Os cinco palitinhos estavam enfileirados sob a pia.

Uma jovem de apenas vinte e sete anos revezava seu olhar dos palitinhos para o relógio em seu pulso esquerdo. Ora coçava a cabeça, ora se encarava no espelho, e ora murmurava xingamentos que é preferível não especificar.

Seu estômago estava embrulhado, a ânsia de vômito estava lhe dominando e o que ela mais queria é que aqueles malditos palitinhos não dessem o resultado que ela mais temia. Encarava-os pensando positivamente que os sintomas que tinha eram apenas porque estava trabalhando demais ou alguma doença corriqueira. Poderia ser tudo, menos o que pensava.

Finalmente os minutos indicados na caixinha dos testes terminaram e então a jovem morena pegou o primeiro, analisou o mesmo e voltou à caixinha para saber o que significava as duas listrinhas vermelhas.

Uma listra vermelha: negativo.

Duas listras vermelhas: positivo.

Gemeu de frustração ao constatar o resultado, mas respirou fundo, aqueles testes não eram 100% certos. Com essa idéia em mente, pegou o próximo palitinho. Xingou a mãe de alguém ao ver que também continham as malditas listras vermelhas. E assim prosseguiu, percebendo que todos os palitinhos afirmavam o mesmo resultado.

- Ai meu Deus – murmurou chocada – Estou grávida!

E sem que pudesse pensar em mais nada – ou talvez só para ressaltar ainda mais o seu estado – sentiu que não poderia segurar, e despejou todo o conteúdo do seu desjejum que fez mais cedo, vaso abaixo.

Sentou-se no chão frio de seu banheiro e apoiou sua cabeça a parede. Procurou respirar profundamente, numa tentativa em vão de se acalmar.

Não, não poderia ser... Tinha tanto cuidado, tanta preocupação e tanta segurança... Por que logo agora isso estava acontecendo? E o pior de tudo, como diria para o pai da criança?