Alugando Hermione Granger escrita por da_ni_ribeiro, thysss


Capítulo 32
Capitulo Treze


Notas iniciais do capítulo

Hey gente, a Thys não conseguiu postar... mas aqui estou eu! Espero que voces gostem!
Ah sim, para quem não sabe, fiz um ask para que voces possam me perguntar o que quiserem a respeito da fic. =D
http://ask.fm/daniribeiro406



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Deslumbrada não chegava nem perto de definir como Hermione se sentia naquele momento, a casa que Draco mantinha em Londres era muito mais do que ela poderia imaginar, três andares de puro luxo e requinte, com um enorme jardim aos fundos. O tipo de propriedade que ela sequer imaginava ainda existir em Londres. A construção era moderna, com portões enormes na frente e uma fonte.

O quarto que dividiria com Draco ficava no último andar e era amplo, com uma cama alta e macia no centro, o closet em anexo era enorme e a fez rir, se Draco dizia que ela possuía muitas roupas, imagine a surpresa ao ver que todas as suas malas quando fossem esvaziadas não ocupariam nem um terço de todos aqueles armários. Sentiu-se deliciada com o pensamento. Algumas coisas em seu jeito de pensar não mudaram, ainda não se sentia muito confortável ao ter Draco pagando suas contas, mas tinha de admitir que fazer compras era um ótimo passatempo, sem mencionar o bom momento que passava ao ser acompanhada por sua melhor amiga ou por sua cunhada. E agora teria muitos outros armários para encher e, com um sorriso pousou uma mão sobre o ventre liso, em breve teria outra pessoinha para fazê-la se dedicar as compras.

De certo modo ainda não se acostumara completamente a ideia de estar carregando o herdeiro ou herdeira da família Malfoy, mas sabia que isso se devia a apreensão que sentia pela família dele, só de pensar em como Narcisa reagiria ao descobrir sua gravidez fazia Hermione se sentir arrepiada.

Afastando esses pensamentos de sua mente, vestiu-se de forma simples para o jantar, usando calça jeans, um luxo que não podia se dar ao sair de casa, afinal as regras de bom estilo exigiam que estivesse sempre bem vestida, o que lhe rendera uma incontável quantidade de conjuntos de saias, camisas, vestidos e blazers. Quase por teimosia decidira ter algumas calças jeans. Colocou um casaco comprido, a casa era bem aquecida, mas o frio se tornava cada vez mais intenso na Inglaterra nessa época do ano.

Encontrou Draco já de volta no quarto e lhe sorriu.

- Pronta para conhecer sua nova casa? – ele perguntou se levantando da cama, onde estivera sentado prestando atenção em algum noticiário.

- Mais do que pronta – ela disse calçando as sapatilhas e lhe sorriu.

Draco a levou para um tour completo pela propriedade, apresentando a ela todos os quartos que ficavam no segundo e terceiro andar da casa, e as salas que compunham o primeiro andar. Logo na entrada havia um imenso hall, as escadarias davam um toque de luxo a propriedade que fez Hermione ficar maravilhada, sentia-se como Bela ao chegar ao castelo da Fera, atraída por cada pequeno detalhe, deslumbrada por tudo e prestes a se tornar uma princesa.

- Você ficava aqui sozinho durante todos esses dias? – ela perguntou encarando-o com carinho, de repente sentiu-se mal por ele, era um lugar tão grande e bonito, mas ficar ali sozinho certamente seria muito solitário.

- Passava a maior parte do tempo no parlamento – ele deu de ombros. – Acho que depois de um tempo me acostumei a ficar sozinho. Por um tempo tive um apartamento, mas ficava no centro, distante do parlamento, foi na época que meus pais ainda moravam aqui, pouco antes de ir para Cambridge. Mas quando eles se mudaram para nossa outra propriedade, pois minha mãe estava cansada da vida tumultuada da capital, acabei assumindo a propriedade, assim como assumirei todas as outras com o passar do tempo – deu de ombros.

Pensar que havia outras casas desse mesmo porte fez Hermione arregalar os olhos, essa vida da alta nobreza era realmente sem limites.

- Estive pensando – Draco lhe sorriu com as mãos no bolso e um sorriso acanhado. Guiou-a pelo andar parando na porta que ficava ao lado de seu quarto, abriu-a e convidou Hermione para entrar, apresentando a ela um quarto totalmente vazio com paredes brancas. – Mandei esvaziarem esse quarto, mesmo sabendo que ainda é muito cedo – deu de ombros. – Mas acho que esse quarto seria perfeito para o bebê.

O sorriso que Hermione lhe dedicou fez o coração de Draco dar um salto, com carinho ela pôs uma mão sobre o ventre e deu pequenos passos pelo grande quarto.

- Eu diria que é muito grande – ela riu maneando a cabeça – mas presumo que para você isso seria besteira – rindo ela se virou e o abraçou, apoiando o queixo sobre o peito de Draco ergueu os olhos para mirá-lo, seus olhos brilhavam e Draco sorria.

- Vamos ter bastante tempo para encher cada canto desse quarto – ele lhe disse passando a mão pelo cabelo castanho macio. – Agora vamos, tem muito para te mostrar e o jantar logo vai ser servido.

Draco somente lhe apontou os quartos que ficavam no segundo andar, eram menores e possuía uma ampla sala de visitas, explicando a ela que aquele andar era destinado as visitas, afinal muitas festas eram dadas naquela propriedade, que estava na sua família há várias gerações, e ali costumavam hospedá-los, enquanto o terceiro andar ficava privativo para os donos da propriedade.

Já no primeiro andar Hermione conheceu a bela sala de televisão, que quando adolescente havia se tornado um dos lugares preferidos de Draco, tendo instalado ali diversos videogames com todos os tipos de jogos, ele e William passavam horas trancados naquela sala durante os dias de muito frio ou chuva.

Chegaram a sala de jantar e Hermione franziu o cenho, estranhando o cômodo que parecia pequeno em comparação a todos os outros.

- Essa é nossa sala íntima de jantar, a grande sala fica logo ao lado, mas tem uma mesa para mais de vinte pessoas, por isso imaginei que seria estranho nos sentarmos lá a cada refeição, são tantos lugares vazios que deixa um sentimento estranho até para mim – ele riu maneando a cabeça e a abraçou pela cintura.

- Esse lugar todo é lindo – ela disse com os olhos brilhosos. – Aquela biblioteca principalmente, com as janelas viradas para o jardim – sorrindo Draco viu como Hermione estava realmente contente por estar ali. – Poderia passar horas sentada ali, com um livro em mãos olhando para aquele jardim.

Não podia negar que ficara apreensivo sobre levar Hermione para Londres, a vida que tinham em Cambridge era tão simples se comparada a tudo que a capital lhes reservava, que fez Draco pensar várias vezes antes de propor que ela ficasse ali com ele. Temia que Hermione não se acostumasse tão bem à diferença, mas pelo que pudera perceber, ela não demoraria a se adaptar.

- Pode ter certeza que você terá bastante tempo para isso – respondeu ele sorrindo. – Sinto dizer, mas enquanto eu não assumir o cargo no parlamento temo deixá-la um tanto sozinha aqui, Annelise deve vir em poucos dias para lhe fazer companhia, e fique a vontade para falar com a sua amiga, Virginia não é?

Hermione assentiu tentando conter sua decepção. Sabia que passaria um bom tempo sozinha enquanto Draco não assumisse seu cargo, a burocracia parecia cada vez maior assim como os problemas, somados a todas as mudanças que o parlamento vinha sofrendo desde que William se casara, estando assim pronto para assumir sua posição de rei a qualquer instante. Estava tudo uma grande confusão.

- Vou ligar para ela – ela disse assentindo e Draco puxou uma cadeira para que ela se sentasse. – Sei como você anda ocupado.

- Prometo que assim que eu assumir minha posição, logo após a virada de ano, terei todo tempo para dedicar a você e ao nosso bebê – suas palavras soaram sinceras e Hermione sentiu seu coração se aquecer com o amor que sentia crescer cada vez mais. – E poderemos preparar tudo para o casamento – ele complementou sentando ao seu lado.

- Sobre isso – ela abaixou o olhar e foi interrompida pelos criados que entraram e lhes serviram, saindo logo em seguida. Era como estar em um restaurante, sendo sempre servida por alguém, mas em sua própria casa.

- Você sabe que não precisa ficar acanhada para falar comigo – ele disse segurando sua mão sobre a mesa e ela assentiu.

- Essa semana tenho de ir ver os meus pais – complementou com um suspiro resignado.

- Não sou um modelo de filho – disse Draco –, mas você sabe que independente de nos casarmos ou não, você deve visitá-los.

- Sei disso – deu de ombros e sorveu um gole do suco que lhe serviram. – Mas ainda não é fácil para mim, Draco.

- Imagino – respondeu ele. – Por isso gostaria de acompanhá-la.

Aquelas palavras fizeram um sorriso enorme brotar em seus lábios e Hermione assentiu, agradecida por isso. Gostaria muito que ele a acompanhasse, mas sabendo quão ocupado Draco se encontrava, não tinha coragem de lhe pedir isso, talvez no ano seguinte quando tudo se acalmasse. Mas como ele mesmo ofereceu, ela jamais negaria.

- Eu gostaria disso – ela disse sorrindo.

- Agora coma – Draco apontou para o prato intocado e ela revirou os olhos, ele vinha se tornando um turrão quanto a esse assunto.

Maneando a cabeça Draco riu ao ver como ela fechava a cara pelo mal humor. E só estavam no primeiro mês de gestação, pensou com humor.

Quando subiram de volta para o quarto Hermione sorriu ao ver que a lareira estava acesa, uma fraca chama brilhava ali, dando um ar aconchegante e romântico ao ambiente.

- Achava que isso só acontecia nos livros – ela disse e Draco riu.

Aproximando-se ele a abraçou por trás, depositando um beijo em seu pescoço.

- Você acha que poderia se sentir bem nessa casa? – perguntou ele em um murmúrio.

- Sobre isso eu queria conversar com você – ela respondeu virando-se para ele, em seus olhos Draco pôde ver apreensão e moveu a cabeça, incentivando-a a continuar a falar. – Não conversamos direito sobre isso ainda, você me disse que se eu quisesse poderia continuar em Cambridge, afinal no próximo semestre ainda vai faltar um pouco para o bebê nascer, mas – com um suspiro ela passou os dedos sobre os olhos, não se permitindo chorar. – Cambridge sempre foi um sonho, estar lá dentro foi a realização dele, mas durante esse dias, sozinha no apartamento, me dei conta de que meu diploma não será de lá.

- Herms, você sabe que nós podemos dar um jeito – ele disse tocando seu rosto.

- Sei que você pode dar um jeito em tudo, mas Draco, casar com você para passar a semana sozinha em Cambridge e voltar nos finais de semana não é uma opção, grávida então, muito menos. E vir e voltar todos os dias é impensável...

- Sinto muito por ouvir isso – disse ele de forma sincera, jamais fora sua intenção destruir o sonho dela dessa forma.

- Eu também – deu de ombros. – Mas nesses dias tive bastante tempo para me dar conta de tudo que implicava aceitar casar com você, e entendi que não vou ter meu escritório de advocacia nem um diploma em Cambridge, venho conhecendo o modo como tudo funciona por aqui, e sei que as mulheres dos parlamentares não trabalham.

- Você não é igual a elas – ele disse.

- Mas você é um parlamentar – ela respondeu. – Por isso decidi que não vou voltar para Cambridge, não me sentiria confortável lá estando sozinha e grávida, e muito menos sem você por perto – abraçou-o com carinho. – Mas não queria desistir do direito, quero me formar e ter minha licença, mesmo que nunca tenha um escritório, quero fazer isso por mim, entende? Quando sai de casa estava decidida a me tornar uma advogada, e independente de todas as mudanças que aconteceram esse ano desde que você apareceu na minha vida, isso não mudou.

Draco assentiu deixando que ela continuasse a falar, tinha de admitir que ter Hermione puxando esse assunto lhe era um grande alívio, sabia que uma hora teriam de conversar, mas não sabia como abordar o assunto com ela.

- Andei pesquisando as universidades de Londres, há uma próxima ao parlamento que possui algumas aulas a distância, mas mesmo assim tem uma ótima avaliação, e pensei que seria a ideal para nós, com o avanço da gravidez e depois com um bebê recém nascido, pode ser a solução perfeita.

Orgulhoso de sua futura esposa, Draco a puxou para seus braços, invadindo a boca dela com a sua em um beijo cheio de paixão.

- Depois da sua formatura, nosso filho vai estar maiorzinho, poderemos ver uma pós ou um mestrado para você em Cambridge – ele disse tocando seu rosto, e ela assentiu.

- Eu adoraria isso – respondeu.

Um problema a menos na enorme lista que parecia envolvê-los, pensou Draco.

- Estou com saudades de você – ele murmurou voltando a beijar seu pescoço.

- E o que fizemos antes do jantar? – ela perguntou com um risinho e Draco a ergueu em seus braços, levando-a em direção a cama.

- Foi só o início – disse piscando-lhe com um só olho e Hermione gargalhou.

Draco a deitou com cuidado, despindo-a com calma para relevar o corpo feminino levemente alterado pelas primeiras semanas de gestação e sorriu ao vê-la nua, seu sorriso aumentou quando ela passou as finas mãos sobre seu peito, retirando sua roupa e logo beijando seu peito,  ela o empurrou de leve, fazendo-o deitar de costas na cama e ela ficou sobre seu corpo, os beijos descendo por seu peito até chegar ao cós da calça de Draco, retirou-a com urgência e sorriu maliciosa ao ver o membro já ereto dele, pulsante e desejoso, suas bochechas coraram levemente e sorriu pensando que cada vez sentia-se melhor e seus momentos de intimidade tornavam-se mais naturais, não havia vergonha entre aquelas quatro paredes.

Deu um beijinho na ponta do membro ereto e Draco gemeu pelo contato, seus finos e delicados dedos acariciaram os testículos e o saco e ele arqueou o corpo, desfrutando do momento e incentivando-a a continuar. Ela correu os dedos sobre o membro ereto e logo deslizou sua língua antes de colocá-lo na boca.

Não se imaginava fazendo isso, mas ao estar com Draco, sentia a confiança necessária para tentar novas experiências.

Ele gemeu com a boca dela subindo e descendo sobre seu membro e arqueou ao sentir como o orgasmo se aproximava, retirando forças não sabia da onde a fez parar e a deitou sobre a cama, ficando de joelhos afastou as pernas dela e dedilhou sobre sua intimidade, sentindo como Hermione ficara excitada pelo que fazia com ele e mordiscou a parte interna de sua cocha, ouvindo-a arfar com a proximidade. Queria retribuir o que ela fizera, mas estava excitado demais para isso, estava a um milímetro de gozar e queria estar dentro dela no momento. Ergueu-se ainda de joelhos e puxou-a pela cintura, penetrando-a sem aviso, Hermione gemeu manhosa e arqueou com o aumento do ritmo.

Queria fazê-la chegar ao orgasmo, mas sua excitação era tamanha que não demorou a gozar dentro dela, ainda extasiado pelas caricias dela sobre seu corpo. Agora era hora de dedicar-se a ela, inclinou-se sobre o corpo feminino, sabendo que ela se encontrava com os seios cada vez mais sensíveis, bastava tocá-los para ela gemer desejosa. Deslizou a língua pelos mamilos levemente escurecidos, mordiscou quando sentiu como ela puxava seu cabelo e logo arranhava sua costas.

Hermione gritou seu nome quando atingiu o orgasmo, e Draco sentiu como ela ficava lânguida em seus braços. Com um suspiro virou-se na cama, deitou-se a deixou sobre seu peito, ela sorria dedilhando sobre seu peito. As batidas do coração de Draco a acalmavam, e ela logo se sentiu sonolenta.

- Você tem de ir ao médico logo – disse Draco depois de um momento em silêncio, deslizando os dedos sobre o cabelo macio dela em uma caricia.

- Sei disso – ela aconchegou melhor seu corpo ao dele, puxou as cobertas sobre eles e encaixou-se com perfeição contra ele.

- Tomei a liberdade de pedir a minha irmã que marcasse uma consulta para você – disse ele e sentiu-se aliviado quando ela não se mostrou irritada com a intromissão dele. – Dra. Montgomery tem um consultório próximo ao parlamento, ela e alguns outros médicos de diversas especialidades estão ali para nós, cuidando apenas das famílias nobres de Londres, assim que encontrar um horário em sua agenda não foi difícil.

- Ótimo – ela murmurou ainda com os dedos sobre seu peito. – Quero mesmo começar o pré-natal logo...

- E talvez ela tenha algo que ajude a diminuir esses seus enjoos – ele disse com um olhar cuidadoso. – Pode pensar que não notei, mas você tem se cansado muito facilmente nos últimos dias, e prefiro nem imaginar como foi durante a semana que estive fora, aposto que isso tem a ver com sua pouca alimentação e todos esse enjoos.

- É normal Draco – respondeu com um suspiro. – O bebê suga minha energia nesse início, afinal ele precisa crescer – sorriu levemente, como vinha acontecendo cada vez que falava sobre seu bebê.

- Mas não custa ver se ela tem algo que ajude – disse ele dando de ombros e ela apenas assentiu. – E estive pensando, vou aproveitar para tirar a tarde de folga amanhã e poderemos ir visitar os seus pais após a consulta... – ela ergueu o rosto para encará-lo e Draco suspirou. – Sei que é muito para uma mesma tarde, mas gostaria de estar com você em ambos os momentos, mas não posso garantir conseguir me afastar duas tardes durante uma mesma semana, e não quero que você fique adiando nenhuma das duas coisas.

- Acho melhor mesmo já cuidarmos disso – ela disse e se ergueu para deixar o rosto mais próximo do dele. – Além do mais, depois vou ter de me preocupar em encarar a sua família, é bom já ter dado um jeito em nossas outras pendências – disse com humor e ele riu.

- Você fala como se minha mãe fosse enforcá-la por ter ido para a cama comigo antes do casamento – disse ele com sarcasmo e ela revirou os olhos e lhe deu um tapa no peito. – Tudo bem, entendo seu nervosismo, mas quero que você entenda que não importa o que ela faça ou fale, esse anel aqui – disse segurando a mão dela que sustentava o delicado anel de noivado – não irá sair até o momento em que eu irei dizer na frente de todos que a aceito como esposa, então não fique se preocupando a toa e aceite que nada vai mudar o que já combinamos.

Com um suspiro ela viu Draco se virar, ficando ambos deitados de lado, um encarando o outro. A mão dele percorreu a lateral de seu corpo, contornando suas curvas até pousar sobre seu ventre que ainda não mostrava sinais da gestação.

- Sei disso, mas não posso evitar ficar apreensiva – confessou. – Você já me disse que não é ligado a sua família, que não concorda com o modo como eles agem e tudo mais, mas mesmo assim Draco, não posso evitar sentir que só o estou afastando ainda mais deles, e sei que sua mãe me culpa principalmente por isso.

- Minha mãe já sabe que se me quiser por perto, basta aceitar que você estará lá comigo, é uma decisão que só cabe a ela.

- Ainda assim...

- Não Herms – disse ele tocando seu rosto ao ver como os olhos de Hermione já começavam a aguar em razão de lágrimas que não demorariam a cair. – Não pense nem se preocupe com isso! Nós estamos bem assim, não estamos? Sempre fui independente, e agora estamos começando uma família – disse dedilhando sobre o ventre dela – nosso primeiro herdeiro – sorriu ao pensar no bebê. Um orgulho sem tamanhos brotava em seu peito cada vez que pensava que no ano que começaria em breve traria tantas mudanças a sua vida, começando por uma esposa, um bom cargo e um filho. Não havia mais nada que pudesse desejar. – Agora vem cá, pare de pensar nisso – disse e a abraçou com carinho, depositou um beijo na cabeça dela e ouviu o leve suspiro de Hermione ao se aconchegar entre seus braços.

- Por mim ficaríamos assim sempre – ela disse com a voz sonolenta e Draco sorriu, ele estava pensando exatamente isso.

- Agora descanse que dias muito longos nos aguardam – ela assentiu e logo estava ressonando tranquilamente, segura entre os braços de seu futuro marido.

Draco estava certo quanto a isso, pensou Hermione olhando-se no grande espelho de seu novo closet. Vestia um delicado vestido azul claro, e sobre a peça um longo casaco branco. Colocou uma meia calça mais grossa para protegê-la do frio nas ruas de Londres, sentindo a brusca diferença de temperatura de Cambridge para a capital, Londres era muito mais fria nessa época do ano, e não duvidava que logo começaria a nevar. Ajeitou o sapato de salto e o chapéu em sua cabeça, e estava pronta para encontrar-se com Draco.

Ele havia saído cedo naquela manhã, despedindo-se dela com um beijo e um bom dia, e voltara para o almoço, mas logo fora para o escritório que mantinha em casa, precisava enviar alguns e-mails enquanto ela terminava de se arrumar.

- Podemos ir? – perguntou parada na porta do escritório de Draco.

Achava curioso ele ter o escritório no último andar quando havia uma espaçosa e confortável biblioteca, com uma grande mesa que há anos servia exatamente para isso, mas Draco lhe dissera que quando estava em Londres preferia manter-se naquele andar, não no caminho dos criados, além do mais, aquele era um ambiente privado, enquanto a biblioteca era tudo menos isso, a cada jantar que era dado ali os homens se retiravam para aquele lugar a fim de fumar um charuto ou beber conhaque, e Draco não queria ninguém bisbilhotando em seus negócios.

Eram todos da nobreza, mas não era tolo e sabia que estava em uma classe social onde os homens buscavam sempre ser melhor um que o outro, muitos dispondo-se a qualquer artificio que pudesse garantir isso.

- Podemos – Draco respondeu com um sorriso e abaixou a tampa de seu notebook. – Agora tenho a tarde toda para você – ele disse com carinho e ela riu quando a mão de Draco pousou possessivamente sobre sua cintura.

- Olha que posso me aproveitar da situação – ela disse com um sorriso e ele maneou a cabeça, apertando seu abraço.

- Adoraria isso – disse ele e logo beijou sua bochecha.

Naquela manhã o enjoo havia sido mais brando o que fez Hermione sentir-se muito mais humorada, e ter um tempo com Draco certamente contribuía para isso.

- Pegasse os exames que fizemos em Cambridge? – perguntou ele ao abrir a porta do carro para ela.

- Estão todos aqui – disse apontando para a grande bolsa que estava carregando e Draco gargalhou.

- Como não estaria – debochou e ele revirou os olhos.

O consultório médico era um reflexo dos pacientes que ali se consultavam. Era tudo muito requintado, com funcionários discretos e que não hesitavam ao se aproximar, acostumados ao nível de seus pacientes não ficavam deslumbrados por terem o futuro Duque e sua noiva ali, nem cochichavam sobre a consulta que os aguardava.

Aquele foi um dos momentos que Hermione mais se sentiu grata pelo dinheiro que Draco possuía, dando-se conta de que realmente o dinheiro comprava tudo, inclusive silêncio e discrição.

- Por aqui – uma jovem enfermeira os guiou pelo corredor até o consultório da Dr. Montgomery.

A médica era uma bela mulher com quase cinquenta anos, um modelo de classe e discrição, com um sorriso ela os recebeu.

- Boa tarde Sr. Malfoy – disse estendendo uma mão para ele – e Srta. Granger – complementou esticando a mão para ela.

Hermione logo se sentiu confortável ao perceber quão profissional a mulher era, não mostrando-se deslumbrada pela beleza de Draco – como todas as outras pareciam ficar – e tratando-a com atenção, ciente de que sua paciente era ela. Tinha de confessar que ainda estava incomodada pelas vezes que saiu com Draco e todos dedicaram mais atenção a ele, mesmo quando tudo que buscavam só dizia respeito a ela.

- O que os trás aqui nessa tarde? – ela perguntou ao sentar em sua cadeira e logo lhe apontou as cadeiras que ficavam a sua frente, convidando-os ao se sentarem.

- Um mês de gestação – respondeu ela ao segurar a mão de Draco.

- Oh – ela sorriu de forma discreta. – Meus parabéns.

- Nós já fizemos os primeiros exames – disse Draco enquanto Hermione retirava os mesmos de sua bolsa. – Estávamos em Cambridge, mas devo me estabelecer em Londres logo – deu de ombros e a médica assentiu compreensiva.

- Enquanto analiso seus exames você pode ir se trocando – ela se levantou e a guiou pelo consultório. – Pode colocar essa camisola – entregou a ela uma das costumeiras camisolas hospitalares – que em um minuto estaremos aqui.

Hermione assentiu e se instalou atrás do biombo para vestir a desprezível camisola hospitalar, só esperava não ter de fazer outro daquele ultrassom na presença de Draco, ainda se sentia envergonhada por isso.

Sentiu sua pele arrepiar quando se despiu e esfregou os braços, mas o consultório era bem aquecido e logo ela estaria acostumada.

Entrou na sala de exames e sorriu para Draco quando ele se pôs ao seu lado, sentado em um banquinho e segurando sua mão.

- Primeiro vamos tirar suas medidas – disse a médica e a guiou para a balança, logo mediu sua cintura e abdômen e fez algumas anotações em sua ficha. – Pode sentar – apontou a cadeira e Hermione se sentou, logo segurou a mão de Draco e ele lhe sorriu.

- Pelas anotações de sua outra médica e como faz pouco tempo que você se consultou, é normal que não tenha diferença em suas medidas, além do mais a gestação ainda está bem no início, mas posso ver que você perdeu um pouco de peso, quando na verdade deveria estar ganhando.

Draco a olhou com uma sobrancelha arqueada e Hermione revirou os olhos, sentindo-se com uma criança pequena que recebe uma reprimenda do pai.

- Os enjoos definitivamente não ajudam nisso – resmungou ela e Draco soltou um risinho e maneou a cabeça.

- Tenho certeza disso – disse a médica –, mas essa fase é a mais importante, Hermione, por isso tente se esforçar em comer de três em três horas, refeições leves e bastante líquido podem ajudar, assim você não vai se sentir tão enjoada quando se alimentar.

- E o cansaço é normal? – perguntou Draco ciente de que Hermione não mencionaria nada.

- Uma boa alimentação vai ajudar nisso também – disse a médica de forma calma. – Gravidez não é doença, mas requer cuidados. Descansar bastante também vai ajudá-la a se sentir mais disposta, boas noites de sono são um luxo que você deve aproveitar o máximo que puder – ela sorriu de forma fraterna – pois acredite, depois que esse pequenino nascer você vai precisar de todo esse descanso acumulado durante os nove meses.

Sorrindo Hermione assentiu e sentiu como seus olhos brilhavam, só de pensar que teria um bebê, uma criança sua para cuidar e amar fazia um calor se espalhar por seu peito, aquecendo-a e confortando.

- Vou lhe receitar algumas vitaminas também – disse a médica ainda analisando seus exames. – Ou você já está tomando alguma?

- Não – negou Hermione. – Fui lá para confirmar a gestação e quantas semanas, mas o acompanhamento estamos começando agora.

- Vejo que já fizeram o ultrassom – ela disse observando a imagem do pequeno pontinho que era seu bebê. – Vamos deixar para fazer um novo na sua próxima consulta então, mesmo ainda tão pequenino o feto já se sente incomodado quando fazemos ultrassons muito seguidos, e nas primeiras semanas quanto mais tranquilo ele estiver, melhor. Por isso você já pode se trocar e vamos conversar na minha sala.

Hermione assentiu e se afastou para por suas roupas, encontrou Draco esperando por ela do outro lado do biombo, com um sorriso ele a guiou até a mesa da médica e sentaram-se de mãos dadas.

- Seu acompanhamento vai ser mensal por enquanto, o feto está se desenvolvendo bem e não há motivos para fazê-la vir aqui todas as semanas – sorriu. – Mas não tenha dúvidas quanto a me ligar ou marcar outra consulta durante esse intervalo se achar que algo não vai bem! Não há motivos para preocupações, então podem ficar relaxados e seguirem sua rotina normal.

A melhor parte já havia passado, pensou Hermione ao entrar no carro. Agora chegava a hora de encarar seu maior motivo de apreensão, o encontro com seus pais.

A vizinhança sempre tranquila naquela região fez Hermione sentir saudade da época em que era ingênua demais para apenas aceitar o que lhe ofereciam, sem saber porque a aclamada família Granger não vivia mais em uma das belas e enormes residências situadas no centro de Londres. Com um suspiro se virou ao sentir a mão de Draco pousar sobre sua perna, ele lhe deu um suave aperto demonstrando que estava ali, ao lado dela.

Havia ligado para sua mãe na noite anterior, surpreendendo-a com sua ligação, afinal a senhora Granger não acreditava que sua filha voltaria a lhe telefonar.

- Pronto? – ela perguntou com ironia e ele maneou a cabeça, esticando uma mão para ajudá-la a sair do carro, antes que Hermione pudesse se afastar, Draco segurou sua mão com mais força e a puxou para um abraço, passando as mãos carinhosamente em seu cabelo e logo desceu alisando as costas dela. Confortando-a.

- Vai dar tudo certo – ele disse e Hermione suspirou, esperava que sim.

Não precisou sequer tocar a campainha, ao se aproximar da entrada a porta rapidamente foi aberta e sua mãe saiu a passos apressados, pronto para abraçar sua menina. Acolheu-a com carinho entre seus braços, com uma saudade sem limites e, mais uma vez, lamentando-se por tudo que seu marido havia feito que tivera como consequência o afastamento de sua única filha.

- Boa tarde senhora Granger – Draco disse com uma expressão séria, mas sem parecer assustador como era tão típico as pessoas descreverem. A mãe de Hermione afastou-se da filha e esticou a mão para cumprimentá-lo, o sorriso em seu rosto era genuíno e suas bochechas estavam coradas.

Não pôde deixar de reparar nas semelhanças que Hermione possuía com a mãe, ambas tinham cabelos castanhos e ondulados e o mesmo formato do nariz, mas as semelhanças terminavam ali, o que o fez imaginar que ela seria a cara do pai, e sorriu ao confirmar isso. Provavelmente esse era o grande motivo para Hermione se sentir tão tensa quando o assunto era voltar a se aproximar dos pais, do pai principalmente, os dois eram iguais principalmente em espírito, ambos teimosos, Draco pôde imaginar.

- Draco Malfoy – ele disse abrindo um pequeno sorriso para sua sogra, que sorriu ajeitando os cabelos visivelmente arrumado para recebê-los.

- Pode me chamar de Jane – ela disse e Draco assentiu.

O pai de Hermione, James, também o tratou muito bem, mas ficara um pouco mais distante, provavelmente em razão da situação ainda desconfortável com sua filha, a relação deles era cada vez mais instável.

- Estávamos curiosos para conhecê-lo – disse Jane guiando-os para a sala.

Serviu café e biscoitos, tentando quebrar o gelo que se instaurara no ar.

- Viemos para contar as novidades – disse Hermione com um sorriso fraco.

- Oh! – sua mãe pareceu emocionada e levou uma mão ao peito. – Então é verdade!

- Draco me pediu em casamento, e eu aceitei.

Com os olhos aguados Draco viu como sua sogra abraçava a filha de forma acalorada e sorriu. O pai de Hermione também sorriu com a notícia e se pôs de pé, Hermione o encarou com o cenho franzido, mas abaixou suas defesas quando ele lhe estendeu uma mão.

Ela deixou que o pai a abraçasse e sorriu por isso.

- Nunca pensei que ouviria isso – disse a mãe dela com um sorriso bobo e Hermione riu.

- Fico feliz por você, minha querida – o pai dela sussurrou. – Sei que ainda não me perdoou por tudo que fiz, por todos os seus sonhos que foram destruídos por minha culpa. Não a culpo por isso. Mas fico verdadeiramente feliz por saber que você está bem, que está feliz e que as coisas estão dando certo para você, independente de tudo que lhe fiz.

- Obrigada – ela disse abraçada a ele.

Era tudo que precisava ouvir. Seus pais ficaram contentes por ela e tinha cumprido o seu papel, contando a eles sobre o casamento.

- Você não contou sobre o bebê – Draco observou quando já estavam no carro voltando para casa.

Haviam ficado para o jantar, depois da notícia do casamento a mãe de Hermione ficara em puro êxtase e visivelmente emocionada, querendo saber como seria e o que sua filha tinha em mente. Mas Hermione não tivera muito o que lhe contar, havia aceitado o pedido de casamento, mas ainda não estava pesquisando nada para a cerimônia, sabia que tudo seria preparado rapidamente e os últimos dias foram atribulados o suficiente sem se preocupar em escolher seu vestido de noiva.

- Conheço minha mãe – ela disse com um pequeno sorriso. – Ela disse que pensou que nunca ouviria eu dizer que estava noiva, mas na verdade esse sempre foi um sonho meu – deu de ombros, de certa forma encabulada. – Só que depois de um tempo acabei não acreditando que encontraria um marido – riu e ele sorriu. – Sabe, quando tudo que meu pai fez veio a tona, muitas pessoas nos viraram as costas, achei que não conseguiríamos mais a confiança de ninguém, afinal meu pai ficou devendo para várias pessoas. Agora que tudo está bem, minha mãe fez amizades e você sabe, todas adoram bater papo e uma boa fofoca e acredite, conhecendo minha mãe, sei que ela não conseguiria ficar sem contar a todos que vai ser avó.

- Herms...

- Combinamos isso, Draco. Estamos bem assim, não quero contar a novidade e acabar correndo o risco de estragar as coisas. Vamos deixar sua coroação passar e o casamento...

- Sei que combinamos, mas quero saber o que você pensa disso – disse ele segurando sua mão, mas ainda assim atento ao trânsito.

- Não me senti mal por não contar a eles, se é isso que o preocupa – ela sorriu para ele. – Além do mais, acho prudente nesse início de gestação que quanto menos pessoas saibam, melhor.

Ele assentiu e beijou a mão dela, entendia como Hermione se sentia, pois ele sentia o mesmo. Algumas vezes sentia uma necessidade enorme de colocá-la sobre a cama e deixá-la ali até que a fase inicial e mais perigosa da gravidez passasse.

Sabia que estava tudo bem entre eles, mas algumas vezes era exatamente isso que o fazia ficar apreensivo. Maneou a cabeça para afastar tais pensamentos e sorriu para Hermione.

- Além do mais os próximos dias serão atribulados o suficiente, não queria acrescentar mais um item a minha lista de preocupações – disse ela segurando a mão dele. – O Natal está ai, logo a virada de ano, a sua coroação, o nosso casamento...

- Realmente – Draco sorriu fracamente. – Vamos com calma.

- Exatamente!

- Mas vai ficar tudo bem – ele disse e virou o rosto rapidamente para mirá-la.

- Eu sei disso – ela assentiu e apertou sua mão, como se quisesse confirmar.

Claro que tudo ficaria bem, afinal ela tinha Draco para protegê-la e fazer com que se sentisse segura. Era tudo que importava.


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