Giuliet Volturi - Dark Side Of The Earth escrita por G_bookreader


Capítulo 26
Ressureições


Notas iniciais do capítulo

Bem, Feliz Natal atrasado. xD
O capítulo demorou mesmo, sabe como é, Natal, meu aniversário dia 27, vou viajar dia primeiro, sorry. xD
Esse capítulo vai ser o último do ano, obviamente, e o próximo só vou poder fazer depois do dia 20 de Janeiro. Viagem, sorry novamente. xD
Bem, é isso, aproveitem. xD



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O avião particular era pequeno e apertado, mas era melhor que eu tinha conseguido arrumar. Talvez eu não achasse tão apertado e irritante se os lobos não estivessem no fundo, ocupando mais espaço e mais oxigênio do que deveriam. Teve certa hora em que achei mais confortável ficar sem respirar, mesmo que isso fosse incômodo.  Eu só não entendia porque a presença deles ali me incomodava tanto.

Josh, o vampiro que me devia favores, viajava ao meu lado, por vezes conversávamos. Ele estava incomodado também, mas quando me questionou sobre as motivações, apenas dei de ombros e ele entendeu que não era para prosseguir no assunto.

Ver Londres de cima foi... estranho. A imagem que minha mente montava, apesar de todas as imagens vistas pela televisão, ainda era daquela cidade que, para o padrão de séculos atrás era enorme, mas para os atuais era quase uma roça. De alguma forma bizarra eu esperava ver as casas de pedra e as ruas de terra.

Mas, ao invés disso, tudo que eu encontrei foram construções modernas, avenidas pavimentadas e cheias de carros. A única coisa que me fazia perceber que aquele lugar era a minha casa era a névoa quase constante do lugar. Em outros tempos eu diria que ela era depressiva, mas até que ela me pareceu bem convidativa naquele momento. Como um lembrete que eu havia nascido ali, as coisas só haviam mudado para o lugar, assim como eu havia mudado. Balancei a cabeça tirando esses pensamentos um tanto idiotas da cabeça.

-Vamos pousar em breve. – Josh anunciou, olhando além de mim para a janela. – Vai ser meio afastado da cidade, não é um aeroporto muito oficial.

-Tudo bem.

Josh era um vampiro incomum. Fisicamente comum, cabelos castanhos escuros, altura mediana, poucos músculos, nada de sobressalente. Mas ele era estranhamente desajeitado. Não importava a situação que estivesse, ele sempre parecia deslocado, como se devesse estar em outro lugar e não naquele. Era estranho, na verdade. E ele também não tinha a autoconfiança típica da espécie, o que o tornava atípico. Mas era boa pessoa.

-Josh, vamos precisar de uma casa ou qualquer lugar para nos estabelecer. De preferência, mais afastado do centro.

-Assim que descermos providenciarei, senhora.

Bufei.

-Já falei para parar com isso de “senhora”. – Reclamei pela milésima vez.

-Eu prestava serviços para Hugh antes da senhora, alguns hábitos não vão morrer simplesmente.

Revirei os olhos e desisti, de novo.

A pista que iríamos não era muito afastada, mas era o suficiente para não levantar muitas suspeitas. Quando descemos, eu dei graças a Deus por respirar o ar puro e úmido do lugar. Talvez não tão puro quanto eu havia esperado.

Josh pegou o telefone e começou a falar com alguém, procurando por uma casa, e pelo visto estava tendo problemas.

-É, James, é para agora. Não, não dá para esperar mais um tempo. Ah, acredito que vá ter sim. – Ele bufava e andava de um lado para o outro. – Para quem que eu quero? Acredite, você não quer saber. O nome Volturi te diz alguma coisa? – Silêncio do outro lado da linha, até que ele respondeu. – Muito obrigado, Jimmy, sabia que você ia ser prático. – Josh respondeu debochadamente, antes de desligar e se virar para mim. – Tudo certo, ele já me deu um endereço. Não é nada muito grande, se isso for problema.

-Não será, será o suficiente.

Ele deu de ombros e nos encaminhou para alguns carros. Fui no banco da frente do primeiro, Josh dirigindo o mesmo. No mesmo carro vieram Hecate, Matt e Beta. Não foi muito animada a viagem, algumas vezes Josh comentava sobre um lugar que passávamos, mas dificilmente tinha resposta.

Eu olhava para fora com certa curiosidade. Londres era uma cidade grande e vibrante, apesar do clima local não facilitar isso para ela. Quanto mais ao centro chegávamos, mais altos as construções ficavam.

Depois de quase meia hora, Josh saiu para a esquerda, saindo de uma avenida. A rua se estendia e tinha algumas curvas. Continuamos andando, as construções foram ficando mais humildes, menores, mais afastadas umas das outras. A rua fazia cruzamento com outras, mas ele nunca virava em nenhuma. Quando eu achava que a rua já estava por terminar em um beco sem saída e que havíamos errado o caminho, ele virou à direita, parando logo depois em frente a uma casa de dois andares em um bairro residencial totalmente inofensivo. A casa chegava a ser adorável.

-Que lindo, vamos montar uma linda família e crescer aqui regando as flores do jardim todo dia. – Matt debochou e eu teria rido se não estivesse tão tensa.

-Foi o melhor que eu pude arrumar. – Josh retrucou.

-Está ótimo, vai servir. – Finalizei com a discussão, saindo do carro. Antes de fechar a porta, me virei para ele. – Obrigada pela ajuda, mesmo.

-Tudo bem, senhora. Além do mais, já é a segunda vez essa semana que um Volturi me pede algo parecido. – Travei, sem entender direito.

-Como assim outro Volturi?

-Inferno, falei demais... – Ele disse, dando um tapa na própria testa. – No início da semana Giacomo me procurou e pediu uma casa aqui em Londres. Estão planejando se encontrar para algo do tipo? Não que seja da minha conta, claro.

Aquilo ficou martelando na minha cabeça. Giacomo e Fátima estavam bem e vivos. E melhor, em Londres. Pensar em Fátima me fez ter uma pontada de saudade que eu não sentia fazia muitos e muitos anos.

-Onde eles estão? – Perguntei, tentando não demonstrar nervosismo.

-Bem, fica mais perto do centro, posso te levar lá se quiser. – Ele disse, dando de ombros.

-Só me diz onde fica, não vou agora.

Ele explicou o mais fielmente o possível, já seria o suficiente. Agradeci mais uma vez e me despedi. Fiquei olhando até que os três carros virassem a esquina e entrei para o caos que havia se instalado na casa. Havia quartos de menos e gente de mais. Percebi meio tarde demais que ficaríamos na mesma casa que uma alcatéia inteira. Isso ia ser difícil.

-Qual o problema aqui? – Perguntei, com a voz cansada.

-Eles nem dormem e não querem dividir um quarto! – Rafael disse, alto e estressado.

-Gente... – Falei, praticamente me jogando no sofá da casa, que era bem desconfortável por sinal. – Deixem os lobos dormirem nos quartos, eles precisam dormir. Nós conseguimos passar uns dias sem esse conforto.

Os que queriam um quarto bufaram irritados e os lobos se dividiram. Sobrou apenas um quarto, que ficou com Beta. Pedi para tomar um banho no banheiro dela, já que tinha que sair, e ela não ligou, ficou arrumando as coisas no quarto.

Enquanto tomava banho fiquei pensando na presença dela ali. Seria muito mais confortável para mim que ela tivesse ficado nos Estados Unidos, mas não pude negar a vinda dela. Só esperava que ela ficasse bem.

Vesti a roupa e saí para o quarto. Beta olhava para a rua distraidamente. Eu sabia que ela tinha ficado meio cabisbaixa pela carta, mas não tinha tido como conversar com ela desde então. E nem ia ter agora.

-Eu preciso encontrar umas pessoas, cuida das crianças para mim? – Tentei ser bem humorada, mas nenhuma das duas estavam em estado de espírito para rir.

Ela concordou e eu saí, em silêncio. O clima na casa tinha aliviado, mas os vampiros estavam meio irritados na sala. Menos Gabi, ela nunca se irritava com nada. Chegava a ser irritante a falta de irritação dela. Hecate olhou para mim meio ansiosa. Ela havia ouvido o que Josh havia dito.

-Quer vir comigo? – Eu perguntei e ela pareceu indecisa. – Giacomo vai estar lá.

Ela fez uma espécie de mistura de cara de birra e ansiedade que, por um momento, a fez parece com a antiga Hecate que eu conheci séculos atrás.

-Melhor você ir sozinha. – Ela respondeu, emburrada. Revirei os olhos.

-Você que sabe. – Falei, deixando-a para trás.

Quando comecei a correr, vi que estava ansiosa. Eu queria reencontrá-los, mas estava temerosa. Fazia séculos e, da última vez, as coisas terminaram em uma briga feia entre mim e Giacomo.

Então, depois de quase atravessar o bairro inteiro, cheguei. Era uma casa semelhante a nossa, porém com a pintura mais acabada e o quintal menos arrumadinho.

Andei até a porta e pensei quinhentas vezes antes de tocar a campainha. Percebendo o quão idiota eu estava sendo, acabei tocando. Fiquei olhando para a entrada da rua enquanto esperava a porta se abrir. Ouvi um sussurro de “non è possibile” do outro lado. Será que não era possível mesmo, Giacomo?

Ele abriu a porta desconfiado, botando primeiro a cabeça para fora. Seu olhar de perplexidade teria gerado uma piada em outros tempos. No final das contas, depois de assegurar que eu não era o bicho papão, ele abriu a porta totalmente.

-Giuliet? – Ele perguntou, inseguro, passando a mão pelos cabelos loiros escuros.

-Quanto tempo, Giacomo. – Sorri simpaticamente, mesmo sabendo que não seria o melhor sorriso do mundo.

Ouvi passos atrás dele e Fátima apareceu, se esgueirando por trás do corpanzil do irmão mais velho. Quando me viu abriu um sorriso radiante, arrumou uma forma de passar Giacomo e me abraçou apertado, se eu precisasse respirar estaria perdida. A abracei de volta, meio que rindo, percebendo que eles haviam feito mais falta do que eu havia esperado. Ela era como a uma irmã para mim e só agora a falta que ela havia feito se mostrava presente totalmente.

Nós nos afastamos e ela ainda sorria, agitada.

-Meu Deus... Giuliet! É você!

-Bem, até a última vez que eu chequei, era eu sim. – Eu disse, rindo. Minha tensão pareceu sumir por alguns instantes.

-Entra, não vamos ficar aqui fora. – Ela convidou, empurrando Giacomo para o lado, que continuava parado e desconfortável na porta. Ele chegou para o lado, em silêncio. Quando passei por ele, pude jurar que o vi encarar a porta por mais um tempo, como se esperasse que mais alguém aparecesse. É, cunhadinho, ela não tinha vindo.

Fátima me carregou para uma mesa redonda na cozinha do lugar, sentando na outra cadeira que havia ali perto. Giacomo apoiou as costas na pia e cruzou os braços.

-Nossa... por onde você tem andado esse tempo todo? – Ela me perguntou, ansiosa. Eu nunca pensei que ouvir italiano novamente fosse ser tão confortável.

-Acreditem, por muitos lugares. As coisas ficaram movimentadas depois que... que a gente se separou. – Giacomo ficou tenso, mas logo dei continuidade ao assunto. – E vocês? Eu nunca pensei que fosse encontrá-los novamente, faz quanto tempo, trezentos, quatrocentos? E o que estão fazendo em Londres?

-Nós ficamos pulando de galho em galho, passamos por aqui e nos perguntamos: por que não? – Ela disse, dando de ombros. – Londres já foi o centro do mundo, de vez em quando é bom viver no meio da movimentação. E você, está aqui faz quanto tempo.

Olhei o relógio, dando um sorriso sarcástico.

-Uma hora. – Eles não entenderam. – Eu estou aqui a trabalho, gente, e tive a sorte de saber que vocês estavam aqui. – Recostei na cadeira, mas fiquei tamborilando os dedos na mesa. – As coisas não tem andado boas para o meu lado.

Fátima ficou sério e olhou para Giacomo, que devolveu o olhar por pouco tempo, antes de desviar mais tenso.

-O que aconteceu? – Perguntei, percebendo o momento.

Giacomo resmungou qualquer coisa incompreensível e Fátima olhou para ele, séria, apesar dele estar olhando para o lado.

-Giacomo... – Ele bufou, impaciente, enquanto ela falava. – Por favor, ela tem o direito de saber.

-Saber o que? – Tentei pressionar, aquilo estava me deixando mais preocupada do que eu já estava.

-Não é nada. – Ele falou, irritado, mas eu sabia que era mentira.

-Você é inacreditável! – Ela ralhou com ele. – Isso é importante, ela vai achar isso também.

-Você ouviu ela falando que já está cheia de problemas, não precisamos aumentar com uma coisa.

Preferi fingir que não estava ali enquanto eles decidiam se eu deveria saber ou não. A discussão ainda demorou mais tempo.

-Talvez não seja tolice. Droga,é uma pista para o assassino do nosso irmão! – Epa. – Ela tem que saber!

-Onde Andreas entra nessa história? – Perguntei, não conseguindo me conter muito mais tempo.

-Isso, ótimo... – Giacomo resmungou, gesticulando. – Quer falar, fala, eu vou dar uma volta.

Ele saiu irritado sem que eu entendesse o motivo muito bem. Olhei para Fátima confusa.

-Ele não melhorou o humor nunca?

-Melhorou, estava como era antes. Ele só está irritado porque você veio sozinha. – Ela disse, dando de ombros.

-Ah... Hecate. Quando eu disse que vinha ela quase ficou de pé na hora, mas quando citei o nome dele ela mudou de idéia. Talvez não queira encará-lo. Acho que ela nunca engoliu o fato dele ter ido embora. Como se a culpa fosse dele... – Encarei a mesa, lembrando daquela noite.

-Ninguém foi culpado por aquilo, Giuliet, nem comece com isso.

-É, talvez. – Mudei de assunto. – O que o assassino de Andreas tem a ver com a estada de vocês aqui?

-Você vai achar idiota, provavelmente. Estávamos aqui só de passagem, ficamos muito tempo na Itália. Na verdade, quase que o tempo todo desde então, estávamos indo para qualquer lugar diferente. Só que quando chegamos aqui Giacomo identificou um rastro de vampiro que ele identificou na hora. Ele disse que já havia sentido aquele cheiro na casa, na noite em que Andreas morreu, depois que ele foi tentar encontrá-lo. – Ela começou a brincar com o zíper do casaco, inquieta. – Aquela noite, quando Giacomo não achou nosso irmão em lugar nenhum, começou a correr desesperado no perímetro da batalha. Ele disse que havia esse cheiro que se misturava com o de Andreas, mas depois de um tempo sumia, mais ou menos perto de onde ele achou as cinzas. Ele achou que, seja lá quem tivesse sido, havia morrido também. Pelo visto não foi bem isso que aconteceu e paramos aqui para investigar. – Ela me olhou insegura. – Mas pode ser que tenhamos nos equivocado, não é algo certo.

Eu concordei com a cabeça, em silêncio. Mais uma das coisas que iam para a lista do “Por que depois de tanto tempo?”. E porque o motivo deles estarem lá era tão semelhante ao meu? Afinal de contas, a primeira manifestação de reconhecimento entre mim e meu pai havia acontecido naquela noite. Talvez meu pai estivesse por trás de tudo.

-Eu acho que sei quem é esse vampiro.

-Sabe? – Ela perguntou esperançosa – Como?

-Pronta para uma história sem o menor sentido? – Perguntei com um riso sem humor.

Contei a ela toda a história, desde Michael Carter até Jason. Ela ficou chocada com o fato dele ser meu pai e ter se escondido esse tempo todo.

-Mas... você nunca desconfiou de nada?

-Como eu poderia? Não estava me importando muito com o que acontecia na Inglaterra, eu queria esquecer tanto a Inglaterra quanto a França. Bem, aí está o meu erro.

Ela suspirou e pareceu desabar um pouco na cadeira, enquanto o cérebro organizava tudo. Era curioso como eles haviam se separado de nós quase que brutalmente e o destino havia se encarregado de, de certa forma, unir novamente.

-Fátima, eu tenho que ir embora agora. Deixei meu clã – Soou tão mal falar assim. – sozinho e nós trouxemos um reforço meio desagradável que pode causar certo atrito. Eu preciso saber o que vocês dois vão fazer.

-Nada. – Giacomo falou, aparecendo novamente na entrada da cozinha. – Não vamos fazer nada.

-Como não? – A voz de Fátima era uma mistura de surpresa e desacordo.

-O que vamos fazer? O poderoso clã Volturi já está resolvendo as coisas para nós, não precisamos.

-Giacomo, pelo amor de Deus...

-Pelo amor de Deus não, Giuliet. De que modo faríamos alguma diferença?

Levantei e suspirei, o encarando nos olhos.

-Eu sei que nós tivemos os nossos problemas no passado, mas... Giacomo, se passaram trezentos e cinqüenta anos. Eu amadureci, vocês amadureceram. Eu sei que aquilo foi uma grande burrada, mas ainda dá para voltar atrás. Temos um problema em comum, estamos buscando a assassino de Andreas. Droga, nem por ele conseguimos nos unir mais?

Ele me olhava em silêncio, sustentando o olhar com maestria. Fomos interrompidos por Fátima levantando da cadeira e saindo.

-Vamos, Giuliet. – Ela disse me puxando de lá.

-Aonde você vai? – Giacomo perguntou, surpreso.

-Para onde você acha que eu posso, possivelmente, ir com ela? Conhecer o que era para ser o meu clã, óbvio!

Ela continuou a andar e eu segui, sem questionar. Giacomo havia ficado com cara de paspalho para trás, mas nem sequer olhei quando passei pela porta, a fechando. Fátima continuava a andar decididamente.

-Er... Fátima... O Giacomo...

-Deixa ele! Cansei de ficar nas sombras por causa do ideal de segurança dele! Cansei mesmo, além do mais ele...

Parei de prestar atenção quando ouvi um som vindo de um telhado de uma casa próxima. Parecia um passo dado errado, algo mal calculado, e que não deveria ter saído. Meus instintos ficaram acordados no mesmo momento. Corri para Fátima e a segurei pelo braço.

-Espera. – Sussurrei. – Tem alguém aqui.

Ela congelou no mesmo momento e olhou ao redor. Eu estava fazendo o mesmo. Parecia, de repente, que o universo estava prendendo a respiração.

-Vamos voltar para a casa, tranqüilamente. – Sussurrei mais baixo ainda e ela concordou com a cabeça.

Começamos a andar calmamente em direção a casa. No meio do caminho, Giacomo abriu a porta e saiu e eu sinalizei para que ele esperasse. Sem entender direito, ele ficou parado no lugar. Estávamos quase chegando quando eles deram as caras.

Eram cinco e se posicionaram entre nós duas e Giacomo. Automaticamente botei meu corpo entre eles e Fátima e ela não relutou muito.

Um dos vampiros, alto de cabelos longos e negros, virou-se para mim, muito sério.

-Ninguém aqui quer lutar. Seu pai pede que vá até ele para que vocês conversem.

-Por que ele não veio pessoalmente pedir?

-Ele estava ocupado organizando algumas coisas. Por favor, senhora, nos acompanhe.

Fiquei em silêncio, parada, esperando algo a mais aparecer. O vampiro me olhava sem entender bem.

-Algum problema?

-Isso me soa como uma armadilha. – Respondi, seca.

-Ele nos alertou que poderia haver certa resistência. Ele disse que dá a palavra dele de que ficará tudo bem e que, se quisesse um ataque ou uma armadilha, pensaria em uma maneira mais inteligente.

-Giuliet, melhor irmos. Talvez ele queira negociar. – Fátima falou, atrás de mim.

-Perdoem-me, mas ele deixou bem claro que só queria a presença da senhora, sozinha.

-Isso não será possível. – Giacomo falou, lá de trás, se impondo. Os vampiros apenas o olharam com desprezo.

-Será. – Falei. Talvez fosse melhor que eu fosse e livrasse daquela situação tensa. E, além do mais, se fosse pra me matar ele já teria dado um jeito. – Eu irei com vocês.

-Mas Giuliet...

-Deixa, Fátima. – Falei, me virando para ela. – Siga meu rastro e vá até a casa onde estamos. Hecate vai controlar a situação facilmente. Avise-os, por favor. – Ela pensou em protestar, mas deve ter visto que não adiantaria.

Andei na direção deles, que continuavam com o ar sério.

-Vamos logo.

O que havia falado concordou com a cabeça e virou de costas, começando a andar na direção. Dei um último olhar nos outros dois e segui os vampiros, preparada para qualquer surpresa. Tudo que Eleazar havia me ensinado subiu na mente em um estalo. Eu estava pronta para qualquer coisa.

Bem, isso era o que eu achava.

Corremos muito até chegar onde deveríamos. Porém a localização não era nenhuma surpresa para mim e, quanto mais andávamos, mais certeza eu tinha. E quando chegamos em uma área movimentada cheia de prédios, mas totalmente deserta, soube que, depois de séculos, tinha chegado em casa. Que agora mais parecia um subúrbio abandonado do que o casarão que havia ali antigamente.

Quando entramos pela porta de um prédio com pintura descascada, levei um choque. Por fora parecia um prédio comum e abandonado, mas por dentro era espaçoso, com certeza reformado, que lembrava muito a casa, só que muito maior. A única conclusão que cheguei era a de que os prédios, por dentro, eram uma coisa só.

Passamos por vários ambientes espaçosos, que se pareciam com salas, salões, corredores, e mais salas. Tudo muito bem iluminado por luzes brancas.

Mas o cômodo em que eles me levaram era menor, mas não deixava de ser grande. Era um escritório, só que nas dimensões de uma sala de estar. Havia um sofá branco ao lado da porta, seguido de uma poltrona. No outro lado havia uma mesa de madeira envernizada cheia de afrescos, que pareciam muito antigos. O que fazia contraste com o notebook moderno que havia por cima. No meio, por cima de um piso de taco, havia um tapete branco, combinando com o ambiente.

-Sente-se, por favor. – O vampiro de cabelos escuros disse.

-Estou bem assim.

-Como desejar.

Eles saíram e eu fiquei sozinha, inquieta. Olhei para as paredes, me dando conta de que também havia estantes de livros. Não prestei muita atenção nos volumes, porque logo a porta voltou a se abrir. Virei de lado para encarar quem quer que houvesse entrado.

Entraram três pessoas. Na frente estava meu pai, com um terno alinhado, assim como os cabelos. Atrás havia um vampiro loiro, altura mediana, muito magro e cabelos também alinhados. Porém, sua vestimenta era menos formal, uma camisa branca, um pulôver preto e jeans. E, depois dele havia uma garota que, para meu choque, era uma híbrida. Parecia ter vinte anos de idade, cabelos no ombro ondulados e castanhos, olhos atentos e de um azul profundo.

-Giuliet, minha filha, que bom que veio! – Jason disse quando todos já estavam lá dentro. Não falei nada, apenas mantive minha máscara fria. – Esses dois aqui queriam te ver.

-Sentiu minha falta, Giuliet? – O loiro falou e eu o olhei com estranheza. O rosto dele me parecia familiar, como em um sonho distante, mas não me ocorria quem era.

-Nós nos conhecemos? – Perguntei, curiosa. Jason riu sonoramente.

-Nossa, assim você fere meus sentimentos. Nós íamos nos casar! – Ele disse dramaticamente, levando a mão ao coração. Então, como em um estalo, eu me lembrei.

-Christopher? – Perguntei para confirmar e ele sorriu. Então quem sorriu fui eu, por puro deboche. – Claro que o capacho ia vir no pacote. – Fiquei feliz ao ver que ele havia fechado a cara. Só o que me faltava era aquele idiota, arrogante, imbecil, capacho total, ter sido transformado também.

Olhei para a garota. Ela também me parecia familiar, mas não como seu eu conhecesse e houvesse esquecido. Ela me lembrava alguém.

-E você, filha de outro capacho ou algo do tipo? – Perguntei, ainda debochando.

-Não fale assim com sua irmã, Giuliet. – Jason disse e eu o olhei chocada.

-A minha o que? – A frieza caiu um pouco aos pés do absurdo que aquilo estava se transformando.

A garota estendeu a mão na minha direção, meio sorridente.

-Amy Collins. Ele é meu pai também.

Ignorei a mão dela, apenas a encarando com estranhamento. Por isso que eu a havia achado familiar. Ela não tinha traços da mãe, pelo menos não óbvios, porque era a cara de Jason. E, por mais que eu odiasse reconhecer isso, era praticamente uma cópia da minha versão humana. Talvez não fosse porque eu tinha certos traços de minha mãe.

-Então você se apaixonou por uma humana? – Perguntei, me virando para ele. Quando Amy percebeu que eu iria ignora-la, recolheu a mão, constrangida.

-Bem, foi mais uma coisa de momento. Não durou muito, ela morreu no parto. – Ele disse dando de ombros, como se fosse a coisa menos importante do mundo.

-Agora que estamos todos apresentados devidamente, vamos direto ao assunto. O que você quer?

-Simples, minha cara. – Disse ele andando para detrás da mesa e apoiando as mãos nela. – Eu te ofereci comandar os humanos e você não aceitou. Eu decidi então que posso fazer isso por você. É só passar o poder para mim.

Eleazar havia me explicado que o poder poderia ser passado para outra pessoa sem morte. Era só o detentor do cargo desejar e dizer determinadas palavras que ele me ensinou, mas que eu guardei apenas como informação extra. Com isso, sem morte, o poder todo poderia ir para qualquer um. Só que ninguém havia tentado tal proeza ainda.

Eu comecei a rir.

-Isso é algum tipo de piada? – Falei, ainda rindo. Ele sorriu.

-Não, não é piada. É a pura verdade.

-E o que te faz acreditar que eu vou passar isso para você? Whisky de sangue demais?

Ele deu uma risada e se sentou. Acenou para os outros dois que saíram e ele me encarou, ainda sorrindo.

-Acontece, Giuliet, que eu tenho uma cartinha na manga. Uma coisa que você quer. Sugiro que se sente.

Não me sentei, mas andei para o lado direito, me afastando da porta. Lembrei então da ameaça de Michael Carter anos antes, de que ele tinha algo que eu queria. Será que eu finalmente descobriria o que era?

Percebi que estava ansiosa e curiosa. Provavelmente não era nada demais, só um delírio, e que me faria rir por dias, mas minha curiosidade aumentava a cada segundo. O crescente nervosismo de Jason começou a me incomodar, seja lá o que fosse, ele estava verdadeiramente ansioso. Isso não era um sinal lá muito bom.

A porta se abriu e eu vi os olhos dele brilharem. Olhei para a figura de Christopher, que arrastava pelos braços um corpo. Estava sujo, as roupas velhas e rasgadas e o cheiro de... de sei lá o que escondia o perfume original. Eu não poderia saber quem era em um primeiro momento.

Não poderia saber até o largarem há alguns metros de mim e ele cair no chão, com um gemido tão baixo que chegava a ser patético. Na queda seu rosto virou na minha direção e senti o chão abrir debaixo de mim.

Nada, nada mesmo, poderia ter me preparado para a imagem de Andreas caído, desmaiado e acabado na minha frente. Parecia que havia um buraco negro no meu interior, sugando todas as minhas forças. Se eu pudesse ficar mais pálida, eu com certeza estaria. Por um momento me pareceu até que eu havia ficado tonta, confusa. Aquilo doeu.

-Percebo uma certa quebra de confiança. – Jason debochou. – Aquele convite para sentar ainda está de pé.

Meu corpo, agindo sozinho, desabou no sofá, sentado. Minha mente focava apenas no corpo, parado a pouca distância dali. O que haviam feito com ele? Por que ele estava desmaiado? Por que ele estava ali?

-Como? – Foi tudo que consegui falar.

-Simples, enquanto vocês lutavam com vampiros suicidas idiotas, botamos um vampiro suicida um pouco menos burro para atacar o bonitão aí. O objetivo principal era matá-lo e tal, mas você se machucou e saiu da batalha, matá-lo não ia fazer efeito. Você ia ficar com o poder e iria se esconder e não ia dar para te matar também. Então eu tive uma idéia perfeita. Nós tínhamos titânio, iríamos aprisioná-lo. Foi bem difícil segurá-lo, sabe, ele estava forte. Mas demos um jeitinho. – Ele trocou um olhar bem humorado com Christopher. – Vocês acharam que ele estava morto e desapareceram do mapa. Não me importei, tínhamos toda a eternidade até encontrar você. Bem, esse aí não deve ter achado tão agradável.

Enquanto eu falava, apesar de ficar cada vez mais chocada, eu fui conseguindo estabelecer novamente a máscara fria. Eleazar havia me avisado. Droga, maldito, ele sabia. Fiquei encarando meu pai, sem olhar para o chão, montando a fortaleza novamente. Quando ele terminou com aquela narrativa medonha, tudo que eu havia sentido há pouco tempo havia se convertido em ódio. Levantei, incomodada com o fato de estar sentada.

-O que você quer? – Perguntei, sem emoção na voz.

-Já disse, poder. Você me passa e eu te devolvo ele.

-É algum tipo de piada?

-Se parece com uma piada?

O encarei, em silêncio, por um tempo. Havia quem acreditasse que, quando se é transformado, algumas características voltam mais fortes. Eu nunca acreditei nisso, mas meu pai sempre fora apaixonado pelo poder. Ele vivia em torno do poder, me vendeu em torno de poder e agora tentava conseguí-lo novamente, da maneira mais suja o possível. Era para eu ter me sentido ameaçada e tudo, mas além do ódio, tudo que eu sentia naquele momento era desprezo.

-Vou facilitar as coisas para você. – Jason disse, acenando para os outros dois.

Christopher pegou Andreas novamente e o carregou, como se carregasse um saco de batatas. Meu primeiro instinto foi de agredi-lo, arrancar sua cabeça, enfiar o braço no coração da garota e sair com Andreas dali, mas eu sabia que não ia conseguir. Haveriam mais vampiros, poderia haver um escudo mental, e eu duvidava muito que não houvesse. Consegui me manter na linha da prudência, mesmo que custasse todo o meu autocontrole.  Eu não podia acabar com a nossa chance de sairmos vivos. Eu não iria poder tirá-lo de lá naquele momento, não enquanto estava sozinha. Vi a porta se fechar em um som desconfortável.

-Ótimo, agora não há nada turvando a sua mente. – Ele disse, sério.

Continuei sem falar nada, minha raiva crescendo a cada segundo. Se aquilo não acabasse logo eu não ia conseguir.

-Vamos, não me olhe assim. Está fazendo eu me sentir a pior pessoa do universo.

-Com razão. – Respondi, seca. – O que você está dando para ele? Titânio não deixa ninguém inconsciente.

-Você nunca bebeu sangue de nenhum dos seus amiguinhos, certo? Faça isso um dia e me diga o que achou.

-Sangue de lobisomem? E onde você consegue isso?

-Acha que só você vive em um ambiente ecumênico? – Ele deu uma risada. Eu estava cansando das risadas. – Como isso tudo ainda está muito fresco para você, vou te dar um tempo. Não precisa me responder agora. Vá para casa, fale com seus amigos. Só lembre-se que, quanto mais tempo você demora para decidir, mais tempo ele fica preso aqui.

Ele andou até a porta e abriu para que eu passasse. Agindo quase que por conta própria atravessei a abertura, deixando-o para trás.

-Pense com cuidado. – Ele disse antes de fechar a porta.

O vampiro que havia me levado para lá apareceu novamente, me levando pelo caminho contrário. Nada havia mudado no ambiente, mas agora ele me parecia repugnante. Eu precisava sair de lá o mais breve o possível. Meu desejo era de vomitar, mesmo que isso fosse impossível.

Em uma das portas, que estava entreaberta, tive a impressão de que alguém estava me observando. Quando olhei na direção a porta se fechou com um baque. Sim, eu estava sendo observada, mas devia ser só mais um capacho curioso.

Saímos pela porta e, para o meu desconforto, o vampiro continuou andando comigo.

-Eu não preciso da sua escolta.

-São ordens de seu pai.

-Então eu dou uma outra ordem, já que, até a última vez que eu conferi, eu tinha plenos poderes para fazer isso. Volta lá e não ouse me seguir! – Quase berrei com ele, um pouco do ódio se libertando.

Ele deu de ombros e voltou a entrar. Quando me vi livre daquele ser desprezível continuei meu caminho, sem pensar muito bem.

Fiz quase tudo andando, mas quando cheguei no subúrbio novamente não fui até em casa. Entrei no primeiro beco escuro e me sentei no chão, apoiando as costas na parede de uma casa. Senti minhas energias serem drenadas de mim, minha vontade de agir indo embora. Tudo que eu havia vivido, séculos de existência, foram baseados em uma mentira. Andreas nunca esteve morto, nós nunca estivemos seguros. Meu pai não estava morto, Christopher também não, eu tinha uma meia irmã híbrida que se parecia com meu pai mais do que seria saudável para o planeta.

A imagem de Andreas inconsciente, sujo, acabado na minha frente, ficava rodando na minha mente, como se me perseguisse incessantemente, como se debochasse da minha idiotice. Como eu pude não saber de nada? Como não teve um infeliz com coragem o suficiente para denunciar Jason? Como?

Senti minha garganta apertar de uma forma que mal me permitia respirar em paz. Eu não podia deixar isso me derrubar. Eu sabia que eu ia ter que passar por provações, Eleazar havia me avisado.

Eleazar. Sabia de tudo e não me contou nada. Disse que eu ia ter que descobrir sozinha, maldito seja.

Ouvi passos na entrada do beco, leves e gentis demais para serem humanos. Aproximava-se calmamente, mas não me importei. Não estava com a menor disposição para discussões, brigas, nada.  Parou há mais um menos um metro e meio de mim.

-Tenho ordens para escoltá-la até sua casa, senhora. – Disse a voz feminina suave a agradável.

-Quantas vezes eu vou ter que repetir que não quero ninguém me seguindo? Vocês têm algum problema de interpretação de texto?

-Perdão, mas vou ter que insistir.

-Perdão, mas vou ter que te mandar ir para o inferno.

-Giuliet, levanta daí logo! – A voz perdeu um pouco da paciência.

Olhei na direção dela confusa. Estava vestida com jeans azul e um casaco preto com um gorro tão grande que tapava o rosto. Não fazia a menor idéia de quem fosse.

-Quem é você?

Ela olhou para trás antes de puxar o gorro para trás. Os cabelos longos, ondulados e castanhos caíram livres ao lado do rosto. Devia ter em torno de dezesseis anos quando foi transformada. Era pouco mais baixa do que eu e, se tivesse vivido o mesmo tempo que eu, provavelmente teria a minha altura. Em um primeiro momento não fazia a menor idéia de quem fosse, assim como acontecera com Christopher, mas quando a olhei nos olhos várias imagens vieram à minha cabeça. Uma criança assustada com medo da mãe, uma menina preocupada em ficar sozinha em casa. Levantei, sobressaltada. Se eu pudesse morrer do coração, isso teria acontecido umas quinhentas vezes só naquela noite.

-Lizzie? – Seria possível que fosse ela mesma?

-Pensei que não fosse me reconhecer. – Ela disse, com um sorriso. Era ela mesmo.

-Quantas pessoas vão ressuscitar até o fim da noite? Deixa eu ver se adivinho, está do lado de Jason também?

-Estava. É complicado. – Ela voltou a olhar para a entrada do beco. – Não podemos conversar aqui, vão dar por minha falta e vão querer saber onde eu estou. Venha.

-Espera. – Ela parou e me olhou, confusa. – Não se ofenda mas... como eu sei que não é uma armadilha?

Ela suspirou e chegou mais perto.

-Eu não sabia que você era você. Papai escondeu isso por todos esses anos, assim como todos fizeram. Parece que só eu não sabia. Eles me diziam que era outra Giuliet, para eu parar de ser idiota. Mas hoje eu ouvi uma conversa dos guardas de que você iria lá e, apesar do papai ter tentado me tirar do caminho, consegui me esconder. Foi quando eu vi você saindo. Todos terem mentido sobre isso só podem dizer que estão errados. – Ela começou a mexer dentro da blusa, buscando algo perto do pescoço.

Tirou de dentro do casaco um cordão dourado, gasto pelo tempo. Na ponta havia um pingente pequeno. No lado que ficava para frente havia um pássaro desenhado com as asas abertas. A parte de trás, apesar de eu não poder ver, era óbvio para mim. Era a parte escrita “G. Collins”.

-Eu guardei isso esses anos todos. Mesmo não tendo convivido com você por todos esses séculos, eu tenho milhares de motivos para acreditar mais em você do que no papai. Por favor, minha irmã, não desconfia de mim. – A voz dela falhou no fim e eu soube que podia confiar nela. Claro que eu podia, era minha irmã, não era? Dei o melhor que eu pude de um sorriso.

-Vem comigo.

Ela sorriu de volta e saímos correndo pelo beco e, depois, para o caminho que dava na casa. Mal cheguei e Hecate e Fátima passaram pela porta, vindo na nossa direção. Giacomo também saiu, parando na varanda. Os outros se apertaram na porta e nas janelas para olharem.

-O que aconteceu? Quem é ela? O que ele queria? Você está bem? Te atacaram? – Hecate soltou o turbilhão de perguntas, mas a fiz parar com um aceno.

-Eu vou explicar tudo, calma. Essa é Elisabeth Collins, minha irmã. Ela é de confiança. – Olhei para Fátima, eu sabia que meu rosto havia ficado desolado. – Fátima... – Senti minha voz enfraquecer. – Ele... Andreas... está vivo.


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