Every Rose Has Its Thorn escrita por apataeavaca


Capítulo 23
Dust n’ Bones


Notas iniciais do capítulo

Geeente, eu esqueci o nome do capítulo '-' é que a gente acabou trocando o nome desse capítulo com o próximo e eu esqueci de atualizar aqui no meu arquivo .-. Enfim, assim que eu me lembrar, venho arrumar.
P.s: Simone, trate de arrumar isso, se estiver lendo u_u
Sim eu li isso, e ja vo arruma o nome... se tiver o nome... G-G
(geeente...me sinto meio esclerosada dpois dessa)
ok, um capitulo lindo no aniversario do Troll \o/



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“There's no logic here today, do as you got to, go your own way. I said that's right; times short your life's your own and in the end we are just
dust n' bones”


31 de março de 2003 –

Gabrielle P.O.V

Tá certo. Aconteceu que depois que a gente saiu da delegacia – isso é, fugimos – tivemos uma viagenzinha bem animada – depois que voltamos para pegar o Gabriel, é claro (vergonha alheia desse menino) – até a casa da louca da tia da Marielle. E advinha só, era uma fazenda. ENORME, simplesmente isso. Se bem que ela precisava de uma reformazinha. Segundo a Paula, ela comprara a fazenda porque estava com um precinho camarada. Imagino que ela deva ter bastante dinheiro, pra poder comprar uma FAZENDA e ainda achar o preço camarada. Acontece que ela era sócia do pai da Marielle, mas ela meio que gastava mais do que recebia, então eles romperam a sociedade e ela comprou a fazenda e a caminhonete com a parte dela do dinheiro. Agora ela trabalha em um banco, mas não vem ao caso.
Já estava bem à noite, então a gente meio que se esborrachou na sala e dormiu por lá mesmo.
No dia seguinte, acordamos com um grito histérico.
– Hey, vocês tão dormindo ainda por quê? – perguntou a Paula na maior voz estridente. Depois ela olhou pro Gabriel. E é ai que você pensa que as maiores merdas acontecem – Garoto – continuou ela, massageando as têmporas – Não me diga que você babou na minha poltrona de couro CARÍSSIMA!
Então, ótimo. Mais um artefato de tios alheios babado pelo meu queridíssimo irmão gêmeo.
– Eu vou tentar ignorar, realmente vou. É o seguinte, bando de aproveitadores sanguinários; a fazenda, eu não sei se vocês perceberam, porque afinal de contas vocês são uma banda de rock e parecem ser meio lerdinhos, isso sem dizer desastrados e problemáticos. Enfim. Ela ta precisando de uma reforma, então seria legal se vocês levantassem essas bundas gordas do meu sofá e fossem comer alguma coisa. Por falar nisso, a comida ta acabando, então alguém tem que ir ao mercado. A questão é que vocês vão me ajudar com as reformas, já que trabalhadores são caros e vocês também vão me dar uma despesa monstruosa com estadia e tudo o mais. Eu realmente espero que vocês valham a pena. Além do mais, eu realmente gostaria de saber por que vocês têm que ser uma banda tão numerosa. Mas tudo bem. Agora você, garota, você parece ser quem manda no pedaço por aqui. – concluiu ela, apontando pra mim. Eu ainda estava tentando absorver o que ela tinha tentado dizer com todo esse discurso, mas parei pra prestar atenção no que mais aquela doida queria dizer – Tá aqui o cartão, faça uma lista do que precisamos comprar, sem gastar muito, de preferência, já que eu não tenho tanto dinheiro como gostaria e vou ter que gastar muito mais agora com vocês, e, beleza, não se matem, não coloquem fogo na casa, façam suas tarefas, eu vou trabalhar.
Ufa. Finalmente ela parou de falar e se virou, ajeitando a saia-lápis indecentemente apertada.
– Ah, sim! – gritou ela da porta. – Se o Fred ligar, digam que fui para a África em uma missão de salvamento voluntária.
– Certo – disse o cabeludo do Will quando a Paula passou pela porta, mandando um beijinho pelo ar – Ela ficou essas duas horas com uma conversa infinita só pra dizer que temos que trabalhar em troca de estadia e que alguém precisa ir ao mercado?!
Dei de ombros e segui para onde eu imaginava ser a cozinha. Depois de abrir algumas portas, acabei encontrando-a.
– É isso ai, to morrendo de fome – disse o idiota do meu irmão, abrindo a geladeira e pegando um punhado de coisas não identificáveis.
– E quando é que você não está? – perguntou Matheus, se jogando na mesa retangular enorme da cozinha, com aquele jeito hipnotizante que ele tinha de fazer qualquer coisa que fosse. Sujeitinho irritantemente lindo.
Ri da cara do Gabriel e puxei Marielle comigo para um pequeno tour pela casa, anotando o que faltava e brincando de Madame Zara, tentando adivinhar qual seria a quantidade necessária de cada coisa. Alguns minutos depois, voltamos pra cozinha e a comida misticamente havia desaparecido na região ao redor do Gabriel e da Suzannah.
– Certo. Gabriel, tira a mesa e lava as coisas – falei, me sentando ao lado do Matheus.
– Por que eu?
– Por que eu to mandando – respondi. – Sério, vocês nunca aprendem?
Olhei pra ameba plastificada ao meu lado. Ele estava meio estranho ultimamente. Ontem mesmo eu tinha acordado no meio da noite com um barulho estranho e era o Matheus, mexendo na maçaneta da porta. Quando eu perguntei o que ele estava fazendo, ele ficou bem assustado, mas por fim disse que tava só verificando se ela estava bem trancada. Como eu estava meio dormindo, nem liguei, mas agora começava a pensar que talvez estivesse acontecendo alguma coisa que escapara sob meus olhos de gato.
– Você tem cara de quem sabe se controlar e sinceramente, eu poderia mandar a Maely ou o J.C no mercado, mas digamos que a Maely esteja meio ocupada com um encosto laranja e o J.C está ficando cada vez mais paspalho com a convivência com a Marielle – falei, observando-o tamborilar os dedos na mesa como se fosse um tique. Ignorei e voltei a olhar pra cara dele – Então aqui está o cartão e a lista do que precisamos. Por favor, vá ao mercado, mas não se atreva a acrescentar itens por conta própria. E traga coisas baratas. AS MAIS baratas.
Matheus sorriu um sorrisão besta e arrancou o cartão da minha mão.
– Só não economize, por favor, no papel higiênico – comentou Gabriel, passando um punhado de espuma no cabelo da Suzannah – porque os mais baratos geralmente se parecem com uma lixa e eu não quero me limpar com... certo, deu pra entender.
– Tudo bem – respondeu Matheus, sumindo pela porta.
– Ta legal, deixe-me ressaltar aqui uma coisa – disse Will, chamando minha atenção – Ele saiu com a roupa que ele colocou ontem, lá no Brasil. Ele não lavou o rosto. Ele nem ao menos escovou os dentes e... espera, ontem NINGUÉM tomou banho. Qual o problema com a gente?


Certo, depois do discurso estranho – porém verdadeiro – do cabelos de cenoura, e de banhinho tomado, eis que lá estávamos nós, parados na varanda, olhando para o resto da fazenda, enquanto eu distribuía as tarefas – já que era quem botava ordem naquela bagaça.
– Paulo, J.C e Marielle – falei, chamando a atenção dos três – Vocês esvaziam a casa de fora.
Porque, acredite, tinha duas casas. Uma era a principal – em que nós nos encontrávamos agora – e a outra ficava na frente da Piscina; eu imaginava que fosse algo como uma área de lazer, já que a Marielle dissera que tinha só um quarto e um bando de bugigangas da piscina.
– Suzannah e Gabriel, cuidem do jardim; vocês sabem, podem as arvorezinhas, reguem as florzinhas e não se atrevam a tentar novas esculturas com as moitinhas. E Maely e Will, limpem a piscina. – é, tinha isso também.
– E você? – perguntou o Paulo, saindo da varanda atrás da Marielle.
– Ah, eu vou, você sabe, ficar aqui e...
– Pintar – completou J.C, enfiando uma lata de tinta nas minhas mãos e colocando um pincel atrás da minha orelha. Olhei-o incrédula. Sério essas crianças estavam começando a ficar salientes.
Digamos que a partir daí eu não tive muitos mais argumentos e tive que desperdiçar meus dotes artísticos nas paredes recém-adquiridas da Paula.
– Ai, meu Deus! – gritou o Paulo quando já fazia uma meia hora que a gente tava se matando lá.
– O que foi? – perguntei, aproveitando a oportunidade de dar uma pausa no serviço.
– Uma manchinha de tinta na minha camiseta! – gritou ele de volta, apontando para um gotícula microscópica de tinta na camiseta toda colorida dele. – Ah, não, eu vou tirar antes que mais um acidente horrível desse aconteça.
Então ele tirou a camisa. Eu não sei se eu já disse isso, mas o Paulo realmente era um daqueles tipos que mais pareciam um modelo da Calvin Klein. Claro, ele só não ganhava do Matheus, nesse quesito, mas não vem ao caso.
– POR QUE, EM NOME DE DEUS, ESSE CARA TINHA QUE SER... – começou Marielle, parando pra babar no Paulo, mas foi interrompida pelo J.C, que tacou um pano na cara dela.
– Voltem a pintar – disse ele, pra mim e pra Marielle. Já disse que essas crianças estão começando a perder o respeito?! Mal eu pensei isso, o Will começou a rir feito uma cruza estranha de hiena e leão laranja, da pobrezinha da Maely que ele mesmo tinha tacado na piscina. Fiquei assistindo os dois por um momento, vendo-a pedir ajuda pra ele e no fim, puxá-lo pra dentro da piscina também, praguejando como se não houvesse amanhã.
– HEY, VOCÊS DOIS! – berrei, indo até a beira da piscina e balançando no ar o pincel de maneira ameaçadora (ou tão ameaçadora quanto um pincel poderia ser) – Eu me matando de trabalhar lá e vocês dois aqui, se divertindo como um casal de namoradinhos apaixonados e...
– Ah, cala a boca!
E isso foi a última coisa que eu ouvi antes de ser brutalmente empurrada de encontro a superfície mortalmente gelada e úmida da piscina pelo ridículo poste ambulante que era aquele traste do J.C.
– Oloco, J.C, você faz essas coisas com a minha irmã ingrata e nem me chama pra ver, vai se ferrar, viu!? – gritou o Gabriel, correndo até nós com um rastelinho minúsculo nas mãos.
– Seu imbecil, inútil, desgraçado dos infernos. Criatura desprezível que não tem mais o que fazer do que atormentar donzelas indefesas como eu! – praguejei, saindo da piscina encharcada até os ossos e indo em direção ao poste.
– Ei, ei, calma, vai com calma, eu sou amigo...
– Ah, é?! – berrei, interrompendo-o – Quer ver o que eu faço? Olha só!
E empurrei a marmota gorda do Gabriel na água.
– POR QUE EU, SENHOR? – gritou ele.
– Hey, olha, a piscina ta bem mais vazia agora que o Gabriel entrou aqui – comentou Will. Gargalhei, observando o peste do J.C indo lenta e perigosamente em direção à Suzannah e Marielle, que estavam sentadas em uma espreguiçadeira na beira da piscina, observando o movimento.
Ele andou até elas e levantou a cadeira, fazendo-as escorregar para a água de maneira elegantemente desastrosa.
– Gente, o que eu perdi? – disse o Paulo, parando na beirada da piscina, ao meu lado, com seus sei-lá-quantos quilos de músculos salientes.
– Ah, primeiro, eu cheguei perto da Gabrielle e empurrei ela assim – disse J.C chegando perigosamente perto de mim. E, é claro, ele me empurrou de novo. Digamos que eu quase tenha engolido toda a água que sobrara na piscina depois do Gabriel cair, dessa segunda vez. Sério, o J.C tava muito saidinho hoje. – E depois – continuou ele – eu empurrei todo mundo mais ou menos desse jeito:
E então, ele empurrou a única pessoa que restava minimamente seca por ali – além dele mesmo -, que acabou caindo em cima do Gabriel, que estava segurando a Suzannah – já que a piscina não dava pé pra ela -, que teve que pular em cima do Will pra não se afogar. Se bem que ele não era lá o cara mais alto do mundo nem nada.
– Ah, meu deus, esse cloro vai acabar com o meu cabelo! – gritou o Paulo quando conseguiu emergir.
– WILL, ISSO É TUDO CULPA SUA! – berrou Maely.
– Culpa minha? – gritou ele de volta, colocando a Suzannah de volta nas costas do Gabriel como se fosse um filhotinho de bicho preguiça – Não fui eu quem jogou todo mundo na piscina. Eu só joguei você, amor.
Maely quase o espancou depois dessa, mas ele tinha razão. Nos entreolhamos e depois lançamos aquele olhar mortífero na direção do J.C. Vimos ele engolir em seco e ameaçar correr, mas a Marielle e o Paulo já tinham saído da piscina.
Eu, Gabriel e Suzannah fomos ajudar e, um minuto depois – já que o J.C era bem difícil de arrastar -, ele estava tão ou mais molhado do que todos nós juntos, praguejando com o mesmo vigor que o Will praguejaria.
– Ótimo, agora que nos resolvemos – falei saindo da piscina, ainda rindo da cara impagável do J.C – Eu desisto. Tenho certeza de que tudo isso não passou de um motim e que vocês simplesmente não querem mais trabalhar, então vamos colocar as coisas pra dentro outra vez porque eu estou pressentindo que logo, logo vai chover.
– Gabrielle, já disse que você é a melhor irmã do mundo?
– Não precisa dizer coisas óbvias, palhaço – respondi entrando pela porta dos fundos e deixando-os lá fora para arrumar as coisas por eles mesmos.
Encarei a mesa da cozinha e percebi que estava sentindo falta de alguma coisa... Matheus. Sério, já era hora do almoço, será que ele tinha ido no mercado lá em São Paulo?
Fiquei lá pensando sobre possíveis explicações sobre a demora do Matheus e algum tempo depois, eis que o bando de babuínos entra na cozinha.
– Hey, sabe o que eu tava pensando aqui? – disse o paspalho do meu irmão, sentando ao meu lado enquanto o Will e o Paulo reviravam a geladeira e os armários a procura de algo comestível. Olhei pro Gabriel esperando a próxima besteira que ia sair da boca dele – Será que o Matheus achou que era pra ir no mercado lá em São Paulo?
– De onde você tirou essa ideia? – perguntei.
– Hm, não sei. Foi você que pensou isso.
Concordei. Todo mundo olhou pra gente como se fossemos loucos. Mas era uma coisa que eu e Gabriel tínhamos, essa de saber o que o outro está pensando a todo o momento e sentir as mesmas coisas, ter os mesmos sonhos às vezes.
– Gêmeos – concluiu Suzannah, sentando-se ao lado do Gabriel.
Fiquei um minuto encarando a molhadeira que a gente tinha feito na cozinha e pensando que se a Paula estivesse lá, nós com certeza seríamos um bando de idiotas mortos até ser interrompida por um som tão alto que praticamente fazia o chão tremer. Música ruim.
Quando saímos lá fora pra ver o que diabos estava acontecendo, nos deparamos com um carro com dois malucos gritando e rindo como se o mundo estivesse prestes a acabar. Um dos doidos desceu do carro; me era uma figurinha conhecida, mas eu estava rezando – para o bem dele – que não fosse quem eu pensava que era. Mas a questão era que eu conhecia bem aquela criatura e quando o energúmeno do Matheus chegou perto foi que a gente teve uma real visão do estado do guri.
– Puta que pariu, Matheus, que caminhão te atropelou? – perguntou Marielle, arregalando os olhos pra situação deplorável do cara. Porque ele tava todo sujo, cheirando a beco de zona e trançando as pernas prestes a desabar.
– Não fui atropelado – disse ele, rindo da nossa cara como se estivéssemos azuis – eu to bem, não ta vendo? To feliz, feliz, feliz como eu não me sentia há muito tempo...
E passou por nós, entrando na casa. Um segundo depois ele voltou, gargalhando, e agradeceu a carona – embora o cara nem estivesse mais lá – e, com aquela cara de retardado, voltou pra dentro, deixando cair alguma coisa no chão; ele só deu risada e largou a coisa lá.
Digamos que eu estivesse em choque. Quero dizer, o que, demônios, tinha acontecido com aquele menino?
Gabriel foi até o que o Matheus tinha derrubado e pegou a sacolinha, fazendo uma cara nada boa. Revirou o treco e depois nos olhou.
– Maconha – resumiu.
– C-como é que é? – gritei, saindo do choque. Suzannah me segurou pela camiseta – ME SOLTA, EU VOU LÁ MATAR AQUELE MOLEQUE!
– Não vai adiantar, Gabrielle – disse ela, fazendo o maior esforço do mundo pra me segurar. J.C veio ajudá-la.
– Ele ta tão chapado que se você for falar com ele agora, ele não vai se lembrar de nada – concordou ele.
– Mas eu não vou falar com o Matheus. Eu vou espancar ele.
– Não adianta – concluiu Gabriel, parando na minha frente e me segurando pelos ombros – Deixa ele, quando o efeito passar, você pode ir matá-lo.
– Ele vai vir procurar o pacotinho dele, de qualquer modo – disse Will.


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Notas finais do capítulo

WEEEEEEEEEEE, finalmente, finalmente o Matheus vai deixar de ser o personagem mais forever alone da fanfic! A gente finalmente vai conhecer "o lado dele" *--* Juro, antes nem eu gostava dele direito, mas agora eu adoro ♥
Fiquem curiosos. Paula, isso foi pra você.
P.s: daqui dois capítulos, tenho certeza de que vc vai surtar, pq vai aparecer no capítulo inteiro o/



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