Piratas do Caribe: o Tesouro Maldito. escrita por Milly G


Capítulo 3
Piratas


Notas iniciais do capítulo

Mais um! Jack é sempre o Jack, não tem jeito...! Enjoy!



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Brooke acordou o que achava ser uma hora depois, mas quando saiu da cabine viu que já era.

     Olhou para o céu, para a lua que brilhava cheia naquela noite, mas o que chamou sua atenção foi o indivíduo pendurado em um dos mastros, olhando para o horizonte como se fosse o rei do mundo.

     Assobiou, chamando a atenção do capitão, que desceu de lá num pulo.

- Pensei que tivesse morrido lá dentro. – brincou Jack.

     Brooke deu uma risadinha.

 - Eu ainda não lhe agradeci. – murmurou, debruçando-se no parapeito do navio. – Se não fosse por você, eu agora seria comida de peixe.

- Tem razão. – disse Jack, orgulhoso.

     Brooke revirou os olhos, como se não esperasse outra resposta. Mas Jack percebeu, tentando logo emendar:

- Isso seria um desperdício.

     Brooke se virou para ele, sorrindo maliciosamente.

- Jack Sparrow...

- Capitão.

- Que seja. Você não espera sequer um dia para tentar seduzir uma mulher, não é?

- Aí depende. – os olhos de Jack fitaram intensamente os de Brooke. – Eu estava lhe seduzindo ou você estava “deixando-se seduzir”?

- Sei bem o que isso quer dizer. – disse ela secamente, virando a cara. – E não, eu não sou mais uma das prostitutas de Tortuga.

- Nisso você está certa, pois não haveria razão para uma “mulher da noite” estar desmaiada em alto mar, no meio de destroços. Ainda mais vestida de homem. – Jack encolheu-se sob o olhar fulminante de Brooke. – Não que eu a estivesse julgando como uma prostituta! Isso nunca! Só estava lhe provando o quanto sou...

     Jack se aproximou da garota, até que seus lábios estivessem a um ou dois centímetros dos dela. Fixou os olhos castanhos nos azuis da garota, mas quando esta pousou as duas mãos em seu peito, foi apenas para afastá-lo.

- Irresistível... – balbuciou o capitão, observando enquanto Brooke corria de volta para a cabine.

     A ruiva bateu a porta com força, encostando-se nela e deslizando até o chão. Pôs a mão no peito, sentindo o ritmo acelerado de seu coração.

     Não era tola, que dirá tímida, mas... O que sentira quando Jack se aproximou? Tudo bem, ele era um mulherengo e conhecia as 1.001 técnicas para deixar uma mulher de pernas bambas. Na hora em que acordou à bordo do Pearl, não fazia a menor idéia que aquele homem de beleza exótica era o Jack Sparrow de que tanto ouvira falar. Aquele pirata aventureiro, mulherengo e cachaceiro que não via nada de errado em ter “uma mulher em cada porto”. O pior cafajeste, mentiroso e egoísta dos sete mares.

     E por quem estava apaixonada desde seus poucos anos, quando sua mãe lhe contava as aventuras do Senhor do Caribe.

     Pensar em sua falecida mãe trouxe lágrimas aos seus olhos, mas não poderia chorar ali. Não quando estava à bordo do Black Pearl, onde poderia chamar-se e sentir-se uma pirata de verdade.

     “E um pirata não mostra nenhum sentimento além de seu amor e devoção pelo mar”, pensou ela, fechando os olhos com força para afastar as lágrimas. Talvez este fosse o problema de Jack. Ele não era capaz de amar ninguém além do mar. 

     Brooke levantou-se, sentindo-se uma completa idiota. A maior coisa que um pirata busca é liberdade – e era o que ela buscava também – e se apaixonar por alguém seria como acorrentar os próprios pés ao chão. Sua atração por Jack era inegável, mesmo que jamais fosse admiti-la, mas não havia chances de um romance. A única coisa em que ambos tinham o olhar fixado era o horizonte, e permaneceria ali até o fim de seus dias.

     Esta fora a promessa que a ruiva fizera a si mesma quando tinha sete anos, e que pensava em Jack com a mesma adoração de agora, mas como um guia, um professor dos mares, com quem poderia viver aventuras e descobrir tesouros, e não como um...

- Senhorita? – ouviu a voz de alguém atrás da porta. – Está tudo bem?

- Sim. – disse ela, percebendo que dormira encostada à porta da cabine.

     “O que significa que Jack não entrou aqui”, pensou, abrindo uma fresta da porta. A luz forte do sol quase a cegou, mas seus olhos se acostumaram rápido.

- Poderia sair um pouco? – perguntou a mesma voz.

- Para quê? – rebateu, desconfiada, procurando quem falava com ela.

- Bom... – o homem que falava pareceu desconfortável, tímido. – Está havendo um conflito entre nossos capitães, e julgo ser por causa de ti. Poderia ajudar-nos?

     A ruiva piscou, pensando no que ouvira. Ele disse “capitães”?

- Oh, agradeço. – murmurou o homem careca e meio atarracado que ela vira hoje de manhã, e lembrava que este se chamava Gibbs.

- O que está havendo? – perguntou, cruzando os braços sobre o peito.

     Gibbs apontou para cima com os olhos, onde Jack discutia preguiçosamente com outro homem. Não parecia ser uma briga nada séria, mas logo percebeu que nenhum dos dois prestava atenção ao rumo que o Black Pearl tomava.

- Quem é aquele? – indagou, apontando para o homem que brigava com Jack.

- Não conheces Barbossa? – perguntou Gibbs, estranhando.

- Ah, sim. – Brooke franziu a testa. – Ele está melhor do que eu imaginava...

- O quê?

- Nada. – ela tentou esconder um sorriso. – É que escuta-se bastante sobre a tripulação do Black Pearl.

- Verdade? – o senhor sorriu para Brooke, simpático. – E como imaginava este velho aqui?

- Tão adorável como realmente é. – murmurou, sorrindo timidamente enquanto subia para o timão, deixando Gibbs sozinho com sua resposta.

- Que disseste para a menina, idiota?! – berrava Barbossa, enquanto Jack se encolhia com as mãos nos ouvidos. – No mínimo tentou beijá-la! É um sem-vergonha mesmo!

- Largue de mim, Hector. Já disse que não fiz nada. Certamente para uma jovem graciosa como aquela não deve ser nada agradável estar no meio de...

- Homens. – bufou Brooke, encostando-se no leme. – Sempre a discutir sobre assuntos sem nexo.

     Ambos os capitães viraram a cabeça, arregalando os olhos para a garota.

- Sr. Gibbs disse que estávamos nos aproximando de Tortuga, mas parece que o Pearl tomou um rumo diferente...

- QUÊ?! – berraram os dois ao mesmo tempo, agarrando cada um, um lado do leme.

     Brooke riu da cena, fazendo os dois piratas a olharem novamente.

- Desculpe. – disse ela, tapando a boca com uma mão e sentindo as bochechas arderem.

     Sim, ela era uma graça, até mesmo para Barbossa.

- Eu é que devo pedir desculpas, senhorita... – o capitão a olhou de modo interrogativo.

- Brooke. Brooke Pepper. – disse ela, dando um meio sorriso.

- Muito prazer. – ele beijou a mão de Brooke, mostrando os dentes de ouro ao sorrir.

- Qual o motivo da discussão? – perguntou a ruiva, mesmo já sabendo a resposta.

- O Jack – Barbossa olhou para o pirata com desgosto. – tem a mania peculiar de espantar algumas mulheres. Achamos tê-la ofendido.

     Brooke franziu a testa. Por que se preocupavam com uma mulher que julgavam dar “azar” ao navio?

- Não se incomodem com isso. – disse ela. – Estou acostumada com tipos como o Jack.

- O que está dizendo? – exclamou Jack, soando ofendido. – Eu sou único, love.


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Notas finais do capítulo

Está aí. Espero que tenham gostado! E obrigada pelos reviews, não sabem como me fazem bem *--*



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