebeu o que ele realmente quis dizer com isso.

- Se bem que eles passaram um bom tempo se criticando. As vezes saiu desse ódio que ela sentia, tenho certeza que ela está apaixonada por ele. – só espero que ele tenha entendido que foi um modo de dizer que ele não precisa sentir ciúmes.

Depois disso nos calamos, também o medo de Scooter perceber que estávamos juntos falava mais alto.

Logo quando acabou o filme, Rebecca foi embora, e Justin iria também. Estava com vergonha de leva-lo no portão na frente de Scooter, e também medo do que ele iria dizer, se bem que uma hora ou outra ele terá que saber, mas não pode ser agora, tem que ser depois desse namoro falso dele. Mas de qualquer jeito ele tem eu começar a se acostumar com isso, ao menos perceber que estamos mais próximos.

- Eu levo você no portão. – eu disse a Justin, certa de que iria fazer isso.

O celular de Scooter tocou e ele teve que atender, tinha quase certeza que era trabalho, talvez alguma entrevista, ou sessão de fotos para Justin.

Fui andando com Justin pelo jardim até chegar no portão principal.

- Você vai me dizer o aconteceu? – ele perguntou.

- Ta, mas só porque eu te prometi e te fiz prometer que iria contar se algo do tipo acontecesse. – acho que ele já tinha ligado a história. – Hoje, quando o Logan me trouxe para casa, - eu estava nervosa demais para dizer, o medo de perdê-lo estava começando a subir em minha garganta, tentei ser forte. – ele se declarou e me beijou. – eu disse fazendo o máximo de força para não gaguejar, para não parecer fraca.

- ELE FEZ O QUE? – Justin gritou e eu rezei para que meu pai não tivesse escutado, ele estava ficando vermelho de raiva. – Eu vou matar aquele cara. – ele disse e começou a dar passos largos, e eu o segui temendo que ele fizesse algo.

- Justin, espera! – tentei protestar.

- ONDE ELE MORA? – ele perguntou, ele tinha mesmo alguma esperança de que eu respondesse?

- Me deixa terminar! – pedi.

- Não precisa eu já ouvi tudo o que preciso, agora isso não vai ficar assim ele vai se ver comigo.

- Me escuta! – pedi outra vez e ele se virou dando atenção para mim. – ele me beijou, e eu não senti nada, tá? Pra mim aquilo não foi nada.

- Por favor, me diz que você deu um tapa nele! – ele disse, provavelmente referindo-se ao nosso primeiro beijo.

- Não eu disse pra ele que estava com você, e que não te deixaria! Que ele iria encontrar alguém que o amasse mas não era ele. Porque é só em você, e eu só quero você.

- Não to com raiva de você meu amor! É dele, eu nunca fui com a cara dele desde a primeira vez que o vi.

- Eu sei Justin, mas nós...- eu ia falar mas fui interrompida.

- São só amigos, eu sei já ouvi isso, mas não é só amizade que ele quer, e a proposito já deixou isso bem claro né?

- Eu não quero perder a amizade dele, assim como eu não quero perder você. Tem que confiar em mim.

- Eu já deixei bem claro que confio, o problema é ele.

- Justin, esquece ele tá enquanto e eu tiver você, só vai ser você, e pode deixar que eu vou faze-lo parar com isso.

Ele respirou fundo.

- Você está sendo sincera comigo e então também tenho que ser, eu te prometi contar tudo e vou. – estremeci com suas palavras, o medo se espalhava em mim. – Eu beijei a Selena hoje.

As lágrimas já estava nos meus olhos, não chegaram a descer mas eu as sentia alí.

- Por vontade própria? – perguntei ainda chocada.

- Não, na frente das câmeras, mas mesmo assim, eu te disse que iria apenas ser coisa técnica mas não foi. – aquilo foi uma facada peito. – então quer dizer que você quis.

- Não, não, ela ameaçou fazer um escândalo então eu tive que beija-la.

- Menos mal, então. – eu não tinha muita coisa pra dizer.

- Você não esta com raiva? – ele perguntou.

- Dela claro, e muita raiva. – respirei me dando por vencida. – eu tinha medo que isso acontecesse.

- Você não precisa ter medo, olha, durante isso eu só pensei em você, porque é só em você que eu sou capaz de pensar.

- É, mas o que ela faz, dói muito, eu sei que isso vai acabar logo, mas pra mim vai ser uma eternidade! E não é só ela, é tudo isso.

- Como assim?

- É que eu vou estar longe, e eu as vezes eu fico pensando nisso com medo, - as lagrimas já estavam lutando para saírem. – de que um dia você encontre uma garota mais bonita do que eu, mais inteligente, e que se canse de mim, de me esperar.

- Isso não vai acontecer, eu te amo! Eu nunca vou me cansar de você. Nunca vou me cansar do seu sorriso, dos seus abraços, das suas palhaçadas dos seus beijos. – ele disse de um jeito muito fofo e nos beijamos. As palavras “eu te amo” me levaram ao céu, ele nunca tinha dito isso antes.

- Eu também te amo. – eu me sentia completamente segura para dizer as palavras que nunca disse a ninguém. Assim que ele me deixava, segura, sem duvida eu o amava.

Ele veio em minha direção iria me beijar de novo, mas apenas dei um selinho. Ele olhou para mim sem entender o porquê.

- Já arriscamos demais. – eu disse me referindo ao ultimo beijo e ele assentiu. – você não vai poder ir ao aeroporto hoje né?

- Eu acho que não. – ele disse triste e me abraçou forte, esse seria a ultima vez que nos veríamos antes de eu ir para Milão. – Eu vou morrer de saudade.

- Eu também, mas eu vou voltar, vai passar rápido. – eu disse e demos outro selinho.

Eu já estava chorando, e ele entrou no carro e foi embora. Voltei para casa.

Scooter estava sentado no sofá encarando a TV desligada. Me sentei ao seu lado.

- Quero te perguntar uma coisa. – ele disse se virando em minha direção. Estremeci com medo de que fosse algo sobre Justin. – O que você acho da Rebecca. – dei um suspiro de alivio.

- Ela é legal, vocês estão juntos né? – fiz a pergunta mais besta do mundo, é claro que estavam juntos, ele apenas sorriu, e é claro que queria dizer um sim. – eu gostei dela, é divertida, engraçada e bonita também.

- Confesso que estou aliviado. – ele disse, dando um suspiro, ele temia que eu não gostasse dela.

- Ela está aprovada! Eu vou tomar um banho e me arrumar, daqui a pouco eu tenho que ir para Milão. - Eu disse, e subi para meu quarto. E tomei um banho demorado, ele abafava as lágrimas que estava correndo, mas não abafava a dor por ter que deixar meu pai e Justin.

Vesti uma roupa, passei uma maquiagem bem leve e completei com a scarf de Miranda, logo estaria com ela, já estava escurecendo, e June já deveria ter mandado por a janta na mesa.

Desci e meu pai estava sentado a mesa, para a minha surpresa a janta era pizza.

- Espero que não se incomode, mas ao invés de um jantar comum eu pedi uma pizza.

- Claro, afinal de contas quem não gosta. – eu disse me sentando a mesa e cortando um pedaço.

Não tivemos muito tempo, parece que passou muito rápido logo estávamos no carro. Eu segurava Nishie em sua bolsinha. Chegamos ao aeroporto, faltavam apenas quarenta minutos para meu embarque me sentei com meu pai numa cadeira quando de longe avistei Logan.

- Logan? – perguntei, pensei que ele não viria, não depois do que aconteceu. Me levantei, indo em sua direção. – você veio.

- Eu disse que vinha. Me desculpe, você tem razão, você tem um namorado e eu não deveria ter feito isso.

- Não deveria mesmo! – o repreendi.

- Eu to arrependido, me desculpe, eu ainda quero ser seu amigo. – ele parecia sincero.

- Tudo bem, mas isso não pode acontecer outra vez.

- Não vai acontecer! – isso fez com que eu me sentisse mais segura. – eu vou sentir sua falta, eu não acredito que você vai embora. – ele me abraçou.

- Eu também vou sentir saudade. – eu disse e ouvi meu celular tocar era Justin, sorri ao ver seu nome na tela e Logan abaixou a cabeça. – um minuto! – disse me afastando.

- Oi amor! – eu disse assim que atendi.

- Oi linda, me faz um favor, vai na loja de doces que eu pedi a um amigo para te dar um recado. – aquilo me deixou confusa, deveria ser alguma carta algo assim.

- Ok, to indo. – disse e desligamos o telefone. Quando me virei  Logan estava perto de meu pai.

- Ah, eu vou na loja de doces rapidinho!

- Quer que eu vá junto? – Logan perguntou. Acho que ele ficou incomodado em ficar perto do meu pai sozinho, compreendi e assenti as cabeça.

Fomos a única loja que tinha ali, atrás das prateleiras tinha um garoto com uma toca coberta por um capuz e óculos escuros, ele acenou para mim. Provavelmente era o amigo dele.

Me aproximei e comecei a reconhece-lo, era Justin, ele veio explodi por dentro. E o abracei. Na verdade pulei em seus braços.

- Você veio!

- Eu não iria deixar de ver antes de ir. – ele disse e me deu um selinho. Seguido de um beijo, enquanto estávamos abraçados ele sussurrou no meu ouvido.

- O que esse cara tá fazendo aqui? – tinha até me esquecido da presença de Logan.

- Ah, - fiquei completamente sem saber o que dizer, me desfiz do abraço. – Logan, você se lembra do Justin né?

- Claro, não tem como esquecer. – ele disse quase cuspindo as palavras.

- Legal te ver de novo. –Justin disse, mas não por simpatia, era mentira mesmo. Aquela situação era completamente desconfortável.

- É melhor eu deixar vocês a sós por um tempo.  – Logan disse e saiu.

- Finalmente! – ele disse voltando a me beijar. – eu vou morrer de saudade.

- Não tanto quanto eu.

Ficamos alí juntos por alguns minutos até que ouvi a voz de uma moça do aeroporto.

- Chamada para o voo 1427 para Milão.

- É o meu. – eu disse e nos beijamos, mas dessa vez era de despedida, nos abraçamos forte.

- Te vejo em breve. – ele disse e eu sorri saindo da loja. – espera, fica com isso. – ele disse tirando a jaqueta. Eu peguei e pus sobre os meus braços. Sai sorrindo, na verdade lutando contra as lágrimas.

- Desculpa eu acabei me perdendo! – foi a melhor desculpa que pude dar diante de meu pai.

- Ok, - ele riu e me abraçou. – eu vou sentir sua falta. Muita.

- Eu também. – eu disse desperdiçando minhas lágrimas.

- Tchau Logan! – eu disse e o abracei também. – até logo.

- Não me esquece. – ele disse e eu sussurrei um “nunca”.

Fui para o embarque, uma moça pegou Nishie, ela não poderia ir comigo, ia num lugar separado. Entrei no avião as lagrimas ainda estavam nos meus olhos, me sentei na poltrona encarando a janela. Pus o cinto de segurança e encostei a cabeça na janela, abracei a jaqueta de Justin, ela tinha seu perfume, me fazia sentir mais próxima dele. Dormi ali, quando acordasse provavelmente estaria em Milão.