Friends By Fate 3 - The Rescue Mission escrita por Mandy-Jam


Capítulo 13
O disfarce perfeito


Notas iniciais do capítulo

Aqui estou eu atualizando de novo! Estou sem internet, e estou usando a do meu vizinho que é rede aberta. *party hard*
Acho que posso demorar um pouco á atualizar, por isso espero que gostem.
Ah! E obrigada pelos novos reviews que estou recebendo! Sejam bem vindos, novos leitores!



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Rhamon olhou para a caverna escura e completamente vazia na qual eles estavam. Ninguém aparecia há um tempo para checar se os prisioneiros continuavam lá, mas não demoraria muito para que o fizessem.

- Tudo pronto? – Perguntou o filho de Deméter para Rodrigo.

- Aham. – Confirmou ele olhando para a entrada da caverna.

- Mas como vamos fazer quando eles aparecerem? – Perguntou Mateus – Eles levaram as nossas armas.

- Vamos meter a porrada com as nossas próprias mãos mesmo. – Respondeu Rodrigo – Eles vão ver... Nunca mais vão me prender nesse fim de mundo de novo!

- Olha, o importante é que você fique completamente quieto. – Disse Rhamon olhando para o filho de Hades – Nossas armas devem estar em algum canto dessa caverna. Quando os guardas vierem, vamos dar um jeito deles abrirem a cela para você poder sair sem ser notado.

- Como assim? – Perguntou Flávia.

- Eu e Mateus podemos fingir que estamos brigando, aí eles vão ter que abrir a porta para nos separar. – Contou Rhamon – Enquanto isso o Rodrigo dá no pé e nós batemos nos guardas.

- Acha mesmo que isso vai funcionar? – Perguntou Mateus duvidoso – Sei lá, cara. E se mandarem aquelas guardas metade cobra. Elas são muito bizarras.

- Podem mandar qualquer pessoa, mas vamos ter que nos virar. Se não fizermos nada, nós vamos acabar nos ferrando e ficando presos aqui de novo. – Disse Rhamon – É importante também que o Rodrigo faça silêncio, e não fique berrando com a boca grande dele.

- Eu não berro porra nenhuma! – Exclamou ele berrando, e Rhamon revirou os olhos. O filho de Deméter aproveitou a situação para começar o plano.

- Ah, é?! E vai fazer o que? Fugir?! – Gritou Rhamon para que algum guarda ouvisse. Rodrigo entendeu o que ele tinha dito, e sorriu maligno.

- É! Vou fugir e deixar vocês otários para trás! – Exclamou ele com toda a sua força – Adeus!

Rodrigo ficou invisível e Mateus e Flávia resolveram entrar na brincadeira.

- Isso, Rodrigo! Você conseguiu abrir a cela! – Exclamou Flávia – Agora ajuda a gente á ir embora!

- Não! Eu estou cansado de vocês! – Gritou ele. Rodrigo chutou as grades e elas fizeram um barulho muito alto. Parecia que ele tinha batido a porta, mas na verdade nem mesmo havia encostado nela.

- Filho da mãe! – Berrou Mateus – Agora nós estamos presos de novo! Miserável! Vai se juntar á Cronos, idiota!

- Porra, Rodrigo! Não acredito que você fez isso! – Exclamou Rhamon já ouvindo passos se aproximando – Olha! Ele já até fugiu dessa caverna!

Dois guardas entraram no lugar armados com espadas, e com uma expressão confusa no rosto. Não estavam entendendo como Rodrigo podia ter fugido, se eles mesmos tinham trancado a porta.

- Ei! Onde está o filho de Hades?! – Exclamou um deles.

- Fugiu! Avise aos outros! – Exclamou o outro garoto. Os dois deviam ser meio-sangues, pois para Flávia eles eram completamente normais.

- Como é que é?! Você deixou ele fugir?! – Berrou Mateus encenando logo ao lado de Rhamon – Seu desgraçado! Eu te mato!

- Eu mato você! Não encosta em mim! – Berrou Rhamon fingindo estar em uma luta com Mateus. Eles começaram a se bater, e Flávia correu para perto das barras lançando um olhar triste e desesperado para os guardas.

- Por favor, façam eles pararem! – Pediu ela chorando. Os guardas olharam para a cena sem saber o que fazer, mas resolveram que não poderiam aproveitar os meio-sangues da profecia se dois deles estivessem mortos e um desaparecido.

- Vocês dois! Parem agora! – Exigiu um deles correndo para perto da barra – Vão limpar os pés de Cronos quando ele levantar se não pararem agora!

- A culpa é dele! – Exclamou Rhamon chutando Mateus.

- Repete isso na minha cara, garoto da cevada! – Berrou Mateus metendo um soco na barriga de Rhamon. Ele se curvou para frente, pois aquilo tinha mesmo sido de verdade.

- Não precisava ser forte, droga! – Exclamou ele baixinho.

- Foi mal. Era para ser realista. – Respondeu Mateus no mesmo tom de voz, mas voltando a brigar com o filho de Deméter – Agora você vai ver!

- Já dissemos para pararem! – Berrou um dos guardas, mas eles continuaram – Certo. Nós vamos entrar e arrebentar os dois!

No momento em que eles abriram a porta e entraram, Mateus e Rhamon recuaram a briga para que os guardas entrassem ainda mais na cela. Quando estavam á metros da porta, os dois meio-sangues viraram com raiva e deram um soco nos guardas.

Mateus deu uma chave de barco em um deles, e Rhamon chutou o outro no um das pernas para logo depois socar seu estômago com força.

- Vão arrebentar quem, seus babacas? – Perguntou Mateus. O rosto do guarda estava roxo por causa da falta de ar. Rodrigo tornou-se visível e correu para fora da cela, á procura das armas de seus amigos.

Ele teve que ser cuidadoso, pois partes do chão estavam de certo modo moles. Como se o chão pudesse desabar em certos pontos revelando algum tipo de lava.

- Flávia, pega as chaves deles. – Disse Rhamon segurando um dos guardas. A filha de Apolo pegou a chave pendurada no pescoço do guarda, e correu para a porta.

Rhamon e Mateus largaram os dois guardas ao mesmo tempo, e correram para a porta da cela. Assim que seus pés tocaram o lado de fora dela, eles a fecharam com pressa, trancando os servidores de Cronos lá dentro.

Rodrigo correu até eles com certo cuidado, mas todos viram que suas mãos estavam vazias. Nada de armas.

- Eu não sei onde eles colocaram as armas. – Disse Rodrigo olhando em volta.

Os dois guardas pularam contra as grades e começaram a gritar e sacudi-la com raiva. Eles não eram meio-sangues, e aquilo ficou claro quando seus rostos começaram a mudar de aspecto.

- Tirem-nos daqui! – Rugiram.

- Gente... Se deixarmos eles fazendo barulho, todo o exército vai saber que fugimos. – Disse Flávia.

- Tsc. Ignora eles. – Rodrigo andou até perto das grades, e os guardas esticaram as mãos pelas barras como se quisessem enforcar o filho de Hades, mas ele só olhou com raiva para os monstros – Eles vão acabar dormindo ou coisa parecida. Calem as bocas, droga!

Rodrigo bateu nas mãos deles e para a surpresa de todos, os dois monstros caíram no chão imediatamente.

- O que que você fez?! – Perguntou Rhamon – Eles morreram?

- Talvez estejam nocauteados. – Comentou Mateus.

- Como é possível nocautear alguém com um tapa?! E na mão! – Exclamou Rhamon, mas foi aí que todos ouviram roncos. Eles franziram o cenho e foi de grande espanto saber que pertenciam aos monstros – Você fez eles dormirem.

- Como? – Perguntou Flávia sem entender. Rodrigo olhou para suas mãos.

- Talvez... Seja um poder. – Comentou Rhamon.

- Sério? – Perguntou Rodrigo, mas depois ficou mau humorado – Que droga de poder! Eu não quero esse negócio inútil!

- Você consegue fazer as pessoas dormirem. Isso é legal. – Disse Flávia.

- Legal nada! Eu sou filho de Hades. Devia fazer as pessoas morrerem quando tocasse nelas, e não dormirem! – Exclamou ele revoltado – Eu quero matar alguém!

Rodrigo batia o pé no chão com força, e Rhamon podia sentir que ele estava tremendo a cada pancada que levava.

- Para com isso! Vai fazer o chão desabar! – Reclamou Rhamon. Rodrigo começou a resmungar, mas ele ignorou – Vamos sair daqui, antes que alguém resolva aparecer.

Flávia passou calmamente por eles e foi até a porta da caverna. A filha de Apolo olhou para os dois lados, como se fosse atravessar uma rua movimentada e correu para trás de uma rocha enorme.

Rodrigo, Mateus e Rhamon a seguiram. Eles não tinham idéia de como sair de lá, mas ao menos não estavam mais atrás de barras. Mateus olhou em volta. O lugar era enorme. Tinham várias pessoas e monstros passando de um lado para o outro com camisetas, colares e até mesmo bonés com desenhos de foices.

- Foices? – Perguntou ele em um murmuro.

- É o símbolo de Cronos. – Contou Rodrigo – Ele usou uma foice para cortar o pai em milhares de pedacinhos.

- Que amor de filho. – Comentou Rhamon impressionado – Acho que deve ser melhor adotar o Chuck á ter ele como filho.

- Gente... – Disse Flávia em um murmuro triste. Eles olharam para ela – Têm meio-sangues ali, não é?

- Sim. – Respondeu Mateus.

- Mas... Por quê? Por que eles estão ali? – Perguntou ela.

- Como assim, Flávia? – Perguntou Rhamon sem entender – Eles se juntaram ao exército de Cronos. É por isso que estão aqui.

- Mas eles são meio-sangues. Se ajudarem Cronos, ele vai destruir os Deuses. – Disse Flávia preocupada – Como eles podem ajudar a acabar com os próprios pais?

Eles não sabiam. Pelo menos não ao certo.

Rhamon se lembrou de como era quando ele era indeterminado. Ele não tinha idéia de quem era sua mãe ou pai, e parecia não receber ajuda nenhuma de seu parente olimpiano, enquanto todos os outros eram incentivados por seus pais. Aquilo era um pouco frustrante, ele tinha que admitir.

Quase como se tivesse que segurar o mundo sozinho, já que devia se virar por conta própria. Ele imaginou que alguém que tenha passado por algo assim, talvez tivesse motivos para querer se vingar de seu pai ou mãe, mas não sabia ao certo se ele chegaria a fazer isso.

Mateus não ligava muito para de quem era filho, mas achava justo ajudar os titãs se era ajudado por eles. Embora ele mesmo não fosse fazer isso, era uma possibilidade. Pensou em como sentiu vontade de virar um traidor para salvar Rita da última profecia, e imaginou que esse também era um bom motivo.

Rodrigo se lembrou de quando estava no Celeiro da Pechincha com Amanda, Mateus e Rhamon, logo depois de terem achado o elmo de Hades. Lembrou da oferta tão tentadora que recebera de Prometeu, e quase pode ver a cena de um sorriso aparecendo em seu rosto enquanto analisava a proposta com o elmo nas mãos.

Parecia realmente certo ajudar os titãs naquele momento. Ele pode lembrar de que estava feliz por saber que pelo menos alguém iria ajudá-lo, ao invés de simplesmente observar sua morte de cima. Mas lembrou também de como Amanda, Rhamon e Mateus o convenceram de deixar isso de lado.

Enquanto os três olhavam para os meio-sangues passando de um lado para o outro, imaginaram se não estariam vendo um possível futuro. Como se eles mesmos pudessem muito bem estar no lugar deles.

Rodrigo piscou os olhos e notou que estava encarando o mesmo espaço por várias segundos. Ele fechou os olhos e abriu com uma resposta pronta.

- Estão ajudando Cronos, porque não têm nada na cabeça. – Respondeu ele sério – Estão errados, e isso já basta como motivo para eu poder chutar o traseiro deles. Agora vamos achar as nossas armas e dar o fora daqui.

- Espera... – Disse Flávia. Ela puxou a camisa de Rodrigo um pouco para cima e apontou para sua cintura – Olha! O seu punhal voltou para você, Guigo.

- Ei! Você está me despindo! – Exclamou ele chocado, mas logo parou ao ver que sua arma estava consigo novamente. Ele a pegou e sorriu – Vamos acabar com esses otários e voltar para o Acampamento Meio-Sangue.

- Eba! – Comemorou Flávia de um jeito fofo – Vamos nessa.

- Mas não podemos passar por entre essas pessoas assim. Elas vão nos reconhecer. – Disse Rhamon pensando no assunto.

- Uhm... Se nós conseguíssemos alguns bonés, poderíamos nos disfarçar. – Comentou Mateus.

Como se fosse mágica, um carrinho cheio de roupas com marcas de foices passou deslizando até eles. Eles arregalaram os olhos impressionados, mas resolveram pegar as roupas logo e ignorarem o fato estranho.

Flávia pegou uma camisa e um boné, escondendo seu cabeço dentro dele. Os garotos também pegaram camisas. Mateus pegou uma espécie de lenço e amarrou sobre o nariz para esconder seu rosto, como os bandidos de filmes de cowboy.

Rodrigo colocou uma bandana como se fosse um pirata, e Rhamon um gorro. Eles estavam engraçados de certa forma, mas por mais que quisessem rir um da cara do outro, acharam melhor fazerem cara de mal e andarem em alguma direção.

Eles começaram a empurrar o carrinho na primeira direção que viram, tentando agir com naturalidade (mesmo que não estivesse dando muito certo).

- Fala aí, meu camarada! Mais um dia de trabalho duro, né? – Dizia Mateus para as pessoas que passavam por eles.

- Mateus, para com isso. – Cochichou Rhamon – Vai estragar o disfarce!

- Eu só queria ter amigos! – Chorou Mateus de brincadeira, e eles riram um pouco. Rodrigo olhava em volta, querendo achar algum lugar que servisse de saída.

Eles tinham entrado ali por um grande abismo, mas ele duvidava que desse para sair por lá também.

- Olha ali. – Disse Flávia apontando para uma porta de madeira escura, quase se camuflando com as sombras – Vai ver é lá a saída.

- Vamos. – Disse Rodrigo empurrando o carrinho em direção á porta. Eles realmente esperavam que fosse uma saída do Mundo Inferior, mas na verdade estavam enganados. Ao chegar perto da porta, Flávia parou de andar.

Os três olharam para ela sem entender, mas ficaram levemente assustados quando os olhos da filha de Apolo perderam o brilho. Pareciam estar olhando o nada, em alguma dimensão paralela, mas após alguns minutos ela voltou ao normal.

- Não. Não podemos entrar aí. – Disse ela tensa e com medo – Vamos para outro lado, por favor.

- O que houve? O que aconteceu com você? – Perguntou Rhamon preocupado.

- Nós não podemos entrar! – Exclamou ela tensa, só que um pouco alto demais.

- Você quer chamar atenção para nós?! – Reclamou Rodrigo em voz baixa – Vamos entrar logo, antes que as pessoas nos vejam. Vem.

- O que?! Não! Não podemos! – Exclamou ela com medo, mas Mateus acabou arrastando-a para dentro, já que Flávia gritava cada vez mais alto.

Assim que entraram e fecharam a porta, sentiram um grande calafrio percorrer seus corpos. A filha de Apolo estava morrendo de medo, o que os deixou confusos.

O lugar tinha um piso de granito preto, e milhares de pilastras gregas pretas erguidas para segurar o teto. Tochas eram penduradas nelas iluminando precariamente o local, mas todos enxergavam perfeitamente uma enorme caixa no fim da sala.

A caixa possuía milhares de desenhos de guerra extremamente detalhados, e talvez levariam horas para que um deles conseguissem reparar em todos.

- O que é isso? – Perguntou Rhamon. Eles andaram em direção á caixa, e Flávia os seguiu com muito medo. Ela avisava para não chegar perto, mas ninguém á ouviu.

Assim que eles olharam a tampa da caixa retangular comprida, viram o sinistro desenho de uma foice negra. Os olhos dos três grudaram ali.

- Isso aqui é de Cronos. O que tem dentro? – Perguntou Rodrigo tenso.

- O próprio Cronos. – Respondeu Flávia em um tom assustador.


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Notas finais do capítulo

Fuuuuu!
Ok. Ótima hora para sair correndo.
Podem imaginar ficar parado na frente do caixão de Cronos? Tenso. Muito tenso.
Espero por reviews! Beijos e até o próximo!