Bem, eu nunca tentei fazer isso.

Eu pensava enquanto pegava um caderno em minha escrivaninha. Nele havia uma canção que eu havia feito, por cinco minutos acreditei que ele estivesse vivo. Que podia estar me ouvindo nesse momento.

Como sou tola, amo alguém que não existe mais. Alguém que me fez sofrer, que me manteve presa.

Esses pensamentos fazem meu coração apertar, mesmo tentando colocá-lo como uma figura de vilão, eu não consigo odiá-lo. Eu não consigo esquecê-lo.

Andei pela sala e observei o teclado que havia comprado. Já eram 03h00min da matina, eu havia acordado com essa idéia. Eu sei... Em algum lugar... Você me ouve... Meu quase amante. Meu espada. Ulquiorra...

Almost Lover

Your fingertips across my skin,
the palm trees swaying in the wind,
images
you sang me spanish lullabies,
the sweetest sadness in your eyes
clever trick.

Well, I'd never want to see you unhappy
I thought you'd want the same for me


Goodbye my almost lover
goodbye my hopeless dream
I'm trying not to think about you
can't you just let me be?
So long my luckless romance
my back is turned on you
should have known you'd bring me heartache
almost lovers always do

Tradução:

Suas digitais em toda a minha pele,
as palmeiras balançando ao vento,
imagens
você cantou canções de ninar em espanhol,
a mais doce tristeza em seus olhos
truque inteligente.

Bem, eu nunca quero ver você triste
Pensei que você iria querer o mesmo por mim

Adeus meu quase amante
adeus meu sonho sem esperança
Estou tentando não pensar em você
você não pode apenas me deixar?
Até logo, meu romance azarado
Virei minhas costas para você
deveria ter sabido que você me trazer dor de cabeça
quase sempre fazem os amantes

Enquanto cantava, lágrimas desciam em meu rosto, me fazendo parar. Coloque minhas mãos em minha face, tentando conter as lágrimas que continuavam descendo. Eu me Lembrava dele, daquele olhar, sua mão esticada.

Segurei a pulseira que ainda estava em meu pulso durante quatro anos.

Então olhei para cima, com pensamentos imersos. Já faz quatro anos. Acabei adormecendo.

*****

Olhei tentando entender o lugar, então percebi que tinha adormecido em minha sala.

- Mesmo que eu tentasse... Eu não consigo te esquecer. – eu disse olhando para a pulseira em meu pulso.

Caminhei até a banheira, me despi, e entrei na água quente.

Por quê? Por que você me atormenta tanto? Por que eu não pude perceber isso antes?

O Arrependimento me torturava... Se eu tivesse prestado mais atenção... Eu teria percebido antes que o amava...

Eu só fui entender que te amava, depois de te perder. Escondi, e ainda escondo de todos, essa dor que me corrói. Sorriu, para não chorar. Riu, para não desabafar. Finjo, para tentar te esquecer, na única esperança que você volte por mim. Mas quem eu quero enganar. Você se foi. Não pode mais voltar.

Sai do banho e me troquei, coloquei um vestidinho simples e sai em direção à loja do Urahara, onde hoje, sábado, era dia de todos se reencontrarem. Depois que me formei no colegial, Kurosaki-kun conseguiu retomar seus poderes. Bem é uma longa história. Na esperança de que Kurosaki-kun fosse meu verdadeiro amor, eu o ajudei a conseguir seus poderes novamente. Nós acabamos nos metendo com uns caras que usavam “fullbring”, no fim, o pai de Ichigo tentou selar os poderes do filho, mas acabou despertando novamente os poderes de shinigami, que agora era mais forte, pois tinha um fullbring também. Bem, o resultado foi que, após retomar seus poderes, ele pode ver Rukia novamente. E eu, bem no começo fiquei com ciúmes, mas... Percebi que meu coração havia ficado há muito tempo em Las Noches.

Ichigo recebeu uma proposta para se tornar capitão do 5º esquadrão, ele não recusou. Não pelo fato de ele querer ser capitão, mas sim pelo fato de que sendo capitão, poderia fica com Kuchiki-san. Eu também recebi uma proposta de me juntar ao Sereitei, mas... Ali não era o meu lugar.

Agora estou trabalhando em uma clínica, que milagrosamente cura muitos pacientes. Bem posso dizer que esses milagres começaram depois que eu fui contratada.

Esses últimos meses, eu estou quase desistindo. Nenhum de meus amigos sabe desses sentimentos. Na verdade, eles acreditam que eu estou bem, e feliz, acho que nem passa na mente deles que Inoue Orihime pode estar apaixonada por alguém morto. Ou melhor... Por um espada morto.

- Cheguei. – eu disse entrando.

- Seja bem vinda Orihime-dono. – disse Tessai pegando meu casaco.

- Obrigada Tessai-san. – eu disse com um sorriso.

- Oi Inoue-san! Como vai? Todos estão tomando chá, venha, venha. – Disse Urahara com seu leque cobrindo metade do rosto.

Nós nos dirigimos para a pequena sala abarrotada de gente. Todos estavam ali. Kurosaki-kun, Kuchiki-san, Abarai-kun, Ishida-kun, Sado-kun, Yuruichi-san, Urahara-san, Jinta-kun e Ururu-chan.

- Olá Inoue, quanto tempo. – disse Kurosaki-kun.

- Sim, sim, muito tempo. – eu disse sorrindo.

Todos me cumprimentaram, nós riamos, contávamos piadas, e falávamos sobre o que havia acontecido nesses últimos meses.

Eu olhei todos, e por um instante, pensei se eles sentiriam minha falta. Por mais que eu seja amada por meus amigos. Eu não mudei de idéia, minhas esperanças haviam acabado. Eu já agüentei mais do que devia. Não posso viver em um mundo onde ele não exista.