Cáp. 4 : Pequenos Encaixes.

- Sasuke para de comer!Você está na 16º fatia de pizza. – Reclamou Haji enquanto retirava os braços de Sai que estavam em sua cintura.

-Mar pixa xe tombom.– Falou com a boca cheia de pizza.

- Ai que nojo Uchiha!Termina de comer primeiro e depois fala. – Disse Ino com uma cara de nojo para o amigo.

- Vocês têm sérios problemas, só comem duas fatias e param! – Questionou enquanto limpava a sua boca com o guardanapo.

- Nós não temos o seu metabolismo Sasuke. – Falei irritada.Certas horas penso que Sasuke é menos inteligente do que aparenta.

- Eu sei.Bom eu vou indo, tenho algumas coisas pra fazer. – Falou enquanto retirava-se da mesa. – Quer uma carona, Sakura?

- Você nem tem carro Sasuke. – Enfim Sai pela primeira vez falou dentro da pizzaria.

- Não, mas posso acompanhá-la.Essas ruas estão muito perigosas ultimamente, principalmente aqui perto das docas. – Explicou-se enquanto aguardava-me levantar.

- Então me leva, já estou de partida mesmo. – Convidava-se Ino.Será que ela não percebeu que estaria sobrando?Está bem, viajei agora.

- Ino você mora na esquina daqui. – Sai

- É mesmo né.Então está bem, ficarei mais um pouco.Tchau Sakura e Sasuke. – Deu-se por vencida.Finalmente, pois agora posso saber tudo que eu quiser perguntar.

- Tchau. – Dissemos e enfim saímos em direção à saída.

~

- Aonde vai me levar Sasuke? – Perguntei quando me dei conta que o caminho que pegávamos era totalmente diferente do habitual para chegar a minha casa.

- A um lugar especial pra mim, mas se não quiser ir eu a levo pra casa. – Falou enquanto andávamos, nem um olhar recebi, apenas olhava para frente com as mãos no bolso, enquanto o vento tratava de bagunçar seus cabelos.

- Não!Quer dizer, vamos então a esse lugar. – Ufa!Quase dei mancada de novo, mas sei lá, mas sempre que estou ao seu lado eu perco a noção das coisas.

- Chegamos. – Disse por fim olhando para o horizonte, onde o sol estava se pondo.

Era o Lago Ocean Blue.A paisagem era linda, na calçada fizeram pequenos bancos de cimento e terminando ela, uma areia muito fofa e então o lago.

Sentamos na faixa de areia e ficamos a admirar o por do sol.Muito lindo.Quando finalmente o sol se pôs, ele me encarou sério e então começamos a conversa.

- Você ainda quer saber por que eu comi tanta pizza hoje se eu sou um vampiro? – Sussurrou a mim.Não era a toa a ação dele, havia ainda pessoas nos bancos observando a paisagem, e um assunto desses é para ser conversado em tom baixo.

- Só gostaria de entender, pensava que vampiros não comiam. – Respondi-lhe no mesmo tom.Ele apenas se calou e num profundo respiro ele continuou.

- Os vampiros que são sangues-puros têm seus órgãos “congelados” .É como se eles estivessem ali esperando que eu acorde para finalmente funcionar, por isso eu posso comer. – Foi quando ele sorriu.Pareceu-me mas um sorriso forçado do que um normal que ele dá geralmente.

- Isso te desconforta? – Perguntei séria.

- Não é o assunto que me atinge, é apenas ... Esquece, você nunca entenderia. – Foi então que ele parou de me olhar nos olhos e começou a olhar para a linha azul do horizonte.

- Tudo bem então. – Acho que ele percebeu que dessa vez quando o respondi havia um tom de tristeza, pois quando terminei de falar, ele desviou os olhos e me encarou novamente.

- O que mais quer saber?

- Posso mesmo perguntar? – Perguntei com um sorriso bobo no rosto, acho que ele sabe o que eu iria perguntar.

- Vai me comparar de novo com aquele livro idiota? – Perguntou cansado.

- Vou sim!É o único meio de ter minhas dúvidas. – Percebi que ele riu por eu ter falado isso, mas continuei. – O que acontece com você num dia ensolarado?

- Nada.

- Como nada Sasuke?Você não brilha, morre evapora, fica verde e etc? – Espantei-me.

- Não boba.Não acontece nada, nem ficar verde. – Falou rindo.

- Hm, ok.

- Sabe por que eu lhe trouxe aqui? – Voltou olhar para frente, mas dessa vez o que viu foi uma lua minguante ao invés da grande bola de fogo.

- Você disse que era um lugar especial para você. – Respondi ainda encarando-o mesmo ele ainda estar olhando para frente.

- Mas você sabe o porquê está realmente aqui? -  Disse enquanto se levantava.Eu ainda permaneci sentada, mas precisava erguer meu rosto para ainda olhá-lo.

- Não, qual seria o motivo? – Apenas me levantei e fiquei quieta esperando a resposta.Ele continuou calado e imóvel.

- Quando era pequeno, eu e minha família tínhamos o costume de vir aqui e fazer um piquenique.Coisa simples pra uns, mas importante pra mim.Eu me sentia mais humano quando me reunia com meus pais e meu irmão.Mas um dia acabou que eles morreram e meu irmão “cuida” de mim até então. – Confessou-me enquanto começou a dar meia volta e sair da faixa de área até a calçada.

- Então quando você está perto de pessoas você se acha mais humano? – Perguntei-o enquanto tentava alcançá-lo.

- Sim, isso mesmo. – Parou na calçada esperando que eu me aproximasse da onde ele estava.

- Você não gosta de ser um vampiro não? – Tive que perguntar.Estava óbvio demais que ele odiava isso.

- Ser um sangue-puro nem sempre é bom.Nunca tive escolha de ser um ou não.Acho essa raça desprezível demais. – Enquanto andávamos pelas ruas, percebi que seus olhos estavam se avermelhando.Não era um bom sinal, mas ele já havia me confessado que nunca teve escolha de ser um vampiro.Imagino como deve ser uma vida totalmente diferente daquilo que você deseja.

- Bom, chegamos né? – Falei enquanto me escorava na grade do meu prédio.Ele apenas ficou parado a minha frente, agora percebi que seus olhos lentamente voltavam ao normal. – Espero um dia terminar essa conversa, tudo bem pra você?

- Está bem, se não fosse a curiosidade, gatos não existiam. – Comentou enquanto ria junto comigo. – Vou indo, amanhã é segunda e temos aula.

- É verdade, nem me toquei disso. – Acho que ele percebeu que eu queria alongar aquele tchau, pois ele não se movia parar ir embora.

- Fim de semana que vem você terá um tempo livre? – Perguntou-me enquanto acomodava suas mãos em seus bolsos.

- Não sei.Combinei com minha prima em ir num jogo de Basquete que vai ter agora, mas ela está tão tumultuada com a faculdade que não sei ao certo se esse programa vai acontecer.Qualquer coisa eu lhe aviso, está bem? – Olhei-o sorrindo.Ele também sorria para mim, e dessa vez não era forçado.

- Tomara que vá a esse jogo, se for, encontrarei com você lá. – Então ele se aproximou e me deu um beijo na bochecha, numa forma de despedida.Seus lábios eram um poucos frios, causando-me arrepios curtos. – Tchau.

- Tchau, até amanhã então. – Falei acenando para ele.Ele retribuiu a ação e o perdi de vista.

Entrei no meu apartamento e percebi que Karin não estava lá, mas havia um bilhete dela.

[b]Sakura,

Oh praga, já que voltava tarde deixei seu jantar pronto.

Não se acostume!Brincadeira.

Estou numa despedida de solteiro de um amigo meu que está se casando amanhã.

Sinto pena da noiva que vai ser corna antes de casar, mas isso não vem ao caso.

Deixa a porta destrancada, pois eu devo chegar bêbada e eu devo perder a noção de “como enfiar uma chave na fechadura”.

Beijos e não me traga um pentelho em casa! – Isso mesmo, um filho!! –

Karin. [/b]

Nossa esse pessoal pensa tão mal de mim que chego ficar com medo de mim mesma.

Terminei de jantar me veio um sono tão gostoso que acabei dormindo no sofá da sala.Sonhos muito estranhos estavam passando em minha mente, e todos ele envolvia Sasuke e eu.

Fim~