All I Ever Wanted escrita por gabis


Capítulo 2
Capítulo 2


Notas iniciais do capítulo

Bom... não tenho ideia se demorei ou não, mas aí está outro capítulo... Espero que gostem (=



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Capítulo 2.

_Alô?

Onde você tava? To te ligando desde que você saiu da aula!

_Eu fui ao médico...

Aah, resolveu ir! Mas porque não me avisou? O que você tem?

_Decidi de última hora. O médico não sabe ainda o que eu tenho.

Ah é? E porque você não me fala o que ele acha?

_Por que... eu não sei, Lippe.

Você ta mentindo.

_Não, eu não to.

Ta sim, eu te conheço. Tava com algum amiguinho?

_Deixa de ser idiota! Eu fui ao médico, já disse!

Porque não me diz o que você tem, então?

_Porque eu não sei! Quer saber, acredite no que quiser.

Vou acreditar quando tiver a resposta.

_Ele me pediu exames. Você vai ter sua resposta.

Ótimo. Quando tiver eu acredito. Tchau, Babi. Me liga quando tiver a resposta.

_Olha, Felippe, eu já to com problemas demais pra ter que aturar suas crises infantis de ciúme. Só o que eu te digo, é que talvez você nem acredite no exame.

Como assim?

_Espera. Quando tiver o resultado a gente se fala.

Desliguei o telefone e fui direto dormir. Estava sem ânimo pra fazer qualquer outra coisa. Mas quem disse que eu conseguia dormir? Fiquei um tempão pensando nas conseqüências, caso estivesse... Bem, caso o exame indicasse que eu... Caso o meu medo se concretizasse.

Parecia que quanto mais eu queria adiar algo, mais depressa o tempo passava. Quando menos esperava, chegou o dia do exame e, ao menos parecia, em menos tempo ainda, o resultado chegou. Não tive coragem de abri-lo. Eu o faria apenas na presença do médico. Ou melhor, eu pediria ao médico que o fizesse.

Mesmo sozinha em casa, entrei e fui direto pro meu quarto. Sentei na cama, encarando o envelope branco em minhas mãos. Todo um futuro estava dependendo do que carregava aquele envelope. Senti um frio na barriga. Certamente, se o resultado fosse o provável, mas não o esperado, eu acabaria com os planos do Felippe. Sua tão sonhada viagem... Senti as lágrimas começarem a escorrer pelo meu rosto. Quando, Deus, eu ia parar de estragar as coisas? Porque nada podia simplesmente se manter bom?

Mas... pensando bem... Havia uma forma de não estragar nada... Eu podia dizer a ele que não queria mais viajar, deixá-lo viajar sozinho e arcar sozinha com as conseqüências. É claro que dessa vez não haveria perdão, caso ele voltasse. Nem eu me perdoaria. Fora que, talvez, me mudasse... Sei lá. Eu ainda tinha que pensar bem nisso. Antes precisava descobrir a verdade.

Fiz menção de abrir o envelope, mas me contive. Eu não seria forte o suficiente pra agüentar a notícia, caso se confirmasse. Engoli em seco. Levantei da cama e enfiei o envelope no lugar mais escondido que eu achara no meu guarda-roupa.

Como tudo sempre acontece ao contrário do que a gente quer, a semana seguinte demorou o que pareceu ser uma eternidade pra passar. Cacete, eu precisava logo levar essa droga de exame pro médico. Felippe tinha me ligado e perguntado quando eu ia buscá-lo e agora estava enchendo o saco porque queria que eu fosse logo ao consultório.

Eu tinha dito que ia logo. Aliás, eu dissera o dia certo. Mas me arrependo eternamente disso. Agora ele fica enchendo o saco, querendo me levar. Ele dizia que era preocupação, mas eu tinha certeza de que era desconfiança. Ele não tinha acreditado que eu fora ao médico, pois eu não o tinha deixado ver o tal exame. Agora queria me levar só pra saber se eu realmente tinha ido. Quando disse que não queria, sua desconfiança só aumentou. Claro que eu ficava frustrada, mas não podia culpá-lo, exatamente. Afinal, quem queria esconder tudo era eu. Pelo menos até ter certeza ou decidir o que fazer.

O dia de levar o exame para o médico finalmente chegou. Andei nervosa até a parada de ônibus. Só pra ajudar, ele demorou cerca de 35min. Eu já estava entrando em parafuso quando embarquei. O caminho até o consultório, que nem era tão longo, pareceu ficar mais curto ainda. Meu estômago dava voltas e voltas quando cheguei e eu achava que logo meu coração sairia pela boca, junto com meu almoço.

Foi só eu sentar na sala de espera e chamaram meu nome. Eu estava a ponto de ter um ataque de nervos e sair chorando.

_Olá Bárbara, sente-se._Disse o médico._Trouxe o exame?

_S-sim. Aqui está._Tirei o exame de dentro da bolsa e o estendi para o médico. Pude ver meu estado através de minhas mãos, que sacudiam violentamente o envelope.

_Acalme-se, garota. Não vale a pena ficar tão nervosa.

_Por acaso é o senhor que tem 16 anos e acha que vai ter um filho?

_Porque não pensou nisso antes?

_Eu não sei... Me desculpe. Tudo me irrita. Absolutamente tudo. Se não me irrita, me deprime ou deixa extremamente feliz. Às vezes, a mesma coisa pode me causar todas essas... hum, reações ao mesmo tempo. Sabe, isso confunde!

_Bem, eu posso compreender. Ainda mais depois de ver o seu exame.

_O que? Isso significa que...

_Não sei se ‘parabéns’ é a palavra adequada, então... Boa sorte.

Senti como se o chão se abrisse e alguém puxasse a cadeira em que eu estava sentada, ao mesmo tempo. Meu olhar perdeu o foco e por um segundo esqueci como respirar. Fechei os olhos com força, desejando que, ao abrir, tudo sumisse e eu acordasse de mais um dos meus sonhos malucos. Abri... Nada tinha sumido. Olhei para o médico, buscando ajuda. Ele me encarava como se quisesse me dar uma bronca, mas o sentimento predominante em seu olhar era a compaixão. Meus lábios tremeram e fiz uma espécie de bico. Em seguida, senti as lágrimas escaparem.

_O-obrigada. Eu... já vou indo, eu...

_Espere, você está bem?

_S-sim. Eu... eu acho que sim.

_Quer que eu mande chamar um táxi pra você?

_Não posso, eu... Tudo bem, eu vou de ônibus.

_Tem certeza?

_Sim.

Peguei o envelope com o exame e, de cabeça baixa, tentando esconder o choro, saí correndo do consultório. As pessoas me olharam assustadas e parecia que todas sabiam o que tinha acontecido. Parecia que todas elas estavam ali esperando pra me julgar, não pra serem atendidas pelo médico.

Cheguei à parada de ônibus meio zonza. Tinha certeza que se pegasse um ônibus passaria mal, então resolvi ir a pé. Andei pelas ruas chorando, pensando no que fazer. A ficha tinha demorado pra cair, mas agora que caíra, parecia ter o peso do mundo.

Deus, eu estava grávida! Grávida! Isso não podia ter acontecido, não mesmo. Não conhecendo Felippe e sabendo sua decepção por ter que cancelar sua viagem, caso eu contasse; não sabendo que minha mãe surtaria e talvez fosse capaz de me expulsar de casa. Em compensação, eu jamais mandaria tirar. Acho cruel quem o faz. É uma vida, poxa! Acho que por isso, também, tinha medo de contar ao Felippe ou a minha mãe; se eles sugerissem qualquer coisa relacionada com ‘aborto’, eu não sei o que seria capaz de fazer.

Cheguei em casa e, pra minha total falta de sorte, minha mãe estava sentada na sala lendo. Parei na porta, tentando, inutilmente, conter as lágrimas. Elas não paravam de escorrer. Respirei fundo e tentei uma última vez. Sequei o rosto e tentei passar despercebida até meu quarto.

_Oi filha.

_Oi mãe._Murmurei. A voz saía com dificuldade da minha garganta seca. Minha mãe, notando isso, me olhou.

_O que houve? Porque ta chorando?

_Não to chorando...

_Claro que ta! Ou pelo menos estava... Ta estampado na sua cara!

_Ah, esquece. Não é nada.

_Como assim não é nada? Seus olhos e seu nariz estão vermelhos, o que significa que você chorou bastante. Se você chorou bastante, é porque algo muito ruim aconteceu.

_Às vezes acho que você deveria ser psicóloga. Já disse, mãe. Não é nada. Só uma crise emocional, sei lá. Se me der licença, vou pro meu quarto. To cansada e meio tonta.

_Você ta bem?

_To sim. Vai passar, já disse.

_Acho melhor te levar ao médico...

_NÃO!

_O que? Por que não?

_Quer dizer, não precisa, eu to bem. Sério. Agora to indo me deitar um pouco...

_Ta bom... Vou te chamar na hora da janta, se você ainda não tiver voltado.

_Nem precisa, não to com fome e provavelmente não vou estar quando acordar.

_Em todo caso, eu te chamo.

_Aff, ok.

Entrei no quarto e nem troquei de roupa. Simplesmente deitei e chorei. Muito. Cara, eu só tenho 16 anos! Isso não deveria ter acontecido... Não mesmo. Eu ia estragar os planos do Felippe. Estragar tudo! Até os meus próprios planos. Não queria dormir, pra não ter que sonhar. Mas eu estava cansada demais pra ficar acordada, fora o sono extra de ultimamente.

Como previ, sonhei. Na verdade, foi um pesadelo. Sonhei que contava ao Felippe que estava... grávida... e ele simplesmente virava as costas. Acordei meio zonza e morrendo de dor de cabeça, com o celular tocando. Senti um arrepio ao ver o nome dele no visor.

_Alô...

Oi, meu amor... Como você ta?

_Bem...

Ta bem mesmo?

_To sim...

Hum, ta... Liguei pra dizer que já encaminhei os papéis pra fazer seu passaporte.

_O-ok...

Não agüentei e comecei a chorar. A cada segundo ficava pior. Estava me sentindo horrível pelo que tinha acontecido. Ou melhor... o que estava acontecendo, já que era só o começo.

Babi? O que houve?

_Na-nada, eu... eu só..._O que eu ia dizer? “Olha, Lippe, o que houve é que eu to grávida, sacou? Bem legal, né?” Não, né.

Você só...?

_Briguei com a minha mãe... e to com sono. Só isso.

Quer que eu vá até aí?

_NÃO!

Calma... só quero ajudar...

_Desculpa, Lippe... É que eu to estressada, nervosa... sei lá. Não to muito bem.

Tudo bem, então... Se precisar de alguma coisa, qualquer coisa mesmo, me liga que eu vou até aí, ta bom?

_Ta bom. Obrigada. Eu te amo, sabia? Promete que nunca vai esquecer isso?

Às vezes você me assusta! Por que quer que eu prometa isso? Eu sei que você me ama e você sabe que eu te amo também...

_Só promete.

Ok, então. Eu prometo. Mas... você ta bem mesmo?Alguma coisa aconteceu com você?

_Não, Lippe. Eu to bem.

Jura?

_Juro.

Ok... Mas já sabe, qualquer coisa...

_Sei, sei. Qualquer coisa te ligo. Beijo, te amo.

Te amo.

Desliguei o telefone, e olha que coisa, voltei a chorar. Estava pronta pra dormir de novo, quando minha mãe entrou no quarto.

_Babi, vem jantar...

_Eu não quero, mãe.

_Você não pode ficar sem comer!

_Não to muito bem... Prometo que mais tarde eu como algo.

_Você me disse antes que tava bem e só tava cansada... como é que agra você não ta muito bem?

_Acordei meio indisposta...

_Você mal dormiu uma hora!

_Mas eu acordei mal, ok?!

_Se continuar assim, eu vou te levar no médico. Nem que tenha que te arrastar.

_Não, eu já disse! To estressada, é isso.

_É, já deu pra notar...

_Mãe, será que dá pra você me deixar dormir?

_Não fala assim comigo! Não te fiz nada! Se você ta estressada não é minha culpa!

_Aah, mas você colabora pra caramba pra me deixar estressada!

_Ah, é assim? Vou lembrar disso. Pode deixar.

Aí ela saiu, batendo a porta.

_Aaaargh, que raiva!

Como se não bastasse minha mais recente situação, eu tinha que brigar com a minha mãe. Isso só tornaria TUDO mais difícil.

Enfiei a cabeça no travesseiro, já não controlando mais as lágrimas, e tentei dormir. Agora que eu queria, a merda do sono não vinha. Deitei de todos os jeitos possíveis, até com a cabeça no lugar dos pés e vice-versa. Nada. Sentei na cama e fiquei encarando o nada, pensando.

Eu não teria que contar apenas ao Felippe. Teria que enfrentar minha mãe, também. Talvez fosse até pior... Não sei qual seria exatamente a sua reação, mas com certeza não seria das melhores. Senti minhas pernas tremerem com a ideia de não ter apoio algum.

E meu pai? O que ele faria? Há pouco tempo mesmo estávamos falando sobre isso... Será que ele ficaria com muita raiva de mim e/ou do Felippe?

Deus, minha cabeça estava um caos! Não sabia o que pensar, o que fazer... Parecia que o mundo estava desabando e eu o estava sustentando nas costas. Nunca pensei que seria tão difícil passar por esse tipo de coisa. Na verdade, nunca pensei que pudesse acontecer comigo. Agora posso afirmar que só quem passa por essas situações sabe como é.


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Notas finais do capítulo

Er, n posso falar mto do capítulo, pq não sei o que ta escrito 'aiuhsduashdhas Eu escrevi ele já tem algum tempo e não reli, mas creio que tenha dado pra entender o que ta se passando com a Babi; na verdade, qlqr um poderia notar no primeiro, mas... agr acho q ta mais claro 'uiahidhsaiudas

Até o próximo, que pode, ou não, demorar a sair, já que eu ando com a escrita meio atrasada =/

Beijoss, espero reviews!



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