Intertextualidade escrita por scarecrow


Capítulo 3
Capítulo 03: Descritivas Emoções Descriminantes




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INTERTEXTUALIDADE

Capítulo 03: Descritivas Emoções Descriminantes

- Você está linda. - Comentou pela terceira vez naquela noite. Ela sorriu como agradecimento e arrumou a saia acanhada.

Depois de toda semana sem se verem, Gerard sempre marcava de sair na sexta feira com a namorada. Lindsay era uma de suas poucas diversões de um ou dois meses pra cá, e Gerard realmente pensava estar gostando dela. Andavam de mãos dadas pelo shopping já muito frequentado, e caminhavam em direção ao cinema.

- Sabe os filmes que estão passando?” - Lindsay perguntou, curiosa.

- Não faço ideia – Sorriu.

Gerard, depois do incidente só encontrou seus poucos e verdadeiros sorridos na companhia de seu irmão. Mikey era não só alguém do mesmo sangue, era seu melhor amigo. A mão, por controvérsia, ele mal conseguia conversar mais de cinco minutos. Claro, não por desgosto, mas sim por um medo bobo de se aproximar das pessoas. De qualquer forma, ainda assim amava sua mãe. Trabalhava exatamente para não se tornar um estorvo nas economias de sua mãe, e para não obrigá-la a sustentar o filho vagabundo já formado no ensino médio.

E no meio das poucas pessoas que Gerard convivia, Lindsay, além de namorada, era uma boa amiga. Tanto ela quanto Mikey o ajudaram de uma forma indescritível, e ele sempre conseguiria sorrir.

Mas Gerard sorriu perto de Frank. Ele não só sorriu, como também se divertiu, se preocupou, se maravilhou com a presença de Frank Iero. Contorceu o rosto nervoso. Aquilo só poderia significar que Gerard está vencendo seu medo pelas pessoas do qual ele não conhece. Ou, como já pensou infinitamente nessa possibilidade, poderia ser que, talvez, Frank seja especial.

- Algum problema? - A namorada perguntou, parando em frente a Gerard.

- Nenhum. - Desviou seus pensamentos bobos, e beijou de leve os lábios de sua Lindsay. Se viraram para ver os cartazes do cinema.

- Nenhum filme bom. - Ela comentou suspirando. Gerard sorriu bobo.

- Desculpa. - Ele pediu sem graça. - Quer tomar um sorvete?

- De novo? - Lindsay perguntou cansada.

- O que você quer fazer então? - Gerard perguntou sem educação. Passou a mão nos cabelos, nervoso. Lembrou-se de Frank, e de seu sorriso encantador. Perguntou para si mesmo se Frank veria problema em tomar sorvete.

- Vamos pra rua, namorar. - Ela disse sorrindo. Deram as mãos novamente.

E por pensar uma vez no pequeno Iero, não conseguiu fugir os seus pensamentos do menor. Os olhos levemente castanhos, o sorriso sacana, as lágrimas doces tão molhadas... Lembrou-se dos seus cabelos sutilmente caídos pelo rosto pálido, e no abraço desajeitado. Seus olhos fecharam rapidamente, Gerard pensou sentir frio, pela falta da presença do menor. De onde raios seu irmão tirou aquele amigo?

Pararam em uma pequena praça em frente e o shopping, deserta pelo horário. Gerard escorou Lindsay em uma árvore, e sorriu envergonhado. Ela o puxou para um beijo, agarrando seus cabelos negros. Envolvido pela mais simples e pura luxúria, Gerard pressionou a garota na grande árvore. Desceu os beijos pelo pescoço nu, e parou na abertura da blusa. Lindsay pensou em como Gerard era gentil: dava-lhe beijos no lugar de mordidas. A namorada riu.

Lindsay tirou a blusa, e epserou Gerard lhe dar mais beijos. O moreno, envergonhado, desceu os lábios frios. A namorada abriu as calças de Gerard, e o abraçou. E com esse pequeno ato, Gerard, quase sem querer, lembrou-se de Frank e seu abraço aconchegante. Lembrou-se de seu cheiro, de seus braços o apertando, seu corpo tão colado ao seu pelo medo, e o abraço de Lindsay era tão diferente, que ele parou por alguns segundos:

- Lyn, eu não posso fazer isso. - Disse se afastando. Devolveu a blusa para a garota, e arrumou a calça.

- Por que? - Ela perguntou, vestindo a blusa às pressas. - Não vai querer me comer?

- Lindsay, eu não estou pronto pra isso ainda, eu...

- O que? - Perguntou a menor incrédula. Riu sacana, e virou-se de costas para Gerard, em direção onde daqui a 15 minutos andando estaria sua casa. - Olha, vamos pra casa, daí você pensa sobre o que acabou de dizer, e a gente finge que nada aconteceu. Tudo bem, mocinha?

Gerard suspirou triste. Depois do incidente, Lindsay fez muito mais do que quaquer amiga faria, e esteve ao seu lado sem ter nojo, ou qualquer coisa do tipo. Gerard quis chutar a árvore, mas se conteve. Quer dizer, Gerard já tinha 18 anos! Mais da metade dos adolescentes de sua idade já haviam feito sexo, uma ou duas vezes. Não lembrava qual foi a última vez que se sentiu tão mal por algo que ele mesmo fez.

Sentou-se no banco vazio no meio da prça, e apoiou o rosto nas mãos. Seu coração derreteu-se em decepção consigo mesmo, e encurralar como lágrimas invisíveis no canto dos olhos.

Por que foi se lembrar de Frank logo agora? Quis se socar. Não via problema em ficar horas pensando nos olhos castanhos levemente esverdeados no pequeno Iero, porém não podia negar que realmente não sabia explicar por que parar o que estava fazendo pelo menor, como se...

Como se quisesse estar fazendo isso com Frank.

Gerard balançou a cabeça tentando afastar o pensamento desastroso. Precisava ir para casa, mas estava muito longe dali. Concluiu então, que qualquer lugar longe da porra praça seria melhor.

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Frank, sozinho em casa, pensou em como estaria a noite lá fora, na rua. Sua mãe havia viajado para trabalhar há dois dias, e só voltaria daqui a quatro. Chegou da casa de Mikey logo após a hora do almoço, e estudou até a hora da janta. Anoiteceu, e ainda não havia comido nada.

Lembrou-se de ouvir Gerard comentar com Mikey sobre sair com alguma namorada. Decidiu-se: iria sair. Quem sabe não encontrava Gerard na rua?

Decidiu começar com um banho quente. As gotas de água que o chuveiro deixava cair pelas suas costas lavavam seus pensamentos impuros sobre Gerard. E no banho, Frank se lembrou dos toques, da respiração lenta, dos atos gentis. Suspirou. Queria muito rever o mais velho, apesar de tê-lo visto logo pela manhã.

Vestiu qualquer roupa, e apanhou seu dinheiro, trancando a casa antes de sair. A rua estava pouco movimentada até chegar o centro da cidade. Passou pelo grupo de adolescentes, os bares, as lojas, o shopping, a praça – não percebeu Gerard em lugar nenhum.

Frank decidiu sentar-se no banco da praça, de costas para o centro. Olhou para o fim da ria, e despejou sua visão para um bar logo a frente. Estava até movimentado, por sinal. Viu um vulto sair do bar cambaleando, e uma garrafa de qualquer coisa na mão. A pessoa saiu vindo em sua direção, e Frank reconheceu ser Gerard.

- Gerard? - Perguntou alto. Não houve resposta. - Gerard?!

Levantou-se e foi até o moreno.

- Fraaank, é você? - Sua voz saiu embriagada.

- Gerard, o que você está fazendo aqui? - Perguntou o menor preocupado. Ele não deveria estar com uma namorada ou algo do tipo? - Que garrafa é essa na sua mão?

- Você quer? - Ele ofereceu, levantando a garrafa.

Frank sentiu seu estomago embrulhar, e seu coração amassar devagar. Sentiu-se mal pelo estado de Gerard, como se ele mesmo que estivesse bêbado. O pequeno Iero teve vontade de chorar, mas segurou sua vontade sem motivos concretos dentro de seu peito. Sorriu para Gerard e pegou mão dele, passando-a em volta do próprio pescoço. Iria ajudar Gerard a ir, andando, para onde ele queira ir.

- Vem, vamos pra casa. - Frank disse, caminhando pela pequena praça, acompanhando os passos vagarosos de Gerard.

- A minha casa ou a sua? - Gerard perguntou, e Frank deixou de sorrir. Por alguns segundos, realmente achou que ele e Gerard caminhando para uma casa que fosse dele, que ambos morassem juntos. Pensou na bobagem que estava fazendo, visando Gerard daquele modo. Sorriu bobo – nem mesmo gay Gerard era, aliás, tinha até uma namorada.

- Vamos para a minha, está mais perto. - Explicou.

Andaram por apenas 10 minutos, e chegaram na grande casa. Frank sorriu: não queria que a primeira visita de Gerard a sua casa fosse com o moreno bêbado.

- Fraaaaaaaaaaaaaaaank – Gerard chamou, deitando no sofá. - Tô com fooome...

Frank suspirou. Nem mesmo ele havia comido antes.

- Vou pedir uma pizza, pode ser? - Disse Frank, usando o telefone. Ouviu Gerard falar qualquer coisa e subir para o segundo andar. Pediu uma pizza grande, e subiu correndo.

O segundo andar estava escuro, e Frank sentiu seu coração encobrir-se com o manto de medo, assustado.

- Gerard? - Caminhou contando os passos medrosos, até seu quarto. O escuro ainda predominava pelo segundo andar, e ele olhou para a cama desarrumada. - Gee...

Sentiu uma mão no seu ombro e não deu tempo de sua voz sair em um grito. A mão desceu pelo seu braço e chegou em sua barriga.

- Frankie.. - Sussurrou Gerard no ouvido do menor. Subiu sua mão junto com a blusa do Iero, e a tirou, jogando-a pelo quarto. Deixou pequenos beijos na pele pálida, marcando algumas manchas. Chupões. Puxou o corpo do pequeno Frank para perto de si, encaixando perfeitamente seus quadris.

- Gerard, o q-que você está fazendo? - Frank perguntou assustado. Seu coração batia tão rápido, que parecia quicar até chegar em sua garganta, e espatifar na parede de seu peito.

- Estou te beijando. - Soltou simples a sentença. Empurrou Frank, que já estava desconexo de sua força por demanda prazer, até a parede fria do banheiro da suíte da casa, escorando-o lá.

- P-para, por favor... - Gemeu, vendo seu corpo ser pressionado entre a parede fria do banheiro e o corpo quente de Frank. - Eu não quero isso desse jeito Gerard, por favor, você está bêbado!

Gerard sorriu sacana e desceu a mão para o cós da calça do menor : - Você não vai querer parar agora. - Disse baixo, mas sua voz pareceu ecoar como um grito dentro do cômodo. O hálito encoberto de álcool alastrou o olfato do pequeno Iero, e ele realmente quis chorar. Não por não querer fazer aquilo com Gerard, ou por estar sendo ruim – muito pelo contrário. Ele só não queria que o mais velho estivesse bêbado daquela forma.

Frank suspirou, e juntou o pouco de força que lhe restava para empurrar Gerard na banheira, e ligar o chuveiro. Sua respiração estava descompassada. Passou a mão nos olhos, para não deixá-los chorar, e perguntou sozinho:

- Por que fez isso comigo? - Andou em direção a porta, confuso, curioso.

- Por queee.. - A voz embriagada de Gerard parou o coração do mais novo por alguns segundos, por tamanho susto. - Lindsay queria que eu fizesse isso com ela, mas eu não consegui.

Frank não sabia se sua raiva era consequência do modo de Gerard falar quando bêbado, ou se era simplesmente ciúmes.

- E eu não conseguiiii por que na hora eu lembrei de você. Então eu queria tentar, pra saber se é isso mesmo que eu quero...

Puta que pariu – Foi tudo o que Frank conseguiu pensar. 


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