Every Rose Has Its Thorn escrita por apataeavaca


Capítulo 19
Think About You


Notas iniciais do capítulo

Belê, esse cap. ficou vergonhosamente pequeno - porque a gente achou que ia ficar muito grande e acabou mudando pra outro cap. e no fim eu não consegui encher de coisas e ele ficou pequeno. Mas acho que está satisfatório pros que estavam procurando uma overdose de fofura entre o Will e a Maely, dica!



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“Somethin' changed in this heart of mine an' I'm so glad that ya showed me. Honey, now you're my best friend, I wanna stay together till the very end. It was the best time I can remember and the love we shared - is lovin' that'll last forever”

28 de março de 2003 – Apartamento emprestado

Willian P.O.V

É isso ai, molecada, a coisa tava começando a andar nos trilhos agora. Quero dizer, a gente ia se mandar do país poeirento e finalmente se dar bem. Ou não, mas eu prefiro pensar que sim; pensamento positivo é tudo hoje em dia!

Eu só precisava conseguir dormir. Tava meio difícil, porque tinha uma coisinha dormindo na cama logo acima. Uma coisinha chamada Maely que, algumas horas atrás, eu tinha beijado. Na verdade, eu nem sabia o que pensar a respeito ainda, mas a coisa tava um pouquinho tensa, porque ela não quis tocar no assunto. Isto é, ela começou a me evitar de repente e a ficar vermelha toda vez que nossos olhares se cruzavam.

Resolvi ir beber... água. Sabe, pra espairecer a mente. Tava tudo na maior escuridão, mas eu jurava estar escutando um barulho. Desci as escadas com um taco de beisebol saído sabe-se-la-de-onde.

Marielle estava esparramada no sofá – que deveria pertencer ao J.C, mas ele estava espremido entre o Paulo e o Matheus no chão. Foi aí que eu percebi que a poltrona babada estava sem babão. Aí eu pensei merda. Quero dizer, onde poderia estar o pequeno cérebro?

Fui andando encurvado próximo às paredes, pronto para atacar quem quer que fosse que tivesse sequestrado o Gabriel. Cheguei à cozinha e o ruído pareceu aumentar. Segurei o taco bem no alto, na posição mais ameaçadora contra a silhueta escura perto do balcão e acendi a luz. Quase matei o Gabriel, Senhor, me desculpe.

– VIXI! Valha-me Deus, Senhor Jesus Cristo, meu pãozinho com manteiga! – gritou ele daquele jeito meio sussurrado que a gente usa pra... gritar sussurrando?! – Caiu virado pra baixo, caramba! Credo, que shorts indecente!

– O que você está fazendo aqui? – perguntei, ignorando o comentário e vendo-o assoprar a sujeirinha do pão, murmurando “o que não mata, engorda”. No caso dele, engorda mesmo, já que vaso ruim não quebra.

– Eu estava tentando fazer uma refeição pacífica até ALGUÉM me interromper.

– Refeição pacífica? Às três da manhã?

– Eu não conseguia dormir, ta?! – respondeu ele – Mas o que VOCÊ está fazendo aqui?

– Insônia – dei de ombros me sentando num dos banquinhos do balcão.

– Sei – comentou Gabriel abrindo as portas dos armários em busca de mais comida (Gabrielle e Marielle haviam os esvaziado mais cedo por causa da viagem).

– Hey, isso me pertence! – falei arrancando a garrafa de Jack Daniels que ele tinha encontrado. Sentei-me de volta no balcão e servi dois copos com uísque – Gabriel, senta ai, esquece o pão com manteiga que eu sei bem que você ta emotivo.

– Eu? Emotivo? EU? – disse ele, virando o copinho de bebida de uma vez – Por que, diabos, eu estaria emotivo? Qual razão eu teria para estar “emotivo”, puff.

– Suzannah – respondi, tirando o copinho de perto dele antes que ele resolvesse beber mais e ameaçasse a vida útil da minha bebida.

– Suz... – repetiu ele, sem conseguir terminar, enterrando o rosto nas mãos e rindo sem humor. – Nada a ver.

Olhei pra ele, com uma sobrancelha arqueada. Pensa que me engana, pobre mortal.

– Credo, já te disseram que você tem olhos de padre? – perguntou Gabriel, claramente desistindo de fingir.

– Mas hein?

– É, sabe, a gente fica com vontade de confessar os pecados. Sabia que uma vez eu colei o gato da Gabrielle na privada?

– Não muda de assunto – cortei-o, antes que ele começasse a falar mais sobre o que eu não queria saber – Você se declarou pra ela hoje mais cedo que eu sei.

– Talvez – respondeu ele, olhando para o nada.

– Ótimo.

– Ah, é, talvez eu tenha mesmo! – continuou ele – Mas eu não disse nada de mais, a gente é melhor amigo desde sempre, é obvio que eu amo ela. Não exatamente desse jeito que você está pensando, eu acho...

Nota mental: não deixar o Gabriel beber. Nada que tenha álcool, principalmente se for uísque (ele não fala coisa com coisa).

– Mas você, Don Juan, você não me engana! – gritou Gabriel de repente, não mais sussurrando. Agarrei ele pelo colarinho do pijama e o fiz se sentar outra vez, antes que ele acordasse a casa inteira.

– O que você quer dizer com isso? – perguntei no que ele próprio diria que era uma cara de pastel.

– Haha, você sabe, aquela... aquela... FUSÃO!

– Hm, nada a ver – falei, bebericando a bebida e evitando olhar para o ser do meu lado.

– Nada a ver! – imitou ele – Mas eu sei que no fundo da sua alma, você sabe que uma luzinha violeta acendeu no seu peito e que você acaba de encontrar o caminho para a vitória, um letreiro neon reluzente que pisca sem parar: MAELY, MAELY, MAELY... – completou ele diminuindo a voz até não se poder mais ouvir e saiu correndo da cozinha. Medo.

Aproveitei o momento místico e voltei para o quarto. Dei de cara com a Maely, sentada na cama em posição fetal. Olhei dela pra garrafa de Jack Daniels na minha mão e aproveitei que ela parecia estar fora de órbita, enfiando a garrafa debaixo do meu travesseiro.

– Hm, Maely? – chamei-a. Ela levantou a cabeça e arregalou os olhos, como se nunca tivesse me visto na frente.

– Oi – resmungou ela voltando a enterrar o rosto no joelho.
– Eu acho que nós precisamos conversar – continuei, me sentando ao seu lado.
– Precisamos?
– Sim – respondi rindo de leve e esticando a mão para fazê-la descruzar os braços. Ela ficava bonitinha com vergonha e eu não sabia por que diabos estava pensando nisso agora. – Sobre hoje à tarde...
Um rubor subiu pras bochechas dela. Respirei fundo.
– Foi um jogo, e, sabe, eu queria pedir desculpas – continuei rindo nervoso, tentando descontrair o clima pesado – Eu juro que não faria isso em situações normais...
É claro que aquilo não foi a coisa mais inteligente de se dizer, como eu logo fui descobrir. Porque eu não parei pra pensar, mas acabara de dizer – indiretamente - que não a beijaria a não ser que fosse obrigado, o que realmente não era verdade. Porque, aceitando os fatos, eu adorava o modo como a Maely era mandona e irritante, mas ao mesmo tempo era a garota mais fofa da face da Terra. Era com ela que eu gostava especialmente de tirar sarro e era com ela que eu conseguia dar as melhores risadas. Eu sentia que queria ficar com ela a todo momento, mesmo que não fosse o melhor especialista em demonstrar isso. Talvez eu não fosse o cara certo pra ela também, mas eu sentia que nenhum outro seria bom o bastante. Eu tinha ciúmes dela até com o Paulo e eu queria poder coloca-la dentro de uma bolinha de vidro pra protege-la de tudo e de todos que pudessem magoá-la. E eu queria beijá-la.
– Tudo bem. Eu perdoo você – respondeu Maely, virando o rosto para que eu não visse sua expressão de decepção.
– Eu não faria – repeti, puxando seu rosto de volta com a ponta dos dedos – Não daquele jeito.

Olhei em seus olhos e parei para observar o modo como sua íris quase se fundia à pupila e como seus cílios eram compridos, sua boca pequena e as bochechas cor-de-rosa.

– Você provavelmente vai ter que me desculpar de novo – sussurrei colando minha testa a dela e levando minhas mãos até suas bochechas. Fechei meus olhos e fiquei sentindo sua respiração bater no meu rosto, descompassada.
– Tudo bem – repetiu ela com um fio de voz.

Deixei que meus lábios encostassem-se aos dela devagar, sentindo a maciez imediata e aquela sensação ridícula nas minhas entranhas. Era pateticamente bom, então me senti na liberdade de pedir passagem com a língua, passando-a de leve em seus lábios. Maely os afastou minimamente e em um segundo eu estava praticamente voando, com a minha língua enroscada na dela, sentindo o gosto doce dela e a sensação da sua pele sob os meus dedos.
Nos afastamos apenas o suficiente para que eu a puxasse pela cintura e a abraçasse. Ela deitou a cabeça no meu ombro e ficamos assim durante algum tempo, a única coisa que se podia ouvir era o som de nossas próprias respirações. Enfiei a mão nos cabelos compridos dela, coisa que eu vinha almejando como seria havia muito e a afastei do meu peito para poder olhar em seus olhos. Ela era tão bonita!
– Você é um idiota – disse ela com um sorrisinho – mas eu acho que eu gosto de você.
– Eu pessoalmente gosto bastante de mim também – respondi, fazendo-a rir – Mas acho que gosto ainda mais de você. – completei puxando-o para perto novamente e selando seus lábios de leve. Ela me abraçou pelo pescoço e ficamos durante um bom tempo assim, abraçados; eu segurando-a pela cintura e ela brincando com o meu cabelo. Quando dei por mim, ela tinha cochilado.
Ri baixinho, com medo de acordá-la, e me levantei, colocando-a deitada na cama. Sentei na minha própria cama improvisada e fiquei observando ela dormir, como um anjinho, até que Morfeu me pegou também e eu tive que me deitar.
Bati a cabeça no travesseiro.
PUTA QUE PARIU, QUEM FOI O IDIOTA QUE DEIXOU ESSA GARRAFA DEBAIXO DO MEU TRAVESSEIRO?


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Notas finais do capítulo

WAAAAAAAAH, QUE FOFURA! Certo, não deu tempo de revisar, pode ser que esteja uma merda (porque eu acho que desaprendi a escrever essas coisas entre duas pessoas que não sejam os gêmeos Kaulitz, mas não é esse o ponto)



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