Minha Viagem Infernal escrita por Mandy-Jam


Capítulo 8
Aceita?


Notas iniciais do capítulo

Vamos nessa que esse capítulo é bem tenso.

Veremos o que Afrodite vai fazer...



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Afrodite me fez sentar-me ao lado dela no sofá. Eu não sabia ao certo se poderia aceitar qualquer ajuda vinda dela. Geralmente... Eu tinha medo sempre que aquela Deusa falava que queria me ajudar. Da última vez, ela quis me ajudar com o meu cabelo. Isso foi á uma semana atrás, só para mostrar que não tinha nada contra mim por causa do lance do hotel.

Só que ela deu a linda idéia de cortar o meu cabelo até o queixo e pintar com mexas rosa choque ou verde. Ahm... Acho que não.

Daquela vez, não parecia ser nada tão absurdo, mas mesmo assim... Eu continuava desconfiada do que ela poderia fazer.

- Você quer ir para Paris? Isso é lindo, Alice. Lindo mesmo. Eu apoio com certeza. E aposto que o seu pai também. – Disse ela com um lindo sorriso – Bem... Se ele não apoiar, não tem problema. Eu convenço ele, ou você vai sem ele notar. A opinião dele é irrelevante.

- Ahm... Acho que meu pai não vai ver problema nisso. – Comentei – Mas eu vou viajar para Paris só no ano que vem.

- O que?! Por que tanta demora?! – Perguntou ela chocada – Agora é inverno! Paris está linda! Absolutamente linda.

- Ela pode estar linda, mas eu não tenho dinheiro por enquanto. Estava juntando para conseguir comprar as passagens no começo do ano que vem. – Expliquei com calma.

- Ah... Alice. – Afrodite riu do que eu disse, como se eu tivesse acabado de falar “não quero mais açúcar no meu café, obrigada” – Isso não é nada demais.

- Na verdade... É sim. Sem dinheiro. Sem passagem. – Falei.

- E as passagens do Alabama? – Perguntou Afrodite. Eu peguei as passagens do bolso, feliz por meu pai ter feito aquela pequena mágica nelas.

- O único problemas com ela, é que são para o Alabama. – Disse com uma careta – Não para Paris.

Afrodite pegou elas de minha mão delicadamente e olhou bem nos meus olhos. Ela era realmente bonita, o que me fazia ficar sem graça ás vezes. Afrodite andava sempre produzida, enquanto eu ficava sempre com o meu estilo básico.

- Eu vou te ajudar, lembra? Mas com uma condição. – Falou ela com um sorriso um tanto maldoso. Quis levantar e ir embora, mas não tinha como.

- Qual condição? – Perguntei.

- Você vai ter que me ajudar também. Não posso te ajudar, se você não aceitar a minha ajuda. Vai ter que me ouvir, entendeu Alice? – Perguntou ela erguendo uma sobrancelha.

Assenti um pouco relutante, mas isso bastou para Afrodite abrir um largo sorriso mostrando todos os seus dentes brancos e perfeitos.

- Maravilhoso. – Disse ela. A Deusa do amor estendeu as passagens para mim novamente e eu pude ver que elas tinham mudado.

- Paris. Você... Mudou elas?! – Sorri feliz – Afrodite... Isso é demais!

- Não foi nada, amor. Mas... Obrigada. – Disse ela fingindo ser humilde – Ainda são para o dia 6, por isso temos muito trabalho a fazer.

- Depois de amanhã. – Comentei lembrando que já era dia 4.

- Sim. – Confirmou ela sorrindo – Primeiro... Você tem que convencer os seus acompanhantes. Apolo e Ares. Acho que Ares vai ser bem fácil de convencer.

Achou bem errado. Acho que ele não trocaria a passagem do Alabama por nada no mundo. Agora que elas viraram passagens para Paris, ele ia me enforcar com as próprias mãos.

- Vou começar pelo Apolo. – Comentei desviando o olhar – Só... Por causa da ordem alfabética.

- Que menina inteligente. – Sorriu ela como se saber a ordem alfabética de alguma coisa fizesse de você um gênio – Ótimo. Assim que ele entrar pela porta, você vai fazer o seguinte. Vai convencer ele de ir para Paris com você, mas...

- Mas o que? – Perguntei.

- Tem que ser de um jeito romântico e charmoso. – Exigiu ela – É uma viagem para a cidade do amor! Você não pode agir como Atena, dando argumentos e blá blá blá.

- Claro... Romântico. – Assenti franzindo o cenho. Acho que no fundo ela só queria ver uma cena romântica a mais no seu dia, mas eu preferi concordar.

Afrodite levantou do sofá rapidamente.

- Ele chegou. Lembre-se do que eu disse. Se não agir com charme, eu cancelo as passagens, ouviu? – Alertou ela e sumiu com um risinho – Boa sorte.

Cancela?! Que... Droga. Apolo entrou logo depois que Afrodite saiu. Ele estava segurando um banjo e tinha um sorriso largo no rosto.

- Alice! Olha só isso. – Ele começou a tocar uma música country, e eu revirei os olhos. Lembre-se Alice... Seja charmosa, senão nada feito.

- Muito legal, Apolo. Mas... Eu tenho que falar com você. – Disse sorrindo. Aposto que Afrodite estava olhando isso, então eu realmente ia ter que agir do jeito que ela mandou.

- O que houve? – Perguntou ele um pouco tenso – Não fiz nada de errado, né?

- Não. Claro que não. – Respondi.

- Espera... Estou encrencado de algum modo? – Perguntou ele mais tenso ainda – Ai, droga. Nunca gosto quando as garotas falam que querem conversar. Alice, você...!

Eu o interrompi com um beijo lento e calmo. Apolo ficou quieto quando toquei seus lábios com os meus, e seu corpo todo pareceu relaxar. Eu me afastei depois de alguns segundos.

- Vem. – Disse sorrindo e puxando a mão dele para o sofá. Nós nos sentamos e ele largou o banjo encima da mesa de centro. Olhei para ele ainda sorrindo – Apolo... Eu já te falei que o meu sonho de viagem sempre foi Pais, não é? – Ele assentiu – Então... Eu consegui as passagens para lá. Eu... Quero te pedir um favor.

- Conseguiu as passagens para lá? Sério? Isso é mesmo demais! Duas viagens, umas atrás da outra. – Sorriu ele animado.

- Não... É disso que eu quero falar com você. – Disse calmamente – Eu queria que você esquecesse o Alabama e fosse á Paris comigo.

- O que?! Esquecer o Alabama?! Mas... – Apolo ficou desapontado – Eu queria ver como é a casa de lá! Tocar banjo com os seus parentes...

- Eles não são os meus parentes, e nenhum deles toca banjo. – Corrigi com um pouco de raiva, mas me contive ao ver que aquilo não seria romântico ou charmoso. Eu um movimento inesperado, eu passei a mão pela perna de Apolo, e ele parou para olhar para mim – Quero que fique comigo.

Aquilo fez ele abrir um sorriso bobo no rosto. Passei minha outra mão pelo seu rosto e cheguei mais perto dele.

- Você quer mesmo ir para lá? Ninguém lá gosta de mim. E com os parentes do Will o tempo todo perto de nós, nós... Não vamos ter tempo... De nos divertir. – Disse em um sussurro – Quero que fique comigo. Lá nós não vamos ter tempo para ficarmos juntos. Por favor, Apolo... Por mim.

Apolo me beijou me envolvendo em seus braços.

- Tudo bem... – Sussurrou ele – Já que é isso que você quer... Estou começando a achar que Paris vai ser divertido.

Eu sorri animada e levantei do sofá, o que desapontou um pouco ele.

- Ah... Senta um pouco aqui comigo. – Pediu ele.

- Se o Ares chegar e nós estivermos nos beijando ou coisa do tipo... Via ser péssimo. Ele vai voltar daqui a pouco, e eu ainda tenho que convencer ele. – Disse tirando do bolso as passagens, para ver se Afrodite as tinha cancelado por achar que eu não fora romântica ou charmosa o suficiente. Não. Ainda era para Paris.

Estava sorrindo para as passagens, enquanto Apolo se levantou.

- Ok... Eu vou preparar alguma coisa para nós comermos. Talvez uma pipoca para podermos ver um filme na TV. Que tal? – Perguntou ele.

Eu assenti sorrindo ainda e ele foi para a cozinha.

- Aaawn, isso foi tão lindo! Tipo assim... Vocês são muito fofos! – Disse a voz de Afrodite na minha mente – Agora vai ser a vez do Ares. Quando ele chegar eu quero que você o convença também.

- Não precisa ser charmosa, né? – Fiz uma careta e depois ri da idéia. Ah ta bom... Até parece que ela ia me pedir isso.

- Claro que sim. – Falou ela e meus olhos se arregalaram. Estava prestes a gritar perguntando se ela ficou louca, quando... – Não tanto quanto com o Apolo, mas eu quero que você treine esse seu lado. Ares não vai fazer nada com você, fique tranqüila. Só teria problema se ele fizesse, mas se for o caso, eu dou uma dura nele. Pode deixar.

Eu fingi que aquilo que ela disse fazia algum sentido. Eu tinha que ser “charmosa” com o Ares, mas se desse errado era ele que ia levar uma bronca da Afrodite. Ok... Ela é realmente super normal.

Para o meu azar ele passou pela porta naquele exato momento. Jogou a jaqueta de couro super pesada encima do sofá e tirou um pouco de neve do cabelo.

- O que está fazendo no meu sofá? – Perguntou ele querendo puxar briga – Se manda daí!

- Esse sofá não é seu, idiota. – Respondi, mas então eu me lembrei das passagens. Afrodite poderia cancelá-las a qualquer momento. Se eu não fosse para Paris por causa daquele imbecil, eu ia matar alguém.

- Ahm... Apolo. – Chamei – Por que você não pega um filme na locadora? Não está passando nada de bom na TV.

- Certo! – Respondeu ele. Apolo saiu correndo animado – Eu volto rapidinho.

Ele passou por Ares e saiu de casa. O Deus da guerra deu de ombros e foi até o sofá, jogando-se nele.

Ele lembro-se, provavelmente, da viagem do Alabama e sorriu para mim.

- Já começou a fazer as suas malas? – Perguntou ele rindo – Dois dias passam voando, sabia?

Pena que 100 anos não passassem também.

- Sabia. – Confirmei sorrindo. Isso fez o sorriso dele desaparecer. Eu sentei-me ao seu lado no sofá e imaginei como o convenceria – Ahm... Sabe? Acho que seria muito melhor se nós fôssemos para outro lugar. Tipo... Paris.

- Eu não acho. – Respondeu ele com um sorriso.

- Pois é... – Murmurei, mas não perdi o ânimo – É... Afrodite me fez um grande favor. Ela me deu passagens para Paris, sabe?

- Que pena. Já vai para o Alabama. – Disse ele sem ligar.

- Que pena... Não tem mais passagem para o Alabama. – Comentei apoiando-me delicadamente em seu ombro. Ares olhou para mim sem entender, e então começou a tatear o bolso da jaqueta. Quando viu que não tinha passagens, ele virou-se para mim.

- Sua ladra irritante. – Disse ele com raiva – Devolva. Agora.

- Ok. Fique calmo. Eu não quero te irritar. – Disse entregando para ele as passagens. Ares pegou-as de minha mão sem nem mesmo ligar para vê-las melhor.

- Não sei como você as pegou, mas nunca mais vai por as mãos nela. Esqueça Paris, pirralha. – Disse Ares ligando a TV.

- Será mesmo? – Perguntei erguendo as passagens novamente. Tinha as tirado do meu bolso, o que fez Ares arregalar os olhos – Preste mais atenção nas passagens.

Ares pegou-as novamente e as olhou dessa vez. Pude ver seu rosto ficar cheio de raiva mais uma vez.

- Droga! – Berrou ele furiso. Ares ficou de pé e olhou para mim. Eu me levantei também, tentando acalmá-lo, mas não deu certo – Você ferrou o meu plano de ferrar você! Sua peste!

- Ares, pense bem... Se você for para... – Ele me interrompeu antes que eu tivesse sequer a oportunidade de ser charmosa ou qualquer coisa do tipo.

- Não me interessa. Se não fora para o Alabama, eu não vou a lugar nenhum por nada! Não estou nem aí se você quer ir á Paris. Dane-se! – Reclamou ele jogando-se novamente no sofá. Ele continuou a reclamar, mas eu resolvi que não ia deixá-lo estragar as minhas chances de uma viagem boa.

- Quer me ouvir pelo menos uma vez na sua vida?! – Perguntei com certa raiva. Ares olhou para mim pronto para protestar, mas eu sentei-me e segurei o seu rosto – Eu quero ir para Paris. Sempre quis ir para Paris. Por favor... O que eu tenho que fazer para você aceitar isso? Pedir de joelhos? Seria ridículo, você não acha? Só concorde, por favor.

Ares ficou confuso ao me ver agindo de jeito tão suplicante. Como se eu estivesse apelando para a misericórdia do grande senhor da guerra. Ele segurou o meu queixo, e eu gelei, pensando que ele ia me beijar ou coisa parecida.

Mas Ares chegou perto do meu ouvido, e sussurrou algo que me deixou um pouco confusa.

- Preste atenção... Não importa que tipo de jogo é esse. Eu não vou dizer sim, ouviu? – Disse Ares em um tom sussurrante – Essa brincadeira tem a sua cara estampada.

Ele estava falando com Afrodite, ciente de que ela podia ouvir. Ares me empurrou em direção ao chão e eu caí.

- Esquece, pirralha. Afrodite não vai te ajudar. – Disse Ares se levantando e subindo as escadas.

- Pode levar ela se quiser! – Exclamei enquanto ele se afastava – Hefesto não vai achar vocês! Podem ficar juntos o tempo todo! Eu fico bem longe sem atrapalhar nada!

- Não! – Exclamou ele em resposta.

Demoraram alguns minutos, até que Ares desceu as escadas novamente. Eu já estava completamente frustrada.

- Pelo menos eu tentei... – Murmurei para Afrodite, mas não sabia mais se ela estava me ouvindo. Assim que Ares desceu as escadas, eu fiz questão de desviar o olhar. Ele provavelmente implicaria comigo ou coisa parecida, mas para a minha surpresa ele só ficou parado – O que você quer?

- Então você quer ir para lá. – Disse ele com certa impaciência – Por quê?

- Por quê? – Repeti olhando para ele. Ares estava de braços cruzados esperando uma resposta minha – Porque eu sempre quis ir para lá! Minha mãe vive viajando para Paris, enquanto eu fico sempre presa a droga do Alabama. Eu quero ir para lá, porque parece ser lindo. Um lugar legal de se conhecer. Quero ver o que tem de tão bom lá.

Ares andou até mim, e eu me levantei sem entender o que ele estava fazendo.

- Nossa. Que lindo. Faria qualquer coisa para ir até lá? – Perguntou ele.

- Faria. – Afirmei.

Ares chegou muito perto de mim e me olhou nos olhos com um sorriso torto e maldoso. Estava a pouco centímetros de mim.

- Qualquer coisa? – Repetiu ele, e dessa vez eu não respondi tão prontamente.

Avaliei sua expressão. O que tinha acontecido nos poucos minutos que ele subira a escada? Pude notar que no pescoço dele tinha uma marca de batom rosa. Afrodite. Ela o convencera de algum jeito, eu acho.

Respondendo a pergunta de Ares, eu assenti hesitante a cabeça, confirmando. Ela disse que ele não faria nada, mas pelo menos... Enquanto ela estivesse olhando.

Ares sorriu maldosamente mais uma vez e depois deu alguns poucos passos para trás.

- Certo. Eu vou. Mas! Tenho minhas condições. – Disse ele ainda sorrindo para mim. Aquele sorriso me deixava hesitante. No que será que ele estava pensando?!

- Quais são? – Perguntei. Pela resposta que ele me deu estava mais do que óbvio que Afrodite tinha ido embora.

- Você me escolheu. – Disse ele apontando para mim – Você também é minha. Ou seja... Eu não ligo se você sair com o Apolo em Paris. Mas... Você vai sári comigo também. E vai me agradar.

Franzi o cenho com a última palavra.

- Como é que é? – Perguntei.

- Agradar. Você vai me obedecer. Vai fazer tudo que eu te mandar fazer, enquanto estiver comigo. – Disse ele sorrindo maldoso – Você aceita? Aceita esse preço para ir á Paris?

Engoli em seco. Droga... Qualquer coisa?! Eu não confiava naquela mente suja dele. Mas estava na cara que se eu quisesse realmente ir para Paris, eu teria que concordar.

- Escuta... – Falei chegando perto dele – Eu aceito. Mas se sequer pensar em se aproveitar de mim de qualquer maneira... Eu conto tudo para Afrodite.

- Eu adoro esse seu jeito de pensar ser ameaçadora. – Riu ele zombando de mim. Ares deu de ombros e foi para a cozinha comer alguma coisa. 


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Notas finais do capítulo

O que vocês acharam?

Afrodite tem sérios problemas, não é? Mas... Pelo menos a Alice vai para Paris!

Só que... Deu para ver que não vai ser uma viagem calma, né?

Tam tam tam taaam!

Espero por reviews!



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