O Signo da Fênix escrita por TaisePeixoto


Capítulo 6
Capítulo 6 - Páginas Passadas


Notas iniciais do capítulo

Aos meus amores que leem e comentam meu muito obrigado e mais um capítulo.



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"Não existe nada tão raro como um homem inteiramente mau, a não ser talvez um homem inteiramente bom."

Diderot , Denis

***

Hermione correu pelo castelo até a sala de Estudos dos Trouxas. quando finalmente chegou ao corredor achou que estivesse na sala errada. As aulas de Estudos dos Trouxas geralmente eram freqüentadas por poucos alunos, geralmente da Corvinal que não recusavam nenhum tipo de conhecimento, e cujos pais trabalhavam com algo relativo aos trouxas. Mas a turma de alunos que se concentrava em frente à sala de aula era muito diferente da usual.

Havia uns vinte alunos da Sonserina. No canto oposto encolhida em um canto estava a Amber Swell, uma amiga de Hermione das aulas de Estudos dos Trouxas. Hermione pensou em voltar pelo corredor e abandonar aquela aula pra sempre, mas não podia deixar a pobre da Amber sozinha. A garota sorriu aliviada quando a viu chegar.

- Por Merlin você está aqui, eu já estava ficando apavorada, você sabia que a Aleto Carrow vai dar essa aula?

Amber era da Corvinal e seus pais trabalhavam no Saint Mungus, ambos achavam a medicina dos trouxas fascinante, motivo pelo qual a Amber, que era sangue-puro, estava cursando aquela aula. Hermione não pôde deixar de sentir pena da garota, então por isso ela tinha se inscrito aquele ano, ela não sabia da mudança de professores.

- Pois é, isso explica nossa nova turma.

- O que vamos fazer?

A menina olhava os colegas sonserinos como se todos fossem Comensais da Morte em potencial.

- Não se preocupe, vamos apenas tentar não chamar a atenção.

O que foi impossível já que Aleto Carrow estava ansiosa por conhecer a fundo a turma.

- Muito bem, eu farei a chamada de uma forma diferente hoje. Quando eu chamar o nome de vocês quero que levantem digam a idade, a casa à qual pertencem e seu status.

- Perdão professora, mas o que a senhora quer dizer com status? – perguntou um sonserino, que por sinal era burro como um trasgo.

Aleto apenas sorriu.

- Se são sangue-puro ou não.

Aquilo era tão óbvio, e nojento. Para cursar a aula de Estudo dos Trouxas do sétimo ano era necessário ter cursado essa aula desde o terceiro ano no mínimo. Mas aparentemente Aleto havia aberto a aula a todos que quisessem participar.

- Abel, Richard. – vociferou ela.

Um garoto loiro do meio da sala levantou com um sorriso de satisfação no rosto.

- Dezessete anos, Sonserina, sangue-puro senhora.

Todos riram e cumprimentaram ele, como se ele tivesse dito que tinha acabado de salvar o mundo de um ataque terrorista. Embora ninguém parecesse tão satisfeita quanto Aleto.

- Começamos bem.

E assim foi indo. Era uma sucessão de sonserinos de sangue-puro. Hermione tremia pensando em como seria quando chegasse a sua vez.

- Swell, Amber.

Amber levantou-se com os joelhos tremendo.

- Dezessete anos, Corvinal, s-sangue-puro senhora.

Amber gaguejou de nervosismo. Aleto levantou-se e foi até ela com um sorriso de bondade no rosto.

- Não precisa ficar nervosa querida, você não fez nada de errado. Pelo contrário. Agora vejamos o próximo – ela pegou a chamada de volta – Granger, Hermione.

Ela estava seguindo a ordem da chamada mas havia deixado o nome de Hermione pro final, ela sabia que era a única nascida trouxa da sala. Hermione levantou-se com dignidade, afinal ela não tinha vergonha de quem ela era, orgulhava-se muito dos pais que mesmo prestes a entrar em um mundo que desafiava todas as suas crenças haviam apoiado a filha.

- Dezessete anos, Grifinória, nascida trouxa senhora.

Todos olharam para Aleto esperando uma reação que não veio. Ela apenas sorriu e voltou-se para o quadro. Hermione sentou-se apreensiva, sabia que a falta de reação de Aleto não significava boa coisa. Ou ela estava guardando o melhor para o decorrer da aula, ou ela havia desistido de fazer qualquer coisa depois da possível bronca que o irmão havia levado aquela manhã por exagerar na aula.

Mas como Hermione pôde perceber assim que Aleto voltou a falar, a primeira opção estava mais correta.

- Muito bem turma, vocês devem estar se perguntando por que eu perguntei o status de vocês não é? Alguns podem estar se perguntando – ela olhava diretamente para Hermione enquanto falava isso – seria o sangue realmente importante para os bruxos? Isso influenciaria na nossa civilização? Há alguma diferença entre nascidos trouxas e bruxos de verdade? Conheceremos a resposta hoje.

Como assim bruxos de verdade? Hermione se perguntava. Aleto acenou para o quadro com a varinha e vários cartazes o cobriram. Eram desenhos e diagramas do corpo humano, varinhas dissecadas e personagens históricos. Enquanto Aleto explicava e a turma se divertia, Hermione entendeu onde Aleto queria chegar. E aparentemente Amber também entendeu já que ela olhava para Aleto completamente chocada, e pelo que a garota pôde perceber enojada também.

O Ministério, que foi de onde partiu todo aquele “estudo” segundo Aleto, queria provar que do ponto de vista mágico os trouxas eram inferiores aos sangues-puros. Eles pretendiam provar que o sangue misturado ao longo do tempo perdia o poder e a essência mágica. Aleto estava no ponto da explicação que em breve, devido a toda a mistura de sangue os sangues-puros estavam com os dias contados já que cada vez mais os “supostos” bruxos nascidos trouxas traziam o sangue sem magia nas veias o que poluía o sangue-puro. Em breve toda aquela mistura que ocasionava a perda do poder da magia ocasionaria na completa extinção da magia como nós a conhecemos.

Hermione tinha que admitir que aquilo faria sentido, se fosse verdade. Dotada de coragem ela levantou a mão.

- Sim, senhorita...

- Granger senhora. – Hermione sabia que ela lembrava perfeitamente seu nome. – Supondo que essa teoria seja verdade, que o sangue trouxa supostamente enfraquece a magia do sangue bruxo, como a senhora explica os bruxos nascidos trouxas?

- Ótima pergunta querida – era óbvio que Aleto já estava preparada pra essa pergunta – na verdade isso se deve ao sangue misturado que já foi extinto. Vamos pensar assim: um bruxo de sangue-puro tem um filho com uma trouxa, essa criança já terá um sangue mágico mais fraco, conforme esse sangue for passando entre os trouxas a magia nele será extinta. Mas pode acontecer de daqui a muitos anos esse sangue demonstrar indícios de magia novamente.

- Então a senhora está querendo dizer que no passado eu tenho algum ancestral de sangue-puro?

- Exato, mas não fique muito orgulhosa querida, o sangue mágico já foi praticamente extinto em você. Esse tipo de coisa, essas aberrações podem acontecer. Mas não podemos contar com isso para garantir a sobrevivência do sangue mágico.

Aleto continuou a explicação, mas Hermione já sabia onde ela ia chegar, talvez não nessa aula mas com certeza na próxima. Os trouxas representavam um risco à sobrevivência do sangue mágico, por isso deveriam ser extintos. E os nascidos trouxas como aberrações que eram, deveriam ser mortos para evitar espalhar o sangue trouxa. Hermione sentiu as lágrimas nos olhos. Então era esse o plano de Voldemort para a dominação completa, ele convenceria os bruxos, começando pelas gerações mais novas, que os trouxas eram um perigo embora fossem mais fracos.  Muito engenhoso essa questão da raça superior, Hermione pensou com ironia, mas foi exatamente um trouxa que pensou isso antes. Sim, porque o plano de Voldemort parecia muito com o plano de Hitler. Então a menina se lembrou Voldemort realmente viveu na época de Hitler, há quantos anos ele tinha esse pensamento?

O que fizeram com Hogwarts? Hermione pensou dolorosamente, o que Dumbledore pensaria se ainda estivesse vivo. Hermione sabia que o que ia fazer era imprudente mas mesmo assim tirou o diário da mochila e o abriu no colo, esperando que a classe e o fato de ela estar no final da sala a encobrissem. Ela precisava pensar sobre o que Dumbledore queria dela, precisava de ajuda.

Então escreveu no diário.

Mostre-me o que você quer que eu faça.

As palavras brilharam levemente e desapareceram. Hermione olhou em volta assustada que alguém pudesse ter visto, mas estavam todos muito entretidos na aula, praticamente engolindo cada palavra que Aleto falava.

Quando Hermione voltou a olhar para o diário seu coração quase saiu do peito. As palavras simplesmente surgiam como se alguém estivesse escrevendo ao mesmo tempo em que ela lia as palavras. A caligrafia havia mudado também, ao invés da escrita elegante e fina de Dumbledore, as palavras surgiam em um traço forte e decidido. Seu coração perdeu um compasso quando ela começou a ler, porque não havia dúvida de quem havia escrito aquelas palavras.

13 de agosto de 1943

Está feito. Hoje finalmente pude concretizar o plano que eu havia feito há muito tempo. Tanta procura, tantos anos de pesquisa, tanta bajulação com o Slughorn mas valeu a pena. Hoje finalmente fui procurar a família da minha mãe, ou melhor, daquela que me pôs no mundo. Eu nunca acreditei que houvesse um pingo de magia nas veias dela, nunca pensei que ela morreria se pudesse evitar, quem morreria se pudesse evitar? Não pensei que ela não ia querer viver nem para o filho. Não que eu de fato precisasse dela. Foi quando eu cheguei em Hogwarts que descobri que meu sobrenome não aparecia em nenhum livro de magia, nenhum registro da escola, nada. Tive que concluir que meu pai não era bruxo. Foi então que passei á minha mãe. Por que ser mestiço já era uma vergonha, mas ser nascido trouxa seria demais. Era impossível com os talentos que eu tinha. Então descobri minha ligação com Slytherin. Mas como uma descendente de Slytherin foi parar em um orfanato para ter o filho? Onde estava o resto da família? Era o que eu estava prestes a descobrir.

Consegui rastrear os Gaunt até um vilarejo trouxa chamado Little Hangleton. Mas antes de chegar ao centro da aldeia a casa chamou minha atenção. Eu podia sentir a magia vindo de lá mas não podia acreditar no que meus olhos viam. E acreditei menos ainda na criatura infeliz que eu vi dentro da casa. Mas era óbvio que eu estava no lugar certo, ele também falava a língua das cobras.

Eu esperava no mínimo que os últimos descendentes de Slytherin tivessem mais dignidade. Não que fossem bárbaros como o homem que estava na minha frente, provavelmente sem talento e inteligência nenhuma vivendo em uma choupana imunda na miséria. Aquilo era uma vergonha para um sangue tão nobre e poderoso, tenho certeza que Slytherin preferia ter morrido antes de gerar uma descendência imunda como essa, da qual infelizmente eu fazia parte.

Foi então que, conversando com aquela criatura, entendi finalmente o que aconteceu para eu ter ido parar em um orfanato. Minha mãe, descendente de Slytherin havia provavelmente enfeitiçado um trouxa para que casasse com ela. Então ele a abandonou e ela ridiculamente apaixonada preferiu morrer e me deixar apodrecendo naquele orfanato cheio de trouxa ridículos. Eu podia sentir a raiva tomando conta de mim. Mas eu precisava me controlar.

A casa grande mais adiante na estrada ele tinha dito. Certo, era exatamente disso que eu precisava. Estuporei aquela criatura ridícula e peguei a varinha dele. Eu preferiria mil vezes usar minha própria varinha mas não podia deixar rastros, não com Dumbledore sempre a espreita. Desci o caminho até a casa grande.

Não pude me impedir de pensar que eu podia ter morado ali. Mas isso não mudaria o fato de meu pai ser um trouxa nojento, mas talvez se ele não tivesse abandonado minha mãe grávida eu não o matasse agora. Porque era isso que eu ia fazer.

Usei um feitiço simples para destravar a porta, não havia empregados por perto, eles estavam almoçando na sala de jantar.

Matei os velhos primeiro, eu não tinha nada pessoal contra eles mas não podia ter testemunhas. De qualquer forma nada disso teria acontecido se eles não tivessem colocado no mundo aquela criatura desprezível que era o meu pai. Ele tentou fugir mas apenas caiu da cadeira e me encarava horrorizado. Ele sabia o que eu era provavelmente minha mãe contou pra ele, não foi por isso que ele a deixou? Trouxa nojento abandonou a mulher grávida por que descobriu que ela era uma criatura tão superior a ele. Quando o encarei entendi o que Morfino quis dizer quando me confundiu com ele. Ele era realmente parecido comigo, era como olhar em um espelho, ou melhor, olhar para o futuro. Aquilo só me enfureceu ainda mais, ali na minha frente estava a prova do sangue trouxa que eu carregava nas veias.

- Não pode ser...

Ele balbuciou, e aquelas seriam suas últimas palavras. Ele deve ter percebido a semelhança, sabia que eu era seu filho. Ele abandonou a bruxa, agora ali estava o filho pra se vingar. A raiva me dominava, eu tinha vontade de falar pra ele o que eu estava fazendo, de jogar na cara dele tudo o que eu queria dizer, mas eu precisava me concentrar na tarefa que eu ia executar que não seria fácil.

Eu havia percebido o anel no dedo do meu tio quando o estuporei. Uma herança de Slytherin, que me pertencia por direito. Eu não tinha vindo ali preparado para aquilo mas aquela era a oportunidade certa. O anel do meu antepassado encerraria o primeiro pedaço da minha alma, meu passaporte para a eternidade, minha garantia. Aquele era apenas o primeiro de muitos. E eu usaria a morte do meu pai, aquele trouxa miserável, para consumar aquele ato. Com aquela morte eu renunciava àquela família nojenta. A partir de hoje eu não era mais Tom Riddle, o mesmo nome do trouxa que eu iria matar, eu seria Lord Voldemort.

 Eu o matei, finalmente. Seus olhos horrorizados foram a última coisa que eu vi. O anel estava no meu dedo e eu havia realizado o feitiço. Nada que eu tivesse lido sobre horcruxes poderia me preparar para aquilo. Eu cai no chão imediatamente de dor. Era uma dor excruciante, maior que qualquer dor que eu podia imaginar, como se meu corpo e não minha alma estivesse se partindo ao meio. Senti a dor cada vez mais forte por um bom tempo até que senti como se algo me sugasse para fora do corpo, de repente eu queria voltar, queria desesperadamente voltar mas não podia. Me senti sufocar, e minha visão embaçou como se eu estivesse dentro de um copo de vidro, ou melhor, como se eu estivesse realmente dentro do anel. Ouvi um estrondo em meus ouvidos e então era como se eu estivesse sendo empurrado de volta, a dor voltou com toda a intensidade, e eu desmaiei.

Quando acordei ainda estava na sala cercado pelos corpos daqueles que eu tinha matado. O anel jazia ao meu lado. Eu o peguei e saí da casa. Voltei à choupana e alterei a memória de Morfino. Quando o Ministério chegasse ele confessaria o crime.

Voltei ao orfanato e fiquei deitado por um tempo. Me sinto estranho, como se eu devesse sentir alguma coisa mas não conseguisse sentir totalmente. Eu sabia que deveria estar eufórico pelo que tinha feito, poucos bruxos conseguiam fazer horcruxes, menos ainda da minha idade. Eu me sentia orgulhoso, mas só sentia um pouco dessa euforia, era como se eu observasse esses sentimentos de fora, como se a horcrux tivesse levado parte da minha capacidade de sentir. Como se tivesse me tornado, menos humano.

Eu não me importo. Sentimentos são para os fracos. Era melhor pensar com clareza antes de agir. Embora eu não conseguisse me impedir de sentir medo de fazer outra horcrux. Não pela morte, aquilo era apenas um passo, mas eu sabia que a dor que eu sentira quase tinha me matado. E aquilo era exatamente o que eu estava tentando evitar.

A horcrux havia me aberto portas poderosas. Eu precisava daquela garantia para seguir adiante. Eu seria um grande líder, tinha certeza disso. Um dia eu estarei no controle do Ministério e no controle de Hogwarts também, e então vou evitar que trouxas como o meu pai poluam o sangue dos bruxos. Impediria mestiços de nascerem novamente. Eu elevaria os bruxos ao mesmo nível que estavam na época de Slytherin. Longe da escória trouxa.

Hermione não podia acreditar no que seus olhos viam, tampouco podia evitar que lágrimas escorressem de seus olhos. Ignorou Aleto e os outros, jogou o diário na mochila e saiu sem olhar para trás. Sentia uma necessidade imensa de desabafar com alguém mas não podia fazê-lo. Correu para o dormitório que estava vazio há essa hora, Harry e Rony deviam estar aproveitando o tempo livre lá fora.

Deitada na cama ela se acalmou um pouco. Ainda assim chutou a mochila pra longe, como se afastar o diário pudesse afastar a realidade que a estava engolindo agora. Ela havia lido o que Tom Riddle escreveu no dia em que matou o próprio pai. No dia em que dividiu a própria alma da primeira vez. Lendo aquelas palavras Hermione quase podia sentir a agonia dele. Depois ele mencionou que não sentia mais os sentimentos completamente. Que se sentia menos humano. Então era por isso que seus crimes ficaram cada vez mais terríveis, porque cada vez que ele dividia sua alma perdia uma parte de quem ele era. Hoje, depois de tantas horcruxes que ele havia feito provavelmente Tom Riddle não existia mais, tudo que havia de humano nele desapareceu, sobrou apenas Lord Voldemort. Embora desde aquela época ele já sonhasse com os planos que ele concretizaria hoje.

Mas o que a deixava mais chocada é que essa magia era obra de Dumbledore, só podia ser. O diário não era mais uma horcrux, Dumbledore havia mostrado aquilo pra ela porque achava que ela precisava ver. Mas ver o que? O que aquilo tinha a ver com a missão que ele a incumbira, quem ela tinha que salvar?

Criando o máximo de coragem possível Hermione pegou o diário de volta. As páginas estavam em branco novamente. Com uma pena ela escreveu.

O que você queria que eu visse?

A resposta era de Dumbledore essa vez. Ela podia reconhecer a caligrafia.

Que ele ainda era humano.

Aquilo ainda não fazia sentido.

E o que isso significa?

Mas no fundo Hermione sabia a resposta.

Significa que a primeira horcrux Tom Riddle fez por vingança. Porque queria que o pai sofresse o que ele havia sofrido. Foi por causa de seus sentimentos que ele matou pela primeira vez.

Hermione entendia a diferença. O que se seguiu, todos os planos haviam sido conseqüência da primeira horcrux. Ele deixou de ser humano, deixou de ter escrúpulos. Então a garota passou a sentir pena dele. Deve ter sido difícil, crescer sem saber quem você é, o que você é. Ele não tinha muitos escrúpulos, mas mesmo assim ele ainda era humano. Teria sido diferente se ele não estivesse sozinho afinal de contas, se ele tivesse alguém que o ajudasse, que o amasse, teria sido diferente?

Sim, teria sido diferente.

A garota quase deu um pulo quando leu as palavras. Ela não havia escrito nada, mas Dumbledore adivinhara como ela estaria pensando agora. E de fato ela tinha entendido o que ele queria que ela fizesse, só não entendia como fazer.

Mas agora é tarde demais. Ele não é mais humano.

E era verdade. Ela já não podia salvá-lo agora.

Tem razão, hoje já é tarde demais.

O que eu devo fazer então?

Hermione não tinha certeza se ele responderia essa questão. Mas ele respondeu.

Você só precisa aceitar a missão.

Nesse momento a porta abriu e Hermione quase caiu da cama de tão concentrada no diálogo. Escondeu o diário o mais rápido que pôde quando viu Gina parada à porta.

- Mione os garotos querem falar com você, tão te esperando lá embaixo. Aparentemente eles ouviram falar que você fugiu da aula de Estudos do Trouxas.

- Obrigado Gina, eu já vou.

Quando Gina saiu Hermione apressou-se pra esconder o diário. O que quer que Dumbledore quisesse dizer com aquilo teria que ficar para mais tarde.


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Notas finais do capítulo

O próximo capítulo tende a demorar um pouco pois eu ainda estou escrevendo. Mas hoje ou mais tardar amanhã ele sai.
Comentem e façam sua querida autora feliz!



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