Hermione subia a escada pensativa, ainda não acreditava o que havia acontecido com sua filha. Rose sempre foi muito ajuizada e responsável, nunca se metia em encrencas e era discreta, conhecia a filha bem o suficiente para saber que ela não se dava aos desfrutes como tantas outras garotas, e pelo que conhecia da vida juraria que Rose era virgem e se quer teria beijado outro rapaz. E agora ela informa a todos que esta gravida. Parecia um pesadelo.

Chegou ao segundo andar da Toca, onde antes era o quarto de Gina, agora todo reformado e aumentado com auxilio de magia, Rose dividia ele com as primas, Molly, Domy e Victoria, quando dormiam na casa dos avós. A Toca nunca ficou vazia, a Sra. Weasley se sentiu triste quando seu ultimo filho casou-se e mudou mais logo depois de alguns meses os netos chegavam. E ai uma nova alegria, cada neto ganhava um quarto, mais os quartos ficaram poucos para quantidade de netos e eles começaram a dividir, o antigo quarto de Rony era dividido entre, Thiago, Fred, Alvo e Douglas. O que era de Fred e Jorge, era dividido entre, David, Hugo e Louis. O que era de Percy era dividido entre Lily, Lucy e Rox, e o quarto que era de Carlinhos e Gui, era dividido entre as crianças menores, este tinha todo tipo de proteção contra quebra e barulho e foi o que mais foi reformado.

Hermione bateu na porta e ouviu Rose dizer um “entre”, baixo e sufocado pelo choro. Assim que colocou os pés para dentro seu coração apertou, sua filha estava com uma aparência péssima, olhos inchados de tanto chorar, cabelos desarrumados e com uma tristeza que invadia a alma. Hermione olhou para ela, e Rose devolveu o olhar, viu o sofrimento nos olhos da mãe, e com certeza Hermione viu a mesma dor nos olhos de Rose, fez a única coisa que uma mãe poderia fazer, foi até Rose e a abraçou.

Palavras não precisavam ser ditas, Hermione fez de suas lagrimas palavras de consolo, sofria tanto quanto Rose. Ficaram abraçadas por tempo suficiente para que o choro cessasse e Rose se acalmase.

-Mãe – falou se afastando de Hermione para olha-la – o que eu vou fazer agora?

Hermione naquele momento viu que sua filha não tinha mudado, Rose parecia a mesma menininha que sempre perguntava a ela e Rony o que devia fazer, sem nunca desobedece-los, Hermione suspirou e deitou a cabeça de Rose em seu colo acarinhando seus cabelos.

-Não sei querida – falou com cuidado – mais seja o que for eu e seu pai estaremos ao seu lado e te ajudaremos.

-O papai me odeia mãe, ele nunca ira ficar ao meu lado e muito menos falar comigo novamente – disse tristonha.

-Não diga isto Rose –a voz de Hermione falou ríspida – seu pai te adora, filha. Assim como eu, ele só esta chateado e chocado, mais de um tempo a ele que logo ele volta atrás.

-Se meu pai esta assim comigo, como irão reagir as outra pessoas? – falou com a voz quase em desespero – e os alunos de Horgwats? Mãe eu sempre fui aluna exemplo, McGonagall sempre me usava de exemplo por boa conduta, e responsável e agora eu apareço gravida?! Ai que vergonha – começou a chorar de novo – como me arrependo mãe, como me arrependo de ter sido boba e ingênua. Mãe eu sou a aluna mais inteligente de Horgwats, e fui uma completa lesada...

-Calma Rose – falou tentando acalma a filha – Não importa que os outros vão fazer ou falar, o que importa que você não estará sozinha nesta, seus primos e seu irmão estará ao seu lado, filha. E outra você não é primeira nem a ultima que engravida na adolescência, sei que no mundo bruxo eles são preconceituosos quanto a isto, mais nós sua família nunca a obrigaremos fazer nada que não queira.

-Ai mãe, eu não mereço ter vocês como minha família – disse triste.

-Claro que merece – falou Hermione rígida – você é maravilhosa e merece sim! Quem nunca errou? Eu errei, seu pai já errou, seu tio Percy já errou e nem por isso deixou de ser amado nesta família, então pode parar – terminou levantando Rose de seu colo – agora filha eu quero que me conte o porque que o pai desta criança não esta a aqui ao seu lado neste momento?

Hermione perguntou séria e Rose sabia que não podia mentir, sua mãe queria uma resposta e era melhor ela dá-la,

-Mãe é complicado  – disse se recompondo  - eu sempre gostei dele, quando digo sempre foi desde do nosso primeiro dia em Horgwats, ele sempre me foi inalcançável, fomos para casas diferentes, dividimos algumas aulas e só. Sempre achei que ele nem sabia meu nome, você sabe que não gosto de muita atenção, ele sempre me chamava de Weasley, mesmo estando com minhas outras primas.

“Nunca trocamos mais que uma ou duas palavras e quando foi uma noite, na noite da festa – explicou Rose para Hermione que prestava atenção em cada palavra da filha – ele veio conversa comigo, senti mãe que meu mundo parou quando o ouvi dizer o quanto eu estava linda e falar meu nome, um pouco mais alto que um sussurro. Fiquei encantada, como todas as outras meninas da escola ficam quando ele fala com elas. Ai mãe como fui idiota – falou irritada – bem acho que não preciso falar o que aconteceu depois já que estou gravida, mais quero que saiba que foi maravilhoso, foi carinhoso e me deixou nas estrelas, era como um sonho.  Mas depois acordei sozinha, e quando o vi novamente ele estava com outra, ele tinha feito como uma despedida de “solteiro” comigo, e me deixou.

-Ai filha – falou Hermione também chorando – eu sinto muito.

-Não se sinta mãe eu fui a idiota a senhora não teve culpa. A única coisa que quero dele agora é meu filho e distancia, mais nada.

-Não seria melhor se ele soubesse?- perguntou Hermione sem jeito.

-Não! – falou ríspida- para que? Para ele só me vim a falar comigo por obrigação? Ou para meu filho ficar oficialmente sem pai?- perguntou sarcástica – ou a sra. acha que ele sobrevivera quando meus primos saberem quem é, ou meu pai e tios? Não deixe quieto...

-Você ainda gosta dele?

-Acho que sempre vou ama-lo- disse passando a mão na pequena barriga.

Escorpio estava sentado na sala escura, era a biblioteca da mansão Malfoy, não aguentava ficar nas salas sócias com aquele monte de conhecidos, na verdade a maioria eram falsas, eram poucos que eram seus amigos. Todo ano os Malfoys participavam ou fazia uma festa de Natal para convidados altamente selecionados. Não era surpresa para  Escorpio ver ali em sua casa, chefes dos Ministério, banqueiros e donos de industrias bruxas, jogadores famoso e muitas outras celebridades. Claro que Escorpio era um excelente anfitrião, ele e Ariana aprenderam desde pequenos a se comportarem devidamente, assim como um Malfoy, mais sempre que surgia uma oportunidade escapava para a biblioteca e ali ficava, até alguém vim busca lhe.  

Estava distraído olhando a foto de sua família, uma nova que sua mãe os fez tirarem no verão, ele parecido com o pai a mesma altura e os mesmos cabelos loiros platinados, pele pálida e olhos cinza e frios. Realmente eram muito parecidos. Escorpio se assustou quando sentiu uma mão tocar seu ombro.

-Nossa!!! – falou olhando para traz.

-Esta assustado?  Em Escorpiozinho.

-Não me chame assim, sabe que não gosto –falou frio – quem te mandou vim me buscar?

-Ninguém- disse Leyla indo se sentar no colo do loiro- eu que percebi que faz alguns minutos que você sumiu, sei como odeia ficar no meio daqueles velhos chatos e resolvi te fazer companhia – disse a morena já sentada no colo do loiro e beijando sua orelha.

-Sei o tipo de companhia que você quer Leyla – disse com um sorriso safado passando as mãos por baixo de vestido de Leyla no meio de suas coxas – mais você sabe que minha namorada esta ai...

-Aquela imbecil!! – disse a garota com raiva – não sei Escorpio o que faz com ela, a menina é tão sem sal...

-Você sabe muito bem que não tive escolha- falou com a voz sensual, continuando a passar a mão nas coxas da garota que dava pequenos gemidos de prazer – meu pai que falou que seria interessante namorar a Jany para os negócios que ele têm com o pai dela, e devo admitir que realmente esta sendo – terminou com um sorriso bem cafajeste.

-Ah, esta?- então me fale, ela faz isto?- Leyla sentou-se com cada perna do lado de Escorpio e puxou seu vestido para cima o tirando, ficando somente de sutiã vermelho e uma minúscula calcinha, no momento seguinte já beijava Escorpio indecentemente.

A relação que Escorpio tinha com Leyla era de amizade em cima de tudo, apesar dele saber que ela o amava. Os dois sempre que tinha oportunidade faziam sexo casual, os garotos da Sonserina sempre soube que Leyla era a “garota” dele, o que significava que ninguém ficava com ela. Ambos não pensavam em namorar, nunca se imaginaram como um casal oficial, apenas curtiam as transas que tinham.

Escorpio também não gostava da namorada Jany. Ela era linda sim mais era submissa de mais nas decisões deles, era como uma cadelinha que tudo que Escorpio queria ela fazia. Jany não era nenhuma santa, e quando começou a namora- la sabia que a garota já tinha ficado com muitos outros, mais ele não ligou, ele também não gostava dela e bem dava para terem um caso legal.

Escorpio nunca foi santo, ficava com as meninas porque  queria e sentia vontade, arrumava brigas porque se achava superior aos outros sim, era arrogante porque podia ser assim, não tinha uma boa fama, e gostava da fama que tinha. Seu pai não o reprovava, “um Malfoy não deve abaixar a cabeça para ninguém”, era o que o pai sempre disse a ele, então não abaixava. Sua mãe não concordava com isto , mais também não fazia nada para impedir o pai. A vida de Escorpio era perfeita, popular conseguia as garotas que queria, milionário, tinha tudo que desejava e pais que o amava e se importava com ele. O que queria mais?

Mais tinha algo que nos últimos dias perturbava a Escorpio, algo não. Alguém. Rose Weasley, ela perturbava os pensamentos dele. Escorpio nunca gostou de alguma garota, nunca sentiu seu coração acelerar ou algo do tipo. Ficou com Rose porque no dia ela estava linda, nunca repara nela até aquela noite na verdade, ele nem sabia o nome dela, sempre a chamava de Weasley por causas dos cabelos vermelhos. Rose nunca chamou sua atenção, não era bonita, não era expressiva era como tantas outras garotas que Escorpio ficou. Mais naquele dia Rose não foi mais qualquer uma naquela noite Rose foi “a garota”.

Escorpio não soube o que foi, se o jeito gentil ou o olhar doce, ou o calor do seu corpo ou a inocência dos seus atos, mais quando se viu Rose não saia de seu pensamento. Lutou contra seus sentimentos, mais quando acordou com Rose em seus braços e com sua pele alva cheia de pequenas sardas vermelhas, seu peito subindo e descendo em um sonho tranquilo, temeu. Temeu o mostro que rugiu dentro de seu peito, temeu aquele sentimento desconhecido, aquela sensação de paz e leveza que surgiu em seu coração.

Aquela sensação que nada poderia tirar a felicidade dele, pelo simples fato de estar com ela. Não foi sua melhor transa, já teve meninas bem melhores, mais Rose foi única, com seu cheiro, seu sabor e seus beijos. Sem saber o que fazer a evitou por dias, não foi em nenhuma aula com ela, e quando foi interrogado por seus amigos se estava apaixonado, negou para eles, e para si mesmo. Não poderia se apaixonar, não pela uma Weasley, ainda mais por Rose filha do maior inimigo de seu pai. Não podia e não devia.

  Quando se virou a viu e raiva e nojo que sentiu de si mesmo saiu pelos seus olhos. Raiva por sentir aquilo pela a única que ele não podia. Nojo por ter tirado a inocência de alguém tão puro.

Soube depois de alguns dias que Rose também não estava indo as aulas, provavelmente também o evitando, achava melhor assim. Seu pai há dias estava mandando cartas para que ele fizesse amizade com Jane Tranks, a filha de um de seus futuros sócios e chegou a insinuar que seria bom um namoro de ambos.

Escorpio não era muito de ceder a chantagem de seu pai, sabia que Draco era bem persuasivo quando queria, mais resolveu aceitar, nas semanas seguintes que teve Rose, esteve com outras garotas mais Rose não saiu de seu pensamento, quem sabe se engatasse em um namoro só , ela sairia. Assim Escorpio começou namorar com Jane. Não adiantou Rose ainda permanecia lá, e o pior agora ela o desprezava. Ele tentava não demostrar nada para ela e devolver igualmente com desprezoo olhar que ela o dava. E assim se seguia.

Passado aproximadamente uma hora , Escorpio e Leyla saíram da biblioteca, ambos com rostos satisfeitos, e sorrisos cumplices. Logo que chegou a uma sala onde tinha muitos convidados Jane veio ao encontro deles.

-Oi amorzinho – falou toda manhosa para Escorpio selando seus lábios com um beijo – oi Leyla – cumprimentou a outra com olhar arrogante que tratava a todos – Onde você estava? Faz uns vinte minutos que te procuro!

-Estava na biblioteca com a Leyla conversando – respondeu descaradamente.

-Não sei o que vocês tanto conversam – disse olhando para Leyla, Leyla deu de ombros e respondeu.

-Se fosse para você saber nós a chamaria - se aproximou de Escorpio e disse em seu ouvido – adorei nossa conversa – disse sarcástica com a voz sexy - depois nós se fala - disse lhe dando um beijo na bochecha.

-Odeio esta garota – falou Jane para Escorpio assim que ela saiu de perto.

-Ela é minha amiga e uma ótima pessoa, Jane – disse abraçando a namorada – e você sabe que você é única – falou om seu sorriso sexy e dando um beijo bem quente nela.

Jane acreditava nas palavras de Escorpio, embora ele soubesse que eram todas mentiras, só existia uma. E essa ele não queria e não podia.