Worlds Crash escrita por The_Stark


Capítulo 10
A História de um Acidente


Notas iniciais do capítulo

Esse demorou para sair, mas acredito que ele ficou bastante esclarecedor. Deu muito trabalho escrever então leiam e comentem -.-' Ssuahsuahsuhauhsua. Eu sei que não teve muita ação, mas nao posso por uma luta por capítulo e, bem, precisava explicar algumas coisas. Enfim, espero que gostem. :D



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Harry piscou os olhos, para ter certeza de que estava vendo bem. Colocou seus óculos, que havia deixado no criado-mudo, e novamente, a imagem permaneceu a mesma.

            - Hermione...? – perguntou tonto.

            - Sim, Harry – disse ela calmamente – Eu sei que você tem muitas perguntas a me fazer, e eu também tenho muitas perguntas a te fazer. Que tal irmos lá para fora conversar?

            Harry suspirou, realmente precisava dormir e o fuso horário havia confundido sua mente. Mas, se sua amiga havia atravessado o Atlântico apenas para conversar com ele, o garoto deduziu que poderia abrir mão de algumas horas de sono.

            Os dois saíram do chalé de Zeus e seguiram para a floresta. Não que esperassem que alguém os encontrassem, mas era melhor prevenir do que remediar. Sempre havia a possibilidade de um campista com insônia aparecer por aí.

            - Pois bem... – disse Harry quando já estavam suficientemente escondidos entre as árvores – Pode ir falando como você chegou aqui, não, melhor ainda, como você ouviu falar disso tudo?

            - Desculpe, Harry – disse a garota, tirando de sua bolsa uma pequena capa manchada. Harry reconheceu como sendo sua capa da invisibilidade e, de súbito, compreendeu tudo o que se passara, mas esperou a explicação de Mione mesmo assim – Bem, eu estava curiosa. Primeiro aparecem alunos novos que, como já foi discutido por nós, eram estranhos. Então você some na Floresta Negra com esses mesmo alunos. E, assim que acorda, Alvo Dumbledore chama vocês para conversar. Eu precisava saber o que estava acontecendo.

            “Então, quando você saiu, disse a Rony e Gina que ia dormir, mas corri até o dormitório masculino e peguei sua capa. Segui vocês dois até o escritório de Dumbledore e, invisível, ouvi toda a conversa. Não acredito que o Ministério estava escondendo algo como Deuses de nós? E por que você não me contou?

            - Hermione, como você chegou aqui – perguntou Harry preocupado, já imaginando a resposta.

            - Pó de flu - respondeu Hermione inocentemente – usei a própria lareira da sala de Dumbledore, assim que vocês saíram.

            Harry se lembrou do diretor falando que o Ministério vigiava todas as lareiras. Infelizmente, ele havia dito isso já fora da sala, onde Hermione não poderia ouvi-lo. Ela havia usado a lareira sem intenção de prejudicar ninguém, mas o Ministério saberia que a lareira fora usada. Saberia que eles sabiam.

            - Mas, como sabia para onde vir? Digo, você podia ter ido para qualquer lugar do mundo. Por que Long Island?

            - Harry, Harry – disse Hermione em tom de repreensão – Eu não sabia. Apenas notei o sotaque de Percy e Annabeth. Como eram americanos, presumi que deveria ser lá. Usei o pó de flu para ir para os Estados Unidos e se não fosse, bem, eu poderia aparatar para outro local a qualquer hora, desde que estivesse fora de Hogwarts. Fui para Nova York, por ser um dos centros do país, achei que poderia encontrar informações lá.

            “Bem, eu tive que passar horas procurando alguma informação. Sabe, não é exatamente perguntar ‘onde fica o acampamento para crianças semi-deusas mais próximo?’. Eu já estava começando a perder as esperanças e achar que tinha sido uma péssima idéia sair de Hogwarts. Agora a próxima parte irá parecer mentira, mas juro que não é”.

            “Eu sentei numa cafeteria para descansar, mas terminei ouvindo a conversa de um grupo de garotas. Devia haver cinco delas, mas não sou capaz de dizer. Uma punk parecia ser a mais influente do grupo. Como era mesmo que a chamavam? – ela pareceu pensar por um segundo – Thabia? Thamia? Enfim, alguma coisa assim. Eu ouvi elas falando sobre um Acampamento e alguns Deuses... Pegando fragmentos da conversa entendi que uma delas queria voltar para cá, em Long Island, mas a punk recusava. Não sei do que se tratava, mas como não tinha outra idéia.”

            “Vim para Long Island e terminei por encontrar uma árvore com algo dourado em cima, achei estranho, mas andei mais um pouco e encontrei esses chalés. Não era bem o que eu imaginava. Mas olhando pelas janelas, vi você deitado aqui e sabia que tinha achado.”

            Ela terminou seu discurso com tanta simplicidade, como se qualquer ser humano fosse capaz de fazer a mesma coisa. Como sempre, Hermione impressionava Harry. Mas não questionou a garota, na verdade, se sentia aliviado que ela estivesse ali. Já que teria que enfrentar titãs e Voldemort, era melhor que tivesse alguém com a sabedoria de sua amiga ao lado.

            - Estou impressionado – disse uma voz vinda das árvores.

            Hermione ia sacar a varinha e lançar um feitiço, mas Harry a impediu.

            - Se for um campista – sussurrou o garoto – eles não podem saber da existência de magia. Você deve ter entendido como é importante manter tudo em segredo.

            Por fim, quem havia falado saiu de trás das árvores. O quadrúpede Quíron. Harry não sabia de que forma, mas ele havia chegado.

            - Vocês dois, venham comigo. Temos muito o que conversar.

            E levou os dois para uma sala que, mais tarde, Harry saberia ser a sala do centauro.

            Percy e Annabeth já esperavam sentados em volta de uma mesa redonda.

            - Oi – disse Annabeth sorrindo para Harry e depois, quando viu Hermione, seu rosto demonstrou uma grande interrogação – O que ela está fazendo aqui?

            Percy perguntou a mesma coisa com os olhos.

            Harry e Hermione sentaram-se ao lado de Percy e Annabeth. Quíron ficou de pé... deveria ser difícil para quadrúpedes se sentarem. Hermione deu a mesma explicação que havia dado a Harry alguns minutos antes. Percy e Annabeth ouviram atentos, mas Quíron já havia ouvido tudo isso atrás das árvores. Depois, foi a vez de Harry responder as perguntas de Hermione, pois como a garota já sabia da existência dos Deuses, não havia motivo para guardar mais segredos. Percy o auxiliou em suas narrações sobre a Floresta Negra. Hermione ouviu tudo silenciosamente.

            - Isso é fascinante – falou ela, quando todos se calaram – Dois mundos, separados. Poucas pessoas sabem da existência do outro lado, mas guardam segredo mesmo assim... Como os Deuses surgiram? – perguntou a Quíron.

            Annabeth, pronta para esbanjar seu conhecimento, abriu a boca, mas o centauro a cortou.

            - Ah, você já deve ter ouvido a mitologia grega. Havia Gaia que gerou Urano, os dois geraram titãs, que mais tarde geraram deuses. Aquilo tudo é verdade. Mas, eu imagino que você tenha uma pergunta muito mais interessante para mim, não é?

            Hermione sorriu.

            - Como os bruxos surgiram?

            - Agora sim – o quadrúpede sorriu, feliz por finalmente dar aquela explicação para alguém na Terra – Na realidade, eles são um acidente.

            O sorriso de Hermione desapareceu. Ela não gostou de saber que era um “acidente”.

            - Bem, vamos entender uma coisa. Hoje isso ainda ocorre, mas, no passado, os deuses interferiam muito na vida mortal – falou Quíron – Sim, eu sei que eles se metem bastante no mundo humano atualmente, mas antes era absurdo a quantidade de vezes que eles se intrometiam com os mortais. Em qualquer assunto, tinha sempre um deus envolvido no meio.

            “Vocês – virou-se para Percy e Annabeth também, pois a explicação também interessava a eles – podem imaginar que a magia andava solta pelo mundo humano. Não há dúvidas quanto a isso. O poder dos deuses impregnava a Terra. Aconteceu que, alguns humanos receberam uma dose de magia um pouco maior que os outros, entendem?”

            “É claro, isso não era suficiente para tornar alguém bruxo. Mas, como vocês deve saber, magia é uma coisa genética. Afinal de contas, pais bruxos tem filhos bruxos e pais não-bruxos tem filhos não-bruxos. Essas pessoas que absorviam magia demais, a passaram para seus filhos, que por sua vez, também absorviam magias demais. Tentem imaginar isso se repetindo por vários séculos. Quando os deuses perceberam o que estava ocorrendo, já era tarde demais: os bruxos já estavam formados. Humanos que receberam magias divinas.”

            “Eles apareceram de todos os lados do planeta – e virou-se para Hermione – Você provavelmente deve ter estudado que os bruxos simplesmente surgiram de todos os lugares. Com o tempo, aprenderam a controlar a magia em seu interior e passaram a usá-la para resolver seus próprios problemas. Uniram-se, formaram famílias, criaram o Ministério da Magia, escolas foram fundadas, bruxos ficaram famosos. Enfim, a espécie foi consumada.”

            - Isso é fascinante – cortou Hermione, quase não conseguindo conter sua alegria por receber tanto conhecimento de uma vez. Annabeth parecia sentir a mesma coisa.

            Quíron assentiu com a cabeça.

            - Sim, sim. Eu sei. Mas ainda existe o lado ruim da história – e sua voz se tornou sombria – Os deuses, percebendo o que acontecia, criaram polêmica. Alguns queriam eliminar toda a nova raça, afirmando que eles eram poderosos demais. Outros diziam para que lhes dessem uma chance, afinal de contas, vocês não tinham culpa de nada, foram eles quem erraram. Uma coisa é certa, eles tentaram usar menos magia sobre o mundo mortal, para impedir que coisas assim acontecessem novamente.”

            “Resolveram deixar os bruxos vivos, afinal de contas, eles poderiam eliminá-los mais tarde, caso criassem problemas – coisas que vocês nunca fizeram – acrescentou, olhando para Harry e Hermione – De qualquer forma, também decidiram manter tudo em sigilo. A informação dessa nova raça era perigosa demais para cair em mãos erradas. Imagine que titãs já são extremamente poderosos sozinhos, agora imagine o que eles poderiam fazer com uma legião de seguidores mágicos atrás deles? Exatamente, não seria nada bonito. Então, mantiveram segredo de tudo.”

            “E tudo poderia ficar do jeito que estava, se os bruxos não fossem criaturas tão curiosas. Alguns buscando a origem de sua raça terminaram descobrindo a existência dos deuses, eles faziam parte do Ministério da Magia. Foram ao Olimpo e conversaram com os doze deuses maiores. Por fim, também decidiram manter a informação em segredo. Isso porque, assim como os deuses tinham os titãs como inimigos, os bruxos possuíam bruxos das trevas a temer. Se a informação da existência de deuses caísse nas mãos desses bruxos maléficos, também não seria nada bom.”

            “Assim, as duas partes concordaram em manter em segredo, uma a existência da outra. Os dois mundos foram separados, definitivamente. Apenas o mais alto escalão de cada um desses mundos saberia da existência do outro. No nosso caso – virou-se para Annabeth e Percy - seriam os doze deuses maiores e, bem, eu. No caso de vocês – olhou para Hermione e Harry – seria somente os cargos mais elevados dentro do Ministério da Magia, mas alguns outros bruxos – como Dumbledore – terminaram descobrindo tudo ao longo da história. Tudo se mantinha em equilíbrio. O segredo impedia uma aliança entre bruxos e deuses contra outros bruxos e outros deuses. Isso anulava a possibilidade de uma guerra que não destruiria somente essas duas raças, como também todos os humanos normais – ou trouxas, como vocês chamam.”

            - Mas o equilíbrio foi rompido – falou Annabeth.

            - Exatamente. Aquilo que os deuses temeram por anos acabou de acontecer. Um bruxo, chamado Voldemort, descobriu toda a verdade. Ainda não sabemos como ele o fez. E, na realidade isso não importa agora. Temos motivos para acreditar que ele se uniu aos titãs para tomar o Olimpo e o Mundo Mágico.

            Harry conteve a respiração, já sabia dessa aliança, mas só agora se dava conta do qual grave era a situação.

            - Não sei se os deuses já perceberam o que está acontecendo, mas não vão gostar nada disso. Posso lhes garantir isso. O Ministério de vocês – olhou para Harry e Hermione – também não vai ficar nada contente...

            - E então... – Percy indicou para que Quíron continuasse a história.

            - Bem, quando tive uma leve idéia do que estava acontecendo, discuti o assunto com Dumbledore. Nós dois já nos conhecemos há alguns anos, se vocês querem saber. Ele afirmou que se houvesse a mínima chance de que uma aliança tivesse sido formada, devíamos contra-atacar imediatamente. Mas, concordamos em por hora, não levarmos o assunto ao “alto-escalão”, por não sabermos como eles iriam reagir ao assunto. Mas, nas atuais circunstâncias, creio que isso seja inevitável.

            “Mas então, você, Percy – e virou-se para o garoto -, subiu até o porão e recebeu a profecia do oráculo. Ela não poderia ser mais clara. Os versos “dois mundos colidem” e “esconder a verdade” foram bem sugestivos, sabe? Percebi do que se tratava, como a participação de vocês dois – apontou para Percy e Annabeth – era óbvia, tanto quanto a do “cicatriz em raio” ali, mandei vocês irem buscá-lo em Hogwarts, no começo do ano letivo. O mais importante agora é reunir os oito escolhidos pela profecia, embora nem eu, nem Dumbledore tenhamos idéia de quem sejam...”

            - E agora? – perguntou Hermione – O que eu faço?

            - Bom, você já descobriu toda a verdade de qualquer jeito. Não vejo sentido em mandá-la para Hogwarts agora. É melhor que você – e sua inteligência – entendam o máximo possível sobre o mundo grego agora e prepare-se para a Guerra aqui. Annabeth poderia lhe ajudar. Mas, não posso te impedir de voltar, caso seja sua vontade. O que você quer fazer?

            Hermione pensou por um minuto.

            - Eu ficarei. Mesmo que eu não esteja na profecia...

            - Ainda não temos certeza disso – cortou Harry, ainda agarrando-se a possibilidade da amiga ser a dita “sábia”.

            - Mesmo que eu não esteja na profecia – repetiu Hermione, ela parecia aceitar essa hipótese com mais facilidade que ele – eu ainda gostaria de ajudar de toda as formas possíveis. Se é uma guerra, imagino que não vão lutar com apenas oito soldados certo?

            Quíron assentiu.

            - Os oito, provavelmente, só terão a participação mais significativa, mas toda ajuda que conseguirmos é bem-vinda – e lançou um sorriso a Hermione.     

            - Então eu ficarei aqui com vocês – ela disse por fim – mas, se vamos precisar de mais combatentes, não seria melhor informar o mundo bruxo sobre isso? Nossos amigos e todo o resto também vão querer ajudar e, provavelmente, Voldemort já levou seus comensais com ele, para o lado grego da história.

            - Não podemos ter certeza que ele revelou a verdade aos comensais. Ele pode ter dito apenas que conseguiu uma nova arma poderosíssima, quem sabe? Mas eu e Dumbledore já pensamos nessa hipótese que você sugeriu, Srta. Granger. Tenha certeza que conversaremos com o Ministério e os deuses. Já que o segredo já foi quebrado, não há motivo para continuarmos mantendo-o secreto.

            - Certo – Percy entrou na conversa –, e como descobriremos os Oito?

            - Ainda não sei isso também – Quíron parecia desconfortado. Quase sempre ele tinha todas as respostas, e agora tinha tão poucas – Estou refletindo sobre o assunto.

            - E o que fazemos? – perguntou Harry.

            - Por hora, participam das atividades do Acampamento normalmente. Enquanto eu e Dumbledore refletimos sobre o que fazer, vocês se preparam para a luta. – seu rosto ficou sério – Vocês se preparam para a Guerra.


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Notas finais do capítulo

E aí? O que acharam disso tudo? O capítulo vale ao menos um contariozinho né? Uma recomendação? Alguma coisa?