Devorar-te-ei: Memórias póstumas de um amor escrita por Nayou Hoshino


Capítulo 8
Eu nunca vou te soltar...




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Olhei para o relógio pela 6ª vez só nesse mesmo minuto, onde diabos Sebastian estava?!

Ele saiu a mais de duas horas para seguir nosso plano e até agora não deu nenhum sinal de vida sequer... Ele nunca demorou tanto com uma tarefa tão simples...

— Sebas-chan! Eu voltei! — Grell abriu a porta do meu escritório e entrou gritando, o que fez com que eu quase caísse da cadeira, de tamanho foi o susto. Ele me olhou de cima a baixo e bufou, automaticamente ficando mais sério. — Ah, é só você... Onde meu Sebas-chan está?

— Ele está muito ocupado trabalhando. — eu praticamente rosnei em resposta. Por que, de todas as pessoas, logo ele tinha que aparecer?! — E você, não devia estar fazendo o mesmo?

Eu olhei de uma forma sarcástica para Grell, que retribuiu com uma careta e deu meia volta, saindo do meu escritório.

Pouco depois dele sair eu ouvi Pluto começar a latir e uivar, sinal de que Sebastian finalmente chegara. Levantei-me rapidamente e logo já estava nas escadas, cheguei a tempo de ver Sebastian limpando os pelos brancos de Pluto do seu uniforme negro.

— Oh, my lady veio me receber? — ele sorriu, fazendo com que eu corasse e ficasse sem graça. — My lady deve estar realmente muito ansiosa para saber os resultados da missão...

— Não é isso... Quero dizer, é isso sim, mas não só isso. — eu sacudi a cabeça, nem eu mesma entendi o que acabei de dizer.

— Eu não compreendo, my lady poderia se expressar melhor?

— Eu... Eu estava preocupada. Você demorou mais do que o habitual e...

Sebastian riu, fazendo com que eu parasse e o encarasse. Logo ele também parou de rir e se aproximou de mim.

— Perdoe-me, my lady, prometo que não irá se repetir. — ele pegou uma mecha de meu cabelo que estava solta e a arrumou, sorrindo para mim em seguida. — Para me redimir, o que a senhorita acha de uma bela torta de chocolate com creme para o lanche?

Eu ri, em parte para disfarçar meu nervosismo pelo corpo de Sebastian estar tão próximo e, em parte, por conta da proposta que fizera; ele realmente sabia como me comprar.

— Acho uma ótima ideia. — eu respondi

— Então irei prepará-la. — ele sorriu, remexendo no bolso logo em seguida. — Aqui está um resumo do relatório da missão, my lady. Agora, se a senhorita não precisar de mais nada...

Ele fez uma reverência e saiu em direção à cozinha, eu desdobrei a folha que ele me entregara e comecei a lê-la enquanto subia as escadas à caminho da biblioteca. Assim que terminei, suspirei satisfeita; era mais uma missão que Sebastian realizava com perfeição...

Sentei-me na poltrona da biblioteca e olhei pela janela, o céu azul pouco a pouco ia tomando tons de cinza, anunciando a chuva que estava por vir.

Eu nem lembro mais quando foi a última vez que choveu nos arredores da mansão... Só sei que a falta de chuva não é algo tão ruim quando se morre de medo de trovões.

— A torta ficará pronta em breve, my lady. — Sebastian entrou na biblioteca, fechando a porta atrás de si logo em seguida. Ele foi até a mesa e pegou minha pasta de atividades. — My lady não teve um bom desempenho em matemática esta semana... Então vamos refazer algumas atividades, certo?

Eu assenti, ajeitando-me na poltrona. Sebastian ficou de pé de frente para mim e pigarreou.

— Vamos começar com uma fácil... — ele colocou os óculos e eu me esforcei para não rir, ele ficava muito diferente com esse ar de "professor exemplar"...

Parando para pensar, Sebastian tinha muitas outras faces além da de "mordomo perfeito". Eu já vi muitas delas, mas aposto que existem muitas mais...

— My lady?

— Ah, perdão, Sebastian. Poderia repetir?

Sebastian suspirou, sério. Se tinha uma hora na qual eu não podia brincar era na hora dos estudos ou quando ele me dava uma ordem.

Mas a culpa não era minha por todas essas distrações! Todas elas tinham um único motivo ultimamente, e esse motivo tem nome e sobrenome: Sebastian Michaelis.

Eu simplesmente começava a pensar e quando via já tinha-se passado um bom tempo.

— De forma simplificada, qual é o resultado de...

A voz dele foi abafada por uma trovoada na janela atrás de mim, que fez com que eu pulasse da poltrona e me agarrasse à cintura de Sebastian.

Eu comecei a me afastar quando ouvi mais algumas trovoadas e me agarrei com mais força à cintura dele. Senti quando ele cercou-me com seus braços e suspirou.

— Shh... Acalme-se, my lady. Isto não passa de uma chuvinha...

— Eu... Eu estou com medo Sebastian... Prometa que não vai me soltar até que esta chuva termine — eu gemi baixinho ao ouvir outro trovão, pelo visto a chuva estava apertando.

Sebastian ajoelhou-se, ficando da mesma altura que eu. Como estávamos abraçados, o rosto dele ficou a centímetros do meu, de forma que eu podia sentir o hálito quente dele em meus lábios.

— Mesmo que esta chuva termine... — ele ergueu meu rosto, fazendo com que eu o encarasse — ...Eu nunca vou te soltar.

Assim que terminou de falar, ele levou os lábios aos meus. Uma trovoada fez com que eu tremesse e, consequentemente, com que ele me apertasse ainda mais. O corpo forte de Sebastian pressionado contra o meu corpo trêmulo de certa forma me passava uma calma... Uma tranquilidade...

— Abrace-me mais forte Sebastian... — eu disse com a voz trêmula enquanto me segurava para conter o choro. Não sei bem o porquê, mas me sentia triste e sentia também como se já tivesse passado por algo semelhante, talvez em algum lugar esquecido do meu passado...

— Como desejar... — Sebastian fitou-me com aqueles olhos vermelhos — ...Luna.

Sebastian beijou-me novamente, limpando as lágrimas que começavam a escorrer.


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