Entre Memórias e o Esquecimento escrita por Nyne


Capítulo 23
23 Memórias alheias


Notas iniciais do capítulo

Muitas emoções no capítulo a seguir, espero que gostem.
Está longo, mas vai valer a pena, podem confiar.
bjos e boa leitura :)



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Manuela resume a triste história de Mayumi com Hugo, porém não deixa escapar detalhes. Vagner ouve tudo atentamente.

 - Nossa que trouxa esse cara. – diz ele.

 - Trouxa é pouco. O Hugo foi um animal com a May. Desde o começo ele era estranho, mas a May estava cega e não conseguiu ver isso.

 - Ta, mas não foi só isso, teve algo a mais. O que foi?

 - Olha como eu disse que ia te contar, vou te contar, mas porque você é meu amigo e confio em você. Mas isso é algo muito pessoal da May e pelo visto até o momento ela não lembrou.

 - Não enrola cabeça de fogo, desembucha! Já disse que ela nunca vai saber que falei com você sobre isso.

 - Tudo bem então. A May era virgem quando começou a namorar o Hugo. Nisso você presume que ele foi o primeiro e até então o único cara dela certo?

 - Ta, mas e daí? Ainda não to entendendo nada.

 - Digamos que a May não teve uma noite lá muito boa com o Hugo entendeu?

 - Seja mais clara.

 - Direi com as minhas palavras, sei que você vai entender. O Hugo foi um cavalo com a May. Machucou ela tanto no corpo como na mente entendeu? Ele não deu à mínima pra ela, só pensou nele. A coisa foi tão ruim que acho que a May só transou com ele umas três vezes no máximo, isso em quase um ano juntos.

 - Ela que te falou isso tudo?

 - Foi. Ela andava triste e conversamos. No dia do show de vocês mesmo, o que descobri que o André conhecia você sabe?

 - Sei o que tem?

 - Nesse dia o Hugo praticamente estuprou a May. Ela não estava a fim, mas ele a pegou que meio a força entendeu?

 - Que cara sem noção! Ter que pegar mulher a força é foda!

 - Por isso eu odeio tanto esse cara. Graças a Deus nunca mais o vi, porque te juro que não sei do que seria capaz de fazer com ele.

 - Não é pra menos. Esse cara é um trouxa!

 - Por isso não quis lembrar nada disso pra Mayumi. Ela está tão bem agora, feliz por estar lembrando de coisas boas que passou com a gente, com a família, feliz por estar com você. Não acho justo ela lembrar de um cara que só ferrou com ela.

 - Eu entendo o seu lado e faria o mesmo. Mas ela deve estar lembrando de alguma coisa ligada a esse mané Manu, certeza.

 - Pelo o que você me falou também acho. Sinceramente preferia que ela não lembrasse, mas quando ela veio falar comigo, eu disse que caso ela se lembrasse de alguma coisa, aí sim eu diria o que ela quisesse.

 - Entendi. Só não sei o que eu faço agora.

 - Continua fazendo o que você está fazendo. Seja você. A May gosta de você assim.

 - Eu não quero fazer alguma coisa que faça ela se lembrar desse cara entendeu?

 - Já falei Guinho, seja você mesmo. Você e o Hugo não têm nem o branco dos olhos parecido, vai por mim e fica de boa.

 - Ta certo, valeu por ter me falado cabeça de fogo. E fica tranqüila, nunca vou falar disso com a japinha.

 - Eu sei, confio em você. Mas trate a minha amiga bem viu? Ela não merece sofrer mais do que já sofreu.

 - Não esquenta cabeça de fogo, sua amiga está em boas mãos. – diz Vagner se despedindo de Manuela e saindo em seguida.

Ele entra no carro e vai para um lugar mais calmo. Fica lá por um tempo, pensando em Mayumi e na conversa que teve com Manuela.

Ele estava curtindo ficar com Mayumi, mas não sabia se queria ter um compromisso mais sério, ainda mais com aquilo tudo rolando. Ele sabia que era diferente do tal Hugo, mas temia que para Mayumi ele fosse igual e só buscaria um relacionamento mais sério por sexo.

Porém também ficava imaginando o contrario. Mayumi poderia pensar que ele só queria se divertir com ela e por isso ainda não havia a pedido em namoro.

Ele fica por um bom tempo com o carro parado, apenas pensando. Algumas horas depois ele decide voltar pra casa. Mais tarde verá Mayumi e vai ver o que realmente ele quer com ela.

No fim da tarde ele liga para ela e a chama para sair.

 - Oi japinha. Desculpa te ligar só agora, mas quando cheguei em casa capotei!

 - Tudo bem, o que importa é que você ligou.

 - Quer fazer alguma coisa hoje?

 - Eu queria, mas aí você decide.

 - Certo, vou me arrumar aqui e daqui a pouco passo na sua casa pra te pegar. Beijo. – diz desligando o telefone.

Mayumi se arruma rapidamente pra não deixar Vagner esperando. Ela se olha no espelho e gosta do que vê, mas apesar disso fica receosa com a impressão que vai causar. Cerca de meia hora depois Vagner chega e Mayumi vai atender a porta e já sai em seguida. Ela pode ouvir um assobio vindo dele, que a beija em seguida.

 - Ta uma gata hein!

 - Que bom que gostou. E aí, aonde vamos?

 - Pensei em comer alguma coisa, o que você acha?

 - Ótima idéia.

Eles vão a um shopping recém inaugurado e comem por lá. Em seguida saem e ficam namorando do lado de fora.

Vagner está abraçado a Mayumi e fica encarando sua boca, o que a deixa sem graça.

 - Não faz isso, fico com vergonha.

 - Vergonha de mim? Por quê?

 - Sei lá, acho que porque não estou acostumada a ser tratada assim.

 - Assim como?

 - Me sinto tão bem com você. Sinto que posso ser eu mesma, sem ter que ficar preocupada em lembrar de como eu era e se estou agindo diferente.

 - Que bom. – diz encarando novamente a boca da jovem.

 - Vagner, não faz isso, fico com vergonha, já disse.

 - Desculpa, mas acho a sua boca linda. – diz beijando Mayumi.

 - Eu sou muito tímida Vagner, desculpa.

 - Sem problema japinha, eu também sou.

 - Tímido você? Até parece!

 - É sério. A única diferença é que eu enfrento e você ainda não.

 - Calma, prometo que vou tentar mudar isso ta?

 - Fica de boa japinha, com o tempo você vai se soltando.

 - Com o tempo. Você vai agüentar esperar?

 - Ta aí uma coisa que eu sou, paciente. – diz a beijando novamente.

Enquanto a beija, Vagner vê que Mayumi é muito especial. Ele também gosta da companhia dela. Apesar do jeito menininha ela tem uma boa cabeça.

Depois de um tempo ele deixa Mayumi em casa e combinam de ser ver depois. Mayumi não o tira da cabeça, porém sente que tem algo estranho com ela. Ela desvia esses pensamentos e vai dormir.

Durante a noite tem mais um pesadelo, mas dessa vez ele parece mais real que o anterior. Mayumi pode ouvir com clareza uma voz de homem em sua mente.

 “É você era virgem mesmo.”

“Desculpa Mayumi, mas eu nunca tinha transado com uma virgem, não sabia que tinha esse monte de frescura!”

“Não faz drama também, foi só mais um namoro.”

Ela se vira diversas vezes na cama, mas as vozes não somem. Ela levanta assustada, respirando rapidamente, parece até que viu uma assombração.

 - Calma Mayumi, pensa, pensa, você está quase lembrando. – diz pra si mesma com as mãos na cabeça. – Quem foi que te falou essas coisas, quem?

Mayumi se levanta e acende a luz do quarto. Seus pais já estão dormindo, passa da meia noite. Ela vai até o guarda – roupa e pega uma caixa com álbuns de fotos. Talvez lá encontre alguma pista.

Ela revira e não encontra nada, a não ser fotos com a família e seus amigos, cujo ela já havia se lembrado de todos.

Resolve então buscar algo no computador. Talvez lá tivesse mais sorte.

Depois de muito procurar, encontra uma foto com um rapaz, cujo ela ainda não havia visto desde que saiu do hospital. Na foto eles estão abraçados e ela sorridente. Ele, porém não esboça nenhuma reação.

 - Quem é você? – diz olhando pra foto, sentada em frente ao computador.

Ainda olhando para a foto, lembra dos pesadelos e das sensações que teve a alguns dias no cinema com Vagner. Pouco tempo depois ela levanta subitamente e olhando para o nada diz apenas uma palavra:

 - Hugo!


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Notas finais do capítulo

Como será daqui pra frente agora que Mayumi se lembrou de Hugo?
Muitas emoções e surpresas esperam por vocês no capítulo seguinte e eu também :)
Bjos e até lá!



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