Giuliet Volturi - Dark Side Of The Earth escrita por G_bookreader


Capítulo 11
A Batalha da Capital - 1568


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpem a demora. Minha vida está uma pequena bagunça no momento e eu estou totalmente sem tempo. Mas acho que eu consegui fazer algo não muito pequeno. Espero que gostem.



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Dois meses foi o que levou para estarmos prontos assim que o plano foi formado. Naquela noite, quando todos da revolução se uniram, fiquei impressionada com a capacidade de Andreas de montar um plano satisfatório em tão pouco tempo. Quanto durou para reunir todo mundo, duas horas? Só sei que quando estávamos todos os catorze, todos tinham um semblante preocupado. Em um dia já havíamos perdido dois, e quantos mais perderíamos? Andreas se pôs no meio da sala, e todos o encararam sem muito ânimo. Ele próprio não parecia muito animado.

-Acho que chegamos em um momento crucial das nossas vidas. Nenhum de nós pode partir, se esconder mais. Hugh chegou ao auge de sua loucura transformando a todos nós em escravos, peças facilmente utilizáveis. Até agora temos agido apenas intelectualmente, nos reunindo aqui e discutindo inutilmente o que é certo e o que é errado. Temo que esteja na hora de agirmos de verdade, não sei o que ele pode fazer. Infelizmente, não somos um números exatamente impressionante. Precisamos de mais gente disposta a lutar, mais pessoas que queiram acabar com isso. Chamem as pessoas, tornem pública a revolta, façam com que tenhamos um número maior do que eles. Mas, por favor, pessoas de confiança, não deixem que isso vá parar nos ouvidos dos guardas.

Então, na teoria estávamos recrutando pessoas, qualquer um servia. Pessoalmente eu achava que fazer isso era um passo inseguro, afinal, sempre há alguém que acha que melhor faz dedurando. Porém havia ocorrido tudo tão perfeitamente certo que era difícil acreditar. Em pouco tempo, havíamos instigado os setores onze, doze, treze, dezesseis, dezoito e dezenove por completo. Os outros, exceto um, dois e três, mais próximos ao castelo, estavam próximos disso. O problema no momento é que não sobrou exatamente muita gente para convencer no final da história. Os que não estavam presos trabalhando estavam mortos, e os outros tinham medo de sair de casa. Dominar um setor por completo nessas condições não era exatamente uma grande coisa, para ser sincera.

Com a confiança de uma parte dos habitantes conquistada, já poderíamos pensar no nosso plano de batalha. Mas Andreas não estava muito disposto a conversar sobre isso, imaginei que ele estivesse vendo as probabilidades, mas não sabia ao certo. A impressão que eu tinha era que, quanto mais os dias passavam mais fechado ao mundo ele ficava. Eu sabia que ele estava forçando as visões e que ainda não tinha um plano formado, mas depois que ele passou três dias sem falar uma sílaba, sentado olhando um ponto fixo no teto, fiquei realmente preocupada. Me sentei na poltrona mais próxima silenciosamente.

-Andreas, quanto tempo faz que você não põe os pés fora de casa?

Ele me olhou meio distraído, era como se eu não estivesse ali realmente. Depois balançou a cabeça e coçou os olhos, suspirando. Por um momento eu pude jurar que ele tinha envelhecido alguns anos.

-Será amanhã. Amanhã vamos partir para a luta. Os guardas já estão desconfiados, e já temos gente o bastante. – Sua voz parecia muito suave e um pouco irreal.

-Sim, ótimo. Agora, por favor, ande um pouco.

-Boa idéia. Acho que vou reunir todo mundo e prepara-los para a batalha. Talvez recrutar mais alguns de última hora, ou...

-Não, para! Quando eu disse “andar” eu não quis dizer “recrutar”. Descanse um pouco, se acalma, você não vai resolver nada preocupado desse jeito. Eu estou ficando preocupada com você. – Ele se permitiu um sorriso fraco.

-Você não precisa.

-Você não me deixa outra opção.

Ele ignorou completamente minha tentativa. Levantou-se e foi até a escada, parando no primeiro degrau.

-Giacomo, está na hora. Mande que venham todos!

-Ah, eu desisto, você é impossível... – Reclamei me levantando, pronta para ir ajudar Giacomo. Já que ele queria ir logo para a luta, tudo bem.

Giacomo desceu, assim como Fátima, e nós três saímos para buscar todo mundo. Demorou um pouco até que estivessem todos – para a minha surpresa, cento e dez vampiros – em frente à casa dos Volturi. Não demoraria muito para os guardas perceberem que havia algo estranho acontecendo, então tínhamos que ser rápidos. Andreas subiu ao telhado para que todos o vissem e começou a falar o mais claramente o possível. Na minha opinião, parecia um pouco nervoso demais.

-Hoje é o dia em que nossos pesados acabam, senhores! Hoje... – seus olhos perderam o foco, ele ficou um tempo sem falar, e quando voltou ao normal, estava mais nervoso. – Gente, nossa liberdade nos aguarda, estamos – Aconteceu novamente. – E claro que... – De novo. – Daremos um fim ao...

-E é você que vai nos comandar?– Disse alguém desdenhoso.

-Realmente acha que nós vamos ter alguma chance contra Hugh e os capangas, sinceramente.

Mas acho que Andreas não ouviu uma palavra sequer do que os dois e mais alguns disseram. Seus olhos não paravam de perder o foco, ele não conseguiria falar. É tecnicamente impossível ir lutar sem ter soldados – odeio usar essa palavra, mas é o que nós éramos, soldados – sem inspiração, sem vontade de matar. Quando dei por mim estava subindo o telhado e me postando ao lado dele. Em certos momentos você age tão naturalmente em certas ocasiões que acaba se perguntando se era você mesmo agindo. Foi o que aconteceu comigo naquela hora. Me pus em frente ao povo e Andreas, aparentemente desistindo de não ter visão após visão, andou alguns passos para trás, uma pequena expressão de constrangimento no rosto.

-Eu sei que o que temos que fazer hoje é difícil, para todos nós. Hugh está no poder há séculos e todas as tentativas de rebelião passadas acabaram em um fiasco, descobertas antes de chegarem ao ponto que chegamos. Parece que temos um impasse aqui. Bem, a decisão é totalmente de vocês. Lutar, não lutar, é tudo decisão de vocês. Mas... – comecei a calmamente andar de um lado para o outro do telhado – Será que o conforto de não lutar supera uma vida inteira de liberdade? Aquele que vocês chamam de líder está nos prendendo, nos tornando escravos. Seus filhos, parentes, as únicas pessoas que nos restam, estão lá, presas, obrigadas a trabalhar dia e noite, enfraquecidas pela falta de sangue, sem poder lutar pela própria liberdade. Amanhã, pode ser qualquer um de vocês. Chance contra Hugh nós temos. Nossos números são o suficientemente grandes para acabar com aquela guarda. Basta que vocês queiram acabar com Hugh, e ele já estará acabado. Mas, se for de sua preferência ser escravo o resto da vida, tudo bem fiquem a vontade. Eu irei hoje, e morrerei tentando, porque acredito que nós somos mais do que simples peças de um tabuleiro prontas para serem mexidas quando bem entenderem. Com licença.

Eu virei as costas, deixando o burburinho para trás, sem olhar para ninguém. Enquanto eu descia, Andreas terminava de falar alguma coisa que não prestei exatamente atenção, porém agora as pessoas pareciam realmente interessadas. Ele lideraria elas para o castelo, mas eu tinha uma outra missão a cumprir primeiro, a promessa que havia feito a Myrtis. Quando ele desceu, não precisei falar,  ele chamou Lionel e mais dois outros rebeldes, Karl, Misha e Gaspar.

-Vocês irão com ela libertar os trabalhadores, depois vão se reunir conosco no castelo. É melhor se apressarem. E... Giuliet?

-Sim?

-Cuidado. – Ele disse muito sério.

-Eu sempre sou cuidadosa. – Eu respondi sorrindo antes de me afastar.

Decidimos que deveríamos primeiro por onde havia menos guardas e ir aumentando nossos números com os próprios escravos, ou pelo menos os que quisessem. Curiosamente haviam poucos guardas a princípio, não nos deram trabalho. A verdade é que, de todas as pequenas lutas que eu havia tido, eu nunca havia matado um vampiro. O que normalmente acontecia era acabar usando o poder e fugindo, sem voltar a ser perseguida. Eu já havia matado muitos humanos, claro, mas eles não eram mais a minha espécie. Aquele primeiro, o baixo de cabelos cor de ferrugem, não teve tempo de reagir.  Só de identificar o uniforme azul, me transformei em outro ser, o mesmo que vinha à tona quando caçava. Senti um prazer muito próximo da sensação de adrenalina quando pulei em suas costas e torci seu pescoço, fazendo a cabeça voar para fora dos ombros, o barulho de pedra quebrando ecoando pelo lugar. Logo, ele era apenas uma massa indistinta no chão, incendiado pelo fogo de uma tocha que havia por perto. Felizmente, todos os presos decidiram ir ao nosso lado, e assim os guardas não tiveram a menor chance de reação. Não demorou uma hora para resgatar a todos e, sem que ninguém dissesse o contrário, rumar para o castelo. Da resistência tínhamos conseguido novamente o irmão de Joanne e Paco, mas não trocamos nenhuma palavra.

O caminho para o castelo estava deserto, como se até o vento tivesse ido embora. Não se ouvia nenhum som além dos nossos passos. Eu duvidava que todos aqueles vampiros estivessem em batalha, estavam é se escondendo, nunca se sabe qual lado pode sair vitorioso. Não os culpava.

A situação no castelo era infernal. Em alguns pontos lá dentro pegava fogo, e o lado de fora tinha marcas de destruição. Mas todos estavam lá dentro, o som da batalha nos atingindo como um chamado. Nos separamos ali mesmo, cada um entrando da maneira que preferisse na história.

Não entrei pela porta da frente, circulei o lado externo do castelo e, pelos fundos, escalei até o segundo andar, quebrando uma das janelas para entrar. Era um corredor grande e frio, com alguns quadros e tapeçaria trabalhada, todo iluminado por archotes. Não havia ninguém, então virei para a direita em busca de uma escada ou algo que pudesse subir mais. Algo me dizia que Hugh não estava participando ativamente da batalha, e sim esperando que os guardas resolvessem isso para ele. Devia estar no terraço ou em algum lugar mais acima. Mas quando virei o segundo corredor, um guarda com a roupa toda rasgada vinha na minha direção. Antes que ele pudesse fazer qualquer coisa criei a névoa a uns três metros de mim, que ele inocentemente atravessou e caiu desacordado. Tem certas horas que você não pode querer uma luta justa. O parti rapidamente e, com o fogo de um dos archotes, o queimei. Voltei a correr, agora o corredor tinha uma abertura na parede, possibilitando a visão dos andares de baixo construídos da mesma forma e, no fundo, o hall de entrada, totalmente arrasado. No andar abaixo, pude ver Giacomo lutando contra dois vampiros e vencendo facilmente. Mais para a frente Lionel esquartejava uma vampira, mas seus pedaços pareciam sem disposição para parar de lutar contra o inevitável. E finalmente uma escada apareceu, e nela estava Hecate queimando dois vampiros que jaziam em pedaços nos degraus. Seu poder era controlar os quatro elementos básicos da natureza, portante ela não precisava do fogo dos archotes.

-Giuliet! Você está bem?

-Sim, cheguei agora há pouco! Como estão as coisas?

-Eles lutam bem, mas estamos indo bem. Andreas subiu correndo, acho que foi atrás de Hugh. Ele mandou que nenhum de nós o segui...

Não deixei que ela terminasse e voltei a correr. Ainda pude ouvir um “Ele mandou não ir atrás dele” distante, mas ignorei. Ele ia lutar sozinha contra um vampiro milenar? Além de vidente tinha tendências suicidas?

No terceiro andar não havia tanta gente, mas parecia estar igualmente destruído. Vi Paco e Jesse – o filho de Myrtis – às voltas com três vampiros da guarda e com dificuldade. Um deles segurava Jesse por trás enquanto outros dois tentavam dominar Paco. Corri para o que  segurava Jesse e o obriguei a soltá-lo para se livrar de mim. Mas quando ele tentou me segurar, fui mais rápida e saí da sua área de alcance, apagando-o em seguida, para logo após desmembra-lo. Usando o poder ficava tão ridiculamente mais fácil que era quase impossível resistir a tentação de não usa-lo. Enquanto eu fazia isso, Paco e Jesse já haviam eliminado os outros dois, então juntamos tudo e queimamos. Deixei eles para trás e, cansada de ficar procurando escada, quebrei a primeira janela que achei e subi até o último andar, quebrando outra para entrar.

O último andar ainda estava intacto se não fosse para um som abafado que vinha do outro lado do andar e o som da luta nos andares de baixo. Procurei a fonte daquele barulho pelo andar todo, até encontrar uma porta de madeira pesada tombada e atravessada na abertura da entrada. Passei por baixo e me deparei com um salão enorme, os móveis bagunçados e, no final do salão, a fonte do barulho. Hugh tinha Andreas preso pelo pescoço na parede ao lado de uma lareira recém acesa. Andreas não conseguia fazer a mão de Hugh se mexer um centímetro sequer. Uma coisa era lutar contra a guarda, vampiros de no máximo cem anos, outra coisa era lutar contra Hugh, que era mais velho que todos os guardas. Juntos.

 Atravessei correndo o lugar, desviando dos destroços de mobília que havia pelo lugar e ia fazer o mesmo que fiz com o vampiro que segurava Jesse, mas me enganei. Quando estava a centímetros de Hugh, ele simplesmente andou para o lado, levando Andreas junto, e eu só tive tempo de apoiar na parede para não acerta-la. Ele arremessou Andreas, que bateu na parede do lado direito de Hugh. Este virou-se para mim e, em uma velocidade difícil de se acompanhar, me deu uma gravata por trás, impedindo a passagem de ar e me trazendo para trás, aonde eu sabia que a lareira estava. Virando o rosto e segurando seu braço, com dificuldade, consegui deslizar pelos braços, me libertando e me afastando. Nesse tempo, Andreas já havia conseguido chegar novamente e, se aproveitando da distração comigo, tentou torcer o braço de Hugh. Corri para tentar torcer seu pescoço, mas não obtivemos sucesso, Hugh desviou o braço antes, tentou dar uma rasteira e, quando Andreas pulou para desviar, apenas o empurrou para longe, ganhando tempo para se virar e fazer qualquer coisa que eu não pude entender direito. Só sei que o movimento acabou comigo na parede contrário enquanto meu abdômen ardia com o impacto. Andreas trocava socos e chutes com Hugh agora, mas estava levando a pior. Seria quase impossível vence-lo naquele ritmo, então deixei que a névoa do meu poder se aproximasse dele. Quando finalmente chegou lá, esperei que ele caísse no chão paralisado, mas isso não aconteceu. Ele apenas começou a rir e olhou para mim. Era a primeira vez que eu conseguia ver seus olhos e a loucura neles era notável.

-Foi assim que você chegou aqui e os outros não? – E perguntou, ainda rindo. – Deixe-me te contar um segredo então, criança. Isso não me atinge. Mas valeu a tentativa.

Parei de usar e a névoa desapareceu. Me lembrei de uma coisa que Kratos uma vez me disse.

“Por vezes você não vai conseguir usa-lo. Por mais que você torne-o mil vezes mais poderoso, existem aqueles conhecidos como ‘escudos’. Eles bloqueiam qualquer ataque mental e, sinto informar, o que você faz é puramente psicológico.”

Mas ele não teve exatamente tempo de continuar a falar. Andreas agarrou sua cabeça e a forçou para trás e para baixo, fazendo sua coluna ceder e ele cair de joelhos. Já havia chegado lá e o ajudei a derruba-lo, imobilizando. Sem pensar duas vezes, arranquei o primeiro braço e arremessei na lareira, onde caiu perfeitamente. O urro de dor foi quase instantâneo. Ele se debateu e tentou se levantar, mas não conseguiu. Andreas arrancou o outro braço e assim por diante, aos poucos o eliminávamos. Quando só sobrou a cabeça, Andreas a levou até a lareira calmamente e a jogou de perto, parando lá e encarando as chamas. A fumaça arroxeada havia começado a preencher o ambiente, deixando-o insuportável. Sentei em uma poltrona confortável que havia sobrevivido e fiquei assimilando o que havia acontecido. Para ser sincera, eu não estava me sentindo normal, era como se uma força estivesse tomando conta de mim. Inexplicavelmente, eu me sentia responsável pelo mundo todo.

-Você está bem? – Andreas perguntou, distante, de onde estava.

-Sim. Está sentindo isso?

-Estou. Esperava que você não estivesse. Não é algo que eu pudesse ver.

-O que isso significa?

Ele ficou em silêncio um tempo antes de responder.

-Que nós dois somos os líderes por direito.

-Como?

-Nós dois matamos Hugh.

Instintivamente, quando um governante morre, o assassino assume o lugar. Eu só descobri que era instintivamente naquele momento, é claro.

-Nós devíamos checar os outros. – Sugeri, a voz morta.

Ele concordou com a cabeça, me levantei e saí do lugar, descendo as escadas quando as encontrei. Mal tinha consciência de Andreas atrás de mim. A batalha também havia terminado, e os que sobraram estavam no hall de entrada cuidando de feridos e alguns até mesmo comemorando. Havíamos vencido. Os Volturi e Hecate correram para nós dois.

-Ele morreu?

Andreas acenou que sim e o rosto dos outros se iluminou.

-Perdemos quantos? – Perguntei, e eles se voltaram assustados para mim, como se eu houvesse brotado do chão. Eu havia reconhecido Hugh como líder naquele discurso, afinal, ele era o líder. E agora eu também era, pelo menos metade, e eles provavelmente não esperavam por isso.

-No total quinze. – Respondeu Hecate depois de voltar ao normal. – Da revolução, perdemos o irmão de Joanne, Carl e Misha. – Sua voz se tornou tão baixa que tive dificuldade de ouvimos.

-E aqueles três ali se entregaram. – Giacomo acenou para três vampiros, que trouxeram os três guardas restantes e os seguraram ajoelhados na nossa frente. – O que fazemos com eles?

Andreas e eu trocamos um olhar rápido, mas acho que não haviam dúvidas sobre o que se fazer.

-Deixe-os. Hugh está morto, não há mais a quem servir. Estão livres agora.

Os vampiros os soltaram e eles, após lançarem a Andreas um olhar agradecido, sumiram do palácio.

-O povo precisa saber. Quando vão se pronunciar? – Fátima perguntou tranqüilamente.

-Amanhã. Precisamos decidir algumas coisas ainda. Iremos falar com eles quando estiver tudo pronto.

-Eu preciso falar com você. Agora. – Disse para Andreas.

-É, eu sei.

Saímos do hall e fomos para um corredor adjacente, longe dos ouvidos de todos os outros.

-Eu não vou dividir o poder com você, isso não dá certo. Portanto, amanhã nós não iremos nos pronunciar. Você vai.

-Não é tão simples assim. Você não pode simplesmente desligar isso.

-Não vou desligar, vou guardar. – Ele parou de me encarar. – Amanhã você vai se apresentar como líder e vamos fingir que isso não existe.

-Giuliet, eu não sei se... – Segurei seu rosto, obrigando-o a olhar para mim.

-Eu confio em você. É o líder mais brilhante que eu já conheci, será muito melhor do que eu.

-Se você não tivesse chegado lá em cima, eu teria morrido.

-Duvido muito. – Eu disse, sorrindo, e o puxei para perto.

Meu cérebro havia parado de funcionar alguns segundos antes de beija-lo. Ele devolveu, me trazendo para perto. Se passaram-se quinze segundos, três horas ou cinco anos eu não sabia dizer ao certo, a noção de tempo havia ficado esquecida. Assim como o resto do universo, que pareceu se apagar ao redor. Só quando nós nos afastamos que eu me lembrei da situação pós-guerra que estávamos.

-Junte-se a nós. – Ele disse suavemente.

-O que?

-O clã. Se você se juntar a nós, irá se tornar a segunda no comando e pode me ajudar a fazer tudo que eu preciso.

-Mas seus irmãos...

-O Giacomo não liga. Além do mais, ele te chama de cunhada pelas costas já faz um tempo.

Levantei as sobrancelhas, perplexa. Só eu que estava por fora da situação? Andreas simplesmente riu da minha expressão.

-Vamos, temos que nos reunir aos meus irmãos e decidir as novas regras. Agora eu controlo o mundo, certo? – Ele tentou parecer descontraído, mas era perceptível a nota de nervosismo em sua voz.

Era o início de uma nova era e não tínhamos a menor noção do que aconteceria. Só nos restava a tola esperança de que fosse um governo pacífico e próspero.


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