Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 32
Confronto Divino


Notas iniciais do capítulo

Pronto, outro capitulo! Viva! As coisas estão esquentando... Espero que gostem!



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Quando o momento romântico chegou ao fim, Harry e Gina se sentiram um pouco embaraçados por estarem ali, no Mundo Inferior, abraçados como se não houvesse amanhã - em defesa deles, se dependesse de Voldemort, realmente não haveria.  Hades,  dentre todos, era o que parecia estar mais indiferente ao que se desenrolava ao seu redor.  Limitou-se a entortar sua boca, com uma cara de poucos amigos.

               -Se   vocês dois querem se abraçar - disse o Deus sem delongas - o façam lá em cima. Aqui embaixo, eu não permito demonstrações de nenhum sentimento que não sejam ódio ou sofrimento.

               Harry e Gina se afastaram, ambos corados. Rony soltou uma pequena risadinha, mas Annabeth o parou com um leve tapa em seu ombro. Não o  entenda mal, não é que Rony não fosse um irmão mais velho protetor - ele o era -, mas sabia que, cedo ou tarde, Gina começaria a namorar pessoas e por isso ficava feliz que, pelo menos, fosse com Harry - alguém em quem confiava.

               - Então - continuou Hades - Não é que eu esteja expulsando vocês daqui nem nada, mas... Já reencontraram familiares, já tentaram me convencer a ir ao Conselho e já infernizaram meu dia, então, se fizerem a gentileza - e apontou para a porta.

               - Mas... - tentou Hermione.

               - De novo esse "mas"? O que eu tenho que fazer para tirá-los daqui?!

               - Pai - Nico deu um passo a frente -, por favor, precisamos de você...

               - Precisamos? Desde quando você está tão envolvido nesse assunto, Nico?

               - Eu sou um dos Oito.

               - Você acha que é um dos Oito, nada foi provado até agora - finalizou o Senhor dos Mortos.

               - Eu sei que sou.

               - É a única explicação plausível - emendou Annabeth - já fizemos de tudo para encontrar o oitavo e nada... Nossa única esperança é o Nico.

               - Certo - continuou Hades mal humorado -, então, vamos supor que de fato Nico é um dos Oito. Eu tenho que ajudá-los só por isso?

               - Ele é seu filho! - tentou Thalia.

               - Não me venha com essa, garota! Zeus é seu pai e mesmo assim, ele é quem está liderando a oposição contra esse seu grupinho.

               - Zeus é insensato! - bradou Percy - Ele não sabe o que faz!

               - Nesse aspecto - Hades abriu algo muito próximo de um sorriso - tenho que concordar com vocês. Ele não veria que o mundo está prestes a acabar até que já tivesse acabado.

               - O mundo está prestes a acabar e você não está vendo isso! - gritou Percy, estava ficando um pouco sobressaltado com toda aquela história - Você está sendo tão insensato quando Zeus!

               - Na verdade não. Eu sei que o mundo pode estar perto do fim e que uma grande guerra se aproxima, eu percebo isso. Apenas não dou a mínima.

               - O quê? Como pode ficar aqui sentado, sabendo que a sua participação pode significar a diferença entre a vida e a morte.

               Hades cuspiu no chão.

               - Pro inferno com a vida! Eu sou o Deus da Morte! - ele se acalmou um pouco - Meus queridos irmãos me baniram para cá, esse fundo de poço da humanidade. Deus dos Mortos. Fora do Olimpo. Isolado do Mundo. Eles se tornaram Deuses do mundo superior e o que eu ganhei? Nada! Se foi isso que eles quiseram, eles que tratem de defender seus próprios domínios. O Mundo Inferior é inexpugnável.

               Annabeth deu um passo a frente.

               - Do que está falando? Não vê que quando Cronos destruir o Olimpo, ele marchará aqui para baixo. Ele não descansará enquanto todos os Deuses não estiverem no Tártaro, como ele ficou. E sinto muito lhe dizer isso, você pode ser o Deus dos Mortos, mas ainda é um Deus.

               - Pois que venha! - Hades levantou-se de seu trono - Se pensa que pode me derrotar em meu próprio território, ele vai ter uma grande surpresa. Vocês mesmos viram na travessia do rio, os mortos são capazes de lutar. E o farão, se eu assim ordenar. Agora me digam, quantos mortos vocês acham que tenho aqui? Milhares? Milhões? Ele não terá a menor chance contra nós! E ainda há Cérberus, as Fúrias, e muitas outras criaturas das sombras aqui embaixo...

               A situação não estava nada boa. O tempo corria. Atena não poderia enrolar o Conselho para sempre e estavam perdendo Hades. Precisavam pensar em algo para fazê-lo votar a favor deles no Conselho, e rápido.

               Isso era um problema, visto que o Deus não estava aberto a negociações. Ele claramente se ressentia de seus irmãos, por não ter ganhado um lugar de destaque no Olimpo. Apelar para o lado emocional não faria diferença - como o próprio Hades já dissera, apenas ódio e sofrimento são cultivados no Mundo Inferior. O que poderia convencê-lo?

               - O que você quer em troca? - perguntou Thalia - para nos ajudar?

               Hades olhou para a garota.

               - Agora estamos negociando? Já disse, meu auxílio não está disponível.

               - Tem que haver algo que você queira em troca. Qualquer coisa.

               - E há, mas receio que esteja muito além do seu alcance, menininha.

               Uma veia brotou na testa de Thalia quando Hades a chamou daquilo. Não era uma garotinha.

               - E o que você quer? - perguntou Gina.

               - Um lugar no Olimpo. Um lugar como um Deus de verdade. É isso que quero, você tem o poder para me conceder isso? Eu acho que não.

               - Mas, se você lutar nessa guerra, ao nosso lado, e ganharmos. Zeus perceberá o quão útil você é e terá que lhe conceder isso.

               - Há - ele riu - você claramente não conhece meu irmão mais novo. Ele não faria algo assim. Por tanto, também não farei nada por ele.

               - Covarde... - falou Harry.

               Um silêncio profundo caiu sobre a sala. Todos olharam incrédulos para Harry, o garoto não poderia ter perdido o juízo dessa maneira. Até um completo lunático teria demonstrado mais respeito. Hades encarou com seus olhos negros. Não podia acreditar no que ouvira. Nem sequer se lembrava de quando fora a última vez que o ofenderam. E, agora, aparecia esse garoto em sua frente e o xingava dessa forma?

               - Do que me chamou? - perguntou ele numa voz calma e  contida. Mesmo assim, todos puderam perceber a frieza e a ameaça escondidas naquelas sílabas.

               - Covarde! Chamei-lhe do que de fato é! - respondeu Harry - Como pode ficar aqui, escondido nesse fim de mundo, enquanto sabe que seus familiares morrerão? Sabe o que tem que fazer para ajudar o mundo e prefere ficar aqui! Entocado nesse seu trono! É um covarde!

               Aquilo já passara a muito dos limites, Hades parecia prestes a arrancar a cabeça do bruxo com os próprios dentes e, depois, se certificar que Harry fosse conduzido ao último dos infernos, onde passaria o resto da eternidade.

               - Você perdeu a noção do perigo?

               - Eu tenho uma proposta - falou Harry - Lute comigo. Se eu ganhar, você irá até o Conselho e lá votará a nosso favor...

               - E se você perder...? - disse Hades desconfiado.

               - Eu ficarei aqui, para sempre, no inferno em que você quiser. Pode ter minha alma.

               - Harry, não! - gritaram todos.

               - Não tem outro jeito. - respondeu ele sério - Se Hades não nos ajudar, todos nós estaremos condenados de qualquer jeito, se houver uma única chance de salvar todo o Mundo Bruxo, não importa o preço, eu topo. Se ele me derrotar, então a Profecia terá sido em vão, mas se ele não votar a nosso favor, os bruxos - junto comigo, Rony, Gina e Hermione - serão destruídos e a Profecia também será inútil. De qualquer jeito, perdemos! Essa é a única maneira.

               Percy deu um passo a frente, destampando Contracorrente.

               - Você não sabe como lutar contra um Deus. Eu já lutei contra Ares no passado. Deixe que eu irei no seu lugar.

               Harry impediu-o com a mão.

               - Não, isso é algo que eu preciso fazer. É o meu Mundo que está em perigo, não o seu.

               Percy mordeu  o lábio inferior, não estava gostando nada daquilo. Harry era seu amigo, não tinha conhecimento nenhum sobre o Mundo Grego, e mesmo isso estava propondo enfrentar um Deus. Estava propondo suicídio, basicamente. Não se importava tanto com a Profecia agora, mas não queria permitir que um de seus amigos morresse.

               - Você não entende - Percy tentou novamente - Não sabe no que está se metendo...

               - Eu vou descobrir - disse Harry - Confie em mim. Eu vencerei com certeza, tem muita coisa em jogo, para que  eu perca.

               Percy suspirou.

               - Se você tem que fazer, faça. - disse por fim - Mas não morra, não me de o trabalho de voltar até aqui embaixo para te resgatar...

               Os dois sorriram. Hades assistia a tudo do trono.

               - Do que estão falando? - perguntou o Deus - Eu ainda não aceitei a proposta. Por que eu teria que apostar se, cedo ou tarde, a alma de todos vocês será minha? E, além disso, se eu não ajudá-los a alma de vocês será minha mais cedo do que pensam... Eu não tenho nada a perder...

               Droga, pensou Harry, por que esse Deus tem que ser tão chato? Foi por isso que o colocaram aqui embaixo, tão longe do Olimpo, ninguém o aguentaria lá em cima.

               - O que você quer em troca?

               - Eu  quero algo além da sua alma. Eu quero seus serviços...

               Aquilo pegou a todos desprevenidos.

               - Meus... serviços?

               - Sim. Vocês destruíram meu guia, Caronte. Estão lembrados? E preciso de alguém para substituí-lo, entendam, alguém deve conduzir os mortos até o Mundo Inferior... Todavia, só posso dar esse serviço para alguém que de fato o queira. Então esse é o acordo: se você ganhar, eu o ajudo. Se perder, passará  o resto da eternidade no rio, guiando os mortos. Sem amigos e sem descanso. Apenas você, seu remo, e sua canoa...

               Miserável, pensou Harry,  nós tínhamos mesmo que destruir Caronte?      

               - Ele recus... - tentou Hermione.

               - Eu aceito - disse Harry por fim.

               - Ótimo. A luta começa imediatamente.

               E, ao dizer isso, ergueu-se do seu trono. Caminharam até o centro da sala, onde teriam mais espaço para a luta. Hades materializou, por cima de sua roupa de roqueiro, uma grande armadura - para variar, negra. Também, com um um gesto de mãos, criou uma espada larga e uma lança, segurando uma em cada pulso.

               - E a armadura de Harry? - perguntou Thalia.

               - Ele possui alguma armadura?

               - Bem, não... Mas...

               - Então não há nada que eu possa fazer por ele. Vamos começar a luta.

               E, ao dizer isso, correu. O termo certo seria voou. Num segundo estava do outro lado da sala, no outro, estava ao lado de Harry. O garoto, com reflexos rápidos, somente teve tempo de girar o corpo para o lado. Um segundo a mais e teria sido partido ao meio. Felizmente, saiu dessa apenas com um corte superficial na bochecha.  

               Um pequeno filete de sangue desceu pelo corte. O garoto levou a mão direita até o ferimento.

               - Já vi que isso vai ser fácil - disse o Deus, partindo para o segundo ataque.

               Dessa vez, Harry foi mais rápido e aparatou para o outro lado da sala. Ele podia não ter assistido às aulas de aparatação, como Gina e Rony tinham, mas acreditava que já havia pegado o jeito da coisa, depois de aparatar com eles. Além disso, Gina, secretamente, tinha lhe ensinado o básico sobre isso.

               - Estupefaça! - gritou quando se materializou.

               O feitiço voou em direção a Hades, mas esse o parou com uma mão e, em seguida, o redirecionou para o teto da sala. Quando a magia atingiu o telhado, fez um enorme estrondo.

               - Vai precisar de mais do que essas magiazinhas para me derrotar, garoto.

               E ergueu a sua lança, mas ao invés de atacar, começou a disparar pequenos raios negros da ponta. Os raios mortais foram em direção a Harry.

               - Protego!          

               E a barreira impediu que a magia do Deus o atingisse. Mas o bruxo estava achando muito difícil manter aquela defesa, o ataque de Hades era muito forte.

               - Hm, consegue se defender disso... E que tal isso?! - e aumentou a potência e a quantidade dos raios que saiam da lança.

               Harry começou a usar mais força para se defender, no segundo em que percebeu que a magia não era capaz de protegê-lo daquilo e que iria perder, aparatou para trás de Hades.  Os raios atingiram e demoliram a parede, onde um segundo antes estava o bruxo.

               - Expelliarmus! - gritou Harry.

               A lança de Hades voou para longe. Mas o Deus já tinha se virado e começava a desferir golpes com a espada. Harry desviava deles tão rápido quanto conseguia, mas não poderia fazer isso para sempre, e não tinha nada com o que se defender de ataques físicos.

               - Harry - gritou Percy que, junto a todos, assistia embasbacado à luta - pegue isso!

               E jogou Contracorrente para o bruxo. Ele a agarrou com a mão esquerda e rapidamente a ergueu sobre a cabeça, aparando um golpe da lâmina negra de Hades.

               - Obrigado, Percy!

               Harry não era nem de longe tão habilidoso com uma espada quando Percy era. Ou Thalia. Ou Annabeth. Ou qualquer um. Mas já havia empunhado a espada de Gryffindor e tinha uma noção do que estava fazendo. Começou a aparar os golpes de Hades, até que aparatou novamente.

               - Expelliarmus!

               O Deus parou, novamente, o feitiço com a mão e  jogou-o para outro lado. Harry precisava distraí-lo, para que não visse a magia chegando e não a bloqueasse. O garoto teve uma idéia.

               Começou a aparatar loucamente, uma vez atrás da outra. Não, ele não tinha treinado para isso. Gina havia lhe ensinado o básico, mas nem de longe ela havia lhe ensinado como aparatar tantas vezes, sem intervalo de tempo. Ele estava se arriscando naquela luta. Mas, era ganhar ou ganhar. Tinha que conseguir ou todos estariam condenados.

               Sempre que ele terminava de aparatar, lançava um Expelliarmus em direção a Hades. Esperava que, como o Deus não saberia aonde Harry apareceria, não saberia de onde o feitiço viria e, portanto, não poderia se defender. Uma vez que a magia o acertasse e o Senhor dos Mortos ficasse desarmado, Harry atacaria com a espada que Percy emprestara e ganharia a luta.

               No entanto, parecia que Hades tinha um sexto sentido para as coisas. Estava parado no centro da sala e sempre que Harry desaparatava e lançava uma magia, ele conseguia defender.

               - Isso é tudo que você tem? - perguntou ele, entre um feitiço e outro - Então a Terra está de fato condenada!

               Ao terminar de dizer isso lançou um enorme jato negro da ponta de sua espada.  Harry desaparatou, por engano - como Hades previra - em frente ao jato e este, por sua vez, o acertou em cheio.

               O bruxo voou de encontro a parede. E com um baque surdo a atingiu, caindo de joelhos no chão.

               - E agora - disse Hades, girando sua lâmina - O Grand Finale!

               E, com o mesmo salto que iniciará a luta, pulou sobre Harry, brandindo a espada. A lâmina ia em direção a cabeça de Harry e, em um segundo, a luta estaria terminada. O garoto ergueu a cabeça. Estava sem forças, mas não tinha tempo para pensar sobre isso. Para surpresa de todos, ele aparatou.

               Hades tentou parar seu salto, mas já estava em no ar e isso era impossível.

               - Incarcerous Nerus! - gritou Harry.

               Cordas negras saltaram da varinha do bruxo e atingiram Hades em cheio. O Deus caiu no chão, preso pela magia de Harry. As cordas o apertavam e não o deixavam se soltar.  Harry pegou Contracorrente e agachou-se ao lado do Deus, colocando a espada no pescoço dele.

               - A luta está acabada - disse o garoto - você perdeu.

               Todos os semideuses e bruxos na sala urraram de alegria e correram até o centro para cumprimentar e parabenizar Harry. Hades estava em silêncio, aparentemente com uma raiva contida.

               - Pois bem - disse ele, quando as cordas o soltaram e ele se levantava -, trato é trato... Eu irei até o Conselho e falarei em defesa de vocês... Se é o que vocês querem...

               - Obrigado, senhor - disse Harry com um sorriso.

               - Obrigado, pai - falou Nico.

               - Não me agradeçam - disse ele com seu habitual sorriso torto, já voltando a compostura. Sua armadura sumiu, dando lugar a suas roupas de roqueiro - se dependesse de mim, não ajudaria a ninguém. Mas, graças ao acordo, eu vou. Mas fique esperto, senhor Potter, eu ainda preciso de alguém para ocupar o lugar de Caronte, se algum dia você bobear...

               Aquilo gelou o garoto, mas ele não comentou nada.

               - Agora - continuou Hades - se já acabaram, chô, chô - e gesticulou com as mãos para que fossem embora.

               - Você tem que ir até o Conselho agora - informou Thalia - Ele já está ocorrendo - e talvez já seja tarde, pensou ela.

               Hades suspirou e desapareceu, bem diante da frente dos garotos.

               - E para onde vamos? - perguntou Gina.

               - Para o Olimpo - informou Thalia - temos que ver o que será decidido...

               - Não - interrompeu Percy - Existe uma coisa que quero fazer antes... Algo que preciso descobrir...

               Aquilo que Zeus temeu por milênios está prestes a acontecer... As palavras de Voldemort ainda estavam em sua mente, ele precisava descobrir o que aquilo significava, e até agora não tinha tido a oportunidade . Precisava conversar com Quíron sobre isso. Se alguém sabia do significado de tudo isso, seria o centauro.

               - Vamos para o Acampamento Meio-Sangue primeiro - disse ele determinadamente - Preciso falar com Quíron...


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Notas finais do capítulo

Não é que eu queira que vocês se sintam obrigados a comentar... Não é isso... Mas, se vocês comentarem e repassarem essa fic para quatro amigos de vocês, algo de muito bom vai acontecer em suas vidas (sim, é tipo um e-mail de corrente, não quebre a corrente!)