Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 8
Quando Dois Mundos Colidem


Notas iniciais do capítulo

Agora que a história começa de verdade :D. Hope you like it!



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Harry acordou, ainda sonso, sem saber onde estava. Estava tão tonto que as formas ao seu redor pareciam difusas. Era difícil definir o que era o quê.

            - Ele parece estar acordando – sussurrou uma voz familiar.

            - Shhh, Rony – cortou outra voz – Deixe-o descansar.

            Harry então compreendeu por que todas as formas estavam confusas. Ele tateou a mesa de cabeceira ao seu lado, pegou e colocou seus óculos. O mundo se fez mais claro dessa forma.

            Ele estava deitado em uma das camas da ala hospitalar. Gina, Rony, Hermione, Neville e Annabeth, estavam todos ali.

            - O que aconteceu, Harry? – perguntou Hermione, curiosa como sempre – Depois da aula de Defesa Contra as Artes das Trevas você desapareceu. Eu e Gina te procuramos por toda a parte. E, algumas horas depois, Annabeth aparece arrastando você e Percy e pedindo por ajuda. O que significa isso?! Você tem muito o que explicar, mocinho! E não pense que...

            - Calma, Hermione – interrompeu Gina –, ele acabou de acordar. Deixe-o respirar primeiro.

            Mas, o discurso de Hermione lembrara Harry de uma coisa.

            - Onde está Percy? – perguntou ele.

            - Ali – e Annabeth acenou com a cabeça, para a cama ao lado – o estado dele é mais grave que o seu, mas a Madame Pomfrey disse que ele vai ficar bem.

            Harry assentiu com a cabeça.

            A responsável pelos doentes entrou na ala hospitalar, enxotando a todos com as mãos.

            - Vamos, vamos – dizia ela – quero todo mundo fora daqui. Meus pacientes precisam descansar – Rony parecia relutante em abandonar o melhor amigo – Sr. Wasley, você não quer que eu pegue o meu taco de baseball para lhe tirar daqui, quer?

            Rony gelou e, a caminho da saída, disse.

            - Obrigado, madame, mas duas vezes foi o suficiente. Já aprendi minha lição.

            E saiu da enfermaria. Deixando Harry e Percy – os únicos feridos – sozinhos. Madame Pomfrey aproximou-se de Percy e lhe derramou um líquido dourado na boca.

            - O que é isso? – perguntou Harry, nunca havia visto aquele estranho líquido.

            - Hm, temos um garoto curioso aqui. Não lhe interessa! Mas, de qualquer forma, não poderia responder, pois não faço a menor idéia do que é isso.

            - Você está dando algo que não conhece para Percy tomar? – Harry parecia incrédulo. Onde estava o profissionalismo?

            A enfermeira pareceu desconfortada com a acusação.

            - Bem... Dumbledore foi o primeiro a vir visitá-los e, durante o período que esteve aqui, me recomendou que desse isso – e balançou o frasco dourado para que Harry visse – para Percy tomar. No começo me senti relutante, pois como não conhecia esse negócio pensei que poderia piorar o estado dele. Ele também me pediu para manter Percy úmido e próximo a água, tanto quanto eu puder – deu de ombros, como se já tivesse desistido de tentar entender Dumbledore – Aguamenti! – e molhou o garoto, que é claro, continuou seco - Mas, ser um dos maiores bruxos de todos os tempos deve servir para alguma coisa, certo? Então, decidi confiar no professor Dumbledore.

            - E o estado dele melhorou significativamente, certo? – disse uma voz vinda da entrada.

            Por falar no demônio... Dumbledore entrou com passos curtos mais rápidos, alcançando Harry sem dificuldades. O garoto teve a impressão que, se ele não fosse o diretor, o teria expulsado também. Aparentemente, Dumbledore também teve essa impressão, pois se virou para Madame Pomfrey.

            - Não se preocupe, eu já estou de saída. Prometo que só vou roubar alguns minutinhos de seus pacientes. Agora, se nos der licença, preciso conversar a sós com Harry – e enxotou a enfermeira com as mãos. Aqui se faz, aqui se paga, pensou Harry.

            Dumbledore sentou-se numa cadeira, ao lado da cama do garoto.

            - Então, como vamos? – perguntou o sábio.

            - Eu estou bem.

            - Ótimo – Dumbledore sorriu – Todavia, Annabeth me contou tudo sobre o passeiozinho de vocês pela Floresta Negra. Devo dizer, primeiro fiquei desapontado, com você, Harry. Depois de todos esses anos, você ainda não aprendeu? Mas, depois me lembrei de quem você é filho. Seu pai também ia até a Floresta, todos os anos, só para passar o tempo. Você vai para lá com um motivo, o que vou considerar como uma melhoria genética, sim?

            Harry fez força para não esboçar um sorriso. Depois se lembrou de tudo que ocorrera na floresta. Aquela estranha mulher ao lado de Annabeth...

            - O que aconteceu com Malfoy?

            - Oh, não se preocupe com ele. Algumas semanas na detenção com McGonagall, seguidas por algumas semanas na detenção com Snape, devem lhe ensinar uma lição.

            - Professor, ele lançou a Maldição da Morte contra Annabeth. Eu vi.

            Agora, pensando melhor, aquilo não fazia muito sentido. Afinal de contas, Draco teve a chance de matar a ele e a Percy, mas não o fez. Se queria mesmo cometer assassinato, por que somente com Annabeth?

            A notícia pareceu chocar Dumbledore um pouco.

            - Vou ter que investigar isso mais afundo, Harry. Essa é uma acusação muito grave, você sabe disso, não é?

            Harry assentiu.

            - Ótimo, mas nós ainda temos alguns assuntos pendentes a conversar. Eu, você, Percy, Annabeth e Quíron. Na minha sala, tão logo vocês fiquem melhor.

            Então o garoto percebeu que, quando Dumbledore falou que Annabeth havia contado tudo, ele queria dizer tudo mesmo. O diretor pareceu ver isso nos olhos do garoto.

            - Ah, não, Harry. Ela não me contou isso. Eu já sabia. Ela apenas me disse que você não acreditou. Na minha opinião, como disse no começo do ano, as mudanças nem sempre são ruins. Talvez você devesse dar uma chance aos Deuses Gregos. E de qualquer forma, dando uma chance ou não, eles existem. Não há nada que você possa fazer quanto a isso.

            - Mas...

            Dumbledore silenciou Harry com a mão.

            - Creio que aqueles minutinhos que Madame Pomfrey me concedeu já se esgotaram. Acho melhor eu ir, antes que ela apareça com um bastão de baseball. Nem mesmo diretores escapam disso – e ele revirou os olhos, fazendo Harry rir.

            Quando estava a meio caminho da porta acrescentou.

            - Não se preocupe, quando estivermos na minha sala, eu irei responder toda e qualquer pergunta que você quiser. Por hora, descanse.

            E saiu.

            Harry recebeu alta no final do dia. Mas, Percy ainda teria que continuar lá por mais um dia – talvez alguns dias. O que era uma pena, porque significava que a conversa com o diretor e o centauro seria adiada. Foi para o salão comunal da Grifinória.

            Quando Gina o viu, cutucou Rony para que parasse de falar e prestasse atenção. Hermione logo se juntou aos dois. Assim, ficaram os três parados observando Harry se aproximar, como se fosse uma assombração.

            Isso fez o garoto se lembrar que não havia pensado no que diria a seus amigos. Não queria mentir, mas não sabia se poderia contar a verdade. Devia ter perguntado a Dumbledore.

            - Vai se explicando – disse Hermione, séria.

            - Hermione...

            - Sem “Hermione...”, vai se explicando!

            - Mas...

            - Eu vou ter que usar minha voz grossa? – ameaçou Hermione – Você sabe que não é bonito quando eu a uso.

            - Sim, sim. Eu sei. O problema é que eu não sei ainda se Dumbledore me autoriza a falar do assunto com vocês... É confuso...

            - Com assim, Harry? – disse Hermione ficando irritada – Não confia nos seus amigos?

            O garoto, todavia, nunca teve a chance de responder. Naquela hora, Percy Jackson apareceu dentre a multidão. Mas... o quê? Madame Pomfrey disse que ele deveria ficar pelo menos mais uma semana hospitalizado. O que demônios ele faz aqui?

Hermione, Gina e Rony pareciam tão chocados quanto ele.

            - Mas... Como? – perguntou Rony.

            Percy os viu e se aproximou.

            - Harry – disse ele -, Dumbledore está nos chamando. Na sala dele. Agora.

            - Mas, são nove da noite! – falou Hermione, preocupado com as regras – O que é tão importante que não pode ser deixado para amanhã cedo? E por que vocês dois estão sendo chamados? Onde está Annabeth?

            A garota parecia estar tendo um “ataque de perguntas”. Percy, para o bem de todos a silenciou rapidamente.

            - Eu não sei. Vamos, Harry – e o puxou pelo braço, saindo do salão comunal e chegando aos corredores de Hogwarts. Enquanto caminhavam conversavam.

            - Como você se curou tão rápido?

            - Sou filho de Poseidon, como já disse, a água tem poderes curativos sobre mim e Madame Pomfrey ficou me molhando o tempo todo. Além disso, aquele líquido que ela me deu se chama Ambrosia. É como uma “UTI engarrafada para semideuses”. É capaz de curar os piores ferimentos, mas em doses erradas e fatal.

            Harry ainda tinha dificuldade para digerir toda aquela história de “outro mundo”, “deuses gregos” e “semideuses”. Mas, Dumbledore havia confirmado a existência dessas coisas, e isso mudava tudo. No diretor, ele confiava.

            - Você pelo menos avisou a Madame Pomfrey que estava saindo?

            Percy pareceu surpreso.

            - Tinha que avisá-la? – perguntou inocentemente.

            Harry tremeu nas bases. Imaginou a enfermeira andando pelos corredores de Hogwarts com seu bastão de baseball, a procura de seu paciente fugitivo, ou do seqüestrador desse paciente. Depois, imaginou ela encontrando-o ao lado de Percy...

            - Vamos apressar o passo – disse Harry, ainda tendo aquilo em mente.

            Quando já estavam a metade do caminho da sala de Dumbledore, voltaram a conversar.

            - O que aconteceu na floresta? Você sabe, depois que eu desmaiei... – indagou Harry.

            - Atena, a deusa em pessoa, apareceu. Annabeth é filha dela, sabe? Assim, a mãe foi defender a filha. Parece natural, mas não se engane, a maioria dos deuses não faria isso. O que mais posso dizer? Draco, Crabbe e Goyle ficaram impressionados com a súbita aparição de uma mulher brilhante e saíram correndo. Isso tudo enquanto Atena, irada, fazia a terra tremer e criava explosões em volta dos fugitivos. Confie em mim, você não quer ver Atena brava. De preferência, não veja nenhum deus. Eles são muito temperamentais...

            Annabeth era filha de Atena, isso explicava porque ela era tão inteligente quanto Hermione. Bem, talvez Hermione também fosse filha da deusa da sabedoria. Resolveu refletir sobre isso mais tarde. A conversa poderia ter durado mais, contudo eles haviam chegado em frente ao dragão-escada que levava a sala de Dumbledore. Não precisaram dizer senha nenhuma, apenas se aproximaram e a estátua começou a girar, revelando sua parte escada. Os garotos subiram e encontraram a sala do diretor aberta.

            - Oh! Harry, Percy! – exclamou Dumbledore – Que bom que puderam se juntar a nós!

            Harry olhou a volta. Annabeth, Grover estavam lá. Harry se censurou por não ter previsto que Grover estaria lá, afinal de contas, ele haviam chegado ao colégio junto aos outros dois semideuses.

            - E Grover é filho de quem? – perguntou Harry.

            - Todos pareceram achar a pergunta divertida.

            - Não sou filho de um deus se é o que você quer saber – respondeu Grover -, na verdade, sou um sátiro.

            - Um sátiro... E o que é isso?

            - Perdoem Harry – interrompeu Dumbledore – ele não conhece muito da mitologia grega – e virou-se para o garoto – um sátiro é um servo do deus Dionísio. Mas, chega disso, temos assuntos mais sérios para conversar.

            - Sim, sim – respondeu um homem que Harry ainda não havia notado.

            O homem estava sentado numa cadeira de rodas.

            - Olá, Harry – falou ele – creio que nos conhecemos na floresta hoje cedo. Sou Quíron, o centauro. Eu sei, você deve estar se perguntando... “E cadê suas outras duas patas?”. Está é minha forma humana.

            - Gente – interrompeu Annabeth – o tempo corre, e a cada segundo as forças do mal ficam mais e mais poderosas. Será que dá para seguirmos em frente?  

            - Sim, sim, Annabeth está certa – disse Alvo.

            - As forças do mal? – perguntou Harry – Você quer dizer, Voldemort? O Ministério da Magia deve estar cuidando disso agora mesmo.

            Quando enfim falou essa frase, se tocou de uma coisa.

            - O Ministério! Eles sabem da existência de deuses e semideuses?

            - Sim, Harry – respondeu Dumbledore pacientemente – e mantiveram segredo disso por vários séculos. Eu mesmo só descobri por acaso, enquanto pesquisava a origem dos bruxos.

            - E qual é a origem? – perguntou Harry – Está relacionado com os deuses gregos?

            - Harry... Sinto muito, eu gostaria de responder a todas as suas perguntas agora, mas não temos tempo. Devemos agir rápido. Quíron, mais tarde, irá lhe tirar todas as dúvidas. Por hora, devemos nos preocupar com as forças das trevas.

            - Novamente, Voldemort?

            - Sim e não. Voldemort está envolvido, mas não é o único elemento. Pelo menos, não mais. E se você quer saber, não aconselharia você a confiar plenamente no Ministério, Harry. Voldemort quer você. Ele tem espiões por todo lugar e não me dirá meios para te alcançar.

            Harry não ligou muito, daquilo tudo ele já sabia.

            - Você diz que ele não é o único elemento. Quem mais está envolvido?

            - Bem... Harry, você pode não ter ouvido falar deles – tomou a frente Quíron – mas os deuses também tem inimigos milenares. Os titãs.

            - Tipo, Cronos?

            - Você não poderia ser mais preciso – continuou Quíron – Cronos começou uma guerra no mundo grego, da mesma forma que Voldemort começou uma guerra no mundo bruxo.

            - Certo – falou Harry, ainda sem entender aonde aquilo iria levar.

            - E, no momento, nós temos motivos para supor que... Voldemort se aliou a Cronos. As guerras de dois mundos diferentes acabaram de colidir.

            - O quê? Mas qual seria a vantagem de Voldemort para isso? Alias como ele saberia da existência dos deuses? Vocês disseram que era segredo.

            - E é segredo – falou Dumbledore – Não sabemos de todos os detalhes técnicos. E desconhecemos como o Lorde das Trevas conseguiu a informação da mitologia grega. Mas, tudo nos leva a crer que ele conseguiu. E os benefícios dele são óbvios. Ele agora possui forças nunca antes imaginadas... E está atrás de você, Harry – os olhos azuis de Dumbledore se fixaram nos olhos verdes do garoto.

            - E o quê Cronos ganharia com isso? Ele é um titã. Por que precisa da ajuda de um bruxo para ganhar uma guerra?

            - Também não entendemos isso muito bem ainda – respondeu Quíron.

            Instalou-se um silêncio na sala. Enquanto Harry absorvia todas as informações. Percy e Annabeth também estavam silenciosos ao seu lado.

            - Certo, mas a minha guerra é somente com Voldemort. Onde eu entro nessa história?

            - Bom, no mínimo você tinha o direito de saber a verdade, já que agora terá que lutar contra titãs para se defender – respondeu Dumbledore – Mas não é isso. No Acampamento Meio-Sangue, lugar onde os semi-deuses são treinados, eles possuem um oráculo. Segundo as visões desse oráculo, o mundo está por um triz. Muito, muito próximo de acabar. Segundo ele, apenas sete pessoas podem impedir que isso aconteça. Você poderá ouvir a profecia mais tarde, mas temos certeza de que ela se refere a você como sendo um dos escolhidos.

            Ótimo, pensou Harry, não bastava ser o escolhido em apenas um mundo. Claro que não, eu tinha que ser escolhido em dois mundos.

            - A pergunta que eu tenho a lhe fazer é muito simples, Harry. Você quer participar dessa guerra? – perguntou Dumbledore

            - Se eu não participar, o mundo vai acabar? 

            - Muito provavelmente.

            - E Voldemort vai continuar me perseguindo?

            - Novamente, é muito provável.

            - Bem, não é como se eu tivesse uma escolha...

            Dumbledore sorriu.

            - Não, nós sempre temos escolhas. Você escolheu lutar. São nossas escolhas que nos definem, Harry. E essa sua decisão diz muito sobre você. Agora, é hora de se preparar para luta. Vão. Eu irei vê-los antes de partirem.

            - Espera aí – falou Harry sem compreender – partir? Partir para onde?

            Agora foi a vez de Quíron tomar a dianteira.

            - Como assim para onde? Para o único lugar que é seguro contra titãs. O único lugar onde se pode treinar para lutar contra essas forças. Oras, estamos indo para o Acampamento Meio-Sangue.


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Notas finais do capítulo

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