Os dias pareciam passar mais rapidamente conforme se acertavam, pelo menos foi isso que Hermione pensou ao sentar em seu lugar em mais uma manhã em Cambridge, mais uma manhã que a levava direto ao seu sonho, o tão esperado diploma, que mesmo ainda faltando anos para conseguir, a cada dia estava mais perto.

                Com um maneio de cabeça repreendeu a si mesma, devia prestar mais atenção na aula, mas parecia impossível, e não só por sua cabeça estar no mundo da lua, ou por estar – novamente – pensando em como Draco estava sendo um perfeito cavalheiro – mesmo que fizesse isso só para reconquistá-la, tinha de admitir que estava tendo efeito. O problema maior era a constante mudança que ocorria em sua vida, uma mudança que por várias vezes Hermione julgou não ser nem capaz de acompanhar, a cada instante uma nova pessoa se aproximava, sempre parecendo conhecê-la muito bem quando, na verdade, Hermione nunca a havia visto antes na vida. O motivo de tudo isso? A perseguição constante que vinha tendo em sua vida.

                A verdade era que desde a partida de polo oficial, quando os rumores de que seu relacionamento com Draco Malfoy não passara de um rápido caso exposto em manchetes enormes com letras garrafais em todas as bancas da cidade, isso que Cambridge era uma cidade pequena, não queria nem pensar em como estava esse alvoroço todo em Londres. O que mais a incomodava não era a quantidade de fotos, os momentos inoportunos eram sim uma droga, mas o que mais a irritava eram os constantes boatos que corriam em tabloides todos os dias.

                Não queria nem ver qual seria a boa do dia.

                Com um suspiro deslizou na cadeira e deixou a cabeça cair sobre seus livros, estava simplesmente exausta. Julgava mal os alunos que dormiam em sala de aula, mas no estado em que se encontrava naquele momento, talvez a próxima a pegar no sono. Com Draco passando a semana em Londres para resolver assuntos do parlamento, pois a cerimônia em que o título da família passará para ele está cada vez mais próxima, Hermione teve a semana toda para estudar, e foi o que fez, dedicando-se ao máximo aos trabalhos enormes que tinha de fazer, dois deles muito mais complexos do que jamais imaginara, ainda mais estando só no primeiro semestre de faculdade, mas não podia reclamar, antes de entrar em Cambridge sempre soubera que o ritmo era puxado, e isso a motivara ainda mais. O problema era que Draco logo estaria em Cambridge, sendo sexta feira ele estava liberado para o final de semana, com sorte teria mais um ou dois dias, assim haviam combinado de almoçarem juntos e ela se encontrava em um estado deplorável.

                Gina, principalmente, com o passar dos dias e conforme mais e mais fotos eram tiradas suas, passou a ajudá-la no quesito maquiagem e se arrumar bem, tanto que vários tabloides rapidamente noticiaram sua trajetória no mundo da moda, desde seus jeans e tênis, ao vestido impecável que usara no casamento Real, as roupas que agora compunham seu guarda roupa, todas femininas, mas bem mais sérias que seu típico traje de jeans e moletom. Não se sentia incomodada quanto a isso, até já se acostumara, mas naquele dia suas olheiras eram tamanhas que nem a maquiagem havia resolvido muita coisa.

- Senhorita Granger? – a voz autoritária do professor fez com que Hermione rapidamente erguesse a cabeça, para encontrar o rosto sério do professor Kremer. – Noite difícil? – perguntou ele com ironia.

                Ultimamente também havia esse ponto negativo em sua vida, o fato de estar cada vez mais influente na nobreza britânica despertara a inveja de algumas pessoas, e o descaso em outras, o que era constante em relação aos professores, mostrando a Hermione que o comportamento ofensivo de Draco no primeiro dia de aula em Cambridge – quando para todos os outros fora o primeiro encontro deles – era apenas uma forma de autodefesa.

                Nada mais de admiração pela excelente aluna que vinha sendo, por suas origens nem por todo o seu empenho.

- Fiquei fazendo o seu trabalho – ela respondeu com uma sobrancelha arqueada.

- Tudo bem – ele deu de ombros, com descaso. E Hermione pôde sentir o olhar de todos os presentes na sala sobre si. – Mas espero que não se torne um hábito, você vinha sendo uma ótima aluna.

- E vou permanecer assim – respondeu com o pescoço erguido e a voz controlada.

                Se tinha uma coisa que a motivava era o desafio, e o modo como aquele professor a encarava só a desafiava ainda mais a se sair muito bem na matéria. Se pelo menos conseguisse entender tudo que ele dizia, pensou Hermione com um suspiro, os gráficos e referências que ele apresentava certamente não estavam incluídos nos ensinamentos que lhe foram dados em Londres, quando ainda estava no Ensino Médio, e certamente não faziam parte de sua realidade – não até então.

                Porque em uma coisa Cambridge acabava se tornando igual a qualquer outra faculdade: famílias com nomes poderosos sempre teriam influência ali. Assim, enquanto os colégios que Hermione frequentara escrachavam os políticos e toda a falcatrua que muitas famílias faziam para conseguir mais e mais dinheiro, Cambridge apaziguava a situação, e se insistisse um pouco mais era capaz até de concordarem com o que era feito de errado.

                Isso a fez se lembrar do motivo de querer ser advogada em primeiro lugar, para livrar o mundo de pessoas que se deixam corromper.

                Quando, poucos minutos depois, o sinal bateu, Hermione guardou seu material e se levantou, saindo da sala com sua melhor pose e com o rosto erguido – acobertando muito bem a vergonha que sentia pela “advertência” levada do professor. E o que aumentava ainda mais a sua vergonha, era que logo todos em Cambridge saberiam disso, ainda mais se dependesse do jornal independente que era produzido dentro do campus pelos próprios alunos, jornal esse que fazia questão de contar cada fofoca que acontecia em cada aula por todo o campus.

- Você viu isso? – a voz rouca, mas estridente, de sua melhor amiga fez Hermione parar onde estava, e com um sorriso se aproximou da amiga.

- Não podia esperar recepção melhor – comentou Hermione com deboche fazendo Gina rir movendo as madeixas ruivas de um lado para o outro. – Mas o que é isso?

- Outra revista – Gina revirou os olhos. – Mas dessa vez eles passaram dos limites!

Com um suspiro Hermione maneou a cabeça. Quando eles não passavam?

Na capa escrito em letras garrafais estava “Dossiê Malfoy”, uma edição especial sobre toda a família Malfoy, feita em homenagem ao pai de Draco, Lucius, agora que seu afastamento definitivo do parlamento havia sido anunciado a todos. Há meses Draco vinha cuidando de toda a burocracia, mas há apenas poucos dias Lucius havia feito o anuncio oficial, onde comunicara que seu filho, Draco Malfoy, estaria assumindo o cargo destinado a família, e ao seu lado teria a jovem.... Hermione ainda podia se lembrar de todo discurso feito para impressionar, e até comover, aos presentes.

Revirando os olhos afastou a lembrança, concentrando-se na revista a sua frente.

- O que eles disseram dessa vez? – perguntou fazendo pouco caso.

- Que Draco teve um caso com Kate! – Gina parecia horrorizada.

- Quem é Kate? – Hermione franziu o cenho.

- A duquesa! – Gina disse entredentes. – Não é ridículo? Aqui diz que Draco e Kate namoraram por um tempão, e que ele só levou você ao casamento para mostrar para ela que havia superado.

- Como se Draco Malfoy tivesse de fazer uma coisa dessas – comentou Gina logo em seguida, revirando os olhos.

- Não dê bola pra isso – Hermione disse com um sorriso dissimulado. – Draco e Kate só se conheceram por causa do príncipe William. Agora deixa isso pra lá, que eu não aguento mais essas revistas nos perseguindo!

Rindo Gina maneou a cabeça e deu o braço para a amiga, andando assim as duas pelo campus de Cambridge como boas e velhas amigas que sempre foram. Hermione sorriu verdadeiramente ao estar com sua melhor amiga, o que não acontecia há alguns dias, e isso despertou um sentimento de nostalgia que ela nem sabia existir.

- Acho que tem alguém esperando por você – Hermione disse no ouvido de Gina com um tom de divertimento, e riu ao ver os olhos claros de sua amiga brilharem ao encontrarem com Harry Potter. Ela estava mesmo apaixonada por aquele rapaz, pensou Hermione.

Isso rapidamente a levou a pensar em sua situação com Draco. O que eram afinal de contas? E não se referia ao nome do relacionamento, afinal o país todo já sabia que estavam namorando. Mas emocional e sentimentalmente, o que eram?

Maneando a cabeça Hermione riu sozinha, esse pensamento teria de esperar até ela estar pronta para as respostas que teria. E estava distante disso. Bem distante.

Virando-se para o outro lado, parou ao avistar o carro importado que marcava presença no centro do estacionamento, era um Lamborghini vermelho com faixas brancas no centro, que mais parecia um carro de corrida, o novo brinquedo que Draco adquirira. Hermione o achava chamativo demais, mas no momento isso não importava.

Acelerou levemente o passo, não querendo mostrar a Draco a ansiedade que sentia ao vê-lo. Estavam sim se dando muito bem, e ela estava sim se adaptando novamente a presença dele, de modo que inclusive sentira falta dele na primeira noite. Não dormiam juntos, mas Draco era uma presença constante e quase diária em sua vida novamente, assim que nada mais natural que sentir a ausência dele.

Mas certamente não diria nada disso a ele. Não ainda.

E se sentia ainda mais feliz por ele não pressioná-la, era realmente como se tivessem voltado ao início da relação, um conhecendo melhor ao outro, aproveitando os momentos, vendo filmes e saindo para jantar – tudo que Hermione julgava que Draco nunca seria capaz de fazer, mas que, para sua total surpresa, ele se demonstrava muito confortável quando acontecia.

Quanto ao fato de não dormirem juntos, Hermione vinha impondo essa distância pelo simples fato de saber que seria assim que as coisas acabariam. Nos primeiros dias jurou para si que não iria dormir com ele, mas na noite do polo, quando dormiram abraçados Hermione não pôde reclamar da presença dele, assim que cada vez tinha mais certeza de que o caminho que seguiam levava a intimidade total – novamente – e enquanto conseguisse se conter, era assim que permaneceriam, cada um em seu próprio apartamento.

Ele saiu do carro, todo arrumado com o cabelo bem penteado com gel, o terno impecável caindo sobre seu corpo e os olhos cinza brilhantes. Draco era um homem muito bonito, e isso ela jamais negaria.

Com um pequeno sorriso ele a abraçou, trocaram um rápido beijo – Hermione não soube dizer se foi rápido por vontade dele, ou se apenas para mostrarem aos curiosos, que pararam para olhar, que estavam juntos e muito bem.

- Nós temos um almoço, não? – perguntou ele com uma cordialidade fingida que a fez rir. Maneando a cabeça Hermione entrou no carro, e não demorou para que Draco desse a partida.

- Então – ela logo perguntou – como foi lá?

Com o passar dos dias vinha aprendendo mais sobre toda a hierarquia no parlamento britânico, e agora até se interessava pelo assunto, não se sentia mais tão ignorante cada vez que uma conversa envolvendo esse assunto se desenrolava em sua presença. E por mais que Draco não demonstrasse entusiasmo pelo cargo que logo ocuparia, Hermione sabia que ele conhecia toda a história do parlamento e gostava de contá-la e discuti-la.

- Conseguisse resolver o que faltava – Draco respondeu concentrado na direção. – Vou ficar um pouco por Cambridge, cuidar de algumas coisas da empresa e é isso. E os seus dias, como foram? – perguntou virando-se rapidamente para olhá-la, e com um sorrisinho de deboche pôs a mão sobre a coxa dela. – Sua cara não é das melhores.

Revirando os olhos Hermione deu um tapa em sua mão e a tirou de cima de sua coxa, o que fez o sorrisinho de Draco se expandir, porque ele sabia que era exatamente isso que ela faria, e Hermione também sabia disso.

- Fiquei até tarde ontem fazendo um trabalho – ela deu de ombros – era um artigo para esse professor Kremer, sobre a introdução e a história do direito e blábláblá.

- Não ficou bom? – perguntou ele com o cenho franzido, porque Hermione era a pessoa mais empolgada que ele conhecia quando o assunto era trabalho escolar, no entanto ela não parecia assim.

- Ficou – respondeu rapidamente. – Muito bom. O problema é que fiquei até tarde, cheguei exausta hoje na aula e cochilei – disse em voz baixa, mas a gargalhada que Draco soltou deixou bem claro que ele havia escutado.

- Pensei que nunca ouviria isso! – disse ele com humor.

- Isso porque você não viu a humilhação que eu passei na sala – resmungou encolhendo-se no banco, sua expressão rapidamente fez o sorriso de Draco se fechar. – Você tinha razão no final das contas, nem todo professor fica bajulando quem leva um nome de peso, ou se envolve com alguém que tem um nome de peso – deu de ombros.

- Ele não...

- Deixa pra lá, Draco – resmungou rapidamente. – Além do mais, eu é que não deveria cochilar durante a aula.

Antes que pudesse responder, o restaurante favorito dos dois entrou em cena, fazendo-os descer do carro para entregar a chave ao manobrista, enquanto eram acompanhados para dentro do restaurante por outro homem.

O ambiente não ostentava luxo, e isso era o que mais agradava a Hermione, mas tinha pratos bem elaborados e saborosos, o que agradava a Draco, fazendo do lugar o mais frequentado pelos dois nas últimas semanas.

- Você viu a revista? – perguntou Hermione após fazerem os pedidos.

- Revista? – perguntou com o cenho franzido. – Qual delas?

- A que lançou um dossiê sobre a família Malfoy – respondeu ela – eles falaram sobre você e Kate.

Draco maneou a cabeça parecendo desinteressado, mas Hermione era totalmente oposta a ele.

- Isso vai ser encarado como um boato mesmo – deu de ombros. – Além do mais as festas de fim de ano logo chegam, e vai ter muito mais a se falar que essas besteiras. Muito mais trabalho para eles que não envolve se meter em nossas vidas. Apesar de que, eu lhe avisei desde o início que não seria fácil.

- Não estou reclamando – ela logo esclareceu. – Só achei que você ficaria intrigado em saber, depois de anos, que alguém relatou sobre o seu relacionamento com aquela mulher.

- Isso eventualmente apareceria – deu de ombros novamente – na época nós fizemos o possível para abafar tudo, principalmente depois que ela ficou com William, mesmo que eu a odiasse não queria que William ficasse mal pelo que nós fizemos, assim que, duvido que haja algo mais além de rumores infundados sobre aquela época. Anos atrás não tínhamos toda essa tecnologia, então não foi difícil fazer com que o fotógrafo que nos viu juntos esquecesse do que viu – e por esquecer, Hermione sabia que ele se referia a suborná-lo. – Mas agora não mude de assunto – apontou ele – precisa de ajuda com a matéria?

- Não – deu de ombros. – Foi só nesse trabalho que eu me compliquei um pouco...

- Hermione – ele arqueou uma sobrancelha. – Você não sabe mesmo mentir.

- Hey! – disse ela com a cara fechada.

- Suas bochechas ficam vermelhas quando você mente – ele disse de forma simples – e você fica sem palavras.

Com um suspiro ela abaixou um pouco a cabeça. Nunca pensou que diria isso, principalmente sendo tão boa aluna como sempre foi, mas uma ajuda viria a calhar no momento.

- Não faz tanto tempo assim que me formei em Cambridge – ele disse e ela sorriu – ainda me lembro de muitas coisas.

- Eu sei – suspirou – como na primeira semana, que eu achei estar entendendo tudo – ele riu maneando a cabeça. – Mas deixa pra lá, além do mais, você sabe que nunca nos concentramos cem por cento quando é para estudar.

Experiências nos meses passados não a deixavam mentir, pensou Draco.

- Vamos tentar – ele deu de ombros. – E dessa vez você precisa – respondeu parando um momento, enquanto eram servidos – daquela vez não.

Rindo Hermione se concentrou no prato posto a sua frente, principalmente por saber que, em parte, Draco tinha razão. Ainda se lembrava da tarde em que Draco decidira ajudá-la a estudar para uma das primeiras provas, e que depois de muito riso haviam acabado na cama. Assim como nas duas vezes anteriores àquela.

Maneando a cabeça sentiu como suas bochechas voltavam a corar, porque as chances de realmente só estudarem não eram grandes, afinal Draco já havia lhe dito isso, logo após a primeira vez, havia dito que iriam apenas estudar, e na terceira vez ele também dissera isso.

- Além do mais, você não está com saudade da minha presença? – ele perguntou com um falso sentimentalismo, que não era tão falso assim, mas ela não precisava saber disso, não ainda.

- Você é um conquistador – ela disse apontando um dedo para ele. – Mas é para estudar! Dessa vez é sério.

- Eu sei – ele disse com um sorrisinho no canto do lábio.

Estava perdida, foi a conclusão que Hermione chegou.

O apartamento de Draco continuava com os tons preferencialmente neutros, o lugar bem arrumado e suas coisas separadas com minúcia, para destoar um pouco o ambiente impecável nos últimos dias, uma pilha de roupas predominantemente femininas ocupava uma prateleira no guarda roupas, o único sinal de que Hermione andava por ali ultimamente. Além do mais, eram roupas simples, peças mais despojadas de seu guarda roupa que Hermione usava para ficar em casa, uma ou outra apenas eram formais, e estavam ali mais como uma reserva caso precisasse de última hora.

Maneando a cabeça Draco fechou a porta do guarda roupas, sentindo-se mais leve com a camisa para fora da calça e seu o paletó, um jeito mais despojado de se vestir, mesmo estando em casa, que algumas semanas atrás ele não curtia. Rindo, isso o fez pensar na influência que Hermione vinha tendo em sua vida, eram mudanças sutis, pequenas, mas que no final das contas Draco sabia que seria muita coisa.

Agora ali estavam eles, ela descalça, ele abrindo os primeiros botões da camisa, pois com o inverno chegando e o clima esfriando na cidade, o aquecedor era ativado pelos empregados, deixando um clima agradável no apartamento, mas que com a presença de Hermione tornava-se mais quente, pelo menos para ele. Porque para ela ele não diria o mesmo, Draco algumas vezes chegava a se questionar, porque ela parecia tão a vontade com a falta de sexo dos últimos meses, que nem parecia a mulher fogosa que se entregara a ele tantas vezes.

- Você não disse que ia me ensinar? – ela perguntou com um sorriso nos lábios que fez Draco manear a cabeça.

Ainda por cima ela o provocava!

- Se você me disser o que não entendeu – provocou ele, logo sentando ao lado dela no chão e observando a mesa de centro de sua sala que, no momento, se encontrava abarrotada pelos livros de Hermione, e um ou outro que Draco ainda possuía dos tempos de faculdade.

- Eu entendi – rebateu ela minutos depois quando, mais uma vez, Draco a provocava sobre alguma questão. – Você é que não entendeu a minha resposta.

- Duvido – disse ele com uma sobrancelha arqueada.

De modo descontraído ela o empurrou, fazendo-o cair de costas no chão, mas Draco a puxou junto, deixando-a sobre seu corpo. Suas mãos perigosamente a seguravam pela cintura, trazendo o corpo feminino para mais perto do seu. Não demorou para seus lábios roçarem nos dela, logo fazendo uma trilha pelo pescoço esguio, sentindo como ela passava os dedos em seu cabelo. Era um beijo cheio de ardor, em que demonstravam a saudade que sentiram durante a semana afastados, saudade essa que nenhum dos dois se dignava a assumir.

- Você disse que íamos só estudar – ela disse com os lábios próximos aos dele.

- Você sabia que não deve me levar a sério quando eu digo isso – respondeu ele com um sorriso sacana.