Abençoada pelos Deuses escrita por Hawtrey


Capítulo 2
Sem respostas, sem colar.


Notas iniciais do capítulo

Esse capitulo ficou pequeno na minha opinião, mas espero que gostem mesmo assim.



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                Olá, meu nome é Katherine Foster e tenho quase treze anos, isso mesmo: quase... isso por que o meu aniversario é semana que vem e parece que está demorando um eternidade (só por que eu quero ganhar presentes!), bom...voltando. Moro somente com minha mãe, Laura, meu pai morreu há anos em um acidente de carro, de acordo com minha mãe, já que eu era bem pequena. Estudo em St. Julius, um internato para crianças... crianças que dão mais problemas, por assim dizer, eu não posso ser classificada como uma criança ”problemática”, minha notas são razoáveis, e eu não crio mais tanto problema como antigamente, com o tempo eu aprendi a me controlar, e quando dizem que sou estranha eu nem ligo, sou estranha mesmo, mais acho que o fato de eu não ter nenhum amigo ajuda muito nisso.

            Minha mãe trabalha na livraria Wood’s, não muito longe daqui de casa, mais hoje ela está de folga, coisa rara mesmo em um sábado como esse. Laura é uma ótima mãe, cuidadosa, gentil, me entende, me da conselhos e briga quando mereço, ela tem os cabelos médios ondulados e castanhos  claros que passavam somente o pouco de seus ombros, mais que davam uma ar especial a sua pele branca e aos seus olhos cor de mel, bem diferente de mim que tenho os cabelos negros ondulados e longos que iam até o meio de minhas costas e olhos também pretos, ela sempre dizia que eu herdei bastante coisa do meu pai, mas como eu não o conheci não posso confirmar nada.

— Kathe! Desça logo ou seu café vai esfriar — mandou minha mãe do andar de baixo.

— Já vou! — gritei de volta.

Terminei de me arrumar e desci o mais rápido possível, uma coisa que minha mãe não gostava era de atrasos. 

— Bom dia mãe — cumprimentei arrumando meu café da manha.

— Bom dia querida, como foi a noite? — perguntou ela com um traço de preocupação em sua voz.

— Horrível como sempre, os mesmos pesadelos de sempre: monstros gregos causando um pandemônio em um prédio de Nova York que nunca vi na vida, um cara todo de preto parecendo a morte e uma múmia! — respondi exasperada — Como alguém pode ter pesadelos desse tipo? Monstros gregos!?

— Alguém especial — respondeu mamãe temerosa.

— O que a senhora quis dizer com isso?

— Nada, agora termine o café.

— Mãe, a senhora está ficando cada vez mais estranha ultimamente, isso sem comentar sobre o fato da senhora ter me obrigado a usar esse colar que eu nem sei da onde veio! — reclamei mostrando o colar que durante toda a minha vida ela me forçara a usar, ele era preto com detalhes em dourada e havia duas coisas gravadas nele.

— Eu já disse que isso foi um presente da família do seu pai — respondeu ela me fitando.

— Tá, então me explica por que tem frases gravadas nele em grego antigo! E me explica como eu sei que é grego antigo e principalmente como eu sei o que significa!

Isso eu não posso explicar...

— Como não!? A vida é minha e eu não sei nada sobre ela! Eu nem sei o nome do meu pai e alguma coisa me diz que a senhora o que esses sonhos significam. Mãe, durante toda a minha vida ocorreram coisas estranhas comigo: lembra daquela vez em que em quase matei aquele leão que tentou atacar a Annabeth quando tínhamos dez anos!?

— Era um cachorro maior que o normal.

— A senhora sabe muito bem que era um leão, nenhum cachorro, por maior que seja, iria estar em uma cabine gradeada enorme com uma placa em cima dizendo: Leão, cuidado!

— Estava escrito: Leões, perigo em extremo, cuidado — corrigiu ela.

— Sabe muito bem que minha dislexia não ajudou muito!

— E por falar em Annabeth, você a viu depois daquele dia?

— Não, ela se mudou cerva de uma semana depois para perto de acampamento de verão parece...não lembro direito.

Annabeth Chase é uma garota que eu havia conhecido aos oito anos em um passeio do internato, ela se tornou a minha única e melhor amiga, mais infelizmente teve que se mudar e desde então eu nunca mais a vi, ela deve ter a mesma idade que a minha.

— E não mude de assunto, explique tudo isso — repreendi minha mãe.

— Filha... é muito complicado, não há como explicar!

— Muito bem! Já que é assim... — comecei irritada e pude vê-la arregalar os olhos quando eu tirava o colar — Enquanto a senhora não me explicar direitinho o que está acontecendo eu não uso esse colar.

Ouvi um trovão no céu quase limpo.

— Nem pense nisso Katherine Foster, coloque-o de volta nesse pescoço imediatamente! — ordenou ela levantando-se.

— Só se a senhora me contar o que está acontecendo — repliquei também levantando.

— Já disse que NÃO, não está na hora ainda.

— Ótimo! Então fique você com esse colar idiota! — então joguei o colar pra ela, o colar pareceu queima-la, mas eu não liguei e sai correndo em direção à uma praça que tem perto de casa. Sentei em um banco e fiquei apenas sentindo rajadas de vento passarem pelo meu rosto... me acalmando e fazendo-me refletir: por que ela estava escondendo o motivo de mim? Ou melhor, o quê ela estava escondendo de mim? É a minha vida e eu tenho o direito de saber tudo sobre mim! Será que era algo tão horrível assim que ela não poderia contar!? Mas minha vida sempre foi normal, no limite do possível... do que eu estou falando? Minha vida nunca foi normal, sempre usei aquele colar, vejo coisas que ninguém mais vê, tenho sensações estranhas, pesadelos mais estranhos ainda, meus olhos mudam de cor de acordo com o meu humor, se falar que eu entendo grego antigo! Como isso é possível!?

— O que está havendo? — perguntei a mim mesma fitando o céu nublado — Por que isso acontece comigo?

— Conversssando com o titio ssemi-deussa? — sibilou uma voz ao meu lado.

Com um sobressalto eu me afastei ao fitar uma... mulher eu acho, sim por que ela era em parte uma mulher em outra um cobra, parecia uma... Equidna!? Eu estou ficando maluca ou estou mesmo vendo uma Equidna, um monstro mitológico que é metade mulher e metade cobra, bem na minha frente!? E do que ela me chamou? De... semi-deusa eu acho, mais o que diabos é uma semi-deusa?

— Q-Quem é você? — gaguejei dando recuando vários passos.

— Uma amiga... — respondeu ela do mesmo modo sibilante.

— Uma amiga? Você? Ha, engana outra — ironizei. O que deu em mim?

— Olha como fala comigo garota! — repreendeu ela me prendendo contra uma árvore — Você não está em condições de fazer brincadeiras alheias garota! Agora me deixe acabar de vez com o seu sofrimento...

Então, ela mostrou suas garras e no momento em que ela iria me perfurar algo atravessou a área de seus estomago e segundos depois ela se transformou em pó. Revelando então um homem bem na frente com uma espada erguida acima da cabeça.

— Quem é você garota? — perguntou ele friamente.

— Katherine.

— Katherine? Katherine Foster? — seu tom de voz mudou bruscamente para um tom gentil e confuso.

Eu apenas assenti hesitante. Geralmente eu não falo com estranhos, mas esse é um caso à parte, já que esse estranho salvou minha vida.

— O que faz andando por ai sozinha e sem o colar?

— Como me conhece?

— Vamos, vou te levar para a sua casa — disse ele já me puxando pelo braço.

— Como me conhece!? — interrompi tentando me soltar.

— Isso não vem ao caso, só vem logo antes de outro monstro encontrar você! — ele seguiu em direção a casa da minha mãe me puxando, e como ele sabia onde eu morava? Não faço ideia.

O desconhecido entrou na casa sem nem ao menos bater e logo me puxando para dentro, e depois de dar uma olhada lá fora, trancou a porta. Minha mãe desceu as escadas e ao nos ver deixou todos os livros que segurava caírem sobre a escada.

— Apolo! — exclamou ela exasperada.

Espera, Apolo?

— Apolo? O deus do sol? — perguntei começando a encara-lo — Sei que é loucura, mas depois daquela Equidna eu acredito até que Elvis não morreu.

— Depois explico. Bom dia Laura — cumprimentou ele.

— Ela falou Equidna? Aquelas vagabundas a atacaram? — exasperou-se mamãe.

— Na verdade foi só uma, mas ela poderia ter morrido! — exclamou Apolo — Posso saber por que ela não esta usando o colar?

— Eu o tirei. Ela não quis dizer nada sobre as coisas estranhas que acontecem na minha vida, então eu disse que não usaria esse maldito colar enquanto ela não me der respostas — respondi no lugar dela.

— Não pode ficar sem usar o colar Kathe — informou Apolo teimoso.

— Pra você agora é Katherine e por que não?

— Não posso contar, quanto mais souber mais ficará exposta ao perigo.

— Então mantenho minha palavra: não receberei respostas, então não usarei o colar.

— Nossa garota! Você é tão teimosa quanto sua tia!

— Eu diria alguma coisa se eu ao menos soubesse de quem você esta falando!

— Olha aqui garota, não poderá ficar sabendo e ponto final — conclui Apolo segurando meu ombro. Senti a raiva tomando conta da minha mente e ele rapidamente se afastou ao ver meus olhos emanando perigo, então eu disse:

— Pode falar ou fazer o que quiser, não usarei um colar estupido sem saber o real motivo! Me obrigue se quiser, mais garanto que irá se arrepender se tocar em mim de novo, seja você quem for, você não tem autoridade para me dar ordens!

Ele recuou vários passos, e disse:

— Ela realmente puxou a todos nós, e ela tem razão em tudo o que disse. Maneiro! Mas sinto muito querida, você vai usar aquele colar.

— Não.

— Sim.

— Não.

— Sim.

— Não.

— Si...

— PAREM VOCÊS DOIS! — gritou mamãe já se aproximando. Eu a encarei a procura de respostas e em um tom mais calmo continuou:

— Coloque o colar filha, contaremos tudo.

Eu olhei vitoriosa para os dois e concordei:

— Está bem, mais se não contarem eu mesma encontrarei uma maneira desse colar nunca mais ser visto.

Sentamos no sofá e Laura começou. Ela me contou tudo: sobre os deuses gregos, os monstros, o lance de ser uma semi-deusa, explicou sobre o Acampamento Meio-sangue, o por quê dos monstro me seguirem, enfim, tudo o que eu queria saber e até mesmo o por quê eu Deficit de Atenção e a dislexia e também explicou sobre A Nevoa.

— então eu sou uma semi-deusa certo? — eles concordaram — Então quem é meu pai?

— Não sabemos — respondeu Apolo dando de ombros — Mais como você conhece muito sobre a Mitologia Grega talvez ajude!

— Nunca pensei que isso serviria para alguma coisa na minha vida — desacreditei balançando a cabeça — Mas vocês ainda não explicaram nada sobre o colar...

Apolo suspirou e começou:

— Quando você tinha dois anos de idade a casa onde você morava com sua mãe e o marido dela, que infelizmente morreu nesse dia, foi atacada pelos homens do Senhor Titã que aliou ao deus da guerra, Ares, nesse dia você e sua mãe ficaram gravemente feridas, mas sua mãe sempre foi uma mulher forte, já você era apenas uma criança. Por isso a levamos para o Olimpo para ser curada, eu tentei de tudo mais nada tinha sucesso, então Athena teve uma ideia e com a ajuda dela fizemos um tipo de encantamento, e então você recebeu a Benção dos Deuses...

— O que é essa benção?

— É quando a maior parte dos deuses se juntam e fazem de você a herdeira dos poderes deles, em outras palavras, você não tem o poder só do seu pai e sim de quase todo o Olimpo. Esse colar que está usando é um símbolo dessa benção, é através dele que todos a reconheceram com a Abençoada pelos Deuses. Ele também lhe garante proteção, por isso nenhum monstro chegou muito perto de você e além do mais, ele não pode ser usado por mais ninguém além de você.

— Abençoada pelos deuses... — citei segurando o colar e lembrando o que estava escrito nele — Então eu devo minha vida aos deuses e principalmente a Athena, ela sempre foi minha deusa favorita, sempre a vi com um grande respeito, como algo especial... eu só não sabia o por quê.

— Bom... você é teimosa como ela — revelou Apolo rindo.

Eu ri junto e me lembrei de algo.

— Então? Quando vou para o Acampamento meio-sangue?

— Você não vai.

— Como assim não vou?

— Ela tem que ir — reagiu mamãe.

— Ela não aprenderá o que é preciso no acampamento, os poderes dela são muito maiores do que o normal.

— Então para onde eu vou?

— Você vai comigo: para o Olimpo.


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Notas finais do capítulo

O que acharam? Comentem por favor!



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