O Signo da Fênix escrita por TaisePeixoto


Capítulo 8
Capítulo 8 - Detenção


Notas iniciais do capítulo

Como eu disse esse era pra ter vindo junto com o outro mas se aquele já ficou enorme esse ficou maior ainda!
Bom esse capítulo foi incluído depois do review que eu recebi da Loolis onde ela me atentou pro fato que o Harry tava sendo perseguido pelos Comensais e mesmo assim tinha voltado pra Hogwarts, e ninguém fez nada com ele. Tipo como assim? Aí eu vi que estava pensando nas coisas e esquecendo de escrever, então aí está uma explicação básica sobre o porquê os Comensais não cairam matando (literalmente) ainda.
Como voc~es perceberão e eles também, voltar pra Hogwarts foi um erro terrível. E vocês verão isso no final.
Conclusão: Viram como os reviews de vocês ajudam? Então comentem!



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/148738/chapter/8

"As desventuras que mais atingem / os homens são aquelas que são escolhidas por eles."

Sófocles

***

Hermione acordou com o sol batendo nos olhos, mesmo antes de olhar no relógio já sabia que havia dormido demais. Também pudera fora dormir quando já estava quase amanhecendo. Aquele havia sido um longo primeiro dia de aula.

Arrumou-se sem pressa e foi até a cozinha comer alguma coisa, já que havia perdido o café da manhã e provavelmente ia perder o primeiro período de aula. Havia certos privilégios em ser monitora, aquele era um deles. Os elfos a serviram embora não ficassem muito felizes em fazer isso. Eles ainda se lembravam bem da época que ela era ativista do F.A.L.E. e sempre que passavam por ela se esgueiravam como se a qualquer momento ela fosse lhes jogar uma trouxa de roupas novas. Ela não os culpava, a sociedade bruxa os havia feito assim.

Resignada Hermione se esgueirou pela porta da sala de História da Magia. Não que o Prof. Binns fosse notar que ela estava um período atrasada. Ninguém na sala sequer olhou enquanto a garota procurava um lugar, a aula era a mesma desde sete anos atrás, o professor sem tirar os olhos do livro que lia em voz monótona e os alunos dormindo em cima dos livros abertos. Apenas Harry e Rony pareciam tê-la notado, provavelmente estavam preocupados já que ela nunca se atrasava.

- O que deu em você? – Rony cochichou enquanto a garota se sentava entre os dois amigos.

- Não dormi direito essa noite. Vocês também não deveriam ter dormido, considerando a insanidade do que vamos fazer.

- Dá pra parar de falar nisso? Estamos no meio de uma sala de aula cheia. – Harry sussurrou.

- Como se alguém ainda estivesse prestando atenção em alguma coisa. – Rony resmungou.

A aula passou como em qualquer outro ano, só Hermione se deu ao trabalho de anotar alguma coisa. Os três seguiram apressados pelo corredor até as masmorras. Mas os dois garotos pararam no meio do caminho.

- Já ia esquecendo nós temos que fixar os cartazes no quadro do salão comunal.

- Cartazes de quê? Ah por favor, não me digam... – Hermione começou.

- Quadribol é claro! – Rony comentou como se fosse a coisa mais óbvia do mundo.

- O mundo bruxo está um caos, nós estamos cercados de Comensais e prestes a sermos mortos e vocês só conseguem pensar em Quadribol?

- Bom, já que vamos ficar por aqui por um tempo temos que agir o mais normalmente possível pra não levantar suspeitas. E eu ainda sou o capitão do time, tenho que organizar as coisas. E você sabe que essa semana é ideal para fazer isso já que estão todos perdidos e olhando os murais.

- Ok Harry você continua fingindo que está fazendo isso pelo bem de todos e eu continuo fingindo que acredito. Só não se atrase, duvido que você vai continuar sendo o favorito do Slughorn sem o seu livro trapaceiro.

A garota se afastou apressada em direção as escadas enquanto procurava o horário dentro da mochila. Quando achou a disciplina de poções seu coração perdeu um compasso. Dois períodos nas masmorras com a Sonserina. “Minha definição de dia perfeito”, pensou. Enquanto olhava o horário acabou esbarrando em alguém que também tentava alcançar as escadas. A garota murmurou um pedido de desculpas apressado e continuou andando até que uma voz a chamou.

- Ora vejam só se não é Sangue-Ruim Granger! Fiquei sabendo do seu surto na aula de Estudos dos Trouxas ontem, sabe que depois dessa eu até me arrependi de não ter me inscrito nessa matéria. Talvez fosse até útil para entender como lixo como você é aceito nessa escola.

Hermione se voltou com raiva. Sabia que estava sendo imprudente chamando a atenção para si em um ambiente como esse, mas não estava mais se importando. E aquela garota venenosa merecia uma lição.

- Falando em surtar Parkinson o que deu em você para perder tempo com “lixo” como eu? No ano passado você se incomodava com coisas mais interessantes não? Será que você está surtando porque o Malfoy foi embora e deixou você aqui? Ou será que foi porque ele não achou que valesse a pena ficar em Hogwarts só por sua causa? Se bem que nesse caso eu não poderia culpá-lo. Mas não se preocupa Pansy você arruma outra pessoa pra ficar com você, se bem que não existem tantos caras com tanta coragem de ficar com alguém como você por aqui não é? De qualquer forma, vai arrumar alguém pra pegar você e me deixa em paz, nós duas temos um visão bem diferente do que é ser um lixo.

Os grifinórios que estavam na volta começaram a rir.

- Ah sua...

Parkinson puxou a varinha, mas Hermione já sabia que ela faria isso.

- Crucio. – Parkinson gritou.

Um milésimo de segundo antes Hermione pensou Protego. Um poderoso escudo vermelho atirou a azaração para longe. Enquanto isso Hermione gritou.

- Opugno.

Na mesma hora a estátua de uma mulher ao lado da escada começou a atacar a garota a imobilizando e batendo sua cabeça no chão. Todos começaram a rir. Hermione ainda permanecia parada com a varinha em punho, algo dentro dela dizia que ela devia retirar o feitiço mas nenhum músculo parecia capaz de se mover. Parkinson já estava fora de combate o que estava acontecendo com ela? Seus pensamentos foram interrompidos por uma voz fria vindo do outro lado do corredor.

- O que está acontecendo aqui, deixe-me passar.

Hermione engoliu em seco e finalmente retirou o feitiço, mas Aleto já havia visto o que estava acontecendo. Ela sorriu enquanto a estátua voltada para o lugar.

- Você está bem querida? – Aleto perguntou a Parkinson, embora sua voz não tivesse nenhum traço de preocupação – Ajudem-na a levantar e levem-na para a enfermaria. E quanto a você...

A Comensal voltou-se para a garota com um sorriso irônico nos lábios enquanto balançava a cabeça.

- Francamente eu não esperava isso de você Hermione. Você fez um belo estrago naquela garota não é? Mas não se preocupe eu entendo que é da sua... natureza agir com violência dado o sangue que você tem nas veias. Embora eu esteja disposta a perdoá-la não posso deixar que se aproveite da sua condição inferior para ferir os outros alunos. Sinto muito Hermione mas você deve servir de exemplo. Detenção hoje às nove horas na minha sala. – e sussurrando em tom conspiratório – Não se preocupe querida, sou muito mais boazinha do que meu irmão por exemplo. Tenho certeza que vamos nos divertir muito.

E com um último sorriso triunfante a professora fez seu caminho de volta pelo corredor. Hermione ficou parada no lugar incapaz de se mover. O que esperar de uma detenção com uma Comensal da Morte?

A sala de poções estava cheia de fumaça saindo dos caldeirões enquanto os alunos tentavam desesperadamente fazer suas poções ficarem na coloração certa. O Professor Slughorn resolvera iniciar o curso avançado de poções com uma das poções mais básicas para animar a turma, mas não estava dando muito certo, quinze minutos antes do final da aula a poção de Hermione era a única com a coloração verde adequada.

- Por que essa coisa não ferve? – Rony reclamou enquanto mexia a poção em todos os sentido possíveis.

- Rony você tem que mexer isso no sentido horário. Claro que está demorando pra ferver você cortou o Ditamno em pedaços grandes demais!

- Bom, talvez seja porque eu cheguei atrasado e não tive tanto tempo pra cortar fatias pequenas como você Mione.

- Se você se preocupasse mais com as aulas do que com esse quadribol estúpido teria tido tempo pra fazer alguma apresentável.

- Chega vocês dois. – Harry interrompeu – Mione dá uma ajuda aqui, acha que já dá pra colocar a casca de Wiggentree?

Ainda irritada pela discussão a garota deu uma olhada na poção que agora estava não só fervendo mas lançado fumaças negras até o teto baixo da masmorra.

- Harry era pra colocar a casca quando fervesse, essa coisa tá quase carbonizada!

- Vou interpretar isso como um sim.

- Finalmente. – Rony resmungou enquanto observava a poção ferver. – E o que era de tão importante que você tinha pra nos dizer Mione? Você estava quase saltando da cadeira quando nós chegamos.

- Dez minutos! – exclamou o professor passando em frente à mesa deles.

Hermione encheu o frasco com a poção verde enquanto Rony mexia febrilmente a poção que agora estava castanho-amarelada.

- Bom, sabe aquela coisa que íamos fazer hoje à noite? Não vai dar, eu consegui, hum, arrumar outro compromisso.

- Do que você tá...

Mas foram interrompidos por uma pequena explosão no caldeirão ao lado. Hermione se voltou e viu Harry ainda com matade das cascas na mão e a poção pegando fogo em frente a ele. Rony desatou a rir enquanto a garota tentava ajudar o amigo.

- Aguamenti. – e as chamas cessaram enquanto um jato de água as atingia. – Harry, eu disse que a poção tinha fervido demais.

O garoto ia tentar se explicar mas o professor o interrompeu se aproximando.

- Mas o que houve aqui? – perguntou visivelmente decepcionado.

- Hum, acho que deixei a poção ferver demais senhor. – Harry comentou mal-humorado.

- Harry, Harry o que deu em você ultimamente? Ano passado era meu aluno mais brilhante e agora sequer consegue fazer uma Poção Wiggenweld? Francamente estou decepcionado, tenho certeza que sua mãe ia gostar se você se dedicasse mais aos estudos, principalmente depois de ter mostrado todo o seu potencial no ano passado. Bom o tempo acabou coloque essa... coisa no frasco na minha mesa. E isso vale pra todos vocês vamos.

Quando o professor se afastou Rony voltou a rir.

- Ih cara, acho que você perdeu o passe pro Clube do Slugue.

- Bom a sua poção também não está o máximo se quer saber. Duvido que a Bela Adormecida beijaria o Príncipe Encantado se ele estivesse com a boca amarelo fluorescente.

Rony balbuciou qualquer coisa mal-humorado enquanto tentava colocar o líquido fluorescente e pastoso no frasco. Harry se voltou para a garota.

- E que compromisso é esse tão importante Mione?

- Bom, eu meio que consegui uma detenção com a Aleto às 9 da noite. E não me olhem assim, vocês também já levaram detenções antes.

- Sim, mas não com uma Comensal da Morte. – Rony havia abandonado o frasco para olhar chocado para a garota.

- Eu sei, mas não é como se ela fosse me matar na sala dela ou algo assim. Eu espero que eles sejam mais discretos que isso.

- E o que você fez pra conseguir uma detenção?

- Eu conto depois.

Depois do almoço os três aproveitavam os últimos dias de verão no jardim antes do período da tarde. Hermione resolveu contar os detalhes que culminaram em sua detenção. Depois de ouvir a história os dois começaram a rir.

- Nossa Mione. – Rony enxugava as lágrimas – Eu queria muito ter visto isso. Claro que não é legal pegar detenção, ainda mais com a Aleto, mas isso deve ter sido bonito!

- Tudo bem Mione agora é sério. – Harry começou – Isso foi muito imprudente além do mais perdemos mais um dia para procurar as horcruxes e sair daqui,

- Eu sei disso, eu só não consegui evitar. De qualquer forma podemos fazer isso amanhã à noite. Isso é claro se ela não achar que estamos nos divertindo tanto que vai querer alongar a detenção.

Harry a encarou preocupado.

- Não acho que ela vai se contentar em se distrair com você durante muito tempo Mione. Mas de qualquer forma isso tudo foi estranho não acha? Desde quando você sai por aí atacando as pessoas no corredor?

- Eu não a ataquei! Ela me atacou eu só me defendi!

- Eu entendi essa parte. Mas antigamente eu dificilmente imaginaria você revidando, ainda mais insistindo no feitiço até alguém chegar pra separar a briga. O que deu em você?

A garota ficou em silêncio. No fundo também estava se perguntando a mesma coisa.

Dez minutos antes das nove Hermione desceu da Torre da Grifinória até o escritório de Aleto, anexo à sala de aula. A garota não sabia o que esperar, e não queria imaginar o que aconteceria com ela. Com um suspiro profundo bateu na porta da sala.

- Pode entrar. – veio a voz irônica do lado de dentro.

Hermione entrou resignada e encontrou a professora empilhando alguns papéis em cima da mesa. Ela sorriu ao ver a garota.

- Olá querida, chegou cedo, é bom saber que você está tão animada pra isso quanto eu.

“Vamos acabar logo com isso.” Hermione pensou.

- Deve estar curiosa pra saber o que eu quero que você faça! Pois bem, depois que você saiu da aula naquele dia, e não se preocupe querida eu não fiquei chateada com você, entendo que às vezes é difícil encarar a verdade. Mas você tem que ser forte querida. – e pôs as mãos sobre os ombros da garota – No fundo você não tem culpa de ser o que é. Agora sente-se querida.

Hermione sentou-se e encarou inexpressiva a pilha de papéis.

- No final da aula eu mencionei que o Ministério está muito preocupado em espalhar o conhecimento sobre esse assunto não só para os alunos aqui em Hogwarts, mas também para os que já estiveram ou um dia vão estar aqui. Por isso sob a minha supervisão foram criadas essas cartilhas explicativas que têm o conteúdo da nossa aula de ontem. E aqui – estendeu-lhe uma lista enorme – estão os nomes e endereços de todas as pessoas que vão receber a cartilha. Preciso que você endereça cada uma delas. Têm penas e tinteiros na primeira gaveta. Não espero que você termine isso hoje então comece e você pode terminar no nosso encontro de semana que vem certo? Como eu tenho outras coisas pra fazer vou deixá-la aqui, provavelmente não voltarei a tempo então vou enfeitiçar a porta para abrir à meia-noite e nem preciso dizer que está tudo enfeitiçado para que você não use magia.

A professora se encaminhou para a porta.

- Você pode sair à meia-noite querida, ou não. – e com um último sorriso triunfante fechou a porta.

A garota suspirou e procurou os tinteiros. Era melhor fazer o que ela mandava e torcer para que a porta se abrisse à meia-noite. Não esperava que fosse ser torturada mas talvez tivesse sido algo melhor do que aquilo. Não bastasse ter que ouvir aquelas teorias sobre o sangue mágico agora ia ter que colaborar com disseminação de uma mentira que culminaria em uma guerra contra as pessoas como ela. Não sabia como aquilo podia ficar pior.

Faltavam dois minutos para a meia-noite e a garota estava exausta. Tinha conseguido endereçar mais da metade da pilha, o que significava que ainda teria trabalho para a semana que vem, e não tinha dúvidas de que quando voltasse a pilha estaria maior. Guardou os tinteiros e levantou-se encarando a porta. Um minuto para a meia-noite e nenhum som podia ser ouvido. A garota já começava a se perguntar o que faria se a porta não abrisse.

Meia-noite e ela já estava em pânico. O que ia fazer ali? Ela não a deixaria presa sozinha ali não é? De qualquer forma ela teria que voltar para dormir, ou talvez tivesse saído de Hogwarts.

Meia-noite e dois e a garota ouviu um clique na porta. Lentamente a maçaneta girou e a porta abriu. A garota sorriu aliviada e saiu apressada antes que a porta fechasse novamente. O corredor estava escuro, Hermione torcia para não encontrar nenhum monitor-chefe, professor ou fantasma no caminho até a Torre da Grifinória. Quando virou o terceiro corredor no caminho para as escadas percebeu um feixe de luz vindo de uma porta entreaberta. A garota já havia se voltado para procurar outro caminho quando ouviu uma voz irritada.

- Eu não entendo porque não podemos matar o garoto logo. É isso que o Lord quer não é?

- Eu já lhe disse Amico, o Lord quer Potter vivo.

Hermione voltou-se silenciosamente, sabia que não deveria fazer aquilo mas Amico Carrow e Snape conversando no meio da noite em uma sala afastada era tentador demais para se ignorar. Hermione aproximou-se silenciosamente e estremeceu ao ouvir uma terceira voz na sala.

- Então prendemos ele e levamos para o Lord. É simples!

Aleto exclamou irritada. Era assustador mas mesmo assim mais agradável vê-la usar aquele tom irritado ao invés do tom alegrinho de guia turístico que ela insistia em usar com os alunos.

- Como vocês são brilhantes! Acham que o Lord ainda não pensou em fazer isso? Ou ainda que se ele quisesse Potter agora não o teria pegado antes de ele vir para Hogwarts? Se vocês não se lembram n[os tínhamos um plano de ataque antes de sabermos que ele voltaria para Hogwarts, por que acham que cancelamos a operação? Será que não seria porque o Lord quer que ele permaneça aqui por um tempo? – Snape exclamou friamente.

- Ótimo então explique por que ele quer o Potter aqui. – Aleto falou irritada.

- Eu não devo satisfações pra vocês. Eu recebo as ordens diretamente do Lord se vocês querem contestá-lo ou se precisam de explicações para obedecê-lo então vão diretamente perguntar pra ele.

Pela sombra no corredor Hermione percebeu que a figura alta de Snape tentava alcançar a porta, mas antes que a garota pensasse em se mover Amico se colocou entre a porta. Sua sombra agitada cobria a luz no corredor.

- E como vamos saber que essas são mesmo as ordens do Lord? Como vamos saber que não é você tentando proteger o garoto?

- O Lord das Trevas confia em mim. Está desconfiando do julgamento dele Amico?

Amico ficou em silêncio mas Aleto voltou a atacar Snape.

- O que eu sei é que estou cansada de aturar esses pirralhos gritando e se socando nos corredores. Estou cansada de fingir ser alegrinha por estar aqui. E que palhaçada é essa de vigiar a Sala Precisa afinal? Se você quer que eu continue te obedecendo Snape, é melhor começar a explicar algumas coisas.

A sombra de Snape se voltou.

- Certo. O Lord das Trevas está convencido de que há um motivo para o Potter ter voltado a Hogwarts. Acontece que há algo na Sala Precisa que o Lord quer preservar e ele acredita que o Potter esteja atrás disso. E é de vital importância que saibamos com certeza se ele veio para Hogwarts atrás desse artefato ou não. Por isso vocês devem vigiar a Sala Precisa caso Potter ou algum de seus aliados tente entrar lá.

- E se ele tentar? Se algum deles tentar? – Amico rosnou.

Snape fez uma pequena pausa, e depois continuou com a voz inexpressiva.

- Então nós o pegamos e levamos para o Lord.

- E os outros? – perguntou Aleto.

- Nos livramos deles.

Hermione sentiu um frio na espinha. Então era isso que eles queriam, por isso não os haviam feito mal ainda. Voldemort sabia, ou pelo menos desconfiava que haviam vindo para Hogwarts por causa das horcruxes, e queriam ter certeza.

A garota voltou-se para ir embora o mais silenciosamente possível quando tropeçou na armadura encostada na parede. O elmo balançou e caiu no chão com um estrondo.

- O que foi isso? – perguntou Aleto.

- Tem alguém nos escutando. – rosnou Amico com certa satisfação. Finalmente iam ter alguma ação por ali.

Hermione não esperou para ver quem a seguiria no corredor e saiu correndo o máximo que suas pernas agüentavam. Se fosse direto para a Torre da Grifinória era provável que desconfiassem quem ela era, precisava despistá-los pelos corredores. A garota seguiu pelas escadas até os corredores do terceiro andar, o tempo todos sentindo que havia alguém a seguindo.

Conviver com Harry e Rony a havia colocado em muitas situações perigosas, mas também a havia ensinado a escapar delas, conhecia várias passagens no castelo como poucos conheciam. Havia uma passagem no terceiro andar que a levaria por uma escada até perto da entrada da torre. Se ao menos conseguisse alcançar o final do próximo corredor.

Os passos estavam ficando para trás, a garota quase se sentiu livre quando virou o corredor e deu de cara com a última criatura que ela queria encontrar em um corredor durante a noite: Pirraça.

“Ótimo, era só o que faltava!”

- Olha só o que temos aqui! Uma aluninha fugindo do dormitório a essa hora da noite. Seria terrível estar em um corredor escuro sozinha não? E ainda mais se alguém a encontrasse fora da cama, alguém como o Filch por exemplo...

O fantasma mal cabia em si de felicidade por ter encontrado uma diversão como aquela em um corredor deserto. Ele tomou fôlego para gritar pelo Filch mas Hermione o interrompeu.

- Mas que falta de criatividade Pirraça. – o fantasma a olhou atônito – Você já vem me atormentando há sete anos seria um desperdício se preocupar comigo agora quando vem vindo carne fresca pelo corredor...

Pirraça farejou o ar como se sentisse a presença de outro humano, e deu um sorriso enorme ao escutar os passos ao longe.

- Maravilha, parece que estou tendo um déjà vu. - e se voltou para o início do corredor.

Hermione não se preocupou em entender o que ele estava dizendo. Alcançou a passagem e ficou espiando pela fresta. Amico subia as escadas sem fôlego e estacou ao ver o fantasma. Toda a cor que ainda existia naquele rosto pálido desapareceu.

- Olá Amico, há quantos anos eu não tenho o prazer da sua companhia? – Pirraça falou com ironia – Lembra-se do nosso último encontro quando eu o prendi na Torre de Astronomia no último dia de aula? Você ficou lá gritando por umas 14 horas até a sua irmãzinha chamar alguém pra te tirar de lá, o que foi embaraçoso já que eu havia prendido você lá com as suas roupas.

- PRA TRÁS – Amico gritou apontando a varinha para Pirraça, e mesmo de longe a garota pôde perceber que a mão que segurava a varinha estava tremendo.

- Pra trás ou você vai fazer o quê? – o fantasma se aproximou de modo que os dois ficaram a uma varinha de distância um do outro – Você vai me matar?

Pirraça explodiu em uma gargalhada e Amico se encolheu mais até suas costas baterem na parede.

- Quem diria que um todo poderoso Comensal da Morte que azarava os outros alunos nos corredores fosse tão patético a ponto de ter MEDO DE FANTASMAS! – a risada estridente podia ser ouvida em todo o andar,

- Vamos Amico não tenha medo, podemos ser amigos o que você acha. Se você se comportar bem posso até torná-lo meu amigo – e se aproximou assustadoramente do comensal – PRA SEMPRE!

Amico se encolheu no chão e começou a gritar enquanto Pirraça ria.

- Fique longe de mim. FIQUE LONGE DE MIM.

Hermione fechou a passagem e correu o mais silenciosamente possível para a Torre da Grifinória. Tentando o tempo todo não rir.

Os amigos a esperavam acordados quando Hermione chegou.

- Por que demorou tanto? – Rony se levantou.

- Vocês não vão acreditar quando eu contar.

Hermione contou toda a história, e terminou aos risos quando falou sobre o medo de fantasmas do Amico. Rony caiu na gargalhada.

- Nossa Mione isso não é justo, você ficou com toda a diversão do dia! Eu quase consigo imaginar um grandalhão como o Amico se encolhendo de medo do Pirraça!

- Mas vamos falar sério agora. Vocês entenderam o que está acontecendo? Voldemort desconfia que estamos atrás das horcruxes.

- Sim – Harry falou – mas pelo menos descobrimos onde está a horcrux de Hogwarts, está na Sala Precisa! Estávamos certos quanto a existir uma delas aqui.

- É mas como vamos pegá-la sem que eles nos vejam?

- O Rony resumiu o problema. Se entrarmos na sala precisa e eles nos virem vão contar para Voldemort e mesmo se conseguirmos fugir com a horcrux ele vai saber que estamos atrás delas e vai proteger melhor as outras. Precisamos entrar lá sem que ninguém nos veja, pegar a horcrux e fugir sem que Voldemort tenha a confirmação de que entramos lá.

- Ótimo Mione, então qual é o plano? – Harry perguntou.

- Acho que já sei o que fazer. Mas vamos precisar de mais gente. – Hermione sorriu.

Naquela noite antes de dormir Hermione procurou no fundo do malão até encontrar uma moeda dourada, ela a apertou enquanto murmurava um feitiço até a moeda dourada brilhar. Ao mesmo tempo mais três moedas brilhavam em Hogwarts convocando seus donos para a luta. 




Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

1 - Eu sempre imaginei que os elfos nunca mais tinham perdoado a Mione pelo F.A.L.E. então eu tinha que colocar isso na história de alguma forma! =D
2 - O mundo desabando e Harry e Rony pensando em quadribol...
3 - Opugno, a azaração que a Mione usa na Pansy é a mesma que ela usou pra fazer os pássaros atacarem o Rony no sexto livro. Essa azaração faz com que qualquer objeto ou coisa ataque a pessoa. Sei lá se ele faria uma estátua se mover mas vamos fingir que sim ok?
4 - Não há nada documentado sobre quem é o professor de poções do sétimo ano, mas a versão mais aceita que rola na internet é de que o Slughorn continua. Eu acho improvável mas já que todos dizem que ele fica, vamos fingir que sim.
5 - A Poção Wiggenweld é uma poção que recupera a pessoa de qualquer injúria, ela é revitalizante por assim dizer. Segundo as lendas bruxas o Príncipe Encantado molhou os lábios nessa poção antes de dar o beijo na Bela Adormecida. Por isso o Harry falou aquilo. Particularmente achei essa história incrível!
6 - Mimimi o Amico tem medo de fantasmas! Eu sempre quis zoar com eles um pouco.
7 - Voldemort desconfiou da volta deles a Hogwarts é claro. Mas nem a Mione poderia ter previsto tudo né?
8 - E aí gostaram? Comentem.