"Eu passei minha 'vida' inteira nesta mansão.

Obviamente,eu não vivi sempre sozinha aqui.

Houve um tempo,em que meus pais estavam 'vivos',de algum jeito.

A vila,que posso ver de qualquer janela virada para as montanhas,para mim,sempre teve um ar de união e felicidade.Então por que?Por que estou aqui nesta mansão em ruínas ao invés de estar lá?Por que continuo sozinha ao invés de estar entre outras pessoas?

Bem...é doloroso e bem simples de explicar.

Os meus pais,desde que eu era pequena,me diziam que eu era 'especial'.Diferente das outras pessoas.

Eles tentaram fazer com que as pessoas entendessem por séculos que nós não iriamos machuca-los.Mas sempre acontecia o mesmo.Os cidadãos ficavam com medo e faziam-nos mudar para outra vila,cidade ou até outro estado.

Mas meus pais não se importavam,pois eles estavam felizes por estarmos juntos.Mas então...aconteceu.

Era noite e tinham se passado mais ou menos 4 anos desde que haviamos chegado nessa vila,o nome era 'vila da Rosa'.

Meus pais foram tentar convencer os moradores da vila de que não iríamos machuca-los.

Estava chovendo,porém não era forte,não havia vento e os trovões e relampagos eram os que se mostravam mais fortes e agressivos naquela noite.

Eu estava na mansão,observando de longe,pois meus pais haviam me proibído de sair.

Eu vi tudo...

Os moradores foram atrás de meus pais e antes que eles pudessem entrar no castelo,trancando seus agreçores do lado de fora podendo assim fugir,eles foram mortos.

Depois daquela noite eu jurei que,se qualquer pessoa da vila estivesse em perigo,eu não ajudaria,eu à faria sofrer e ficar com medo.Afinal,eu só tinha 10 anos quando fiquei órfã.

Passaram-se os anos e com eles o ódio e a raiva tambem passaram.

Agora tenho 18 anos e ainda observo a vila.As vezes,acontece de eu me encontrar com algum morador,machucado ou perdido na floresta perto da mansão.

Sempre que me encontrava com um,ele me fitava com medo e depois fugia.Isso era constante.Até que em uma tempestade..."

Eu:Você está bem?

"Vi um homem caído no chão.Ele parecia machucado e eu queria ajuda-lo.Havia curiosidade e aflição em seus olhos escuros,mas brilhantes.

Os cabelos estavam escorridos por causa da chuva e eram de um prata estonteante.

Percebi logo que o vi,que ele era um forasteiro.[Estaria perdido na chuva?];foi o que pensei naquele momento enquanto o fitava.

Como ele não havia respondido tentei ajudar."

Eu:Venha.Senão,vai ficar resfriado.*estica a mão na direção do homem*

"Depois de ter feito o primeiro gesto,ele se esticou para pegar minha mão,mas o relampago o fez parar.Foi ai que eu soube que ele havia visto o meu rosto.Mas eu não vi medo em seus olhos,não era só medo que eu via.

Eu via curiosidade.Uma curiosidade que me impressionou.

Eu estava tremendo.Só depois eu percebi,que realmente estava tremendo."

?:Ah!*dá um pulo para trás*

"Ele havia afastado sua mão e pulado para trás.Percebi luzes vindas da floresta e fui embora.

Na verdade...eu o observei de longe,enquanto ele era resgatado por um senhor com feições gentis,embora naquele momento,parecesse assustado.

[Eu queria ter me apresentado.'Oi,sou Rosemarie Darkvow e tenho 18 anos.Qual seu nome?';Era o que eu ia dizer.Bem...talvez da próxima.Porque eu tenho certeza que haverá uma próxima chance de nos encontrarmos.]

Continua... 

Fim do capitulo 2