Acordando do pesadelo dei-me conta que a tristeza havia voltado, dentro de uma semana completaria um ano da morte do meu pai, e em um mês completaria a morte de John, decidida a voltar pra Los Angeles eu faria minha mala e voltaria para a missa dele, o corpo de papai jazia em Gales onde ainda não tinha coragem de pisar, por isso faria a missa pra ele onde ele me criou, tantos meses tinham se passado depois que tudo aconteceu, um ano depois da tragédia e mesmo tentando reconstruir minha vida, ainda sofro por tê-los perdido, era triste saber que quando voltar para aquela cidade estarei voltando não para vê-los vivos, mas sim para deixar flores em seus túmulos e rezar por suas almas, fazia exatamente sete meses que descobri ser princesa, e a revolta de ter descoberto como meu pai havia falecido ainda estava em meu coração, jurei fazer vingança aqueles que o mataram, mas não podia fazer nada agora, tinha que esperar e crescer mais para tentar lutar e descobrir quem fez isso com minha família. Família.

Faz tempo que não vejo a família de John, só Nina viera me visitar, e os pais dele ainda muito abalados estavam isolados em um país onde eles viviam, muito longe de Londres, e dos Estados Unidos. Tentavam seguir em frente, mas perder um filho deve ser horrível, John era o orgulho da família, garoto certo e correto, estudioso e amoroso, o filho perfeito para a família perfeita. Eu faria parte dessa família se ele ainda estivesse vivo, seus pais me chamam de filha e me aceitaram quando precisei chorar no quarto dele, quando senti seu perfume na cama onde dormia, no nosso refugio, no meu antigo novo lar. Nossos planos traçados juntos, ele faria medicina e eu direito, um medico e uma juíza, o par perfeito, teríamos dois filhos, um casal. Teríamos nossa casa que já estava pronta a propósito, todo dia acordaríamos olhando um pro outro e dizendo um “Amo Você” toda vez que sorriamos, levaríamos as crianças para o colégio e iríamos trabalhar de noite ele cozinharia, pois seria péssima na cozinha como ainda sou, colocaria meus filhos pra dormir, depois dançaríamos com taças de vinhos nas mãos ao som de uma musica lenta, e fazíamos amor ate adormecermos um nos braços do outro. Essa seria minha vida perfeita.

Limpei minhas lagrimas e juntei toda minha coragem e força para escolher como daria essa noticia para minha família, voltar sozinha para Los Angeles e enfrentar o passado doloroso que me esperava naquele cemitério que tanto deitei em suas lapides pensando que seria mais fácil eu estar ali com eles, e agora estar aqui em uma cama tentando não sofrer o que era impossível, já que a dor que tinha aqui dentro, era maior do que a vida que tentei construir, pois o verdadeiro amor nunca morre, mesmo assim ele morreu.