Um Novo Amigo escrita por ro_dollores


Capítulo 2
Capítulo 2




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Naquela noite, totalmente descansada, repetia para si mesma que sua decisão precisava continuar, se sentiu orgulhosa por se manter tão firme.

Estava dando certo até ser escalada para, junto a ele, analisar a cena de um crime ocorrido há poucas horas.

A caminho do local designado Grissom notou aquele silêncio de novo e a ausência de seu olhar procurando o dele.

Qual o problema com ela ?”

Ensaiou uma dezena de vezes uma conversa, mas sempre perdia a coragem.

Quando ela o chamou para sair resolveu que o melhor seria não deixar acontecer, estava bem e não queria se arriscar em um romance que tendia a ser um fracasso.

Ele era seu supervisor, mais velho e sua vida estava perfeitamente em ordem, pelo menos ele achava.

Tinha seu trabalho, vivia para ele, gostava da solidão, de suas leituras, seus filmes antigos de ficção e, alem do mais, não estava preparado para o que ela estava lhe oferecendo.

Tinha medo e, definitivamente não sabia lidar com aquela situação. Ela era uma excelente CSI.

Um caso entre eles não acabaria bem. Nem para ele e muito menos para ela.

Até aí tudo muito bem, mas existia um porém !

Ela o desconcertava, admitia, e aquelo cheiro gostoso que sentia cada vez que ela passava por ele ! Aquilo o desmontava de uma maneira que o fazia sair do ar, literalmente, mas tinha o bom senso de nunca fazê – la perceber.

Ele era um homem difícil de se lidar, com certeza a magoaria … mais cedo ou mais tarde.

Estavam na cozinha que, por algum motivo estranho estava escorregadia como se o chão estivesse coberto de sabão.

Ela fotografando os respingos de sangue sobre a parede da pia, que se não fosse por isso, estava extremamente limpa, e ele coletando o que parecia um pó muito fino sobre a mesa de vidro.

Quando ela foi mudar o passo, escorregou e se não fosse por ele teria se estatelado no chão.

Como estava logo atrás, a segurou em seus braços, puxando- a contra seu corpo, seu lábios quase se tocando, o hálito gostoso dele invadindo suas narinas, estavam tão grudados que não havia passagem de ar entre eles.

Ele olhou para sua boca, aquele perfume o confundia, suas mãos adquiriram vontade própria e deslizaram nas costas dela, devagar, parando em sua cintura, ele a apertou contra seu quadril e nesse momento seu corpo reagiu com uma força poderosa e assustadora, então ele aproximou sua boca lentamente. Achou que seu coração fosse parar de bater. De repente, ouviram um barulho ensurdecedor de um telefone na parede logo acima de suas cabeças. Eles se assustaram e se separaram imediatamente. Ela saiu rapidamente, mas com cuidado, para fora da casa, e foi parar em um enorme jardim. Precisava respirar e se recuperar.

Piscou várias vezes em desespero, não acreditando no que tinha acontecido. Ouviu a porta se abrir atrás dela e se virou rapidamente.

_Sara !

Ele parecia tão assustado quanto ela, estava sem jeito e desesperado, não sabia o que dizer, aquilo tinha sido muito estranho. Sentiu vergonha e queria voltar o tempo e sumir dali antes de deixar que aquilo acontecesse.

_Desculpe …. eu não sei … o que dizer. - Aquilo foi quase um murmúrio para si mesmo, não sentia orgulho de ser fraco o suficiente e ter se deixado ficar tão excitado !

Eles ficaram se encarando, o susto tinha dado lugar a uma enorme tristeza, naquele momento percebeu que ele a desejava, e que , agora sim que ele se afastaria ainda mais.

Ele jamais aceitaria o fato, era inadmissível. Era correto demais para se deixar levar. Engoliu em seco e voltou para dentro, passando por ele de cabeça baixa.

Assim que terminaram, já dentro do carro ela achou justo não deixá -lo constrangido.

_Grissom … saiba que …. nada mudou …. vou fazer de conta que isso não aconteceu, não se sinta responsável, eu …. estou tão desconfortável quanto você, se isso te conforta !

_Isso não devia ter acontecido, me perdoe Sara.

Sentiu uma pontada bem no coração, quase gemeu de dor, mas engoliu a tristeza.

E assim a volta se tornou carregada de tensão.

….......

Em seu apartamento tentava não pensar, mas foi difícil.

O que tinha acontecido minou suas defesas, então ela teve uma vontade imensa de chorar, depois se acalmou e resolveu ligar para Armand, confirmando o encontro.

Assim que a viu, esperando por ele em sua porta, ele abriu um sorriso enorme.

Ela notou o quanto estava bonito, usava calças jeans clara, uma camisa branca com listras escuras e um blazer chumbo, tinha bom gosto

_Olá Sara , tudo bem ?

_Oi Armand.

Ela sentiu um perfume gostoso vindo dele, seus cabelos estavam molhados.

_Vamos ?

Pessoas iam e viam, com seus pensamentos e seus pesados casacos, o frio era cortante. De repente ele tocou seu braço quando atravessaram a rua.

Ele parecia gentil e educado.

Entraram e o lugar estava bem movimentado, escolheram uma mesa no canto, ela o viu observando o ambiente, vários espelhos, a cor aconchegante, muito clara, tudo muito limpo.

_Este lugar é mesmo muito simpático!

_Gosto muito de vir aqui, me sinto bem, o café é minha melhor refeição !

Eles conversaram por mais de uma hora.

Ela descobriu que ele também tinha horários malucos e gostava do que fazia, falou sobre o cachorro adorável de três anos da raça beagle chamado Doug, que visitava sempre que quisesse.

Aquilo soou engraçado para Sara, como se estivessem falando sobre uma criança. Ele parecia apaixonado pelo cão.

Ela gostou dele, de verdade, até que … ele levantou uma sobrancelha e colocou seus óculos para ler o cardápio ... congelou !

Aquele gesto o fez parecer com … Grissom ! Teve vontade de sumir....

Ela estava de cabeça baixa e ele notou.

_Sara ? O que aconteceu, falei alguma coisa errada ?

_Não ! Está tudo bem.

Ele quis saber sobre ela, que descreveu superficialmente a sua vida.

Ela parecia ainda mais triste naquele dia

Depois cada um seguiu seu caminho, ela de volta para casa, ele para seu trabalho interessante.

Do outro lado da cidade, um certo homem deitado em seu sofá com um cachorro no tapete, olhava para o teto, não conseguindo parar de pensar naquela cena, esmurrou a almofada praguejando. O sonhou com ela ... quase descobriu o gosto de que ela tinha, não fosse por aquele maldito barulho do telefone.


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