Entrei no salão que estava todo decorado com várias pessoas dançando.

Algumas sentadas conversando e outras subindo as escadarias grandiosas que deveria dar ao terraço.

Caminhei lentamente até o bar e me sentei em uma das cadeiras vazias que havia ali.

O garçom rapidamente apareceu e eu apenas pedi um wisky.

Não queria beber, queria apenas curtir a música que tocava romântica embalando os vários pares que dançavam pelo salão.

Me virei e fiquei observando eles dançarem, até que alguém me chamou a atenção.

Ele estava sentado em um canto conversando com outro homem.

Seu rosto angelical tinha perfeita simetria com seus olhos negros e sua boca encantadoramente avermelhada.

Seus cabelos eram claros e ele sorria mostrando seus dentes perfeitamente brancos.

Ele intercalava seu olhar entre a pista de dança e o rapaz que lhe fazia companhia, este por sua vez era mais alto e tinha cabelos também claros.

Mas nem por isso era mais bonito que o outro, sua aparência era sem duvidas a mais perfeita daquele salão inteiro.

Tomava o wisky aos poucos, nunca deixando de olhar o pequeno loiro.

Até que o maior foi convidado para dançar e logicamente não recusou, deixando ele sozinho.

Era minha chance, terminei o wisky e me levantei.

Com passos calmos fui até o sofá vermelho em que estava sentado.

- Posso? – Perguntei fazendo menção de sentar ao seu lado.

- Oh, claro – Ele disse dando um leve sorriso.

E só com aquilo eu podia sentir meu coração palpitar mais rápido.

Me sentei e encarei as pessoas que continuavam dançando.

Ele era ainda mais lindo de perto, se é que era possível.

Sua roupa tinha o tom de rosa escuro, sua camisa branca de babados e suas pernas perfeitamente cruzadas.

Um verdadeiro príncipe.

Me virei notando que ele me olhava, uma cara de criança travessa quando é pega fazendo arte em seu rosto.

E aquilo me bastou.

- Dansez avec moi¹? – Eu perguntei em francês.

Ele sorriu sem jeito.

- Não falo francês, mas é lindo seja lá o que for.

Eu ri.

- Quer dizer, aceita dançar?

Ele sorriu acenando com a cabeça.

Peguei sua mão e caminhei até a pista.

Ele abraçou meu corpo de leve, corando um pouco.

E aquilo conseguia deixá-lo mais doce ainda.

Uma música calma começou a tocar, começando a nos deixar levar por ela.

Porém ainda sentia seu corpo tenso junto ao meu e aquilo não me agradava.

Afrouxei minha mão em sua cintura, deixando mais confortável ao meu ver.

E funcionou, ele se soltou mais e eu fiquei mais tranqüilo.

No fim da música eu o puxei de leve para fora da pista, o surpreendendo novamente.

Subi as escadarias segurando sua mão e vendo ele me seguir.

Chegamos a uma sacada majestosa e parcialmente grande, onde muitos casais conversavam reservados ou se beijavam.

Caminhei até a beirada, nunca soltando sua mão.

Puxei ele para ficar de costas para mim e de frente para a sacada, vendo a maravilhosa vista, a qual tínhamos o privilégio de ver.

Ele parou de respirar um segundo, contemplando a grande torre Eiffel que parecia estar a centímetros de distância, mas estava à milhas.

- É lindo, não é? – Ele perguntou. Sua voz saindo num fino sussurro, porém entusiasmada.

- Não tanto quanto você.

Ele se virou de frente para mim e eu pude contemplar o quanto seus lábios brilhavam.

Brilhavam como Paris.

Ele parecia encantando enquanto me olhava, uma de suas mãos prendendo uma mecha de meu cabelo atrás de minha orelha.

- Não sei quem é você, nem seu nome.

Eu sorri.

Peguei sua mão, fazendo uma pequena reverência à sua frente.

- Suzuki Akira, mas pode me chamar de Reita. – Finalizei beijando sua mão.

Me levantei novamente, notando o quanto ele ficava lindo corado e sem jeito.

- Eu... Ahm... – Ele virou a cabeça, olhando em volta. – Eu tenho que ir, me desculpe.

Vi ele tentar soltar sua mão da minha e o olhei sério.

Tudo aquilo só por causa do meu nome? Não, não era e eu sabia.

Ele havia descoberto quem eu era e aquilo provavelmente deve tê-lo assustado.

Mas pouco me importava, se ele tinha medo só por ter descoberto quem eu era então ele que continuasse com o medo dele.

Soltei sua mão, ainda o olhando frio.

Vi ele se distanciar e quando estava prestes a sair da sacada sorrir.

O sorriso mais lindo e sincero que eu já havia visto.

Ele poderia até ter medo por saber quem eu era, mas seus medos não me eram estranhos.

E a lembrança da nossa única e última dança, jamais sairia da minha cabeça.

~ Fim ~

OBS; Reviews são coisas pequenas mas que sempre fazem os autores muito felizes, /fikdika ;*