Os Campos de Hera escrita por Matheus MB


Capítulo 16
A caminho de uma possível salvação.


Notas iniciais do capítulo

Tá aí um dos últimos capítulos! A história está QUASE acabando, acho que ainda vou postar uns quatro capítulos, mas pessoal, mandem reviews!



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- Não! – gritei, com minha visão embaçando.

- R-rafa... – Tiago sussurrou.

Minha visão estava escurecendo, todas as figuras ao meu lado desapareciam. Corri para Tiago, sua camisa estava completamente ensanguentada, totalmente vermelha. Toquei-lhe a face, estava ficando cada vez mais pálido.

- Aguenta firme, amigo. – sussurrei de volta

Ele não me deixou ir, segurou minha camisa e falou:

- R-rafa... M-minha mãe... Diga para ela que não a odeio.

- Você mesmo vai dizer isso para ela, Tiago, eu lhe prometo.

Peguei minha e meu escudo.

- Rafa, não... – tentou me impedir Wendi.

- Saia daqui, Wendi. Vá cuidar do Tiago – respondi, grosseiramente.

Limpei as lágrimas de meus olhos e andei com firmeza. No meu campo de visão prejudicado, encontrei Saint-Exupéry sorrindo para quem ia estragar seu dia. Ataquei-o e ele me lançou uma bola de vento. Caí para trás, mas logo me levantei. Ele lançou outra bola de vento, mas eu ergui meu escudo e a onda sonora que surgiu quando eu pressionei o botão verde fez com que o ataque dele se desfizesse. Ele lançou mais duas pequenas tempestades, mas sem êxito. Seu sorriso também se desfez.

- Você vai morrer, Saint-Exupéry, acredite – praguejei

Dessa vez ele que veio para cima de mim. Estava usando uma armadura romana bem planejada e reluzente, uma espada que eu poderia dizer que desaparecia se você olhasse de certo ângulo. Seu rosto pálido e afiado com seus olhos preto e branco estava coberto por um elmo negro, deixando seu corpo inteiro estava protegido, apenas a boca, os olhos e algumas partes do corpo como no pescoço, no ombro e nas pernas que quando ele se movia ficavam expostas à minha espada.

Minha espada se encontrou com a dele e começou uma das minhas maiores batalhas. Eu estava em desvantagem, minha pele não tinha proteção alguma além da camisa do Acampamento Meio-Sangue, uma calça jeans e um tênis da Adidas¹. Tinha que ser mais rápido e mais esperto para derrotá-lo. Eu realmente quase não enxergava mais sua espada, e foi por esse motivo que ele conseguiu me atingir. Foi de raspão, eu sei, mas fez efeito. Eu caí, mordendo meus lábios de dor.

- O que você disse mesmo, Rafinha? – Heros gargalhou sarcástico.

 Minha visão falhou, quando abri meus olhos novamente, vi Saint-Exupéry caminhando em minha direção segurando uma corrente, não um caminho de ar, uma corrente mesmo, formada por ventos. Relâmpagos se apresentaram. Heros chicoteou o chão com a corrente. As folhas caiam das árvores pareciam estar atraídas por Heros.

É claro! eu pensei o ar daqui é atraído por Heros! Qualquer coisa que eu jogue no ar, vai se aproximar de Saint-Exupéry.

Não esperei nem mais um minuto, e nem poderia esperar. A corrente de Saint-Exupéry rasgou o chão que eu pisara antes de correr em direção à uma árvore que estava perto de cair da montanha. Pulei, pisei em seu tronco e saltei na outra direção, antes que a corrente partisse a árvore em duas. Até Saint-Exupéry colaborou. Ele lançou a corrente um passo na minha frente, fazendo com que eu mudasse de lado. Perfeito. Era simplesmente isso que faltava. As folhas, a terra e algumas pedras subiram devido a minha velocidade. Não poderia deixar cair, continuei correndo em círculos, agora alternando a direção de instantes em instantes, fazendo mais folhas, plantas, terra, pedras e galhos voarem. Heros, depois de muito tempo, percebeu o que eu queria fazer e tentou correr. Aí começa a hora em que o plano entra em ação. Usei toda a força que eu tinha para correr em círculos. Heros não podia mais tentar fugir, pois se ele se aproximasse das pedras e dos graves ele ia se ferir muito, então foi para o centro da roda e começou a levitar, seus olhos brancos como a neve, assim como seus cabelos que batiam em sua cintura brilharam. Seu elmo se espatifou e os cabelos dele ficaram em pé. Mesmo assim, eu não parei de correr, ao contrário, deu-me mais força. Todas as coisas que eu conseguir levantar voaram em direção a Saint-Exupéry. Meu plano funcionaria, e funcionou. A meditação de Saint-Exupéry não funcionou, nem sua armadura, pois as pedrras e galhos o cortaram, muito. Parei de correr tentando focalizar minha visão, que ainda estava embaçada. A poeira então baixou e eu consegui enxergar Saint-Exupéry caído com uma roupa estranha (a roupa que estava embaixo da armadura) e sangrava muito.

- Eu disse que ia te matar – respondi.

- Você não vai me matar, você não sabe de nada. – ele gritou, nervoso – Gaia não está acordando, ela já acordou a muito tempo é seu marido que está voltando!

- O quê? – perguntei.

- Eu vou voltar, Jonhson – falou ele, e logo depois desapareceu.

- Estarei esperando...  – sussurrei.

Daí caiu a ficha: Tiago estava mau, muito mau. Corri para onde Wendi estava com Tiago. Tiago não tinha sido colocado na maca, mas duvido muito que ele receberia hospitalidade melhor.

- Rafa! – gritou Wendi – Hermes veio aqui e me deu um estoque com remédios que ele roubou de meu pai, ele não podia mais ficar, por isso não está aqui. Tiago não está bem.

Vi Tyson do seu lado, fazendo algum tipo de poção com os remédios de Hermes.

- Tyson, o que você está fazendo? – perguntei, com uma voz vacilante.

- Tentando produzir um cicatrizante, o curandeiro do reino de meu pai me ensinou a fazer. – ele respondeu – Tiago está realmente mau...

Olhei para Tiago e a palidez dele era realmente assustadora.

- Precisamos levá-lo para Os Campos de Hera, e rápido. – só assim poderemos salvá-lo.

Então uma voz grossa e rouca surgiu:

- Eles estão ali! – gritou o lestrigão, apontando para nós um de um lugar um pouco abaixo de onde estávamos.

- Temos que ir! Tyson pegue a maca e você e o Rafa levam Tiago. – falou Wendi, apressadamente juntando os frascos de remédios – Tyson, vou separar os frascos do cicatrizante.

Tyson armou a maca e juntos carregamos Tiago o mais rápido possível. A elite de monstros estava subindo a montanha com uma incrível velocidade. Eu já conseguia enxergar uma ponte de aço gigantesca fixa no ar com uma cápsula cinza no final dela. Corremos ainda mais rápido, Wendi disparava flechas em algumas empousais que se adiantavam. Conseguimos em fim chegar ao início da ponte, corremos em direção a cápsula feito loucos. O único problema era que não podíamos balançar muito a maca, ou Tiago ia piorar. Estávamos na metade do caminho quando os monstros nos alcançaram. A maioria deles estava caindo da ponte e virando pó antes de cair. Então um batalhão de semideuses/humanos formaram um escudo de arqueiros, apontando para nós.

- C-caiam... – uma voz fraca falou da maca.

Os arqueiros tremeram as pernas, caíram na ponte e foram arrastados para fora da mesma, tendo o mesmo destino de outros monstros.

- Vamos, esse é o momento! – Wendi gritou, disparando três flechas de uma vez.

- Valeu Tiago... – sussurrei.

Então ele ficou inconsciente novamente.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado. Mandem reviews, por favor!
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¹Adidas: Empresa alemã de equipamentos esportivos.



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