Distance Between Us escrita por JessicaC


Capítulo 2
Capítulo 1 - Rotinas


Notas iniciais do capítulo

Oi gente :)
Bom esse capítulo eu quero dedicar a todas as meninas que deixaram review no prólogo! Muito obrigada ^^
Boa leitura, nos falamos lá em baixo.



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POV Narrador

O despertador tocava persistentemente naquela manhã de Primavera. O sol começava a aparecer e já os pássaros seguiam cantando no cimo das árvores. Por sua vez, uma jovem garota permanecia adormecida, entre os lençóis confortáveis da sua cama, e pouco ligava ao barulho irritante, que ecoava pelo quarto, indicando que eram horas de acordar.

Isabella Swan não tinha a menor vontade de levantar, arrumar e ir para a faculdade. Nos últimos dias sentia que a sua vida tinha entrado numa certa rotina e isso estava deixando-a desanimada. O seu interior queria mais, alguma aventura que a despertasse, algo que a fizesse sorrir e principalmente tirá-la da monotonia que se instalara, sem pré-aviso, na sua vida.

Bella, como era chamada pelos amigos mais próximos, vivia pacatamente na agitada cidade de Lisboa. Tinha vários conhecidos mas os amigos verdadeiros podiam-se contar pelos dedos pequenos e delicados da palma da sua mão. Gostava de se divertir mas nem por isso deixava de ser reservada pois não queria ser tachada como uma menina fútil e oferecida, coisa que realmente não era.

Os pais, apesar de se preocuparem com Bella, nunca foram capazes de o demonstrar na altura ideal e isso acabava por afecta-la. No entanto, a mesma sabia que eles a amavam e que tinham grande orgulho nela. Digamos que o contrário também não era de se esperar visto que Bella era uma excelente aluna e nunca tinha dado problemas típicos de adolescentes. Talvez fosse isso que realmente a incomodava. Nunca sentira adrenalina a correr-lhe pelas veias, nunca tivera a ‘oportunidade’ de saber como era cumprir um castigo e nem mesmo chegara perto de viver uma arrebatadora paixão juvenil, daquelas que todos à sua volta falavam. Isso frustrava-a e tirava-lhe toda a energia que deveria ter ao acordar e para gastar ao longo do dia.

Finalmente o despertador parara de tocar. Mesmo não querendo, Isabella sabia que estava na hora de encarar, mais uma vez, a sua ‘triste’ realidade.

POV Bella

- Argh, eu não quero ter que voltar para casa, não agora Jess. – tentava inutilmente convencer a minha amiga a ficar comigo no shopping – A gente pode pegar um cinema, chamar o pessoal quem sabe até jantar por aqui?! – Jessica continuava negando com a cabeça – Por favor amiga, é só hoje. Quem sabe se o Alex não aparece aí – ultima cartada possível, sabia que se ela não cedesse agora que eu falei no nome do seu pseudo-namorado/ficante, não cederia mais.

- Bellinha você não me engana mais com essa do “ é só hoje “. Tem uma semana inteirinha que você me diz isso. – chegou perto de mim, me abraçou e continuou o seu discurso tentando me incentivar – A gente vai para casa agora e amanhã bem cedo se encontra para ir passar o fim de semana a casa da Maria. Vai ser bem divertido!

- Certo, já vi que essa eu perdi. – puxei-a para me despedir e logo em seguida nos separamos para tomar caminhos distintos.

Todos os dias eu prolongava, ao máximo, o tempo fora de casa. Embora ir para a faculdade não fosse o que eu mais queria, ficar em casa falando com os meus pais era muito pior. Eu nem sei bem porque fui contar para eles que andava cansada de fazer sempre as mesmas coisas mas soube logo que tinha sido o pior a fazer. Desde esse fatídico dia eles resolveram que seria bom eu fazer psicanálise. Agora me diz, onde é que isso me iria ajudar? Eu estava bem, não ia entrar em nenhuma depressão nem algo do género, eu só queria mudar algumas coisas na minha vida. Seria difícil de entender? É, eu acho que sim.

Hoje, mais uma vez, tentei escapar de casa sem que os meus pais me vissem e falassem de novo nessa história de ‘acompanhamento’. Tinha conseguido fugir de manhã pois já estava atrasada para a aula, o problema seria a hora de jantar, por isso que eu queria ficar pelo shopping mesmo.

Cheguei em casa já preparada para o que se seguiria e para minha felicidade me deparei com uma enorme surpresa.

- Rosalie não acredito que é você! – corri lançada ao encontro dos braços, já abertos, de minha prima.

- Poxa Bells, que saudade. – nos abraçávamos com intensidade – Não imagina as saudades que eu tinha de você.

- O sentimento é recíproco Rose. Agora me conta o que você está fazendo aqui! – sorri curiosa.

Rosalie Swan tem 21 anos, é linda de morrer e vive em Los Angeles. Apesar de toda a minha família ser natural dos EUA, desde pequena que eu vivo em Portugal com os meus pais. Rose, apesar da distância, sempre foi como a irmã que eu não tive. Somos muito ligadas, falamos a toda a hora por telefone e de vez em quando trocamos emails. Eu nem acreditava que ela estava bem aqui, comigo. Normalmente a nossa família só se juntava em festas comemorativas e mesmo assim nos últimos dois anos tinha sido impossível. De qualquer forma eu não cabia em mim de contente por ter a minha melhor amiga em Portugal.

- Os meus pais planearam essa viagem porque não estávamos juntos há algum tempo. Infelizmente eles tiveram um contratempo no trabalho e não puderam vir, você sabe como é vida de médico. – riu, suspirando em seguida – Aí eu pensei para mim mesma “Será que eu serei capaz de ficar em casa em vez de visitar a minha irmã?”. Daí você já viu, aqui estou eu! – abriu um enorme sorriso enquanto me abraçava novamente.

- Quanto tempo você pretende ficar? Nem acredito que você me veio ver, você nem sabe o quanto isso me vai fazer bem – disse com sinceridade.

- A sua prima irá ficar por 15 dias, você poderá aproveitá-la bastante até porque na sua última semana por cá, você estará de férias. – interrompeu meu pai que permanecia ao lado da minha mãe sem eu nem ter dado por isso.

- É isso mesmo. Agora vamos para a mesa que a Matilde já vai servir o jantar – falou a minha mãe, já nos guiando para o correcto compartimento da casa.

Há muito tempo que não passava um tempo tão agradável em família. Rosalie conhecia bem os tios que tinha mas de alguma maneira conseguia com que eles fossem mais desinibidos quando ela estava por perto. Charlie ficava mais alegre e Reneé muito mais brincalhona. Isso me deixava feliz e me fazia desejar que pudéssemos ser sempre assim, talvez isso já ajudasse a melhorar o meu dia-a-dia.

Perto das 23 horas os meus pais se retiraram para dormir. Eu e Rosalie acabámos por subir até ao meu quarto, onde ela dormiria apenas hoje para matarmos saudades, e ficamos conversando até de madrugada.

Adorava ter minha prima por perto, ela me conseguia entender melhor que ninguém e eu sentia o seu apoio a todo o instante. Falámos de tudo um pouco, embora já soubéssemos de quase tudo o que a outra fazia e até mesmo pensava. Contei-lhe que no dia seguinte iria para casa de uma amiga passar o fim-de-semana, visto que os seus pais não estariam em casa, e convidei Rose para vir junto. Claro que ela aceitou e logo depois resolvemos dormir pois o dia seguinte seria longo.

POV Narrador

Algures em Los Angeles, o tão desejado actor Edward Cullen chegava a casa após horas de gravação para o seu novo filme. Apesar de cansado ele se sentia realizado profissionalmente, aquela era exactamente a profissão que sempre sonhara. Não tinha sido fácil para o jovem conseguir se manter naquela direcção, foram muitos os nãos que ouvira e mesmo assim nunca baixara os braços. Sempre lutara pelo que queria e não seriam as dificuldades que apareciam no seu caminho que o iriam parar.

Há 3 anos atrás Edward tentava, mais uma vez, a sua sorte. Sabia que iria ser complicado passar no casting, visto que várias caras conhecidas haviam-no feito, mas alguma coisa dentro dele o fez seguir em frente. Tudo lhe tinha corrido mal naquela manhã chuvosa de Inverno e ainda assim ele persistira e alcançara o seu objectivo. Saiu de casa pelas 8 horas e pouco tempo depois alguma mulher, que passara correndo, derrubara o café na sua camisa. Ele continuara ‘para cima’ e voltara a casa para se trocar. Chegara as 9 horas ao suposto lugar onde teria que se apresentar e qual não foi o espanto ao perceber que tinha anotado o endereço errado. Mesmo estando em cima do horário, regressou a casa para achar a morada correcta e correu o mais que pode até ao local. Logo nesse dia o carro tinha que estar na revisão, o que não facilitava em nada a sua vida. Cansado, suado e atrasado lá conseguiu fazer a sua audição para um papel secundário num filme que prometia ser um sucesso mundial. Dias depois recebera um telefonema avisando que teria sido escolhido, não para o papel que pensava mas sim para o de protagonista. A sorte parecia ter batido à sua porta e ele não iria desperdiçar a oportunidade de mostrar o que valia.

Desde então Edward Cullen se transformou no actor mais promissor e também o mais acarinhado pelos fãs. Todo o mundo conhecia o jovem prodígio e não havia um único passo seu que não fosse controlado pelos incansáveis paparazzi.

Edward não se queixava, exercia finalmente a profissão que escolhera e tinha conseguido fazer com que o seu talento fosse reconhecido. Achava inoportuno a sua constante vigia por parte dos, sempre curiosos, fotógrafos de plantão e as inúmeras entrevistas alteradas que saiam nas revistas, porém não perdia o seu tempo pensando nisso, simplesmente ignorava.

O seu melhor amigo, Jasper Hale, sempre o apoiara e mesmo depois que virara famoso ele não o abandonara como outros tantos. A pressão em cima de Edward era grande e as pessoas que faziam parte da sua vida acabavam por ser arrastadas para as notícias tanto nacionais como internacionais. Era quase certo de dizer que Jasper, excepto a sua família, teria sido o único a ficar do seu lado e isso ele jamais esqueceria. O amigo era o seu confidente, a pessoa que sabia exactamente quem era Edward e o único que parecia saber o que faltava na vida do mesmo.

POV Edward

- Boa noite menino – cumprimentou Maggie assim que eu entrei em casa.

- Boa noite Maggie, o que faz aqui tão tarde? – falei olhando para o relógio. Eram apenas 19 horas, porém o horário da minha governanta acabava as 17h e apenas Lucy ficava tomando conta do jantar e indo embora por volta das 21h.

- Eu fiquei para conferir que você tomava uma refeição decente – me encarava acusadora – Anda muito magro e se alimentando muito mal. – ralhava autoritária.

Maggie era minha segunda mãe. Tomava conta de mim desde criança e quando me mudei, da casa dos meus pais, veio comigo para “cuidar” de mim, palavras da mamãe. Era a cara de Maggie garantir que eu enfiava tudo o que estava no prato, na boca.

- Minha Mê – desde sempre eu gostava de chamá-la assim – O que seria de mim sem você? – sorri do jeito que ela gostava e me aninhei no seu peito sentindo-me protegido. É, perto dela e da minha mãe eu me sentia um garoto frágil e adorava o conforto que elas me transmitiam.

- Nada Edward, você sabe que nada. – riu animada e me puxou pela cintura até à cozinha.

Claro que eu nem preciso de falar que comi tudo e mais um pouco. Depois do jantar, tanto Maggie como Lucy, a garota que ajudava Maggie com a casa, foram embora. Esses eram sem dúvida um dos piores momentos do meu dia. Eu me sentia sozinho apesar de, aparentemente, ter tudo. Jasper me dizia que isso era o meu subconsciente avisando que eu precisava achar alguém, alguma paixão para me distrair. Não sei até que ponto não seria verdade, o meu problema é que as mulheres apenas se aproximavam por interesse, ora pelo meu dinheiro, ora pela minha aparência que até nem era má. Talvez a minha sina fosse ficar sozinho e se assim fosse, teria que me habituar.

Não demorou muito para que o sono me dominasse, o dia foi atarefado e amanhã, felizmente, eu teria uma folga para desfrutar.

POV Bella

Abri os olhos assim que a claridade chegou ao meu quarto. Não foi sequer preciso esperar o toque do alarme para levantar pois eu sabia que hoje tinha a Rose para me fazer companhia ao longo do dia.

Pulei da cama apressada, embora na verdade tivesse mais do que tempo para arranjar tudo o que precisava levar para casa da Maria, e depressa me aprontei. Rosalie permanecia deitada sem nem se mexer. Precisava fazer algo para tirá-la dali antes que nos atrasasse por isso pensei em algo bem eficaz.

- Acordaaa sua dorminhoca! – gritava ao mesmo tempo que pulava na cama, de volta da loirinha. – Cócórócócóóóó – cacarejava tentando fazer uma imitação barata de um galo.

Rosalie que até agora não tinha reagido, não aguentou ouvir aquele som tão mal reproduzido por mim e depressa explodiu numa forte gargalhada.

- Ahahahahah você é hilária Bellinha! – pegou na almofada que tinha por baixo da cabeça e com rapidez atirou-a na minha direcção e acertou em cheio uma vez que eu estava distraída com a sua risada.

- Mas é guerra que você quer é? Então se prepara porque é guerra que você vai ter! – e sem esperar mais, “devolvi” a almofadada e comecei fazendo-lhe cócegas sem parar.

- Ai para – ria descontroladamente ao mesmo tempo que se contorcia na cama tentando em vão me acertar com os pés – Bells a gente vai chegar atrasada! – falou com o máximo de seriedade possível devido à situação.

- É, você tem razão. Se safou dessa viu? – destapei-a, tirando o lençol que ainda a tapava – Agora vai se arranjar e desce para tomar café – disse já saindo do quarto.

Fui até à cozinha, onde meus pais já estavam tomando o pequeno-almoço, e preparei um lanche rápido para comermos no caminho pois já não dava tempo de sentar.

Pouco depois Rosalie desceu com as malas, é malas mesmo que essa é exagerada, e depois de nos despedirmos dos meus pais seguimos até à casa da minha amiga.

A Maria vivia com os pais numa grande casa junto à praia, era isso que tanto atraia o pessoal para se juntar lá. Sempre aproveitávamos os fim-de-semanas em que ela ficava sozinha para pegar um solzinho ou então fazer uma festa, dependendo do clima.

Em 45 minutos chegamos ao local e logo fomos recebidas por uns amigos que já tinham chegado. Apresentei Rose a todo o mundo e em pouco tempo já estávamos instaladas e aproveitando a aragem quentinha que batia no jardim da casa. Havia gente por todo o lado e percebi que ficaríamos por ali pois já havia quem se deliciasse com a água da piscina.

Eu queria entrar mais na onda das pessoas que ali estavam mas eu já sabia de cor o que seria feito e o que seria dito ao longo do dia, era essa a tal rotina da qual eu havia me cansado. Observei minha prima já se enturmando e aproveitei a sua distracção para subir até ao quarto destinado para nós.

Deitei na cama e fiquei pensando na garota em que me transformara. Aquela certinha que mesmo curtindo o pouco que a vida lhe oferecia, sempre seguia as normas e nunca se libertava para viver a sua própria vida. Alguns deviam me achar estranha, principalmente quando eu me queixava da vida que levava, não compreendiam o que eu sentia pois na sua mente eu tinha a vida perfeita. Não era rica mas não vivia mal, os meus pais nunca deixaram que me faltasse nada e aparentemente não haveria nada de errado. Vendo desse jeito até eu me acho estranha mas no fundo eu sei que ainda está para vir o dia em que algo acontecerá e mudará, finalmente, o rumo da minha vida.

Escutei a porta batendo e logo senti alguém do meu lado. Abri os olhos, que estavam fechados desde que cheguei, e me deparei com ela. Não poderia ser outra pessoa, conheço bem a peça e sabia que não demoraria até vir aqui.

- Rose – não precisei de dizer mais nada.

Deitou do meu lado e após alguns minutos em silêncio, sentou na cama olhou em volta e disse:

- Eu já sei o que a gente vai fazer para te tirar dessa fossa.

Que ideia é essa que ela teve?




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Notas finais do capítulo

Prontinho! Primeiro capítulo postado ;)
E aí gostaram?
Deixem reviews com a vossa opinião!
O próximo capítulo já está quase pronto por isso tudo depende de vocês para que eu o venha postar :b
Beijo enorme para todos,
JessicaC